Em um estudo recente, cientistas de universidades inglesas
descobriram que o uso de algoritmos em ressonâncias magnéticas pode
ajudar a prever o surgimento de uma psicose.
Uma das líderes do estudo, Paola Dazzan, afirma que esse “é o
primeiro passo para usar as imagens cerebrais na prevenção de pacientes
afetados por psicoses”.
Ela comenta que isso seria um ótimo modo de prever como a doença de
um paciente vai se desenvolver, ajudando os médicos a recomendar
tratamentos e evitar o uso de medicamentos pesados em pacientes com
formas mais fracas da doença.
Para quem não sabe, a psicose é uma condição que afeta a mente,
modificando o modo como as pessoas pensam, sentem e agem. Algumas vezes
pode ser acompanhada de alucinações.
A psicose pode se mostrar de diferentes maneiras, geralmente como
parte de outros problemas como esquizofrenia – que afeta 24 milhões no
mundo – e transtorno bipolar. Mas até pessoas com Parkinson e abuso de
drogas e álcool podem sofrer dos sintomas.
Outro estudo diz que aqueles que usam maconha na juventude podem
aumentar drasticamente o risco de desenvolver sintomas psicóticos. E
claro, o uso contínuo pode aumentar mais ainda as chances.
Se você ficou assustado, se acalme. Os especialistas dizem que muitos
pacientes se recuperam de psicoses com sintomas mínimos. Mas, em alguns
casos, o transtorno pode persistir e afetar as funções normais da
pessoa. E, até hoje, não existe modo certo de afirmar se uma pessoa que
já passou por um episódio de psicose vai sofrer outro.
A equipe de Dazzan trabalhou com 100 pacientes e fez ressonâncias
magnéticas quando eles tiveram o primeiro episódio psicótico. Para
contrabalancear, foram feitas tomografias em 91 pessoas saudáveis.
Os pacientes foram acompanhados por seis anos, e divididos em grupos
entre os que desenvolveram psicoses contínuas, esporádicas e moderadas.
De cada grupo diferente, incluindo o das pessoas “normais”, 28
fizeram ressonâncias magnéticas. Os dados foram usados para treinar um
programa de computador baseado em um sistema de reconhecimento das
diferentes formas de psicose.
Assim, aqueles que tiveram o primeiro caso foram usados no
experimento para prever o desenvolvimento da psicose. De cada dez casos,
sete deram certo.
“Apesar de ser um longo caminho até se tornar um processo válido de
resultados, em princípio somos capazes de usar ressonâncias do cérebro
para identificar pacientes com tendência a desenvolver formas mais ou
menos severa de psicose”, comenta Janaina Mourao-Miranda, que trabalhou
com Dazzan no estudo.
“Ressonâncias magnéticas podem ser obtidas em dez minutos, então essa
técnica deveria fazer parte da rotina de investigação clínica”,
finaliza.
Fonte: http://hypescience.com/
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