quarta-feira, 25 de maio de 2011

Morre aos 104 anos a milionária mais misteriosa de Nova York

                                                                                                                    Foto da milionária Huguette Clark Gower tirada em 1930  

A misteriosa milionária Huguette Clark, herdeira de uma das maiores fortunas dos Estados Unidos, morreu aos 104 anos em um hospital de Nova York onde ela mesma havia se internado há anos, embora o contato com o mundo exterior já tenha sido cortado há oito décadas.

"A morte da senhora Clark é uma triste notícia para todos que a amaram e a respeitaram ao longo dos anos. Morreu como quis, com dignidade e privacidade. Vamos continuar respeitando seu desejo de privacidade", disse seu advogado Michael McKeon em comunicado divulgado nesta quarta-feira.


Membro da alta sociedade nova-iorquina, Huguette convivia com proeminentes famílias como os Rockefeller, os Astor e os Guggenheim. Casou-se aos 22 anos e, após um breve matrimônio, decidiu se enclausurar em uma mansão da Quinta Avenida de Manhattan, repleta de obras de arte e com vista para o Central Park.


Durante as duas décadas que passou reclusa no hospital nova-iorquino onde faleceu e onde se internou apesar de não ter problemas graves de saúde, a mulher viveu rodeada de bonecas antigas e praticamente nunca recebia visitas, publicou o jornal "The Wall Street Journal".


A vida da rica herdeira era praticamente desconhecida até que, no ano passado, a emissora "MSNBC" contou sua história e questionou se sua fortuna, avaliada em mais de US$ 500 milhões, estava sendo bem administrada por seus advogados.


A Promotoria de Manhattan mantém uma investigação dessa denúncia a pedido de seus familiares, que Huguette se negava a receber, segundo o jornal "Daily News", que afirma que a bilionária estava registrada no hospital com um nome falso.


O apartamento de Huguette na Quinta Avenida era considerado o maior da via. Além desse imóvel, ela tinha uma mansão de US$ 100 milhões na Califórnia e uma propriedade de US$ 24 milhões em Connecticut.


A misteriosa filha de um dos "reis do cobre" do século XIX - e que chegou a ser o segundo homem mais rico do país - jamais viveu nos imóveis que tinha fora de Nova York, de acordo com o "Daily News".


Huguette se casou em 1928 com um homem de uma família com certo reconhecimento social, embora "os artigos de fofoca (da época) comentassem que ela valia milhões, enquanto ele era um empregado de Wall Street que ganhava US$ 30 por semana", informa o "The Wall Street Journal".


Após dois anos, Huguette se divorciou e abandonou a vida pública. Sem herdeiros, deixa uma fortuna de US$ 500 milhões. Sua fotografia mais recente, acredita-se, foi tirada há 80 anos.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/

Hubble encontra estrelas raras 'Nômades Azuis' no centro da Via Láctea

Tradução: João Alexandre
Revisão: Antônio Carlos de Oliveira


                 Credit: NASA, ESA, W. Clarkson (Indiana University and UCLA), and K. Sahu (STScl) 

O telescópio espacial Hubble encontrou uma classe rara de estrelas excêntricas chamadas 'Nômades Azuis', tradução livre, no centro da nossa Via Láctea, as primeiras detectadas no bojo da nossa galáxia.

'Nômades Azuis' são assim chamadas porque aparentemente ocorrem atrasos ​​no processo de envelhecimento, parecendo mais jovem do que na população da qual se formaram. Embora tenham sido detectados em muitos aglomerados de estrelas distantes, e entre as estrelas próximas, eles nunca foram vistos no interior do núcleo da nossa galáxia.

Não está claro como são formados as 'Nômades Azuis'. Uma teoria comum é que eles surgem a partir de pares binários. Como a estrela mais massiva evolui e se expande, a estrela menor ganha material do seu companheiro. Isso atiça o combustível de hidrogênio e faz com que a estrela crescente submeta-se a uma fusão nuclear a um ritmo mais rápido. Ela queima mais quente e mais azul, como uma estrela massiva jovem.

Os resultados apóiam a idéia de que o bojo central da Via Láctea, deixou de fazer estrelas
bilhões de anos atrás. Ele agora é o lar de envelhecimento de estrelas como o sol - anãs vermelhas. Estrelas gigantes azuis que lá viviam há muito que explodiram como supernovas.

Os resultados foram aceitos para publicação na próxima edição do Astrophysical Journal. O principal autor Will Clarkson da Universidade de Bloomington em Indiana, irá discuti-los hoje(25) na reunião da Sociedade Astronômica Americana, em Boston.

"Embora o bojo da Via Láctea é, de longe o bojo da galáxia mais próxima, vários aspectos fundamentais de sua formação e evolução subsequente permanecem pouco compreendidos", disse Clarkson. "Muitos detalhes de sua história de formação estelar permanecem controversos. A extensão da população das 'Nômades Azuis' detectadas,  oferecem duas novas restrições para os modelos da história da formação estelar do bojo."

A descoberta seguiu um estudo de sete dias, em 2006, chamado de Sagittarius Window Eclipsing Extrasolar Planet Search (SWEEPS). O Hubble olhou para 180.000 estrelas no aglomerado central da nossa galáxia, há 26.000 anos-luz de distância. A pesquisa foi destinado para encontrar planetas da classe de Júpiter, quentes e que orbitam muito perto de suas estrelas. Ao fazer isso, a equipe SWEEPS também descobriu 42 estrelas
excêntricas azuis, com brilho e temperaturas típicas de estrelas muito mais jovens do que as estrelas habituais do bojo.

As observações indicam claramente que, se há uma população jovem estrela no bojo, ela é muito pequena. Isso não foi detectado no programa SWEEPS. Suspeita-se há muito tempo que as estrelas
'Nômades Azuis' estejam "vivendo" no bojo, mas não tinham sido ainda observadas porque as estrelas mais  "jovens", no disco da  galaxia, estão situadas  na linha de visão até o nucleo, confundindo e contaminando o quadro.

Os astrônomos usaram o Hubble para distinguir o movimento da população do núcleo de estrelas de primeiro plano da Via Láctea. O bojo das estrelas orbitam o centro galáctico a uma velocidade diferente do que as estrelas de primeiro plano. Traçando seu movimento necessário para retornar para a região do objetivo do SWEEPS com o Hubble, dois anos após que as primeiras observações foram feitas. As 'Nômades Azuis' foram identificadas como se movendo junto com as outras estrelas no bojo.

"O tamanho do campo de visão do céu é mais ou menos do que a espessura de uma unha humana, e dentro desta região, o Hubble vê cerca de um quarto de milhão de estrelas na direção do bojo", disse Clarkson. "Somente a excelente qualidade de imagem e estabilidade do Hubble permitiu fazer essa medição em um campo tão cheio."

Dos 42 candidatos a 'Nômades Azuis', os investigadores estimam que de 18 a 37, provavelmente são verdadeiras. O restante pode ser uma mistura de objetos em primeiro plano e, no máximo, uma pequena população de estrelas genuinamente jovens.

"O programa SWEEPS foi desenhado para detectar planetas em trânsito através de pequenas variações de luz", disse Kailash Sahu, principal pesquisador do programa. "Portanto, o programa pode facilmente detectar a variabilidade dos pares binários, o que foi crucial para confirmar se estes são, na verdade 'Nômades Azuis'."

O Hubble é um projeto de cooperação internacional entre a NASA e a Agência Espacial Europeia. NASA's Goddard Space Flight Center em Greenbelt, Maryland, que gerencia o telescópio. O Space Telescope Science Institute (STScI) conduz operações científicas do Hubble. O STScI é operado para a NASA pela Associação de Universidades para Pesquisa em Astronomia, em Washington.

Cheryl Gundy, STSCI

Fonte: http://www.nasa.gov/mission_pages/hubble/

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Cientistas alemães transmitem dados de 700 DVDs em um segundo

Eles bateram recorde mundial de velocidade de transmissão de dados. Pesquisadores alcançaram a velocidade de 26 terabits por segundo.

Cientistas alemães anunciaram nesta segunda-feira (23) ter quebrado o recorde mundial de velocidade ao enviar 26 terabits de dados – o equivalente a 700 DVDs – em um raio laser em um segundo.

Segundo o Instituto Tecnológico de Karlsruhe (sudoeste da Alemanha), os dados foram transmitidos a uma velocidade de 26 terabits por segundo. O centro de pesquisa assegurou que alcançou essa velocidade mediante um inovador sistema de gravação de dados desenvolvido pelo físico alemão Jürg Leuthold. A equipe de cientistas conseguiu superar seu próprio recorde, estabelecido em 2010, ao transmitir dados a 10 terabits por segundo.

“Com 26 terabits por segundo, você pode transmitir simultaneamente até 400 milhões de chamadas telefônicas por segundo”, disse o professor Leuthold. "Construímos um processador óptico que lê os dados e os transforma em um sinal luminoso", explicou.

Os pesquisadores argumentaram que o desenvolvimento tecnológico requer cada vez maior velocidade de transmissão de dados, com o crescimento das retransmissões audiovisuais ao vivo e a construção de redes de comunicações.

Segundo os cientistas alemães, este é mais um passo no caminho para a denominada internet-terabit, uma rede de redes na qual é possível a transmissão de uma enorme quantidade de dados a uma grande velocidade.

Fonte: http://g1.globo.com/tecnologia

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Estímulo elétrico na medula espinhal põe paraplégico de pé

Técnica está em desenvolvimento em duas universidades americanas

O americano Rob Summers, de 25 anos, paraplégico desde 2006 devido a um acidente de trânsito, conseguiu se levantar, ficar de pé e caminhar, graças a uma combinação pioneira de estímulo elétrico na medula espinhal e treino físico. A conquista é fruto de uma pesquisa do Kentucky Spinal Cord Research Center, da Universidade de Louisville, e da Universidade da Califórnia, ambas nos Estados Unidos, que publicaram um artigo na última edição da revista médica The Lancet.

Summers é capaz de manter-se de pé durante vários minutos, dando ele mesmo o impulso muscular necessário para se levantar. Com ajuda, consegue ainda dar alguns passos e movimentar de maneira voluntária os quadris, os joelhos, os tornozelos e os dedos dos pés. O americano recuperou ainda parcialmente o funcionamento de seu órgão sexual e de sua bexiga. Os avanços são fruto de um tratamento apoiado em dois elementos fundamentais: a estimulação epidural da medula espinhal e um intenso programa de treinamento físico.

Os pesquisadores basearam seu projeto na estimulação elétrica epidural contínua e direta da parte inferior da medula espinhal do paciente, simulando os sinais que o cérebro transmite em condições normais para iniciar um movimento. Quando o sinal é transmitido, a própria rede neurológica da medula, em combinação com a informação sensorial que as pernas enviam à medula, é capaz de dirigir os movimentos do músculo e das articulações necessários para erguer o corpo e caminhar, sempre com a ajuda de outras pessoas.

O outro aspecto chave do trabalho foi "reeducar" as redes neurológicas da medula de Summers para produzir o movimento muscular necessário para ele se levantar e caminhar. O processo do treinamento durou mais de dois anos, após o paciente ter passado por uma cirurgia que implantou nas costas um dispositivo de estimulação elétrica, que é o responsável pela voluntariedade dos movimentos.

Os professores Susan Harkema e Reggie Edgerton, responsáveis pela pesquisa, esperam ainda que o trabalho permita que os pacientes que sofreram lesões medulares levem uma unidade portátil de estímulo elétrico. O objetivo é ajudá-los a se levantar, manter-se de pé e caminhar de maneira independente, embora sempre com a ajuda de um andador. "É um grande passo, que abre uma grande oportunidade para melhorar a vida diária desses indivíduos, mas ainda temos um longo caminho a percorrer", disse Harkema.

Segundo Edgerton, as redes neurológicas são capazes de iniciar os movimentos que permitem suportar peso e dar passos relativamente coordenados sem nenhum tipo de informação procedente do cérebro. "Isto é possível em parte graças à informação que as pernas enviam de volta, mas diretamente à medula espinhal", disse. Segundo ele, a retroalimentação dos pés e pernas para a medula melhora o potencial do indivíduo de manter o equilíbrio e decidir sobre a direção que vai caminhar e o nível de peso que suporta. "A medula pode interpretar estes dados de maneira independente e enviar instruções de movimento outra vez às pernas, tudo isso sem participação cortical."

Os autores sublinharam também que o caso de Summers é especial, porque embora ele esteja paralisado do tronco até os pés, o americano apresenta uma certa sensibilidade na zona imobilizada. "Este procedimento mudou totalmente minha vida. Para alguém que há quatro anos era incapaz de movimentar um só dedo do pé, ter a liberdade e a capacidade de levantar-se sozinho é uma sensação incrível", diz.

Fonte:  http://veja.abril.com.br/saude/

Pesquisa sugere variação no genoma; estudo de doenças se complica

                                                                           Ivan Luiz/Arte

O reinado absoluto do DNA sobre a operação das células anda abalado. Uma nova conspiração contra o monarca vem de um conhecido rebelde: seu "irmão", o RNA. 

Acontece que a molécula-irmã do DNA, normalmente responsável por levar as instruções codificadas nos genes para serem colocadas em prática pelo organismo, pode estar alterando essas "leis" de maneira ainda misteriosa. 

Os dados a respeito ainda são preliminares, mas sugerem que não se trata de um fenômeno raro. 

Segundo Vivian Cheung e seus colegas da Universidade da Pensilvânia (EUA), há sinais da rebeldia do RNA em 5.000 genes.
Isso corresponde a algo entre um quarto e um quinto do total dos genes humanos, dependendo de como se faz a conta. 

As mudanças, ao menos em alguns casos, têm impacto significativo nas proteínas, as verdadeiras carregadoras de piano do organismo, que dependem das instruções trazidas pelo RNA para serem "montadas" pela célula. 

Se a descoberta estiver correta, além de alterar o que se sabe sobre mecanismos essenciais do funcionamento da vida, exigirá bem mais sofisticação por parte de quem tenta achar a origem genética de muitas doenças. 

Isso porque não bastará olhar o DNA dos pacientes: será preciso conferir se o código contido nos genes sofre alterações na fase posterior. 

Cheung e seus colegas flagraram as alterações em três tipos de tecido humano: linfócitos B (do sistema de defesa), células da pele e do cérebro. As amostras vieram de um grupo de 27 doadores. 

Isso, aliás, permitiu que os pesquisadores vissem que as mudanças tendiam a acontecer em mais de uma pessoa. 

Basicamente, o que ocorria é que a sequência de "letras" químicas do DNA sofria trocas de "letra" na versão RNA. 

Mais importante ainda, isso afetava quase sempre o pedaço funcional do gene, levando a mudanças nas proteínas correspondentes. 

Outro mistério: às vezes, a alteração acontece só em parte do RNA da pessoa, enquanto o resto pode ficar em situação "normal". 

A pesquisa será publicada numa edição futura da revista especializada americana "Science". 

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/

Proibição das sacolinhas plásticas: o que não está sendo dito pela mídia

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou na terça-feira 17 um substitutivo ao Projeto de Lei 496/2007 que proíbe a distribuição e venda de sacolas plásticas em toda a capital paulista.  O projeto segue agora para sanção do prefeito Gilberto Kassab.

Em primeiro lugar, vale ressaltar que esse é um debate, de fato, relevante. Em muitos países do mundo, essa proibição já existe há vários anos. A discussão parte de constatações relacionadas ao impacto ambiental da produção do plástico – o longo tempo para a sua degradação na natureza -, o impacto que as sacolinhas causam em períodos de enchente etc.

Mas algumas questões parece que não estão sendo ditas no debate que vem sendo feito na imprensa. A primeira versão do PL obrigava a substituição das sacolinhas de plástico por congêneres biodegradáveis: ou seja, diminuía o mercado dos produtores de sacolas plásticas e aumentava o mercado dos produtores de sacolas biodegradáveis, mas sem levar em consideração os impactos ambientais que estas últimas também geram.

No fim das contas, substituiríamos um produto por outro, mas sem tocar no tema dos limites para o planeta de uma produção infinita de produtos, biodegradáveis ou não. Afinal, toneladas de biodegradáveis também degradam o meio ambiente.

Na nova versão do projeto, que foi aprovada ontem, todos os estabelecimentos comerciais são proibidos de distribuir e vender sacolas plásticas de qualquer tipo aos consumidores para acondicionamento e transporte de mercadorias. Tais estabelecimentos devem estimular seus clientes a usar sacolas reutilizáveis.

Além disso, a Lei aprovada exclui da proibição as embalagens plásticas originais das mercadorias, e as utilizadas para venda de produtos a granel ou que vertam água. Assim, continuam as embalagens plásticas.

O trecho mais curioso, no entanto, é o Artigo 5º, que  proíbe que fabricantes de sacolas plásticas insiram rótulos como “degradável”, “biodegradável”, “oxidegradável” e “oxibiodegradável”. Esse artigo é estranhíssimo. Significa que hoje os fabricantes de sacolas plásticas inserem essas terminologias de má fé? Que na verdade tais produtos não são o que indicam seus rótulos?

Diante dessas questões, fica a pergunta: estamos discutindo a indústria do degradável versus a indústria do biodegradável? Trata-se de uma guerra de mercados? Uma discussão que se pretende de sustentabilidade do planeta transformou-se numa guerra entre fabricantes de sacola X e fabricantes de sacola Y?

Se for isso, estamos desperdiçando uma oportunidade de avançar na discussão sobre a necessidade das embalagens, seus impactos ambientais, e também sobre o nível de consumo da nossa sociedade.

Fonte: http://www.cartacapital.com.br/category/sociedade

Mais fôlego para os asmáticos

Asma, ou bronquite asmática, é uma doença muito comum. A pessoa apresenta crises de reação exagerada, tipo alérgica, com manifestação centrada nas vias aéreas. A diminuição drástica do diâmetro dos brônquios reduz a quantidade de ar que atinge o pulmão, levando à falta de ar e sensação de sufoco e chiado no peito. Em casos mais graves pode levar à morte. Em crianças, é a principal causa médica de incapacidade. Fora das crises, o paciente fica praticamente normal. Seu tratamento é dividido na abordagem das crises e em tratamento de manutenção para o período entre as crises. O tratamento da asma, atualmente, deve ser implementado passo a passo e os corticoides (anti-inflamatórios) administrados por inalação são considerados a primeira escolha. 

Esses medicamentos são muito eficazes, desde que a aderência do paciente ao tratamento seja adequada. Hoje foi publicado, na prestigiosa revista médica New England Journal of Medicine, um estudo que poderá trazer novas opções para o cuidado rotineiro de doentes asmáticos. Os pesquisadores ingleses avaliaram a eficácia de novos medicamentos que bloqueiam a reação inflamatória típica da asma e que podem ser tomados pela boca. Sobre essa pesquisa, conversamos com doutor Daniel Deheinzelin, pneumologista do Núcleo Avançado de Tórax do Hospital Sírio-Libanês, e professor livre-docente da USP.

CartaCapital: Quais são os novos medicamentos estudados contra a asma?
Daniel Deheinzelin: Numa pesquisa patrocinada pelo Programa de Avaliação de Tecnologia da Saúde inglês (UK Health Technology Assessment Programme), o doutor D. Price e colaboradores estudaram uma classe de remédios denominada antagonistas do receptor de leucotrienos. Leucotrienos são importantes substâncias mediadoras do processo inflamatório envolvido na asma. Compararam sua eficácia com os tratamentos inalatórios de corticoide rotineiramente utilizados na prática médica.

CC: Esse é o primeiro estudo com os antagonistas do receptor de leucotrienos em asma?
DD: Não. Estudos comparando essas duas classes já haviam sido feitos. Alguns apontaram os corticoides inalatórios como mais eficazes, outros não mostraram diferenças significativas entre os remédios.

CC: Qual é a originalidade do estudo atual?
DD: A grande diferença desse novo estudo é que ele foi feito no “mundo real”.  Os pacientes foram incluídos por médicos do serviço de saúde inglês. O paciente era sorteado para receber corticoide inalatório ou antagonista do receptor de lecotrienos. Os pacientes foram seguidos de forma rotineira por médicos durante dois anos. Um tempo de observação bem maior do que a maioria dos estudos prévios. Os cientistas queriam saber se os dois esquemas de tratamento seriam equivalentes, quanto à eficácia. Pelas características do serviço de saúde inglês, foi possível medir a aderência ao tratamento, já que os remédios são fornecidos pelo próprio serviço. Assim foi possível medir a quantidade de remédio efetivamente fornecida a cada paciente e comparar com a quantidade prevista no período do estudo.

CC: Quais foram os principais resultados observados?
DD: Ao fim de dois anos o controle dos sintomas foi semelhante com as duas classes de medicamento. No entanto, a aderência ao tratamento foi muito diferente. Os antagonistas do receptor de leucotrienos, administrados na forma de pílula e tomados uma vez ao dia, tiveram uma aderência adequada por 65% dos pacientes. Os corticoides inalatórios, administrados na forma de spray duas vezes ao dia, foram usados corretamente por somente 41% dos pacientes. Essa diferença, estatisticamente significativa, pode explicar a semelhança da resposta.

CC: Qual seria a mensagem mais importante desse estudo, para a população brasileira?
DD: Mais do que comparar a eficácia, aparentemente semelhante, de duas classes de remédios diferentes em condições muito controladas, esse estudo mostra que no “mundo real” a aderência dos pacientes ao tratamento é baixa, e que pode ser um problema maior em crianças. Ela varia de acordo com a forma como o tratamento é administrado e segue sendo um grande problema de saúde pública. O serviço de saúde inglês está absolutamente correto em patrocinar estudos desse tipo.

Fonte: http://www.cartacapital.com.br/category/saude

O poder, quando corrompe


Silvio Berlusconi já não vive dias tão felizes. As eleições administrativas realizadas na Itália entre os dias 15 e 16 não favoreceram o seu partido ousadamente chamado Povo da Liberdade.

Praças importantes ficam nas mãos de prefeitos de centro-esquerda e a maior surpresa vem de Milão, a cidade do premier, onde a sua candidata, Letizia Moratti, em busca de reeleição, sai para o segundo turno em desvantagem em relação ao seu adversário, Giuliano Pisapia, esquerdista convicto.

Para tão fervoroso apaixonado pelo poder como Berlusconi, intérprete da ditadura da maioria a enxergar na oposição parlamentar e na Justiça que cumpre seu papel democrático a derradeira manifestação do comunismo, votos são combustível indispensável. Desta vez a colheita encolheu bastante ao registrar derrotas que pareciam impossíveis, de sorte a justificar quem fala de novo na antecipação das eleições políticas.

Berlusconi empenhou-se a fundo na campanha, mas sua retórica, mesmo exposta por uma rede maciça de televisão, não teve o efeito habitual junto a quantos ao elegê-lo envergonharam a Itália não menos do que ele. É lógico supor que as últimas desastradas façanhas do casanova da política italiana pesaram na balança eleitoral. Berlusconi é exemplar perfeito de quem se lambuza no poder. Porta-se como um sultão e se exibe suas fraquezas não é somente por obra de uma forma de jactância infantil, mas também, e sobretudo, porque certo de que tudo a ele é permitido.

Há nuances entre um abuso de poder e outro. O caso Strauss-Kahn, ao menos segundo meus reflexivos botões, é bem diferente. Antes de mais nada, dizem eles, como figura proeminente da política e da economia, ao contrário de Berlusconi, Strauss-Kahn é competente, e muito, e cogita de interesses bem diversos daqueles buscados pelo premier italiano. Que sempre se tratou de um sedutor era sabido, mas seus últimos lances donjuanescos chegam a revelar um traço doentio. Antes de explorar as benesses do poder, ele é vítima de si mesmo, e vai pagar caro por isso.

De outra natureza ainda é o caso do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, de características tipicamente nativas, de uma sociedade do privilégio vocacionado para a predação. O ex-ministro da Fazenda milita em uma categoria que no Brasil apresenta dimensões e tonelagem excepcionais. Os botões, insistentes, me levam a recordar personagens que influenciaram a política econômica brasileira nas últimas décadas, e ficaram ricos, melhor, riquíssimos, depois de deixarem seus cargos. Estabelecidas sólidas cabeças de ponte dentro dos gabinetes governistas, venderam a peso de ouro conselhos abastecidos pela chamada inside information. O próprio Palocci incumbe-se de desfiar um rosário de nomes ilustres que o precederam neste gênero de atividade. Sustenta, impávido, a seguinte tese: se eles pecaram, por que não eu?

A despeito de comportamento tão desarmado, não faltam elementos de surpresa, a começar pelo fato de que este desabrido pessoal fala de centenas de milhões como se fossem bagatela em um país tão desigual quanto o nosso. Capaz, contudo, de incluir quatro ricaços na lista dos cem mais enquanto não há um sequer a representar vários países do chamado Primeiro Mundo. Mas Palocci é um ex-trotskista, militante de um partido que até hoje se pretende de esquerda. E não falta quem acredite…

O desfecho do presente enredo é até imprevisível, mesmo porque o instituto da impunidade continua em pleno vigor. Neste exato instante, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Cesar Peluso, se empenha em busca de um caminho para agilizar a Justiça brasileira.
É esforço louvável nesta nossa terra, onde os ricos não costumam correr o risco de ir para a cadeia e onde um criminoso comum como Cesare Battisti ainda espera pelo asilo político, concedido por um Estado disposto a assinar um Tratado de Extradição com a Itália sem confiar na Justiça deste país, e até a condená-la.

Aliás, o próprio Berlusconi a ataca sem quartel. Meus botões malignamente sugerem que talvez o premier italiano tenha alguma peculiar semelhança com variados esquerdistas brasileiros.

Fonte: http://www.cartacapital.com.br/category/politica

Mino Carta é diretor de redação de CartaCapital. Fundou as revistas Quatro Rodas, Veja e CartaCapital. Foi diretor de Redação das revistas Senhor e IstoÉ. Criou a Edição de Esportes do jornal O Estado de S. Paulo, criou e dirigiu o Jornal da Tarde. 
redacao@cartacapital.com.br

O futuro da HDTV – Super Hi-Vision

  
Olhe para a sua televisão. Você está satisfeito com ela? Pode ser que a resposta seja sim ou não. Mas diante desta televisão que conhecerão agora, muitas pessoas irão mudar de opinião.
Esta TV de 85 polegadas é o novo projeto da Sharp em parceria com a NHK, e apresenta ao mundo uma nova tecnologia chamada Super Hi-Vision, que oferece uma resolução bem maior do que as televisões mais potentes do mercado de hoje. Neste caso, esta foi feita com uma resolução de 7680 x 4320 pixels, com um total de 33MP, aproximadamente maior em torno de 16 vezes das HDTVs de hoje em dia.

O grande trunfo desta tecnologia também é o seu maior problema, pois a resolução é tão alta que vai acabar sendo limitada a televisões muito grandes, ou seja, você não vai ver uma televisão de 14 ou 20 polegadas com essa resolução.

Esta super HDTV não tem data prevista para ser produzida comercialmente, mas uma coisa é certa, se for mesmo lançada, vai custar muito caro. Hoje em dia as fabricantes estão investindo pesado na tecnologia 3D, mas mas quem sabe, este não seja o projeto a ser investido nos próximos anos? Se este for o caso, poderemos ter em breve periféricos como players Blu-Ray, videogames e computadores oferecendo suporte a essa resolução, além é claro das emissoras de TV.

Tenho certeza que muitos geeks e viciados em tecnologia estariam dispostos a pagar o preço que fosse por algo tão real.


Fonte: http://www.techtudo.com.br/

Duas pesquisas encontram gene ligado à depressão

Britânicos e americanos fazem descoberta simultânea

Cientistas acreditam ter descoberto a primeira evidência concreta de que a depressão pode ter causa genética. Trabalhando separadamente, equipes de pesquisadores da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos descobriram simultaneamente uma região do DNA do cromossomo 3 que possui genes relacionados à doença. Os dois estudos foram publicados no American Journal of Psychiatry.

A região do cromossomo que contém os genes ligados à depressão faz parte de uma área conhecida por abrigar o receptor metabotrópico de glutamato 7 (GRM7) – envolvido nos processos de plasticidade, neurodegeneração e neuroproteção. Os cientistas ainda não determinaram, entretanto, de que maneira a ação desses genes levaria ao desenvolvimento da depressão.

“É notável que os dois grupos chegaram à mesma conclusão em dois estudos distintos”, diz Pamela Madden, coordenadora da pesquisa americana. Para ambos, a descoberta pode evoluir para a pesquisa de novos tratamentos contra a depressão, uma vez que as drogas atuais são eficientes apenas para cerca de 50% dos pacientes.

A descoberta, no entanto, não deve trazer benefícios a curto prazo, já que o desenvolvimento de novas drogas costuma demorar entre dez e 15 anos. "Estamos apenas começando a entender os mecanismos da depressão e este é um passo importante para compreender o que acontece em nível genético”, diz Michele Pergadia, membro da equipe americana.

Estudos com famílias cujos membros apresentavam quadros depressivos já indicavam que o problema tem origem genética. Segundo cientistas, até 40% dos riscos de desenvolvimento do mal estão relacionados a essa causa. Os demais são provenientes de fatores externos.

Casos de depressão severa afetam cerca de 20% da população. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a depressão deverá ser uma das doenças com maior número de casos no mundo em 2020 – ao lado dos males cardiovasculares.

Fonte: http://veja.abril.com.br/saude/

Viagra pode ser eficiente no combate a esclerose múltipla

Droga protege e repara regiões neurais responsáveis pelas sinapses

O Viagra, droga usada para tratar a disfunção erétil, pode reduzir drasticamente os sintomas da esclerose múltipla. Em uma pesquisa conduzida em animais, e publicada no periódico Acta Neuropathologica, o medicamento proporcionou uma melhora significativa em 50% dos casos após oito dias de tratamento. Como a droga já é usada comercialmente, e bem tolerada por pacientes diagnosticados com esclerose múltipla e que estão em tratamento para a disfunção sexual, os cientistas esperam que os testes clínicos em humanos comecem em breve.

A esclerose múltipla é a doença inflamatória crônica do sistema nervoso central mais comum, além de ser a principal causa de incapacidade entre adultos. A doença é causada pela presença de múltiplos focos de desmielinização (perda de mielina, substância importante na comunicação entre os neurônios) e de neurodegeneração em diferentes áreas do sistema nervoso central. Ainda sem cura, possui tratamentos que são eficientes em reduzir e evitar a progressão dos sintomas.

Na pesquisa conduzida por Agustina García, do UAB Instituto de Biotecnologia e Biomedicina, na Espanha, foram analisados os efeitos do sildenafil (nome da substância ativa do Viagra) no tratamento de um tipo de esclerose múltipla em animais, que recebe o nome de encefalomieliete auto-imune experimental (EAE). Os cientistas demonstraram, então, que o tratamento diário com sildenafil após o início da doença foi eficiente para reduzir os sintomas clínicos, com uma recuperação completa em até 50% dos casos, após oito dias de tratamento.

O sildenafil, usado como vasodilatador no tratamento da disfunção erétil, tem ainda uma função neuroprotetora. Por isso, no combate aos sintomas da esclerose múltipla, a medicação foi eficiente na redução da infiltração de células inflamatórias dentro da massa branca da medula espinal. Assim, houve menores danos aos axônios (região do neurônio responsável pelo impulso nervoso) das células nervosas e um melhorina na reparação da mielina que já havia sido danificada.

Fonte: http://veja.abril.com.br/saude/

Arrecadação federal chega a 85,1 bilhões de reais em abril

Resultado superou as projeções dos analistas, que esperavam valor máximo de 84,4 bilhões de reais

A arrecadação de tributos federais bateu um recorde para o mês de abril e totalizou 85,155 bilhões de reais, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pela Receita Federal. O resultado superou as previsões dos analistas, que esperavam um saldo positivo entre 77 bilhões de reais e 84,4 bilhões de reais.

Na comparação com março, o aumento real, já descontada a inflação, das receitas foi de 19,05%. Em relação a abril de 2010, o crescimento real foi de 10,34%. No acumulado dos quatro primeiros meses de 2011, a arrecadação federal somou 311,349 bilhões de reais, o que indica uma alta real de 11,51% ante o mesmo período de 2010.

De acordo com o comunicado da Receita Federal, o resultado decorre “do desempenho dos principais indicadores macroeconômicos que influenciam a arrecadação dos tributos”, como produção industrial, vendas no varejo e o desempenho do setor de serviços. A Previdência Social também influenciou o resultado, ao recolher 21,4 bilhões de reais em receita em abril - uma alta de 11,75% em relação ao mês anterior. 

Fonte: http://veja.abril.com.br/economia/

Werner Herzog: “Trabalhei sem público durante anos”

O cineasta alemão veio a São Paulo para a abertura de uma mostra em sua homenagem e participou de uma conversa aberta ao público.

Um senhor alto, vestindo terno com risca de giz e sapatênis entra no auditório. Simpático, sorri, conta piadas, é gentil ao responder as perguntas do interlocutor. O idioma da conversa, o carrancudo alemão, não descaracteriza seu semblante do bem. Nem parece o diretor de filmes contundentes como Stroszek, visto pelo músico Ian Curtis, do Joy Divison, antes de cometer suicídio. A foto ao lado talvez tenha a ver um pouco mais com sua produção artística.

Werner Herzog, de 68 anos, veio a São Paulo na segunda-feira (16) e vai embora nesta terça. Na rápida passagem pela capital paulista – cuja vibração lembra Los Angeles para ele –, o cineasta foi ao Instituto Goethe para a abertura de uma mostra em sua homenagem, e nesta terça participa de um congresso sobre jornalismo cultural. A agenda apertada tem uma justificativa: o Goethe lançou uma coleção de 10 DVDs com 26 documentários de Herzog, em dez idiomas diferentes. O diretor trata este instituto alemão com carinho, uma vez que seus filmes nunca tiveram grande público. “Trabalhei sem público durante anos. Certa vez, fui a um debate sobre um filme meu e tinha sete pessoas!”, diz. O Goethe se encarregou de exibi-los mundo afora, mantendo-os vivos. O público que o diretor tem no Brasil, segundo ele, foi criado a partir do trabalho do instituto há pelo menos 40 anos.

A mostra Sou o que são meus filmes, exibirá até dia 21 de maio, 20 documentários de sua autoria e produzidos entre 1965 e 2005. Conhecido pelas obras ficcionais, como Aguirre - a Cólera dos Deuses, Nosferatu - o Fantasma da Noite e Fitzcarraldo, o lado documental de Herzog será exposto na mostra, o que não significa que se trate do “cinema verdade”. O diretor, aliás, é contra essa ideia de que documentário é 100% objetividade. “Quando eu coloco a câmera em algum lugar já é uma seleção”, afirma. Para ele, a objetividade não existe no cinema e seria errado tentar trabalhar com ela. “É uma bobagem. Nós, diretores, agimos”, diz, sobre a ideia de que alguns documentaristas defendem que eles devem se portar como meros observadores da realidade.

Para provar sua tese, ele cita Lições da Escuridão, de 1992, quando tropas iraquianas incendiaram campos de petróleo durante sua retirada do Kuwait. “O filme não menciona Saddam Hussein, não menciona o Kuwait e é quase uma ficção científica. Não parece que foi rodado em qualquer lugar da Terra”, afirma. A ideia é retratar o apocalipse por meio das imagens. No início do filme há uma frase que seria do físico, matemático e filósofo Blaise Pascal, com o objetivo de guiar o espectador para o que será exibido. A frase, no entanto, é do próprio Herzog – e ilustra sua luta contra a objetividade. “É inventado, mas não é falsificação. É uma possibilidade de um momento de iluminação antes do filme”, justifica. Seus documentários, portanto, miram na poesia das imagens, é uma nova relação entre filme e informação pura.  

Prova disso é o sucesso de seu último filme, que estreou há duas semanas nos Estados Unidos. Cave of Forgotten Dreams é todo especial por dois motivos. Primeiro porque é filmado em 3D, técnica muito criticada por Herzog: “funciona bem quando você faz coisas pirotécnicas, como Avatar. Mas não contribui em nada para o cinema”, diz, ácido. Além disso, o diretor não se sente bem ao assistir em 3D, sente desconforto visual, assim como esta repórter já havia escrito à época do lançamento do longa de James Cameron. Segundo porque foi gravado dentro das cavernas de Chauvet, no sul da França, onde há gravuras e pinturas de 32 mil anos – as mais antigas encontradas até hoje. As cavernas são fechadas e só pesquisadores podem visitá-la – Herzog foi o único a conseguir permissão para filmar lá dentro. A equipe de filmagem só podia caminhar sobre uma esteira de metal porque logo ao lado podia haver pegadas de um urso de 20 mil anos atrás. E também deveria ficar longe das paredes, já que pinturas poderiam ser destruídas com um ocasional esbarrão, e até mesmo com a luz. Por isso o filme é meio escuro. 

A ideia de filmar em 3D veio das características da caverna e das pinturas. “Havia nelas algo de dramático, há partes da rocha em queda. As pinturas exploram a curvatura da rocha”, diz. Isso reforça a ideia do ataque animal, segundo ele, e a imagem em 3D representaria isso bem aos mortais que jamais poderão ver essas obras ao vivo. A fórmula teve sucesso, e a crítica é só elogios ao filme. Mas ele não poderia terminar sem alguma dose fictícia. No caminho para as cavernas, Herzog passou por usinas nucleares e encontrou jacarés albinos – que, no filme, aparecem como “jacarés albinos mutantes radioativos”. A plateia, muito maior do que sete pessoas no auditório, gargalha.

O bom humor é uma constante na conversa, com o jornalista Eduardo Simões. O cineasta ri de si mesmo, e conta histórias engraçadas que aconteceram com ele e também misturaram realidade com ficção. Há, no YouTube, uma série de vídeos de pessoas falando em inglês com o sotaque característico de Herzog e atribuindo a ele esses vídeos. Tudo não passa de imitação. “Há uma dúzia de dublês e impostores (que imitam minha voz). Eu não tenho nada contra”, afirma. Se tem os que acreditam em mentira, há os que criam histórias mentirosas em cima da verdade. Certa vez, atiraram no diretor enquanto ele concedia entrevista à rede BBC. As imagens foram ao ar e não foram poucos os que disseram que aquilo era efeito especial. “Mas eu levei um tiro, que doeu durante um ano. Até hoje, quando rio muito, dói um pouco”, diz.

Aliás, tiro é uma coisa que Herzog indica para todos os homens. “Para homens, não tem coisa mais excitante do que levar um tiro que não teve sucesso (o de matar)”, diz. Essa é a diferença entre ser homem e mulher, segundo ele. Outras coisas que ele já fez e diz que todo ser provido de masculinidade deveria fazer também: “a nenhum homem faria mal passar um tempo na prisão, ser pai, comer um sapato por uma boa causa, fazer uma viagem a pé”. Sua vida foi, sem dúvida, cheia de causos interessantes, como o dia em que ele ficou com medo Papai Noel e correu para debaixo da cama. Na porta, viu um homem de terno marrom – mas que também podia ser um macacão – e acreditou ser Deus. Porque aquela era a imagem da bondade que ele imaginava para Deus. Depois descobriu se tratar de um funcionário de uma usina próxima à sua casa. Criativo desde menino.  

Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/

Ação da OAB sobre constitucionalidade da Ficha Limpa aguarda parecer da PGR

A Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) nº 30, ajuizada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para que o Supremo Tribunal Federal Corte declare a constitucionalidade da Lei Complementar nº 135/2010 – mais conhecida como “Lei da Ficha Limpa” – está aguardando o parecer da Procuradoria Geral da República (PGR). O relator no STF, ministro Luiz Fux, encaminhou a matéria para vista à PGR no último dia 10, conforme as informações obtidas no andamento processual da Corte.

Na ADC, o Conselho Federal da OAB requer a declaração do STF para sanar o que julga um quadro de insegurança jurídica, gerada pela “controvérsia remanescente” entre a posição daquela Corte e o entendimento manifestado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de que a lei se aplicaria às eleições de 2010 – o que não foi convalidado pelo STF – inclusive com referência às condenações anteriores. O STF terá de esclarecer como funcionará a Lei a partir das eleições de 2012.

“É de conhecimento público que o entendimento manifestado pelo Tribunal Superior Eleitoral – TSE não foi o seguido pela maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal, cujo julgamento ocorrido fixou o entendimento de que o art. 16 da Constituição Federal não autorizaria a aplicação imediata das alterações promovidas pela Lei Complementar n. 135/2010″, salienta a ADC proposta pelo Conselho Federal da OAB.

Fonte: http://www.oab.org.br/

Falta de mão de obra no País supera a média mundial

O Brasil está na terceira colocação no ranking dos países que mais têm dificuldade em encontrar profissionais qualificados para preencherem vagas disponíveis e supera a média mundial. A constatação é resultado de pesquisa divulgada ontem pela Manpower, empresa que atua na área de recursos humanos. Para o levantamento, foram entrevistados 40 mil empregadores em 39 países. O índice de empresários brasileiros que dizem não conseguir achar no mercado pessoas adequadas para o trabalho é de 57%.

Segundo a Manpower, o Brasil só perdeu para o Japão, com um índice de 80% de queixas dos empresários, e Índia, com 67%. “Mas o caso do Japão é por causa do envelhecimento da população. Já a Índia tem um problema parecido com o do Brasil, que é uma nação em crescimento sem profissionais qualificados. Mesmo assim, os indianos falam mais inglês do que os brasileiros”, comenta a executiva de recursos humanos da Manpower, Márcia Almström.

A média global de empresários que apresentaram queixas sobre a falta de novos talentos ficou em 34%, ou seja, um em cada três empregadores no mundo encontra barreiras para preencher as vagas abertas.

“Na comparação entre os países, os economicamente desenvolvidos têm menos dificuldades, pois já formaram esses profissionais e como não estão em crescimento, têm baixa demanda por novos talentos”, explica a executiva da Manpower.

Em comparação com a pesquisa feita em 2010, o Brasil passou do segundo para o terceiro lugar no ranking deste ano, quando foram entrevistados 876 empregadores no primeiro trimestre.

No entanto, Márcia não acredita que houve uma melhora na formação de profissionais brasileiros. “O resultado disso é consequência da piora na Índia, pois não vejo grandes mudanças na educação profissional do brasileiro”, avalia.

A pesquisa também detalha para quais funções os empresários têm mais dificuldade em encontrar pessoas qualificadas. Tanto em 2010 quanto agora, os profissionais de nível técnico ficaram no topo dos dez cargos mais difíceis de serem preenchidos.

“Por muito tempo o Brasil não privilegiou o ensino técnico e tecnólogo, mas sim o universitário, mas nem sempre de boa qualidade. Essa estagnação reflete neste momento que o País está em crescimento e precisa de gente qualificada para trabalhar”, diz Márcia.

Para o professor de economia da Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), Fábio Pereira de Andrade, houve uma desvalorização do ensino técnico por muitos anos no País. “Na época de baixo crescimento da economia não havia demanda por esse profissional. Agora não há nem escolas para formar pessoas capacitadas para atender ao mercado de trabalho”, analisa o docente.

No segundo lugar entre os profissionais mais requisitados estão os engenheiros, que sofreram a mesma depressão de formação e contratação do que os técnicos. “E por ser um curso caro, poucas universidades têm cursos de engenharia e não conseguem formar a quantidade necessária para atender o mercado”, diz Andrade.

Para a executiva da Manpower, o problema de escassez de mão de obra não deve ser superado tão cedo. “Até vejo movimentos de empresas, que já investem em universidades corporativas, e de escolas que querem ampliar suas vagas, mas também é preciso a participação do poder público para que em conjunto esse problema seja resolvido”, afirma. “Senão, vamos continuar importando profissionais de outros países”, completa.

Fonte: http://blogs.estadao.com.br/jt-seu-bolso/

Torcedor, prepare o bolso no Brasileirão

O santista Luiz Fernando de Palma estava revoltado quarta-feira no Pacaembu. “Paguei R$ 250 pelo ingresso e o estádio não tem banheiro. Isso é uma vergonha. E ainda querem fazer a Copa no Brasil…” Ele comprou o bilhete para o setor mais caro, mas as filas nos banheiros químicos inviabilizaram qualquer tentativa de esvaziar a bexiga no intervalo. Esta é a realidade brasileira: ingressos cada vez mais caros, e estádios cada vez mais precários. O caso do Pacaembu não é isolado. Em todos os lugares os torcedores encontram péssimas condições e pagam preços exorbitantes para acompanhar um esporte tão popular.

O próprio IBGE já havia mostrado como ver futebol ao vivo ficou muito mais caro. De 2004 para cá, enquanto a inflação oficial (IPCA) foi de 47,97%, os ingressos para jogo de futebol aumentaram 152,06%. Como a CBF não define um preço mínimo, segundo o próprio regulamento da competição, cada clube cobra quanto acha que deve.

“Houve um aumento exorbitante dos ingressos nos últimos cinco anos. No Rio a arquibancada passou de R$ 15 para R$ 30 em um ano e depois foi para R$ 40. Nas finais do Estadual, custava R$ 60. Isso é um preço que só as classes A e B podem pagar. Eu mesmo deixei de ir à final porque gastaria R$ 120 com o meu ingresso e do meu filho. É a primeira vez que deixo de ir a um jogo do Flamengo por causa do preço dos ingressos”, conta Marcos Alvito, professor universitário e da diretoria da Associação Nacional dos Torcedores.

Em todas as regiões houve um aumento grande no preço dos ingressos. No último Brasileirão, o Corinthians teve o maior preço médio, com R$ 32,77. Um pouco abaixo do que foi cobrado pelo Palmeiras em 2009: R$ 35,31, o recorde até agora. Já o Flu aproveitou sua arrancada vitoriosa ano passado para encher os cofres: uma média de R$ 25,32, mais do que o dobro do que havia sido cobrado pelo clube no ano anterior. Até o Bahia, que costuma encher o estádio em suas partidas, se aproveitou da boa fase ano passado para aumentar os ingressos. Nos últimos sete anos, a variação foi de 211%.

Mário Celso Petraglia, ex-presidente do Atlético-PR, foi responsável pelas mudanças no clube bem antes de este processo se iniciar no Brasil. “Paguei um preço alto pelo pioneirismo. Melhoramos a qualidade da Arena da Baixada a partir de 99, e entendemos naquele momento que os preços teriam de ser equivalentes a essa melhoria. Inicialmente foi a R$ 30, houve reclamação geral, torcedores foram para o Procon e acabamos dando uma recuada.” Mas hoje o clube achou um equilíbrio, principalmente pela grande quantidade de sócios que possui (22 mil). Assim, o preço do ingresso é mais baixo do que o cobrado por outros clubes.

O caso do Figueirense é semelhante. O clube tem entre os 20 times da primeira divisão o ingresso mais barato. Tem 13 mil sócios, e um estádio com capacidade de 19,5 mil torcedores. Renan Dal Zotto, diretor de marketing do Figueira, orgulha-se do fato. “Nossa média do Estadual foi a maior do campeonato, com quase 10 mil pessoas por partida. Queremos sempre ter a casa cheia. Acho que é preciso ter um bom espetáculo, mas o preço tem de ser condizente e razoável. Não queremos, em um momento de dificuldade, ter de baixar o preço para atrair público.”

O número de vendas do pacote de pay-per-view, que possibilita assistir a todas as partidas do Brasileirão ao vivo, cresce a cada ano. Quase um milhão de torcedores já fez a assinatura (eram 993 mil até o fim de abril), ao valor mínimo de R$ 58,20 por mês. Em 2008, o preço era R$ 48,80. Mesmo com o aumento de 19% no período, as assinaturas não param de aumentar.

Para Marcos Alvito, os preços mais caros de ingressos nos estádios servem para afugentar os torcedores para o sofá de casa. “Até 2014 ocorrerá uma verdadeira expulsão dos estádios dos membros das camadas mais humildes, exatamente o grupo que forneceu os maiores jogadores para o nosso futebol. A eles restará apenas assistir ao futebol pela televisão.”

Mário Celso Petraglia acha que a situação se encaminha mesmo para um ingresso mais caro. “O caminho é o preço do espetáculo ao vivo ser bem mais caro que o do pacote de televisão após a Copa do Mundo de 2014.”

Veja os gráficos detalhados do aumento dos ingressos em cada clube:



Fonte: http://blogs.estadao.com.br/jt-esportes/

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Astrônomos descobrem planetas sem estrelas

  Os planetas solitários são corpos celestes escuros, flutuando sozinhos no espaço, fora da órbita de qualquer estrela.[Imagem: NASA/JPL-Caltech]

Astrônomos anunciaram a descoberta de uma nova classe de planetas - planetas solitários, sem estrelas.

São corpos celestes escuros, com massa semelhante à de Júpiter, flutuando sozinhos no espaço, fora da órbita de qualquer estrela.

Os cientistas acreditam que o mais provável é que esses planetas órfãos tenham se formado em torno de estrelas e, mais tarde, sido expulsos de seu sistema planetário por alguma conjunção de forças gravitacionais.

A descoberta resultou da análise dos dados coletados durante uma série de observações do bojo central da Via Láctea, realizadas entre 2006 e 2007 por um grupo de astrônomos do Japão e da Nova Zelândia.

A análise fornece indícios do que parecem ser 10 "planetas flutuando livremente", em locais distintos, todos aproximadamente do tamanho de Júpiter - o equipamento usado na pesquisa não é preciso o suficiente para localizar planetas menores.

"Nossos resultados sugerem que os sistemas planetários frequentemente tornam-se instáveis, com os planetas sendo expulsos de seus locais de nascimento ao passarem perto demais de outros planetas," explica David Bennett, um dos membros da equipe.

A descoberta não apenas confirma que existem planetas flutuando isoladamente no espaço, mas também indica que eles são bastante comuns - como detectá-los é muito difícil, o fato de um único rastreio ter localizado 10 deles indica que deve haver muitos mais não detectados.

Segundo os astrônomos, essa população inesperadamente grande também descarta a ideia de que os planetas livres formem-se isoladamente, e não ao redor de estrelas - se esse fosse o caso, deveria haver muito menos deles.

A equipe estima que pode haver duas vezes mais planetas isolados do que estrelas, o que equivale a dizer que os planetas sem estrelas podem ser tão comuns quanto os planetas ao redor de estrelas.

"Nossa pesquisa é como um censo da população - nós amostramos uma parte da galáxia e, com base nesses dados, pode-se estimar o número total da galáxia," explica Bennett.

"A pesquisa não é sensível a planetas solitários com massa menor do que Júpiter ou Saturno, mas as teorias sugerem que planetas de menor massa, como a Terra, devem ser expulsos de suas estrelas com mais frequência, sendo assim, mais comuns do que os gigantes gasosos isolados," completou ele.

A NASA tem planos de enviar ao espaço um novo observatório - o WFIRST (Wide-Field Infrared Survey Telescope) - que usará o método de microlentes, capaz de fazer estimativas mais precisas de quantos planetas solitários há na Via Láctea.

Com a vantagem de que esse futuro telescópio terá a capacidade para detectar planetas solitários do tamanho da Terra.

Bibliografia:

Unbound or distant planetary mass population detected by gravitational microlensing

The Microlensing Observations in Astrophysics (MOA) Collaboration, The Optical Gravitational Lensing Experiment (OGLE) Collaboration
Nature
18 May 2011
Vol.: 473, pp. 349-352
DOI: 10.1038/nature10092

Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br/

Identificado carbono primordial que deu origem à vida

Sem esse tipo específico de núcleo de carbono, que se origina no núcleo das estrelas, a vida como a conhecemos não teria sido possível - e, eventualmente, nem mesmo o Universo como o conhecemos. [Imagem: NASA/ESA/STScI/AURA]








Praticamente todos os elementos químicos mais pesados do que o hélio exigem as condições extremas encontradas no interior das estrelas para se formarem.

No caso do carbono - um elemento fundamental para a vida na Terra - é necessário que seu núcleo passe por um certo estado intermediário especial, para que ele possa se formar no interior das estrelas,

Esse estado - chamado estado de Hoyle - é uma forma do núcleo de carbono rica em energia, uma espécie de passo intermediário entre o núcleo de hélio e o núcleo de carbono, muito mais pesado.

O problema é que os cientistas vinham tentando calcular o estado de Hoyle há quase de 60 anos, sem sucesso.

Se o estado de Hoyle não existisse, as estrelas poderiam gerar apenas quantidades muito pequenas não apenas do carbono, mas também de outros elementos mais pesados, como oxigênio, nitrogênio e ferro.

Ou seja, sem esse passo intermediário, o Universo não seria mais do que uma massa gasosa ou gelatinosa, com muito poucos elementos pesados.

Sem esse tipo específico de núcleo de carbono, a vida como a conhecemos não teria sido possível - e, eventualmente, nem mesmo o Universo como o conhecemos.

Mas a vida e o Universo existem, com todos os elementos pesados - logo, a peça que faltava ao quebra-cabeças deveria estar em algum lugar.
O processo de formação do carbono no interior das estrelas é chamado processo triplo alfa: duas partículas alfa, que são núcleos de hélio, reagem para formar o berílio-8, que, por sua vez, reage com uma terceira partícula alfa para formar o carbono-12.

Esse, contudo, não é o carbono-12 que conhecemos hoje, mas um estado especial de alta energia, ou estado de Hoyle.

             O processo de formação do carbono no interior das estrelas é chamado processo triplo alfa. [Imagem: CSIRO]
 
O estado de Hoyle não é exatamente um átomo, mas um estado de ressonância, o que significa que ele não pode ser localizado espacialmente e tem uma meia vida finita, determinada pela energia que falta para o limite de emissão da partícula.

Apenas 1 em cada 2.500 estados de ressonância vão de fato decair e gerar um carbono-12 estável, como o conhecemos.

Fred Hoyle previu o estado de ressonância em 1954 e, para sorte da vida, e eventualmente de todo o Universo, alguns anos depois experimentalistas comprovaram sua existência.

Mas, até agora, ninguém havia conseguido entender exatamente o estado de ressonância e descrevê-lo matematicamente.

"Mas agora, nós conseguimos," comemora o Dr. Ulf-G. Meibner, da Universidade de Bonn, na Alemanha. "As tentativas de calcular o estado de Hoyle têm fracassado desde 1954."

Imagine o estado de Hoyle como uma estrada única que interliga dois vales separados por uma cadeia de montanhas. No primeiro vale, todos os caminhos levam a essa única estrada - sem ela, não dá para chegar ao próximo vale.

No primeiro vale, tudo o que se dispõe é de três núcleos de hélio. Eles devem se dirigir para a passagem e, do outro lado, deve emergir o muito mais pesado átomo de carbono.

O problema é como esses três núcleos fracamente ligados - praticamente uma "nuvem" de núcleos de hélio - se condensam no átomo de carbono.

            O problema era calcular como três núcleos fracamente ligados - praticamente uma "nuvem" de núcleos de hélio - se condensam no átomo de carbono. [Imagem: Chernykh et al.]

"Isto é como se você quisesse analisar um sinal de rádio, onde um transmissor principal e vários transmissores escravos estivessem interferindo uns com os outros", ilustra o Dr. Evgeny Epelbaum, coautor da pesquisa.

O transmissor principal é o núcleo estável de carbono a partir do qual a vida se estruturou.

"Mas estamos interessados em um núcleo de carbono instável e cheio de energia, por isso temos de separar o sinal mais fraco do transmissor de rádio daquele sinal mais forte dominante, por meio de um filtro de ruído," explica Epelbaum.

Segundo os pesquisadores, esses cálculos vinham fracassando porque não se estava adotando uma precisão suficiente paras as forças atuando entre os diversos núcleos - é o que os cientistas chamam de cálculos de primeiros princípios, que partem das forças mais fundamentais da natureza para simular a evolução, neste caso, dos átomos de carbono.

Depois de uma semana ininterrupta de uso de um supercomputador, os cientistas obtiveram resultados que coincidem tão bem com os dados experimentais que eles acreditam ter de fato calculado o estado de Hoyle.

"Agora nós podemos analisar esta forma essencial do núcleo de carbono em cada detalhe," diz o Dr. Meibner. "Nós iremos determinar seu tamanho e sua estrutura. E isso também significa que agora poderemos analisar em detalhes toda a cadeia de formação dos elementos químicos."

Durante décadas, o estado de Hoyle foi o melhor exemplo para a teoria de que as constantes fundamentais da natureza devem ter precisamente os seus valores verificados experimentalmente, e não quaisquer outros, pois, caso contrário, não estaríamos aqui para observar o Universo - este é o chamado princípio antrópico.

"Para o estado de Hoyle, isso significa que ele deve ter exatamente a quantidade de energia que ele tem, ou então nós não existiríamos", afirma o Dr. Meibner. "Agora nós podemos calcular se, em um mundo diferente, com outros parâmetros, o estado de Hoyle teria de fato uma energia diferente quando comparado com a massa de três núcleos de hélio."

Se isto se confirmar, os cálculos validariam o princípio antrópico.

Bibliografia:

Ab initio calculation of the Hoyle state
Evgeny Epelbaum, Hermann Krebs, Dean Lee, Ulf-G. Meibner
Physical Review Letters
09 May 2011
Vol.: 106, 192501 (2011)
DOI: 10.1103/PhysRevLett.106.192501


Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br/

terça-feira, 17 de maio de 2011

Brasil e outros cinco emergentes redefinirão economia global, diz Banco Mundial




Segundo relatório, países emergentes vão crescer em média 4,7% até 2025.

O Brasil está incluído em um grupo de seis economias emergentes que, segundo o Banco Mundial, irão redefinir a estrutura econômica global no futuro próximo.

De acordo com um relatório lançado nesta terça-feira, em Washington, até 2025 as economias do Brasil, China, Índia, Rússia, Indonésia e Coreia do Sul vão responder por mais da metade do crescimento global.

"À medida que o poder econômico muda, essas economias bem-sucedidas vão ajudar a conduzir o crescimento em países de baixa renda por meio de transações comerciais e financeiras transfronteiriças", diz o documento.

Segundo o relatório Global Development Horizons 2011 - Multipolarity: The New Global Economy ('Horizontes do Desenvolvimento Mundial 2011 - Multipolaridade: a Nova Economia Mundial', em tradução livre), os emergentes vão crescer em média 4,7% até 2025.

Os países avançados, apesar de continuarem a ter um peso importante na economia global, deverão crescer em média apenas 2,3% no mesmo período.

"A rápida ascensão de economias emergentes conduziu uma mudança pela qual agora os centros de crescimento econômico estão distribuídos entre as economias desenvolvidas e em desenvolvimento", disse o economista-chefe e vice-presidente para Economia do Desenvolvimento do banco, Justin Yifu Lin.

"Estamos em um mundo realmente multipolar", afirmou.

Para se consolidar como polo de crescimento, no entanto, o Brasil precisa enfrentar desafios, como melhorar o acesso à educação.

"O capital humano é uma preocupação em alguns polos potenciais de crescimento, particularmente o Brasil, a Índia e a Indonésia", diz o relatório.

"Reduzir lacunas educacionais e garantir acesso à educação é central", afirma o Banco Mundial.

Segundo o banco, essas medidas poderiam estimular a adaptação tecnológica doméstica, capacidade de inovação e geração de conhecimento.

De acordo com o relatório, as mudanças no balanço de poder econômico e financeiro terão reflexos em setores como os mercados de investimentos, fusões e aquisições.

"As multinacionais dos mercados emergentes estão se tornando uma força na reconfiguração da indústria global, com rápida expansão dos investimentos Sul-Sul e fluxos de investimentos estrangeiros diretos", disse Lin.

"As instituições financeiras internacionais terão de se adaptar rapidamente."

Segundo o documento, a participação e a influência crescentes de empresas originárias de mercados emergentes nas finanças e nos investimentos globais podem levar à criação de um marco multilateral para regular os investimentos transfronteiriços.

O Banco Mundial projeta ainda que, até 2025, o sistema monetário internacional não será mais dominado por uma única moeda.

"Ao longo da próxima década, o tamanho da China e a rápida globalização de suas corporações e bancos deverão significar um papel mais importante para o yuan (a moeda chinesa)", disse o principal autor do relatório, Mansoor Dailami.

"O mais provável é que em 2025 o panorama monetário internacional se caracterize pela presença de múltiplas moedas, com predomínio do dólar, do euro e do yuan", afirmou.

Segundo o Banco Mundial, a maioria dos países em desenvolvimento seguirá usando moedas estrangeiras em suas transações com o resto do mundo.

Fonte: Da BBC