quarta-feira, 25 de outubro de 2017

A maioria dos cânceres da pandemia mundial são evitáveis: veja como

A Organização Mundial de Saúde já soou o alarme: o câncer está se tornando rapidamente uma pandemia global. No seu relatório World Cancer, a agência da ONU observa que a doença provoca uma em cada oito mortes no mundo. Estima-se que 14 milhões de pessoas foram diagnosticadas com câncer em 2012, e até 2032 esse número deve crescer ainda mais, chegando aos 22 milhões.
Os cânceres mais comumente diagnosticados em todo o mundo são o de pulmão, mama e cólon. Também em escala global, os que mais matam são de pulmão, fígado e estômago. Em certas áreas da África e da Ásia, o câncer cervical é a principal causa de morte em mulheres.
O envelhecimento e crescimento da população mundial estão no centro da razão do aumento no número de casos de câncer, bem como a disseminação de fatores de risco em países de baixa e média renda. Estes incluem o uso de tabaco, obesidade, falta de atividade física e má alimentação – que, no relatório, caracterizam “um estilo de vida industrializado”, causando aproximadamente metade das mortes por câncer nos Estados Unidos e Europa Ocidental.
Ao mesmo tempo, as taxas de morte por câncer diminuíram em cerca de 20% ao longo dos últimos 20 anos nos Estados Unidos e Europa Ocidental. Isto se deve, em grande parte, a campanhas de prevenção, especialmente à diminuição do tabagismo. O uso desta substância em países com menor renda faz o contrário: que as taxas de mortalidade por câncer aumentem. Outros hábitos que causam câncer comuns no Ocidente, como dietas nutricionalmente pobres e de alto teor calórico que promovem a obesidade, também estão aumentando em lugares com menos renda.
Esses países também têm infraestruturas inadequadas de médicos e saúde pública. Nos países economicamente em desenvolvimento, os cânceres são frequentemente diagnosticados numa fase tardia, quando eliminar a doença não é mais possível. Muitas vezes, as pessoas sofrem por causa de cuidados paliativos ruins. Narcóticos não estão disponíveis para tratamento da condição em mais vinte países, e são difíceis de obter em muitos outros.
O relatório ainda salienta que as organizações internacionais governamentais e não governamentais precisam focar em atividades de prevenção do câncer em países de renda baixa e média. Além disso, esforços de prevenção precisam ser re-enfatizados em países desenvolvidos, como os Estados Unidos.

Como prevenir

O câncer não tem de ser inevitável. Há muito que você pode fazer para reduzir o risco que você corre:
  • Não use produtos de tabaco: Se você fuma, pare. Nunca é tarde demais para parar. Benefícios para a saúde podem ser vistos tão cedo quanto 24 horas após o último cigarro.
  • Fique em equilíbrio: Evite o excesso de ganho de peso em todas as idades. Para aqueles que estão com sobrepeso ou obesos, emagrecer, nem que seja só um pouco, tem benefícios para a saúde e é um bom lugar para começar. Limitar a ingestão de bebidas e alimentos altamente calóricos é uma das chaves para ajudar a manter um peso saudável, assim como ter uma dieta saudável, com ênfase em alimentos de origem vegetal e cuidar das quantidades ingeridas. Também limite as carnes vermelha e processada. Coma, pelo menos, 2,5 xícaras de frutas e legumes todos os dias. Escolha cereais integrais em vez de produtos de grãos refinados. Por fim, se você beber álcool, não abuse. No caso das mulheres, não é recomendável ultrapassar um drinque por dia; para os homens, o limite é de dois.
  • Faça atividade física regularmente: Os adultos devem se dedicar a pelo menos 150 minutos de exercícios de intensidade moderada ou 75 minutos de exercícios vigorosos por semana. As duas modalidades podem ser combinadas e o ideal é que as atividades físicas estejam distribuídas ao longo da semana. Já crianças e adolescentes precisam de ao menos uma hora de atividade de intensidade moderada ou vigorosa por dia, sendo que a atividade vigorosa deve estar presente em no mínimo três dias por semana. Evite o comportamento sedentário, como ficar sentado, deitado, assistindo TV ou outras formas de entretenimento que não requeiram que você se movimente.
  • Vacine-se: Várias das principais causas de câncer são causadas por infecções que podem ser controladas através de vacinação. A vacina contra a hepatite B é agora uma vacina padrão para crianças nos Estados Unidos e na Europa, os adultos que não foram vacinados deve considerar fazê-lo. No Brasil, pessoas com até 49 anos ou pertencentes ao grupo de risco, como manicures, doadores de sangue, prostitutas, trabalhadores da saúde, gestantes, podem receber a vacina gratuitamente pelo SUS. Já a vacina do papilomavírus humano (HPV) é comumente dada às meninas, preferencialmente antes do início da vida sexual, e previne a infecção com o vírus que causa a maioria dos cânceres cervicais. Há evidências crescentes de que ela também poderia prevenir alguns tipos de câncer de cabeça e pescoço, e alguns especialistas recomendam que meninos sejam vacinados também. A partir de março de 2014, meninas de 11 a 13 anos de idade passam a receber gratuitamente a vacina no Brasil e até 2016 a faixa etária será expandida para atendê-las a partir dos 9 anos.
  • Evite a exposição solar desnecessária: Use camisas de mangas compridas, calças compridas e chapéus de abas largas quando possível, e não esqueça do protetor solar quando a exposição ao sol é absolutamente necessária. Isto irá reduzir o seu risco de melanoma e outros tipos de câncer de pele.
Fontes: http://edition.cnn.com/health/
             http://www.aids.gov.br/

Pegadas humanas de 900 mil anos são encontradas

Em um descoberta rara e incrível, cientistas encontraram as primeiras evidências de pegadas humanas fora da África na costa de Norfolk, no leste da Inglaterra.
Elas são a mais antiga prova direta dos primeiros seres humanos conhecidos no norte da Europa. “A descoberta vai reescrever a nossa compreensão da ocupação humana no início da Grã-Bretanha e também da Europa”, explicou o Dr. Nick Ashton, do British Museum (Museu Britânico).
As pegadas possuem mais de 800.000 anos de idade, provavelmente 900.000, e foram encontradas nas margens do oceano em Happisburgh. As 49 marcas em uma rocha sedimentar macia foram identificadas pela primeira vez em maio do ano passado, durante uma maré baixa.
O mar agitado da região corroeu a praia e revelou uma série de depressões alongadas. Por conta da atividade intensa da maré, as marcas logo desapareceram, não muito tempo depois de terem sido encontradas. Mas, felizmente, uma equipe de pesquisa foi capaz de capturá-las em vídeos e imagens antes que elas fossem lavadas pela maré.
Os cientistas fizeram varreduras em 3D das pegadas durante duas semanas. Uma análise detalhada das imagens feita pela Dra. Isabelle De Groote, da Universidade Liverpool John Moores, confirmou que as cavidades eram de fato pegadas humanas, possivelmente de cinco pessoas, incluindo um homem adulto e algumas crianças.
Foi possível identificar o calcanhar e até mesmo os dedos em algumas das marcas, sendo que a maior pegada seria de um tamanho de sapato 40 no Brasil.
“Esta parece ter sido feita por um homem adulto com cerca de 1,75 metros de altura, e a menor parece de alguém com um metro. As outras pegadas poderiam vir de jovens do sexo masculino ou de mulheres. Elas parecem ser um grupo familiar movendo-se junto”, afirma a Dra. De Groote.
As pegadas estavam bastante próximas umas das outras, por isso os especialistas pensam que os humanos estavam andando, em vez de correndo.
A partir da análise das impressões, os pesquisadores acreditam que o grupo provavelmente estava indo em direção ao sul. Na época, a Grã-Bretanha estava ligada à Europa continental por terra e Happisburgh estava situada nas margens de um vasto estuário a vários quilômetros da costa.
O estuário teria proporcionado uma rica variedade de plantas, algas, crustáceos e moluscos. Fósseis de mamute, uma espécie extinta de cavalo e formas primitivas de ratazanas também foram encontrados em Happisburgh. Os primeiros seres humanos também poderiam ter caçado ou cultivado rebanhos pela sua carne.
Conforme mais partes do litoral são erodidas, os cientistas esperam que mais pegadas sejam descobertas na região e possam nos dar uma noção maior de quem foram aqueles humanos.

História antiga

Ancestrais humanos primitivos começaram a aparecer na África há cerca de 4,4 milhões de anos e só deixaram o continente cerca de 1,8 milhões de anos atrás. Cientistas não creem que eles chegaram à Europa até cerca de 1 milhão de anos atrás.
Espécies extintas, como os Neandertais, apareceram pela primeira vez entre 400.000 e 600.000 anos atrás, enquanto os seres humanos modernos – Homo sapiens – começaram a emergir da África cerca de 125.000 anos atrás, mas não chegaram na Europa até cerca de 40.000 anos atrás.
As pegadas recém-descobertas podem ter pertencido a uma espécie conhecida como Homo antecessor – um hominídeo extinto que pode ter tido um ancestral comum com ambos seres humanos modernos e Neandertais, embora tais teorias ainda sejam altamente controversas.
O antropólogo do Museu de História Natural de Londres Chris Stringer, que trabalhou na equipe que analisou as marcas, disse: “Os seres humanos que fizeram as pegadas em Happisburgh podem muito bem ter sido relacionados a povos semelhantes da antiguidade que viviam em Atapuerca, na Espanha, atribuídos às espécies Homo antecessor”.
Segundo o estudioso, essas pessoas tinham uma altura semelhante a nós e eram plenamente bípedes. Elas parecem ter se extinguido na Europa cerca de 600 mil anos atrás, e foram talvez substituídas pela espécieHomo heidelbergensis, que viveu no Reino Unido 500 mil anos atrás.
Esses seres humanos evoluíram para Neandertais cerca de 400.000 anos atrás. Os Neandertais, por sua vez, viveram na Grã-Bretanha de forma intermitente até cerca de 40.000 anos atrás, momento que coincidiu com a chegada de nossa espécie, Homo sapiens.

O futuro pode reservar mais

Descobertas como essa são muito raras. As pegadas de Happisburgh são as únicas desta época na Europa, e existem apenas três outros conjuntos de pegadas mais velhas no mundo, todos os quais estão na África – um conjunto é de 3,5 milhões de anos e fica na Tanzânia, e outro de 1,5 milhões de anos está localizado no Quênia.
“Esta descoberta nos dá provas ainda mais concretas de que havia pessoas [na Europa há quase um milhão de anos]”, disse Nick Ashton à BBC News. “E, se continuarmos procurando, vamos encontrar ainda mais evidência deles, espero que até mesmo fósseis humanos. Isso seria o meu sonho”. 
Fontes: http://www.bbc.co.uk/
            http://www.telegraph.co.uk/science/

Quanta coisa existe em um ano-luz?

“Ano-luz” é a maior medida de distância, que costumamos usar ao lidar com lugares realmente longes, como planetas e estrelas.
Imagine o quanto esta distância significa. Mesmo que o nome seja um pouco confuso, você provavelmente já sabe que um ano-luz é a distância que a luz percorre em um ano inteiro. Agora monte mentalmente um cubo com esta distância em cada um dos quatro lados. Quanto de “material” existe na figura geométrica? E, por outro lado, quão vazia ela seria? Tudo depende de onde você colocar o seu cubo imaginário gigantesco.
O simples fato de mentalizar este cubo, com um ano-luz de comprimento em cada, já é uma tarefa um tanto complicada para nossos limitados cérebros. Lembre-se: a luz possui uma velocidade de quase 300.000 quilômetros por segundo. Em um ano, são aproximadamente 10 trilhões de quilômetros. 365 dias viajando na velocidade da luz vai te levar para bem longe de casa.
Mas vamos adiante. A questão de quanta “coisa” existe neste cubo gigantesco também passa pela oposição ao quanto de “vazio” existe nele. Ou seja, além de estarmos à procura de seu conteúdo, também estamos interessados na quantidade de “nada” que existe lá dentro. E uma resposta definitiva só pode ser dada ao estabelecer um local para estudarmos o conteúdo do cubo.
Para ajudar na visualização da questão, assista ao vídeo abaixo. Para ativar as legendas automáticas com tradução, basta clicar no primeiro botão da esquerda para a direita no canto direito do vídeo, selecionar “ativo” e depois escolher o português. As legendas na nossa língua estão relativamente boas.

Tomemos como cenário para nosso experimento o núcleo de uma galáxia e encontraremos estrelas por todo o lugar. Quem sabe possamos nos posicionar no coração de um aglomerado globular? Ou em uma nuvem de estrelas? Também poderíamos inserir nosso cubo nos subúrbios da Via Láctea. Há, ainda, grandes espaços vazios que existem entre galáxias, onde não há quase nada.
Agora vamos à matemática louca presente neste exercício de imaginação. Primeiro, vamos descobrir a densidade média da Via Láctea, que possui cerca de 100 mil anos-luz de diâmetro e mil anos-luz de espessura. O volume total da Via Láctea é de cerca de 8 trilhões de anos-luz cúbicos. E a massa total da Via Láctea chega a incríveis 6 x 10 elevado à potência de 42 quilogramas.
Fazendo todas estas contas cheias de algarismos, você terá uma densidade de 8 x 10 elevado à potência de 29 quilos por ano-luz. Ou seja, um 8 seguido de 29 zeros. Parece muita coisa – e realmente é.
Na realidade, este valor corresponde a cerca de 40% da massa do sol. Em outras palavras, em média, em toda a Via Láctea, há cerca de 40% da massa do sol em cada ano-luz cúbico. Porém, em um metro cúbico médio, existe apenas cerca de 950 atogramas (unidade de medida que representa um quintilhonésimo [bilionésimo do bilionésimo] do grama, ou seja, 10 elevado a -18 gramas) – o que é bastante próximo a nada. A efeito de comparação, o ar – a nossa referência de “quase nada” – tem mais de um quilo de massa por metro cúbico.
Nas regiões mais densas da Via Láctea, como dentro de aglomerados globulares, é possível observar estrelas com densidade 100 ou até mil vezes maior do que a nossa região da galáxia. As estrelas podem ficar tão próximas entre si quanto o raio do sistema solar.
Entretanto, a história é diferente nas grandes regiões interestelares, onde a densidade cai significativamente. Há apenas algumas centenas de átomos individuais por metro cúbico no espaço entre estrelas. E nos vazios intergalácticos, a situação é ainda mais extrema: há apenas um punhado de átomos por metro.
Respondendo à pergunta do título… Quanta coisa existe em um ano-luz? Bem, como vimos, tudo depende do local que você escolhe para analisar. Mas se você pudesse espalhar toda a matéria que existe no universo, chacoalhando-o como se fosse um globo de neve, a resposta seria: praticamente nada.
Fonte: http://io9.com/

Encontrado colossal “rio” de hidrogênio correndo pelo espaço

Usando o telescópio Robert C. Byrd Green Bank Telescope (GBT), da Fundação Nacional de Ciência dos EUA, o astrônomo D. J. Pisano da Universidade de West Virginia descobriu o que poderia ser um “rio” de hidrogênio nunca antes visto.
Este filamento muito tênue de gás flui no espaço para a galáxia próxima NGC 6946, e pode ajudar a explicar como certas galáxias espirais possuem um ritmo constante de formação de estrelas.
“Sabíamos que o combustível para a formação de estrelas tinha que vir de algum lugar. No entanto, só havíamos detectado cerca de 10% do que seria necessário para explicar o que observamos em muitas galáxias”, explicou Pisano. “A principal teoria era de que os rios de hidrogênio – conhecidos como fluxos frios – podiam transportar hidrogênio através do espaço intergaláctico, clandestinamente alimentando a formação de estrelas. Esse tênue hidrogênio tinha sido simplesmente demasiado difuso para se detectar, até agora”.
As galáxias espirais como a nossa Via Láctea normalmente mantêm um ritmo bastante tranquilo e constante de formação de estrelas. Outras, como a NGC 6946, localizada a aproximadamente 22 milhões de anos-luz da Terra, na fronteira das constelações de Cefeu e do Cisne, são muito mais ativas, embora menos do que galáxias de explosões estelares mais extremas.
Isso levanta a questão do que está alimentando a formação de estrelas em NGC 6946 e galáxias espirais similares.
Estudos anteriores da vizinhança galáctica em torno NGC 6946 com o telescópio de rádio Westerbork Synthesis (WSRT), nos Países Baixos, revelaram uma auréola prolongada de hidrogênio. Essa característica é comum em galáxias espirais. A auréola pode ser formada por hidrogênio ejetado do disco da galáxia pela intensa formação de estrelas e explosões de supernovas.
Um fluxo frio, no entanto, seria formado por hidrogênio vindo de uma fonte completamente diferente: gás do espaço intergaláctico que nunca foi aquecido a temperaturas extremas por processos de nascimento ou morte de estrelas em uma galáxia.
Usando o GBT, um telescópio muito mais sensível, Pisano foi capaz de detectar o brilho emitido pelo gás hidrogênio que conecta NGC 6946 a seus vizinhos cósmicos.
Astrônomos teorizam há muito tempo que galáxias maiores poderiam receber um fluxo constante de hidrogênio frio ao puxarem o gás de outras companheiras menos maciças.
Ao olhar para NGC 6946, o GBT detectou exatamente o tipo de estrutura filamentar que estaria presente em um fluxo frio, embora haja outra explicação provável para o que foi observado.
Também é possível que, em algum momento no passado, esta galáxia teve um encontro próximo e passou por seus vizinhos, deixando uma “fita” de hidrogênio atômico neutro em seu rastro. Se for esse o caso, no entanto, deve haver uma população pequena, mas perceptível de estrelas nos filamentos.
Mais estudos ajudarão a confirmar a natureza desta observação, e o possível papel que os fluxos frios desempenham na evolução das galáxias. 
Fonte: http://www.sciencedaily.com/

Cientistas descobrem nova classe de estrelas hipervelozes fugindo da Via Láctea

Uma pesquisa da Universidade de Vanderbilt (EUA) descobriu uma nova classe de estrelas de hipervelocidade, que está viajando para fora da Via Láctea.
Diferente da maioria das outras estrelas de hipervelocidade conhecidas, as 20 estrelas recentemente encontradas não saíram em sua rota superveloz depois de interagir com o buraco negro no centro da nossa galáxia, um corpo maciço cuja influência gravitacional normalmente fornece o pontapé necessário para a viagem.
“Essas novas estrelas de hipervelocidade são muito diferentes das que foram descobertas anteriormente. As originais são estrelas azuis grandes, e parecem ter se originado a partir do centro da galáxia. Nossas novas estrelas são relativamente pequenas – do tamanho do sol – e a parte surpreendente é que nenhuma delas parece ter vindo do núcleo galáctico”, explica a autora principal do estudo, Lauren Palladino.
As potenciais novas estrelas foram descobertas através do Sloan Digital Sky Survey, um levantamento que mapeia o caminho de corpos como o sol na Via Láctea.
Deixar a galáxia exige uma quantidade fenomenal de energia. Estrelas precisam atingir velocidades 1,6 milhões km/h mais rápidas do que a velocidade de 970.000 km/h que objetos já se movem em torno da Via Láctea.
A maioria das estrelas de hipervelocidade fazem parte de um par binário que chegou muito perto do buraco negro supermassivo no centro da sua galáxia. Conforme uma delas é sugada em direção ao buraco negro, a outra é arremessada rápido o suficiente para deixar a galáxia.
Estrelas ejetadas por buracos negros têm uma composição diferente das estrelas descobertas. As 20 novas estrelas têm a mesma composição de discos estelares normais, então a equipe não pensa que elas vieram do núcleo ou halo da galáxia.
“Nenhuma destas estrelas de hipervelocidade vêm a partir do centro, o que implica que há uma nova classe inesperada de estrela hipervelozes. Uma com um mecanismo de ejeção diferente”, pondera Palladino.
E qual a possibilidade da equipe do estudo estar errada sobre as observações? De acordo com os pesquisadores, cálculos precisos requerem medições realizadas ao longo de décadas, por isso, algumas das estrelas podem não estar de fato viajando tão rápido quanto aparentam.
Para minimizar os erros, eles realizaram diversos testes estatísticos. “Apesar de alguns dos nossos candidatos poderem ser observações falsas, a maioria é real”, explica Palladino.
“A grande questão é, o que impulsionou essas estrelas até suas velocidades extremas?”, pergunta outra pesquisadora do estudo, Kelly Holley-Bockelman. “Estamos trabalhando nisso agora”. 
Fonte: http://www.livescience.com/

Monopolos: encontrado o “santo graal” da física moderna comparado com a descoberta do elétron

Pelos modelos que descrevem os monopolos, eles armazenariam tanta energia que um único monopolo permitiria um veículo elétrico viajar por muitos quilômetros.

Mas os ímãs são velhos conhecidos da humanidade e desde o ensino básico todo mundo tem contato com eles, e sabe o que acontece se você cortar um ímã ao meio. Em vez de separar o polo norte magnético do polo sul magnético, você obtém dois ímãs, cada um com os dois polos.
Entretanto, entre as esquisitices da mecânica quântica, está a previsão teórica, feita 80 anos atrás, da existência de monopolos magnéticos citados anteriormente. Estes seriam fontes puntiformes de campo magnético, assim como o elétron é uma fonte puntiforme de campo elétrico.
Só que desde sua previsão teórica, ninguém havia conseguido encontrar um deles. Até mesmo o LHC e outros aceleradores de partículas estavam na procura de sinais da existência de monopolos. E não só em aceleradores de partículas, também em amostras de rochas e solo lunar e antigos minerais fossilizados.
E isto por que até mesmo nos modelos teóricos que descrevem o período pós-Big-Bang os monopolos magnéticos são comuns. A sua raridade forçou os astrofísicos a encontrarem modelos que pudessem explicar esta raridade em um universo em expansão.
O artigo publicado na revista Nature, feito por pesquisadores do Amherst College, EUA, e Aalto University, da Finlândia, foi recebido de forma extremamente positiva por causa das aplicações potenciais, e tem sido comparado com a descoberta do elétron.
Para criar o monopolo, os pesquisadores usaram um gás atômico ultrafrio em um estado conhecido como “condensado de Bose-Einstein”, às vezes chamado de quinto estado da matéria (além de sólido, líquido, gasoso e plasma). Este condensado é importante por que a posição individual dos átomos que o constituem torna-se imprecisa, e todo o condensado se comporta como um único átomo.
Utilizando um campo magnético externo, os pesquisadores orientaram os spins dos átomos do condensado, criando assim um monopolo de Dirac, um tipo especial de monopolo. Os pesquisadores esperam que com esta descoberta seja possível entender melhor os monopolos, estudando-os em laboratório. 

Fonte: https://hypescience.com/

terça-feira, 24 de outubro de 2017

O surgimento da vida é um evento raro ou algo inevitável?


Por que a vida existe? Hipóteses populares creditam o feito a uma sopa primordial, um relâmpago e um golpe colossal de sorte. Mas se uma nova teoria provocativa estiver correta, a sorte pode ter pouco a ver com isso. Em vez disso, de acordo com o físico que propõe a ideia, a origem e evolução subsequente da vida segue as leis fundamentais da natureza e “deveria ser tão pouco surpreendente como rochas rolando ladeira abaixo”.
Do ponto de vista da física, há uma diferença essencial entre os seres vivos e aglomerados de átomos de carbono inanimados: os primeiros tendem a ser muito melhores em captar a energia do seu ambiente e dissipar essa energia na forma de calor. Jeremy England, um professor assistente no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA), de 31 anos, derivou uma fórmula matemática que ele acredita que explica essa capacidade.
A fórmula, com base na física estabelecida, indica que, quando um grupo de átomos é impulsionado por uma fonte externa de energia (como o sol ou um combustível químico) e rodeado por um banho de calor (como o oceano ou atmosfera) muitas vezes, aos poucos, ele se reestrutura a fim de dissipar cada vez mais energia. Isto poderia significar que, sob certas condições, a matéria inexoravelmente adquire o atributo físico chave associado com a vida.
“Você começa com um grupo aleatório de átomos, e se você brilhar uma luz sobre ele por muito tempo, não deve ser tão surpreendente que você obtenha uma planta”, disparou England em entrevista à revista “Quanta”.
A teoria da England pretende fundamentar, ao invés de substituir, a teoria da evolução de Darwin pela seleção natural, que fornece uma descrição poderosa da vida ao nível dos genes e populações. “Eu certamente não estou dizendo que as ideias darwinistas estão erradas”, explicou. “Pelo contrário, estou apenas dizendo que do ponto de vista da física, você pode chamar a evolução darwiniana de um caso especial em um fenômeno mais geral”.
Sua ideia, detalhada em um artigo recente e em uma palestra que ele está dando em universidades ao redor do mundo, gerou polêmica entre seus colegas.
England deu “um passo muito corajoso e muito importante”, disse Alexander Grosberg, professor de física na Universidade de Nova York (EUA), que tem acompanhado o trabalho do cientista desde seus estágios iniciais. A “grande esperança” é que ele tenha identificado o princípio físico subjacente dirigindo a origem e evolução da vida, relata Grosberg.
“Jeremy é o mais brilhante jovem cientista com quem eu já me deparei”, elogiou Attila Szabo, um biofísico no Laboratório de Química Física do Instituto Nacional de Saúde (EUA), que se correspondeu com England sobre sua teoria após conhecê-lo em uma conferência. “Fiquei impressionado com a originalidade das ideias”.
Outros, como Eugene Shakhnovich, um professor de química, biologia química e biofísica da Universidade de Harvard (EUA), não estão convencidos. “As ideias de Jeremy são interessantes e potencialmente promissoras, contudo neste momento são extremamente especulativas, especialmente quando aplicadas a fenômenos da vida”, pondera Shakhnovich.
Os resultados teóricos de England são considerados válidos de forma geral. É a sua interpretação – que sua fórmula representa a força motriz por trás de uma classe de fenômenos na natureza que inclui a vida – que ainda não foi provada. Mas já há ideias sobre como testar essa interpretação no laboratório.
“Ele está tentando algo radicalmente diferente”, explica Mara Prentiss, professora de física na Universidade de Harvard que está contemplando tal experimento depois de aprender sobre o trabalho de England. “Eu acho que ele tem uma ideia fabulosa. Certo ou errado, a investigação vai valer muito a pena”.
No coração da ideia de England está a segunda lei da termodinâmica, também conhecida como a lei da entropia crescente ou “flecha do tempo”. As coisas quentes esfriam, o gás se difunde através do ar, ovos são mexidos, mas nunca espontaneamente se separam. Em suma, a energia tende a se dispersar ou espalhar-se com o tempo. Entropia é uma medida desta tendência, quantificando o quão dispersa a energia está entre as partículas num sistema, e o quanto as partículas estão difusas no espaço. Ela aumenta como uma simples questão de probabilidade: há mais maneiras da energia ser espalhada do que ser concentrada.
Assim, à medida que partículas em um sistema se movimentam e interagem, elas vão, por puro acaso, tender a adotar configurações em que a energia se espalha para fora. Eventualmente, o sistema chega a um estado de entropia máxima chamado “equilíbrio termodinâmico”, no qual a energia é distribuída de maneira uniforme. Uma xícara de café e a sala no qual está localizada ficam com a mesma temperatura, por exemplo. Enquanto o copo e o quarto são deixados em paz, este processo é irreversível. O café nunca aquece espontaneamente de novo porque as probabilidades são esmagadoramente empilhadas contra a possibilidade da energia do quarto concentrar aleatoriamente em seus átomos.
Embora a entropia deva aumentar ao longo do tempo em um sistema isolado, ou “fechado”, um sistema “aberto” pode se manter baixa – ou seja, a energia divide de forma desigual entre os seus átomos -, aumentando grandemente a entropia de seus arredores. Em sua influente monografia de 1944, “O que é vida?”, o eminente físico quântico Erwin Schrödinger argumentou que isso é o que os seres vivos devem fazer. Uma planta, por exemplo, absorve luz solar extremamente enérgica, a utiliza para construir os açúcares, e ejeta a luz infravermelha, uma forma muito menos concentrada de energia. A entropia total do universo aumenta durante a fotossíntese à medida que a luz solar se dissipa, assim como a planta previne-se da decomposição através da manutenção de uma estrutura interna ordenada.
A vida não viola a segunda lei da termodinâmica, porém até recentemente os físicos não tinham sido capazes de usar termodinâmica para explicar por que ela deve surgir, em primeiro lugar. Nos dias de Schrödinger, eles poderiam resolver as equações da termodinâmica somente para sistemas fechados em equilíbrio. Na década de 1960, o físico belga Ilya Prigogine fez progressos ao prever o comportamento de sistemas abertos fracamente impulsionados por fontes de energia externas (pelo qual ganhou o Prêmio Nobel de Química em 1977). Mas o comportamento de sistemas que estão longe do equilíbrio, os quais estão ligados ao meio ambiente exterior e fortemente impulsionados por outras fontes de energia, não poderia ser previsto.
Esta situação mudou na década de 1990, devido, principalmente, ao trabalho de Chris Jarzynski, agora na Universidade de Maryland (EUA), e Gavin Crooks, agora no Laboratório Nacional Lawrence Berkeley (EUA). Jarzynski e Crooks mostraram que a entropia produzida por um processo termodinâmico, tais como o arrefecimento de uma xícara de café, corresponde a uma razão simples: a probabilidade dos átomos de sofrer o processo dividido pela sua probabilidade de sofrer o processo inverso (isto é, interagindo espontaneamente, de tal maneira que o café aquece). Com o aumento de produção de entropia, o mesmo acontece com esta relação: o comportamento de um sistema torna-se mais e mais “irreversível”. A fórmula simples, ainda que rigorosa poderia, em princípio, ser aplicada a qualquer processo termodinâmico, não importa o quão rápido ou longe do equilíbrio. “Nossa compreensão da mecânica estatística longe do equilíbrio melhorou muito”, conta Grosberg.
England, que é formado em bioquímica e física, começou seu próprio laboratório no MIT há dois anos e decidiu aplicar o novo conhecimento da física estatística para a biologia.
Usando formulação de Jarzynski e Crooks, ele derivou uma generalização da segunda lei da termodinâmica, que vale para sistemas de partículas com certas características: os sistemas são fortemente impulsionados por uma fonte de energia externa, como uma onda eletromagnética, e podem despejar calor em um banho circundante. Esta classe de sistemas inclui todas as coisas vivas. England, então, determinou como esses sistemas tendem a evoluir ao longo do tempo à medida que aumentam a sua irreversibilidade. “Podemos mostrar de forma muito simples a partir da fórmula que os resultados evolutivos mais provavelmente vão ser os que absorveram e dissiparam mais energia a partir de unidades externas do ambiente no caminho para chegar lá”, disse ele. A descoberta faz um sentido intuitivo: partículas tendem a dissipar mais energia quando ressoam com uma força motriz, ou movem-se na direção em que estão sendo empurradas, e são mais propensas a se mover nessa direção do que qualquer outra em qualquer momento.
“Isso significa que aglomerados de átomos cercados por um banho em alguma temperatura, como a atmosfera ou o oceano, devem tender ao longo do tempo a organizarem-se para ressoar cada vez melhor com as fontes de trabalho mecânico, eletromagnético ou químico em seus ambientes”, explicou England.
A autorreplicação (ou reprodução, em termos biológicos), o processo que leva à evolução da vida na Terra, é um tal mecanismo pelo qual um sistema pode dissipar uma quantidade crescente de energia ao longo do tempo. Como England colocou, “uma ótima maneira de dissipar mais é fazer mais cópias de si mesmo”.
Em um artigo de setembro no periódico “Journal of Chemical Physics”, ele informou o valor mínimo teórico de dissipação que pode ocorrer durante a autorreplicação das moléculas de RNA e células bacterianas, e mostrou que está muito próximo dos valores reais que estes sistemas dissipam ao replicar. Também mostrou que o RNA, o ácido nucleico que muitos cientistas acreditam que serviu como o precursor para a vida baseada em DNA, é um material de construção particularmente barato. Uma vez que o RNA surgiu, ele argumenta, a sua “tomada darwiniana” não foi, talvez, surpreendente.
A química da sopa primordial, mutações aleatórias, geografia, eventos catastróficos e inúmeros outros fatores contribuíram para os detalhes da diversidade de flora e fauna da Terra. Entretanto, de acordo com a teoria de England, o princípio subjacente à condução de todo o processo é a adaptação orientada à dissipação da matéria.
Este princípio se aplica à matéria inanimada também. “É muito tentador especular sobre que fenômenos da natureza podemos agora abrigar sob esta grande tenda de organização adaptativa movida pela dissipação”, confessou England. “Muitos exemplos poderiam apenas estar bem debaixo do nosso nariz, mas porque não temos olhado para eles, não os notamos”.
Os cientistas já observaram a autorreplicação em sistemas não vivos. Segundo a nova pesquisa liderada por Philip Marcus, da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA), e relatada na revista “Physical Review Letters” em agosto passado, vórtices em fluidos turbulentos replicam-se espontaneamente sugando a energia de cisalhamento do fluido circundante. E em um artigo publicado online na semana passada no portal “Proceedings of the National Academy of Sciences”, Michael Brenner, professor de matemática e física aplicada na Universidade de Harvard, e seus colaboradores apresentaram modelos teóricos e simulações de microestruturas que se autorreplicam. Estes aglomerados de microesferas especialmente revestidas dissipam energia ao forçar esferas próximas a formar agrupamentos idênticos. “Isto se conecta muito com o que Jeremy está dizendo”, afirma Brenner.
Além da autorreplicação, maiores organizações estruturais são outro meio pelo qual os sistemas fortemente impulsionados incrementam sua capacidade de dissipar energia. A planta, por exemplo, é muito melhor na captura e roteamento de energia solar através de si mesma do que uma pilha de átomos de carbono não estruturados. Assim, England argumenta que, sob certas condições, a matéria irá espontaneamente se auto-organizar. Esta tendência pode explicar a ordem interna dos seres vivos e de muitas estruturas inanimadas também. “Flocos de neve, dunas de areia e vórtices turbulentos todos têm em comum o fato de serem estruturas surpreendentemente padronizadas que surgem em sistemas de muitas partículas impulsionados por algum processo de dissipação”, especula. Condensação, vento e uma draga viscosa são os processos relevantes nestes casos particulares.
“Ele está me fazendo pensar que a distinção entre vida e matéria inanimada não é nítida”, revelou Carl Franck, um físico biológico na Universidade de Cornell (EUA). “Estou particularmente impressionado com esta noção quando se considera sistemas tão pequenos como circuitos químicos envolvendo algumas biomoléculas”.
A ideia ousada da England provavelmente enfrentará um exame minucioso nos próximos anos. Ele está atualmente executando simulações de computador para testar sua teoria de que os sistemas de partículas adaptam as suas estruturas para se tornarem melhores na dissipação de energia. O próximo passo será a realização de experimentos em sistemas vivos.
Prentiss, que dirige um laboratório de biofísica experimental na Universidade de Harvard, diz que a teoria de England poderia ser testada comparando células com mutações diferentes e procurando uma correlação entre a quantidade de energia que as células dissipam e as suas taxas de replicação. “É preciso ter cuidado, porque qualquer mutação poderia fazer muitas coisas”, reflete a pesquisadora. “Contudo, se alguém fizesse muitos desses experimentos em sistemas diferentes e se [a dissipação e sucesso de replicação] forem de fato correlacionados, isto sugeriria que este é o princípio de organização correto”.
Brenner disse que espera ligar a teoria de England às suas próprias construções de microesferas e determinar se a teoria prediz corretamente que os processos de autorreplicação e automontagem podem ocorrer – “uma questão fundamental na ciência”, opina.
Ter um princípio fundamental da vida e da evolução daria aos pesquisadores uma perspetiva mais ampla sobre o surgimento da estrutura e funções nos seres vivos. “A seleção natural não explica certas características”, especificou Ard Louis, um biofísico da Universidade de Oxford (Reino Unido). Estas características incluem uma mudança hereditária da expressão dos genes chamada de metilação, o aumento da complexidade na ausência de seleção natural e certas mudanças moleculares que Louis estudou recentemente.
Se a abordagem da England resistir a mais testes, poderia permitir aos cientistas pensar de modo mais geral, em termos de organização orientada pela dissipação. Eles podem descobrir, por exemplo, que “a razão pela qual um organismo mostra característica X em vez de Y pode não ser porque X é mais apto do que Y, mas porque restrições físicas tornaram mais fácil para X evoluir do que para Y”, disse Louis.
“As pessoas muitas vezes ficam presas ao pensar sobre os problemas individuais”, explica Prentiss. Queira as ideias de England venham a ser exatamente certas ou não, diz a cientista, “pensar de forma mais ampla é a forma pela qual muitas descobertas científicas são feitas”. 
Fonte: https://www.simonsfoundation.org/quanta/

Tumba de “dinastia perdida” é encontrada com faraó de 3.650 anos no Egito


Nos séculos que antecederam o Novo Reino do Egito, que ascendeu em 1500 aC, muitos governos da região guerrearam entre si. Agora, os arqueólogos descobriram evidências de um desses reinos perdidos, incluindo o túmulo de um de seus líderes.
O faraó Senebkay, que teria vivido há cerca de 3.650 anos, governou um reino que existia séculos antes de o Egito se tornar o poderoso império que nós associamos com o reinado dos faraós lendários como Ramsés, o Grande. Sua dinastia teria lutado contra outras facções para controlar as vastas regiões férteis que margeavam o Rio Nilo e o Mar Vermelho.
Nestes hieróglifos, vemos a frase “Filho de Rá, Senebkay”.

Um arqueólogo da Universidade de Pensilvânia (EUA), Josef Wegner, estava escavando o túmulo nas proximidades de outro rei, Sobekhotep, quando tropeçou no túmulo de Senebkay. “Descobrimos um rei desconhecido e mais uma dinastia perdida. Parece provável que todos os 16 reis estejam enterrados ali. Temos agora o túmulo para o primeiro ou segundo rei da dinastia. Deve haver uma série de outros”, contou à NBC News.
“Ladrões de túmulos haviam saqueado o lugar, mas ainda havia a prescrição de Sobekhotep na madeira. O fato de que eles estavam reutilizando madeira sugere que Senebkay havia morrido relativamente pouco depois de Sobekhotep”, afirmou, acrescentando que tal fato seria uma evidência de que aquele era um período com pouca estabilidade e riqueza.

O explorador relatou o momento da descoberta. “[A descoberta] se desenrolou ao longo de um par de dias”, disse. “Foi um pouco como Rei Tut, em que encontramos a entrada primeiro e ela nos levou até uma câmara funerária. Em Abydos há muita areia, e tudo está profundamente enterrado. Você pode cavar, dia após dia, e então se deparar com isso. Estávamos ali, olhando estupefatos a decoração da parede colorida”.
Em alguns meses, Wegner pretende voltar ao local para encontrar ainda mais coisas inexploradas por cientistas. “Onde há túmulos do rei, também existem túmulos de rainha, e túmulos de altos funcionários da corte real. A descoberta deu um interessante olhar para um período de fragmentação e conflito político, de lutas com reinos rivais do norte e do sul”, explica. 
Fontes: http://www.nbcnews.com/science/
            http://io9.com/

Cientistas conseguem observar moléculas se transformando em memória



    Pesquisadores da Universidade Yeshiva (Nova York, EUA) realizaram um feito inédito: acompanharam moléculas viajando em tempo real nos neurônios vivos de ratos para estudar como o cérebro cria memórias.
    O esforço para descobrir como os neurônios criam memórias há muito tempo enfrenta um grande obstáculo: neurônios são extremamente sensíveis a qualquer tipo de interrupção. Para analisá-los profundamente sem prejudicá-los, os pesquisadores “etiquetaram” com fluorescência todas as moléculas do RNA mensageiro (mRNA) que codificam proteínas beta-actina – uma proteína estrutural essencial encontrada em grandes quantidades nos neurônios e considerada chave no processo de memorização.
    “É digno de nota que fomos capazes de desenvolver este rato sem ter que usar um gene artificial ou outras intervenções que poderiam ter interrompido seus neurônios e questionado nossos resultados”, disse Robert Singer, autor sênior do estudo e professor e copresidente do departamento de anatomia e biologia estrutural do Colégio de Medicina Albert Einstein da Universidade Yeshiva. Os animais permaneceram saudáveis e capazes de se reproduzir.
    Na pesquisa descrita em dois artigos publicados na revista Science, os pesquisadores estimularam neurônios do hipocampo de ratos, onde as memórias são feitas e armazenadas, e depois assistiram moléculas fluorescentes se formarem nos núcleos de neurônios e viajarem dentro dos dendritos, ramificações dos neurônios.
    Eles descobriram que o mRNA em neurônios é regulado por meio de um processo descrito como “mascaramento” e “desmascaramento”, que permite que a proteína beta-actina seja sintetizada em horários, quantidades e locais específicos.
    Os neurônios se unem nas sinapses, onde “espinhas dendríticas” agarraram umas às outras, assim como os dedos de uma mão podem se entrelaçar com os da outra. Evidências indicam que a estimulação neural repetida aumenta a resistência dessas ligações sinápticas, alterando a forma destes “dedos”.
    A proteína beta-actina parece fortalecer essas conexões sinápticas, alterando a forma das espinhas dendríticas. Os cientistas pensam que as memórias são codificadas quando conexões sinápticas estáveis de longa duração entre os neurônios entram em contato umas com as outras.

    O estudo

    O primeiro artigo descreve o trabalho de Hye Yoon Park, estudante de pós-doutorado no laboratório do Dr. Singer que passou três anos desenvolvendo os mRNA fluorescentes.
    Ela estimulou neurônios do hipocampo de ratos e observou moléculas recém-formadas dentro de 10 a 15 minutos, indicando que a estimulação do nervo tinha causado transcrição rápida do gene da beta-actina. Outras observações sugeriram que estas moléculas continuamente montavam-se e desmontavam-se em partículas grandes e pequenas, respectivamente.
    Estas partículas de mRNA foram vistas viajando para seus destinos em dendritos onde a proteína beta-actina seria sintetizada.


    No segundo artigo, a estudante do mesmo laboratório Adina Buxbaum mostrou que os neurônios podem ser únicos na sua maneira de controlar a síntese da proteína beta-actina.

    Os neurônios precisam controlar seu mRNA para que ele crie proteína beta-actina apenas em certas regiões na base das espinhas dendríticas. A pesquisa de Buxbaum revelou o mecanismo pelo qual os neurônios lidam com este desafio.
    Ela descobriu que, logo que moléculas de mRNA de beta-actina se formam no núcleo de neurônios do hipocampo e viajam para o citoplasma, os mRNAs são embalados em grânulos e assim tornam-se inacessíveis para a produção de proteína. A estudante então percebeu que estimular o neurônio fez com que esses grânulos desmoronassem, e moléculas de mRNA ficassem “desmascaradas” e disponíveis para a síntese de proteína beta-actina.
    Mas essa observação levantou uma questão: como é que os neurônios evitam que mRNAs recém-liberados façam mais proteína beta-actina do que é desejável?
    A disponibilidade de mRNA em neurônios é um fenômeno transitório. Após as moléculas de mRNA produzirem proteína por alguns minutos, elas se “reembalam” e voltar a ser “mascaradas”.
    Estes resultados sugerem que os neurônios têm desenvolvido uma estratégia engenhosa para controlar como as proteínas de memória fazem o seu trabalho.
    “Esta observação de que os neurônios ativam seletivamente a síntese de proteínas e, em seguida, a desligam se encaixa perfeitamente com a forma como pensamos que as memórias são feitas”, disse Singer. “A estimulação frequente do neurônio torna o mRNA disponível em explosões controladas, fazendo com que a proteína beta-actina se acumule precisamente onde é necessária para fortalecer a sinapse”. 


    Fonte: http://medicalxpress.com/news/

    Primeiro raio de anti-matéria é criado, não é uma arma de vilão do James Bond

    Criar raio de anti-matéria soa como algo que só um cientista louco faria, porém, não há nenhuma maluquice no feixe de átomos de anti-hidrogênio que os cientistas geraram pela primeira vez no centro de pesquisa CERN (Organização Européia de Pesquisas Nucleares), na Europa.

      Os pesquisadores por trás da realização técnica revelaram na última terça-feira, dia 21, na revista “Nature Communications”, que o feixe poderia ajudá-los a entender mistérios profundos como por que vemos muito mais matéria do que antimatéria no universo, e Por que existe um universo.

      O primeiro raio de anti-matéria

      Teoricamente, quantidades iguais de matéria e antimatéria deveriam ter sido criadas no Big Bang que deu origem ao cosmos como o conhecemos. Mas, como qualquer fã de “Jornada nas Estrelas” sabe, a matéria e a antimatéria se aniquilam mutuamente em um flash de energia quando interagem. Assim, os físicos suspeitam que deve ter havido alguma diferença sutil que permitiu que a matéria dominasse o universo.
      Experimentos anteriores de colisão de partículas forneceram um punhado de pistas sobre essa diferença, entretanto, os físicos realmente gostariam de resolver o mistério estudando anti-átomos reais. O problema é que é difícil manter os átomos em existência tempo suficiente para fazer boas medições em escala.
      Na verdade, as aplicações de antimatéria estão ao nosso redor há um longo tempo. Hospitais rotineiramente fazem uso de antielétrons, ou pósitrons, para tirar fotos internas do nosso corpo com PET (sigla em inglês para tomografia por emissão de pósitrons). E os pesquisadores estão querendo usar feixes de antiprótons para tratar o câncer.
      Mas foi só nos últimos três anos ou mais que os físicos foram capazes de combinar antiprótons e pósitrons em átomos inteiros de anti-hidrogênio e mantê-los dentro de uma câmara à vácuo magnética especialmente projetada nas instalações do Desacelerador Antipróton do CERN, na fronteira suíço-francesa. Mesmo assim, é difícil analisar esse anti-hidrogênio, porque o campo magnético que encurrala os anti-átomos também interfere com as medições.
      Em 2012, cientistas da colaboração ALPHA, do CERN, anunciaram que finalmente conseguiram fazer as primeiras medições espectroscópicas de anti-átomos dentro de sua câmara à vácuo. Agora, os cientistas de uma colaboração diferente, conhecida como ASACUSA, dizem que seu aparelho criou um feixe de átomos de anti-hidrogênio que pode ser medido com mais precisão fora da câmara magnética onde foram criados. Pelo menos 80 dos anti-átomos foram detectados, 2,7 metros abaixo da região de produção.
      O aparelho da ASACUSA faz uso de dispositivos com nomes que aqueceriam o coração de um cientista louco: uma bobina de supercondutores anti-Helmholtz, eletrodos de múltiplos anéis, uma cavidade de micro-ondas e um seletor rotativo de feixe de focagem. O resultado é que os anti-átomos energéticos podem ser guiados para uma região com um campo magnético fraco.
      “Como os átomos de anti-hidrogênio não têm carga, foi um grande desafio transportá-los de sua câmara”, explicou o líder da equipe ASACUSA, Yasunori Yamazaki, pesquisador do centro japonês RIKEN, em um comunicado à imprensa do CERN. “Nossos resultados são muito promissores para estudos de alta precisão de átomos de anti-hidrogênio, em particular da estrutura hiperfina, uma das duas propriedades espectroscópicas mais conhecidas do hidrogênio. Sua medida no anti-hidrogênio permitirá o teste mais sensível de simetria matéria-antimatéria”.
      Yamazaki disse que sua equipe vai retomar as experiências nos próximos meses com uma configuração que deve produzir feixes de alta energia para estudo.
      Fontes: http://home.web.cern.ch/
                  http://www.nbcnews.com/science/