Um grupo de físicos comprovou que os famosos neutrinos, que pareciam
viajar mais rápido do que a luz, na verdade não viajam tão rápido assim.
Eles afirmam isso porque as partículas não emitiram um tipo de radiação
específico.
De acordo com um dos físicos desse estudo, é difícil contra
argumentar essa última objeção sobre o resultado “mais rápido do que a
luz”, que foi produzido por outros cientistas na Itália.
O grupo, com base em Roma, argumenta que qualquer partícula que
ultrapasse essa velocidade deveria emitir um tipo particular de radiação
enquanto viaja. Como eles não detectaram nada disso nos neutrinos – e
porque as partículas não pareciam emitir radiação não detectável – elas
deveriam estar em velocidade menor ou igual à da luz.
Eles afirmam que o outro experimento, que disse ter enviado neutrinos
de um laboratório na Suíça até outro na Itália em 60 nanosegundos mais
rápido do que a luz, deve ter errado a medição de tempo.
O argumento é o seguinte: em alguns casos especiais, partículas
conseguem viajar mais rápido do que fótons (partículas de luz) quando
penetram em um meio, como o vidro. Isso acontece quando os fótons
interagem com os átomos do meio, sendo absorvidos e reemitidos tantas
vezes que a velocidade cai muito. Isso permite que outras partículas
sejam mais rápidas do que a luz, mas ainda assim menos do que a
velocidade normal da luz (ou “c”, a conotação usada para ela).
Quando partículas carregadas propagam-se em um meio, mais rápidas do
que a luz, elas emitem uma agitação de fótons conhecida como radiação
Cherenkov, análoga ao estrondo sônico que os jatos de guerra fazem
quando ultrapassam a velocidade do som. O efeito Cherenkov é previsto
pelo modelo tradicional das partículas físicas e também é observável no
mundo real, geralmente como um brilho azul que emana de núcleos de
reatores nucleares.
Após o teste com os neutrinos, os físicos Andrew Cohen e Sheldon
Glashow, da Universidade de Boston, argumentaram que uma radiação
similar à Cherenkov, mas ligada aos neutrinos em vez de partículas
carregadas, deveria estar emanando do feixe de neutrinos usado. Se eles
estavam emitindo essa radiação, tinham que estar perdendo muita energia.
O físico da Universidade da Califórnia, David Cline, e membro do
estudo mais recente, afirma que uma radiação similar à Cherenkov, na
forma de fótons e pares de elétrons-pósitrons, estaria saindo do que os
físicos chamam de “partículas virtuais”, pairando ao redor dos
neutrinos.
“A luz Cherenkov vem dessas partículas quando a velocidade da luz é
ultrapassada. É difícil argumentar contra esse fato”, afirma Cline.
Dias após a primeira equipe anunciar que havia melhorado e repetido o
experimento da velocidade, os físicos do segundo grupo refutaram-no.
Eles analisaram dados do feixe de neutrinos e não descobriram evidência
alguma de elétrons-pósitrons vindo dos neutrinos.
Eles também disseram que não havia marcas no espectro energético dos
neutrinos que implicassem uma emissão de radiação similar à Cherenkov.
Conclusão: de acordo com as leis aceitas da física, a velocidade dos
neutrinos deve ter sido igual, mas não superior à da luz.
O único contra-argumento possível, de acordo com Cline, é se o
venerado e testado modelo padrão das partículas físicas estiver errado.
“E claro, isso pode acontecer”, afirma.
Fonte: http://hypescience.com/
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