segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Foto mostra uma das mais perfeitas galáxias espirais

             Em azul, estrelas jovens que ainda se encontram em formação; a parte rosa é de hidrogênio ionizado(Nasa/France Presse)

O telescópio espacial Hubble fotografou nesta segunda-feira a galáxia espiral M74, também conhecida como Messier 74 ou NGC 628. A Nasa divulgou a imagem nesta segunda-feira. 

Ela é uma das mais perfeitas do gênero, com braços simétricos em forma de espiral que partem de seu centro e são rodeados por poeira. 

As regiões azuis concentram estrelas jovens que ainda se encontram em formação. A parte rosa é de hidrogênio ionizado. 

A M74 está a 32 milhões de anos-luz, na constelação de Peixes. Ela é a maior de um pequeno grupo com cerca de 12 galáxias reunidas, que juntas contém aproximadamente cem bilhões de estrelas --um pouco menor que a Via Láctea. 

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Neutrinos podem nos ajudar a entender o sol

O mundo já tomou conhecimento dos experimentos no laboratório italiano de Gran Sasso, que estuda a fundo o funcionamento dos neutrinos. São partículas subatômicas efêmeras, e o sol lança bilhões delas sobre a Terra a cada instante. Os cientistas se convencem cada vez mais que a compreensão dos neutrinos pode dar muitas informações sobre o funcionamento do sol e de outras estrelas.

No último mês, ficou notória a pesquisa do laboratório de Gran Sasso que afirma ter colocado os neutrinos para viajar em uma velocidade superior à da luz, algo que ainda não é aceito por toda a comunidade científica internacional. Este novo experimento, feito no mesmo local, teve como foco a interação entre nós e os neutrinos provenientes do sol.

Os neutrinos, que não têm carga elétrica e raramente interagem com a matéria, são gerados a partir de mecanismos radioativos que, na superfície de nosso astro luminoso, acontecem de forma natural. A cada segundo, 65 bilhões de neutrinos por centímetro quadrado incidem sobre a Terra. 

Recentemente, um potente e sensível detector de neutrinos, que usa mais de 2.200 sensores, descobriu que essas partículas têm massa, algo que era negado há até pouco tempo. Os cientistas notaram que o neutrino proveniente do sol é gerado, em grande parte, pelo decaimento de átomos de berílio-7, um elemento instável que se encontra em rochas minerais na Terra.

Conforme investigação dos pesquisadores, essa liberação constante de bilhões de neutrinos representa 10% da massa que se esvai constantemente do sol. E a massa dos neutrinos ainda varia conforme mais uma variável: os seus “sabores”.

Existem neutrinos de elétrons, de múon e de tau, sendo essas três partículas de carga negativa. Neutrinos de elétron só interagem em ocorrências onde haja outros neutrinos de elétrons, e o mesmo vale para os outros dois tipos. 

Os cientistas descobriram que um neutrino pode oscilar de um sabor a outro durante sua viagem ao sol, embora ainda sejam necessários estudos mais profundos para que isso se confirme. Mas isso é apenas a ponta do iceberg. No futuro, os cientistas esperam detectar exatamente que tipo de partículas o sol emite para nós, com seus respectivos motivos. 

Fonte: http://hypescience.com/

Núcleo da Terra está faminto por oxigênio

De acordo com um novo estudo, o núcleo terrestre – super quente e com alta pressão – é ainda mais duro do que os cientistas pensavam.

E o oxigênio não é muito presente na camada mais externa do núcleo, afirma a pesquisa. Isso tem grandes implicações no entendimento dos cientistas sobre o período em que a Terra tomou forma, pelo acúmulo de poeira e matéria.

A composição do interior terrestre continua um mistério – no ano passado, os cientistas descobriram que ele possuía outra camada. Sabemos que a camada externa líquida é formada principalmente por ferro, mas imagina-se que pequenas quantidades de outros elementos também estejam lá. 

O oxigênio é o elemento mais abundante no planeta, então é razoável esperar que ele também seja um dos dominantes no núcleo. Mas não é bem assim, de acordo com a nova pesquisa.

Modelos digitais afirmavam que entre os elementos leves do núcleo estavam o enxofre, oxigênio, silício, carbono e hidrogênio. Na nova pesquisa, a equipe da Instituição Carnegie reduziu a lista dessas possibilidades.

Quanto mais fundo na Terra, maior a pressão e a temperatura. Como resultado, os materiais se comportam de maneira diferente lá do que na superfície. No centro da Terra, há um núcleo externo líquido e um interno sólido.

“Não podemos imitar o núcleo diretamente, então temos que aprender como ele é através de experimentos de laboratório com modelos e dados sísmicos”, afirma o membro da equipe, Yingwei Fei.

Impactos em alta velocidade podem gerar ondas de choque que aumentam a temperatura e a pressão dos materiais, levando ao derretimento, o que corresponde à camada externa do núcleo. A equipe fez esse experimento com misturas de ferro, enxofre e oxigênio. Eles os chocaram até ficarem líquidos, e mediram a densidade e a velocidade do som através deles, imitando as condições da camada.

Ao comparar os dados com as observações, concluíram que o oxigênio não pode ser um dos maiores componentes dos elementos leves na camada externa do núcleo, já que ele não passou nas observações geofísicas.

Isso apoia modelos recentes da Terra antiga com menos oxigênio, levando a um núcleo pobre nesse elemento.

“A pesquisa revelou uma maneira poderosa de decifrar a identidade dos elementos leves do núcleo. Futuros trabalhos devem focar na potencial presença de elementos como o silício no núcleo externo”, afirma Fei.

Fonte: http://hypescience.com/

Cientistas delimitam massa da matéria escura

Físicos definiram o limite mais preciso até agora para a massa da matéria escura, o misterioso recheio do universo que deve formar 98% de toda a matéria do mundo.

Os pesquisadores usaram dados do Telescópio Fermi, da NASA, para definir parâmetros da massa das partículas de matéria escura. Eles calcularam a média com que elas colidem com suas parceiras de antimatéria e se aniquilam, em galáxias que orbitam nossa Via Láctea. 

Savvas Koushiappas, professor assistente de física na Universidade Brown, e o físico Alex Gereinger-Sameth, descobriram que as partículas de matéria escura devem ter uma massa maior do que 40 giga-elétrons volts (GeV) – aproximadamente 42 vezes a massa de um próton. 

“O que descobrimos é que se a massa é menor do que 40 GeV, então não pode ser uma partícula de matéria escura”, afirma Koushiappas.

Os resultados colocam dúvidas em achados recentes, de experimentos alternativos, que afirmavam ter conseguido detectar a matéria escura.

Eles alardearam terem encontrado partículas de matéria escura com massas entre 7 e 12 GeV, o que é uma diferença significante para o novo estudo.

A matéria escura é invisível, e os cientistas vêm tentando há muito tempo detectar as misteriosas partículas. Mas já que ela tem massa, sua presença é inferida pela força gravitacional que exerce na matéria comum.

Mas é muito complicado. Nos anos 20, o astrônomo Edwin Hubble descobriu que o universo não é estático, mas expansivo. Mais de 70 anos depois, observações do Telescópio Hubble (que recebeu o nome da personalidade) mostram que o universo está expandindo muito mais rápido do que antes.

Cosmologistas pensam que uma misteriosa força chamada energia escura ou negra está por trás dessa aceleração. Até hoje isso não foi comprovado, mas a velocidade cada vez maior do cosmos talvez ocorra por isso.

“Se, pelo bem da argumentação, uma partícula de matéria escura tem menos do que 40 GeV, isso significa que a quantidade de matéria desse tipo no universo, hoje, seria tanta que ele não estaria expandindo nessa velocidade”, comenta Koushiappas.

Pensa-se que a energia escura é responsável por 73% da massa e energia do universo. Matéria escura estaria com 23%, o que deixa apenas 4% para a matéria regular, ou seja, as estrelas, planetas, galáxias e nós, humanos.

Mas como a matéria e a energia escuras não foram diretamente detectadas, isso continua no campo dos conceitos.

Em pelo menos um aspecto, a matéria escura se comporta como a normal: quando uma partícula de matéria escura encontra sua parceira de antimatéria, elas devem se destruir. Antimatéria é a irmã da matéria normal. Em tese, existe uma de cada, em número igual no universo e com a mesma massa, mas com carga oposta.

Cientistas suspeitam que a matéria escura seja feita de partículas chamadas WINP (do inglês: partícula massiva que interage fracamente). Quando uma WINP e sua antipartícula colidem, elas deveriam aniquilar uma a outra.

Para examinar a massa da matéria escura, Koushiappas e Geringer-Sameth reverteram o processo de aniquilação. Eles observaram sete galáxias anãs que seriam repletas desse tipo de matéria, já que o movimento das estrelas internas não pode ser completamente explicado apenas pela massa delas. 

Já que essas galáxias também contêm muito gás hidrogênio e matéria comum, elas ajudam a entender a matéria escura e seus efeitos.

Os físicos trabalharam com dados coletados pelo Telescópio Fermi nos últimos três anos, que observa o universo através de raios gama de alta intensidade. Ao mensurar o número de partículas de luz – os fótons – nas galáxias, os cientistas conseguiram calcular a frequência de produção das partículas quarks, produzidas no processo de aniquilamento. 

Isso permite que os pesquisadores estabeleçam limites para a massa das partículas escuras e a frequência com que são destruídas.

“Isso é muito excitante para o estudo da matéria escura, já que muitos experimentos estão finalmente se relacionando com teorias antigas”, afirma Geringer-Sameth. “Estamos começando a por essas teorias em teste”.

Fonte: http://hypescience.com/

Médicos não estão avisando pais que seus filhos estão acima do peso

Claro, nenhum pai quer ouvir que seu filho é gordo. Mas se essa informação vier de um médico, é mais do que um simples desagrado: é pertinente para a saúde da criança, o que é sem dúvida mais importante que sua aparência.

No entanto, um novo estudo americano descobriu que médicos e outros profissionais de saúde podem ser reticentes em avisar os pais que seus filhos estão acima do peso.

Na pesquisa, menos de um quarto dos pais de crianças com sobrepeso se lembram de alguma vez ter ouvido que seu filho tinha um problema de peso.

Nos EUA, essa constatação é preocupante, especialmente nesta época em que aproximadamente 17% (ou 12,5 milhões) das crianças e adolescentes são obesos, segundo dados do Centro para Controle e Prevenção de Doenças americano. E a tendência se alastra em outros países.

Mesmo para os pais de crianças que são claramente obesas, apenas cerca de metade recordam de um médico ter mencionado uma preocupação de peso.

E porque isso acontece? Sendo os pesquisadores, pode ser que os médicos hesitam em discutir o assunto devido ao estigma da obesidade. Também, alguns profissionais de saúde podem não estar familiarizados com o índice de massa corporal, gráficos e definições relacionadas com sobrepeso e obesidade. Ou, alguns médicos podem não ser diligentes o suficiente para tornar a mensagem clara, particularmente para os pais que não a querem ouvir.

Porém, essa mensagem é crucial por três motivos básicos: vários estudos têm mostrado que os pais subestimam a gravidade do peso de seus filhos; os pais seriam mais propensos a acreditar que seu filho está muito gordo e melhorar sua dieta se um médico lhe dissesse isso, e manter um peso saudável quando criança é mais fácil do que mais tarde na vida, especialmente se o adulto tem um histórico de estar acima do peso.

A boa notícia do estudo, no entanto, é que as populações de maior risco para a obesidade infantil – crianças afro-americanas, hispânicas e as mais pobres no seguro de saúde público – tinham maior probabilidade de serem avisadas sobre o excesso de peso ou obesidade.

Fonte: http://hypescience.com/

Novo planeta é tão quente que derrete até ferro

Astrônomos encontraram um planeta não muito maior do que a Terra, mas tão absurdamente quente que a vida como a conhecemos não tem chance nenhuma por lá.

O exoplaneta, chamado de Kepler-21b, é apenas 1,6 vezes maior do que o nosso, sendo conhecido como “super Terra”. Mas ele orbita tão próximo de sua estrela mãe que os especialistas estimam que a temperatura em sua superfície seja de 1.627 graus Celsius – o suficiente para derreter ferro.

Ele foi encontrado através do telescópio espacial Kepler, da NASA, que procura planetas alienígenas usando o método de trânsito – a baixa na luminosidade de uma estrela causada por um planeta que circula em sua frente, bloqueando um pouco de sua luz.

O planeta foi posteriormente confirmado com a ajuda do telescópio do Observatório Nacional Kitt Peak, no Arizona.

O Kepler-21b está localizado há 352 anos-luz da Terra. Sua massa é 10 vezes maior que a da Terra, mas ele está a apenas seis milhões de quilômetros de sua estrela mãe, levando 2,8 dias para completar sua órbita. A Terra, em comparação, gira em torno do sol a uma distância de 150 milhões de quilômetros.

A estrela mãe de Kepler-21b é a HD 129070, 1,3 vezes maior do que o nosso sol. É também um pouco mais quente e brilhante, e até mais jovem. Os astrônomos estimam que ela tenha 2,84 bilhões de anos, enquanto o sol tem 4,6 bilhões.

Os pesquisadores afirmam que, apesar de não poder ser observado a olho nu, um pequeno telescópio consegue encontrá-lo. 

Desde seu lançamento, em março de 2009, Kepler já identificou milhares de candidatos a planetas alienígenas. O Kepler-21b é o 26° a ser confirmado por observações posteriores. Mas os cientistas responsáveis pelo aparato estimam que pelo menos 80% dos achados serão confirmados.

Se esse for o caso, as descobertas do Kepler vão ultrapassar o dobro do número de planetas conhecidos, atualmente perto dos 700. Astrônomos pensam que nossa Via Láctea abriga bilhões de planetas, mas a maioria está tão distante que é muito difícil de ser detectada.

Fonte: http://hypescience.com/

Diamantes são “entrelaçados” em processo quântico

Cientistas conseguiram unir dois diamantes em um misterioso processo chamado entrelaçamento quântico, ou emaranhamento, normalmente visto em escala quântica.

Emaranhar é tão estranho que Einstein o apelidou de “ação assombrada a distância”. É um efeito bizarro onde objetos se conectam mesmo que estejam a grandes distâncias, e a ação de um afeta o outro. O efeito geralmente acontece com partículas subatômicas, e foi previsto pela teoria mecânica quântica, que governa o reino das coisas muito pequenas.

Mas agora a física conseguiu emaranhar dois diamantes macroscópicos, demonstrando que os efeitos da mecânica quântica não estão limitados a escala miscroscópica.

“Penso que é um importante passo para uma nova forma de pensar os fenômenos quânticos”, afirma o físico da Universidade de Oxford, Ian Walmsley. “Apesar da existência do fenômeno ser esperada, poder observar isso é muito excitante”.

Outro estudo recente usou o emaranhamento quântico para teleportar pedaços de luz de um local para outro. E outras pesquisas obtiveram sucesso em emaranhar outros objetos macroscópicos, mas geralmente em circunstâncias especiais, de formas especiais, em temperaturas criogênicas. Na novidade, os diamantes eram grandes e não foram preparados de forma especial nenhuma.

Walmsley, junto com uma equipe de físicos liderados por Ka Chung Lee, conseguiram o feito ao emaranhar a vibração dos cristais de diamante. Para isso, eles montaram um aparato que enviava um pulso de laser nos dois diamantes, ao mesmo tempo. Algumas vezes, o laser mudava de cor, para uma frequência menor, após bater nos diamantes. Isso representa uma perda de energia.

Já que o sistema não era fechado, eles sabiam que a energia foi usada de alguma forma. De fato, ela foi convertida em movimento vibracional para um dos diamantes (um tipo de movimento que é muito pequeno para o olho nu). Mas não havia forma de saber qual estava vibrando.

Depois, os cientistas mandaram outro pulso de laser, no sistema vibrante. Dessa vez, se a luz aparecia com frequências maiores, significava que houve ganho de energia ao absorver luz do outro diamante, parando a vibração.

Os cientistas colocaram dois detectores separados para medir a luz do laser – um para cada diamante. Se os dois não estivessem enredados, os pesquisadores esperavam que cada detector registrasse uma mudança no laser por pelo menos metade do tempo. 

Mas já que eles estavam ligados, verificou-se que um detector mudava toda hora, e o outro nunca. Os dois diamantes estavam tão conectados que reagiram como uma entidade única.

“Avanços recentes no controle quântico permitem que o emaranhamento seja observado em sistema físicos, com maior complexidade e distância”, comenta o físico da Universidade de Michigan, Luming Duan, que não estava envolvido no estudo. 

Para ajudar no futuro entendimento do processo, a pesquisa conseguiu ajudar a desenvolver computadores mais rápidos, chamados de processadores fotônicos, baseados nos efeitos quânticos. 

O objetivo a longo prazo é conseguir atrelar o poder dos fenômenos quânticos, podendo fazer coisas com mais eficiência do que atualmente.

Fonte: http://hypescience.com/

Arco-íris quaternário é fotografado pela primeira vez

Esqueça o duplo arco-íris. Este ano, o arco-íris quádruplo é a última moda. A fotografia mostra a primeira evidência de um arco-íris de quarta ordem.

O espetáculo na imagem se parece com um duplo arco-íris, porque ele mostra apenas o de terceira ordem (a esquerda), acompanhado do quaternário (a direita). Eles só podem se formar no mesmo lado do céu que o sol, ao contrário do arco-íris primário e secundário. Por isso, os arco-íris de primeira e de segunda ordem não aparecem na foto.

Algumas pessoas já afirmaram ter visto até três arco-íris no céu de uma vez. Mas os relatórios científicos desse fenômeno eram tão raros – apenas cinco foram registrados em 250 anos – que até agora muitos cientistas acreditavam que eles eram tão reais quanto um pote de ouro no final do arco-íris.

Estas lendárias raridades ópticas, causada por três reflexões de cada raio de luz dentro de uma gota de chuva, foram finalmente confirmadas, graças à perseverança fotográfica e um modelo meteorológico novo que fornece os fundamentos científicos para encontrá-los.

Embora incrivelmente raros, os arco-íris terciários e quaternários são produtos naturais da combinação de dispersão, refração e reflexão dentro de gotas de chuva. Estes são os mesmos processos que criam todos os arco-íris, mas eles são levados a seus extremos para produzir estas variantes. Refração é quando a luz solar “dobra” por mudar de meio, passando, por exemplo, do ar para a água e vice-versa. As gotas de água refratam cada uma das cores da luz solar em um ângulo ligeiramente diferente. Isso é chamado de dispersão, que separa as cores para criar um arco-íris.

A maioria dessas luzes multicoloridas atravessa a gota de chuva, mas algumas se refletem. As curvas esféricas de um pingo concentram as reflexões a 138 graus do sol. Essa luz concentrada é brilhante o suficiente para criar um visível arco-íris primário.

Um duplo arco-íris ocorre porque nem toda a luz sai da gota de chuva. Parte é refletida de volta para o pingo de chuva e passa por todo o processo novamente. Embora esta luz seja mais fraca, por vezes, é também brilhante o suficiente para produzir um arco-íris secundário, do lado de fora do primeiro.

A terceira série de reflexões cria um arco-íris terciário. É ainda mais apagado do que o arco-íris secundário e muito mais difícil de encontrar, porque ao invés de formar longe do sol, um arco-íris terciário aparece em torno do sol. Para vê-lo, os observadores têm de olhar para todo o brilho emanado dele.

Pode ser por isso que apenas cinco observadores cientificamente informados haviam descrito o arco-íris terciário durante os últimos 250 anos.

Raymond Lee foi atrás das cinco descrições e encontrou elementos comuns. Todos os arco-íris descritos como terciários apareceram por alguns segundos, contra um fundo de nuvens escuras a cerca de 40 graus de um sol intensamente brilhante.

O pesquisador utilizou um modelo matemático para prever o que pode produzir condições para ver os terciários. Primeiro, eles precisavam de nuvens escuras e também de uma chuva pesada ou com gotas de tamanho quase uniforme. Sob essas condições, se o sol romper as nuvens, ele pode projetar um arco-íris terciário.

Quando Lee apresentou suas descobertas, provocou uma discussão acalorada. Alguns cientistas insistiram que as descrições do passado estavam erradas e que os terciários são muito fracos para serem vistos no brilho do sol.

Desde então, Michael Grossman e Michael Theusner têm tirado fotos de arco-íris terciários e uma foto de um arco-íris quaternário. Ambas as imagens sofreram apenas um mínimo de processamento de imagem para melhorar o contraste sob estas condições desafiadoras.

No dia que Grossman fotografou o arco-íris terciário, ele primeiro lembra de ter visto um arco-íris secundário. Quando a chuva se intensificou, ele sabia que tinha que virar para o sol.

A olho nu é muito difícil de dizer que é visível. Mas a caça ao tesouro, com uma máquina fotográfica, valeu a pena.

Fonte: http://hypescience.com/

7 fatos incríveis sobre os sonhos

Nem todo mundo que dorme, apaga. Não se você considerar as células do cérebro que se ativam para produzir os sonhos às vezes vivos, e por vezes absolutamente assombrados que ocorrem durante o estágio de sono do movimento rápido dos olhos (REM). 

Por que algumas pessoas têm pesadelos, enquanto outras passam suas noites com tranquilidade? Assim como o sono, os sonhos são fenômenos misteriosos. Mas conforme os cientistas são capazes de explorar mais profundamente a nossa mente, eles estão encontrando algumas respostas. Confira um pouco do que sabemos sobre o que se passa na terra dos sonhos:

1 – Sonhos têm significado

Se você sonha em ganhar na loteria ou se acidentar, você deve se preparar para alguma dessas coisas? Se você respondeu “sim”, você não está sozinho. 

Pesquisadores descobriram que as pessoas têm fé em seus sonhos, e julgam os que se encaixam com suas próprias crenças como mais significativos do que aqueles que vão contra essa corrente.

“Interpretações psicólogas do significado dos sonhos variam muito”, disse o pesquisador Carey Morewedge. “Mas nossa pesquisa mostra que as pessoas acreditam que seus sonhos fornecem informações significativas para si e seu mundo”.

Em um estudo, 182 pessoas de Boston, EUA, imaginaram que um desses quatro cenários aconteceu na noite anterior a uma viagem agendada: nível de ameaça nacional foi elevado; eles conscientemente pensavam que seu avião ia cair; eles sonharam com um acidente de avião, ou um acidente de avião de verdade ocorreu na rota que eles pretendiam tomar.

Os resultados mostraram que o sonho com o acidente de avião era o que mais provavelmente afetava os planos de viagem do que qualquer outro pensamento sobre uma falha ou um aviso do governo. O sonho também produziu um nível similar de ansiedade que a queda real.

Em outro estudo, 270 homens e mulheres completaram uma pesquisa online em que eles foram convidados a se lembrar de um sonho que tiveram sobre uma pessoa que eles conheciam. 

As pessoas atribuíram mais importância aos sonhos agradáveis sobre uma pessoa que gostavam do que com uma pessoa de que não gostavam. E estavam mais propensas a relatar um sonho negativo como mais significativo se era sobre uma pessoa de que não gostavam do que com um amigo.

2 – Pesadelos violentos: alertas de saúde

Como se os pesadelos não fossem ruins o suficiente, um distúrbio raro do sono leva as pessoas a “atuar” seus sonhos, às vezes com movimentos violentos, chutes e gritos. 

Segundo estudos, tais sonhos violentos podem ser um sinal precoce de desordens do cérebro, incluindo mal de Parkinson e demência. Os resultados sugerem que estágios iniciais dessas doenças neurodegenerativas podem começar décadas antes de uma pessoa ser diagnosticada.

3 – Pessoas noturnas = mais pesadelos

Ficar acordado até tarde tem suas vantagens, mas sonhos bons não é uma delas. Uma pesquisa publicada esse ano revelou que as corujas são mais propensas do que quem acorda cedo a experimentar pesadelos.

No estudo, 264 estudantes universitários classificaram quantas vezes tiveram pesadelos em uma escala de “0″ (que significa “nunca”) a “4″ (que significa “sempre”). Os tipos mais noturnos tiveram uma média de 2,10, em comparação com os tipos matutinos que tiveram uma média de 1,23. 

Os pesquisadores disseram que a diferença era significativa, mas que eles não sabiam o que causava essa ligação entre hábitos de sono e pesadelos. Entre suas ideias, está o hormônio do estresse, cortisol, que atinge seu pico de manhã, logo antes de uma pessoa acordar, um momento em que estamos mais propensos ao sono REM, fase do sonho. Se a pessoa ainda estiver dormindo nesse momento, talvez o aumento do cortisol possa provocar sonhos vívidos ou pesadelos.

4 – Sonhos podem resolver problemas

Os cientistas há muito se perguntam por que nós sonhamos, com respostas que vão desde a ideia de Sigmund Freud de que os sonhos satisfazem nossos desejos até a especulação de que essas viagens melancólicas são apenas um movimento rápido dos olhos, ou sono REM.

Pelo menos parte da razão para sonharmos pode ser o pensamento crítico, de acordo com a psicóloga Deirdre Barrett. Ela descobriu que os sonhos podem nos ajudar a resolver quebra-cabeças que nos assolam durante o dia.

De acordo com Barrett, é o aspecto visual e muitas vezes ilógico dos sonhos que os tornam perfeitos para o tipo de pensamento “fora do comum” que é necessário para resolver alguns problemas.

“Seja qual for o estado em que estamos de sono, nós ainda estamos trabalhando nos mesmos problemas”, disse Barrett, acrescentando que os sonhos podem ter evoluído para uma outra finalidade, mas provavelmente foram aperfeiçoados ao longo do tempo para várias tarefas, inclusive ajudar a “reiniciar” o cérebro e resolver problemas.

5 – Homens têm mais sonhos eróticos

Nenhuma surpresa aqui: os homens são mais propensos do que mulheres a sonhar com sexo. Pior: as mulheres são mais propensas a ter pesadelos.

Em um estudo com quase 200 homens e mulheres com idades entre 18 a 25 anos, a psicóloga Jennie Parker descobriu que os pesadelos das mulheres podiam ser divididos em três categorias: sonhos temerosos (ser perseguida ou ter a vida ameaçada), sonhos que envolvem a perda de um ente querido, ou sonhos confusos.

“Se as mulheres têm que relatar o sonho mais importante que já tiveram, elas são mais propensas do que os homens a relatar um pesadelo muito perturbador”, disse Parker. “As mulheres relatam mais pesadelos, e seus pesadelos são emocionalmente mais intensos que os dos homens”.

Isso não significa que as mulheres não “se divertem” em seus sonhos. Um estudo apresentado em 2007 revelou que, dos cerca de 3.500 relatos de sonhos, aproximadamente 8% continham algum tipo de atividade sexual. O sonho sexual mais comum envolvia penetração, seguido de proposições sexuais, beijos, fantasias e masturbação.

6 – Você pode controlar seus sonhos

Se você estiver interessado em sonhos lúcidos, melhor começar a jogar videogame. Ambos representam realidades alternativas, de acordo com Jayne Gackenbach, psicóloga canadense que estuda o assunto. É claro que eles não são completamente iguais; enquanto os videogames são controlados por computadores e consoles, os sonhos surgem da mente humana.

“Os jogadores são usados para controlar seus ambientes de jogo, de modo que isso pode se traduzir em sonhos”, diz. Sua pesquisa mostrou que as pessoas que frequentemente jogam videogames são mais propensas a ter sonhos lúcidos onde se veem fora de seus corpos, e também são mais capazes de influenciar seus sonhos, como se controlassem um jogo.

Esse nível de controle também pode ajudar os jogadores a tornar um pesadelo horripilante em um sonho tranquilo. Esta espécie de controle poderia ajudar veteranos de guerra que sofrem de síndrome do estresse pós-traumático (TEPT).

7 – Sonhos podem nos ajudar a relaxar

Cientistas descobriram que durante a fase de sonho do sono (também chamada de sono REM), os nossos cérebros mostram uma
diminuição dos níveis de certas substâncias químicas associadas ao estresse.

“Sabemos que durante o sono REM há uma diminuição acentuada dos níveis de norepinefrina, um produto químico do cérebro associado ao estresse”, disse o pesquisador Matthew Walker. “Ao reprocessar experiências emocionais anteriores neste ambiente neuro-quimicamente seguro de norepinefrina baixa durante o sono REM, acordamos no dia seguinte e essas experiências foram ‘amolecidas’ em sua força emocional. Nos sentimos melhores sobre elas, sentimos que podemos lidar com esses problemas”, explica.

As conclusões do estudo podem explicar porque pessoas com síndrome do estresse pós-traumático (TEPT), como veteranos de guerra, tem tanta dificuldade em se recuperar de experiências dolorosas e sofrem pesadelos recorrentes. Também pode ser uma explicação para o motivo pelo qual sonhamos – para nos sentirmos melhores e lidarmos melhor com nossos problemas.

Fonte: http://hypescience.com/

Primeiro planeta parecido com a Terra é encontrato: Kepler 22-b

Cientistas confirmaram a existência de um planeta semelhante a Terra na “zona habitável” em torno de sua estrela mãe. 

Kepler 22-b encontra-se cerca de 600 anos-luz de distância e tem cerca de 2,4 vezes o tamanho da Terra, com uma temperatura de cerca de 22 graus Celsius.

Kepler 22-b está 15% mais perto de seu sol do que a Terra está do nosso sol, e seu ano dura cerca de 290 dias. No entanto, a estrela do planeta anfitrião tem cerca de 25% menos luz, mantendo a temperatura do planeta amena o suficiente para apoiar a existência de água líquida.

Até agora, esse é o planeta mais próximo parecido com o nosso – uma “Terra 2.0″. O que os astrônomos ainda não sabem, no entanto, é se Kepler 22-b é feito principalmente de gás, rocha ou líquidos.

Kepler 22-b era um dos 54 candidatos a exoplanetas em zonas habitáveis relatados pela equipe de Kepler em fevereiro, e é apenas o primeiro a ser formalmente confirmado usando outros telescópios.

Mais “Terras 2.0″ podem ser confirmadas no futuro, apesar de que uma redefinição dos limites da zona habitável trouxe o número de 54 para 48. 10 deles são do tamanho da Terra.

Durante a conferência em que esse resultado foi anunciado, a equipe de Kepler também disse que avistou 1.094 novos candidatos a planetas. O número total de candidatos encontrados pelo telescópio está agora em 2.326 – dos quais 207 são aproximadamente do tamanho da Terra.

Os resultados sugerem que os planetas que vão desde o tamanho da Terra a cerca de quatro vezes o tamanho da Terra – os chamados “super Terras” – podem ser mais comuns do que se pensava.

O telescópio espacial Kepler foi projetado para olhar para uma faixa fixa do céu, para cerca de 150.000 estrelas. O telescópio é sensível o suficiente para ver quando um planeta passa na frente de sua estrela-mãe, escurecendo um pouco a luz da estrela.

Kepler identifica essas pequenas mudanças na luz das estrelas como candidatos a planetas, que são depois confirmados por observações de outros telescópios em órbita e na Terra.

Conforme os candidatos a planetas semelhantes à Terra são confirmados, a Busca por Inteligência Extraterrestre (Seti, na sigla em inglês) tem um foco mais estreito para sua caça.

“Esta é uma oportunidade excelente para observações”, disse Jill Tarter, do Seti. “Pela primeira vez, podemos apontar nossos telescópios para as estrelas sabendo que elas realmente hospedam sistemas planetários – incluindo pelo menos um que se aproxima da Terra na zona habitável em torno de sua estrela mãe”, completa.

Fonte: http://hypescience.com/

Os ecos de luz da estrela V838 Mon

       NASA

Por razões desconhecidas, a superfície externa da estrela V838 Mon subitamente se expandiu muito, se tornando a estrela mais brilhante de toda a Via Láctea em janeiro de 2002. E de maneira ainda mais repentina, ela perdeu seu brilho.

Um lampejo estelar como esse nunca havia sido observado antes. É um fato conhecido que as supernovas e novas lançam matéria para o espaço. Mas enquanto o lampejo da V838 Mon parecia ser um processo de expelir material para o espaço, o que estava ocorrendo ali na verdade era o movimento do eco desse lampejo brilhante se movendo para fora.

Em um eco de luz, a luz do lampejo é refletida por anéis sucessivamente mais distantes na poeira do ambiente interestelar que já circundava a estrela. 

A V838 Mon, que você confere na foto acima, localiza-se a aproximadamente 20 mil anos-luz de distância, na direção da constelação de Monoceros, o Unicórnio. Nesta imagem do Telescópio Espacial Hubble, de fevereiro de 2004, o eco de luz tem aproximadamente seis anos-luz de diâmetro.

Fonte: http://hypescience.com/

Planeta “dá cambalhota” sobre seu próprio eixo, obrigando os vizinhos a participarem da brincadeira

A cerca de 40 anos-luz da Terra, está em andamento um fenômeno espacial muito pouco estudado. Um planeta, quatro vezes maior do que Júpiter, modifica completamente o seu eixo de rotação ao longo de milhões de anos, dando uma “cambalhota” em torno de si mesmo. E a força desse distúrbio leva outros quatro planetas a fazer o mesmo em suas órbitas.

Isso acontece na constelação de Câncer, na qual se encontra uma estrela chamada de “55 Cancri A”. Em torno dessa estrela, que tem tamanho e massa muito semelhantes às do nosso sol, orbitam cinco planetas, ordenados da letra “b” à letra “f”. O maior desses planetas, que orbita a uma maior distância da estrela, é o “55 Cancri d”.

Através de observações telescópicas e mais de 450 simulações feitas por computador, astrônomos mapearam o passado de milhões de anos do sistema solar da estrela “55 Cancri A”. Conforme apuraram nas observações, não houve mudanças significativas na órbita dos planetas ao longo desse período, mas sim no eixo deles.

Uma estrela “vizinha” da “55 Cancri A” está localizada a cerca de 1.100 vezes a distância entre a Terra e o sol, e mesmo assim um sistema afeta no campo gravitacional do outro. Os cientistas acreditam que seja essa influência que leva o maior planeta, o “55 Cancri d”, a rolar sobre si mesmo, mudando o próprio eixo, com o passar do tempo. 

Os planetas que orbitam em diâmetros inferiores, mais próximos da estrela central, sofrem impacto direto dessa mudança de eixo. O movimento da “55 Cancri d” é executado com tamanha força que arrasta os demais planetas ao mesmo movimento de dar cambalhotas sobre seus próprios eixos. É um caso incomum de sistema no qual as órbitas são regulares, mas os eixos de rotação mudam constantemente.

Fonte: http://hypescience.com/

Locais que formam estrelas podem contar como surgiu o universo

Há algumas décadas, os astrônomos reconhecem a importância de se compreender as radiações espaciais, provenientes de vários pontos da Via Láctea, para entender como as estrelas se formaram em nossa galáxia. E as respostas, ao que parece, não serão dadas por um equipamento espacial recente ou ainda por lançar, e sim por uma das sondas mais antigas ainda em operação.

Lançadas há mais de 34 anos no espaço e ainda operando até os dias de hoje, as sondas Voyager 1 e 2, da NASA, são os objetos espaciais mais longe da Terra ainda em operação. Atualmente, elas se encontram nas bordas do sistema solar, depois de passar recolhendo dados essenciais sobre todos os planetas a partir da Terra.

Da distância em que estão, as sondas Voyager detectam um tipo especial de radiação, chamada de “linha de Lyman-Alpha”. Tal radiação, composta basicamente de hidrogênio ionizado, já foi observada por astrônomos em outras galáxias, mas nunca na Via Láctea. O motivo é a própria radiação solar, que “ofusca” nossa sensibilidade à linha de Lyman-Alpha.

Todas as regiões espaciais, das quais as sondas constataram a emissão de radiação Lyman-Alpha, têm um ponto em comum: são pontos de formação de novas estrelas. As gêmeas Voyager continuam examinando as bordas do sistema solar, mas essa tendência está se confirmando com impressionante precisão.

A relação entre estes dois fatores é clara: se um local de “produção” de estrelas é abundante na emissão de determinada radiação, entender o mecanismo por trás disso pode contar muito sobre como o universo foi composto em seus primórdios, a partir dos primeiros corpos celestes. Esse é o desafio dos cientistas da NASA a partir de agora. 

Fonte: http://hypescience.com/

Descoberta de supernova 11 horas após explosão revela novas características

A explosão de uma estrela supernova em uma galáxia a 21 milhões de anos-luz deu a cientistas um raro vislumbre de como a explosão de estrelas pode gerar vida no universo. Astrônomos capturaram as imagens da explosão da supernova SN2011fe, na galáxia Cata-vento na constelação de Ursa Maior, apenas 11 horas depois do evento. BJ Fulton/AFP

A descoberta de uma supernova em uma galáxia próxima à Terra 11 horas após sua explosão permitirá aos cientistas estudar as características desses sistemas pouco conhecidos, informou nesta quarta-feira a revista "Nature".

A supernova SN 2011fe foi observada na galáxia Messier 101 no último mês de agosto por uma equipe de cientistas liderada por Peter Nugent, do laboratório Lawrence Berkeley, nos Estados Unidos.

Mario Hamuy, da Universidade do Chile, explica em artigo paralelo que esse achado permitirá investigar as particularidades das supernovas de tipo Ia, explosões estelares que constituem "uma ferramenta destacada em cosmologia, mas das quais se desconhece a natureza".

Existe o consenso que são uma classe de estrelas em explosão caracterizadas pela ausência de hidrogênio (o elemento químico mais abundante no Universo), que resultam da violenta explosão de uma anã branca, que é a remanescente de uma estrela que já completou seu ciclo normal de vida.

Normalmente, as anãs brancas, compostas de carbono e oxigênio, vão se apagando, ao não alcançar a temperatura suficiente para completar a fusão desses elementos.

No entanto, às vezes, se estão acompanhadas de outras estrelas, podem atrair a massa destas e momentaneamente ultrapassar o limite e entrar em colapso.

Se chegam a uma massa determinada, a temperatura aumenta até o ponto de possibilitar de novo a fusão do carbono e do oxigênio, o que, devido à grande pressão interior, gera uma explosão nuclear que dá lugar a uma supernova de tipo Ia.

Os cientistas constataram que a origem de uma supernova de tipo Ia é uma anã branca, mas a descoberta da SN 2011fe permitirá estudar que tipo de estrela é a acompanhante da anã branca, explicou Hamuy.

As primeiras observações desta supernova permitem descartar que, pelo menos neste caso, a acompanhante da anã branca seja o que se conhece como uma gigante vermelha, que é cem vezes mais luminosa que o Sol.

Os cientistas chegaram a esta conclusão porque, em caso contrário, teriam percebido seu rastro nas imagens prévias ao descobrimento da supernova.

Isto deixaria, segundo os modelos teóricos, outras duas opções: uma estrela subgigante, que são pouco mais luminosas que o Sol, ou outra anã branca, que é 10 mil vezes menos luminosa que este astro.

Embora a qualidade das imagens prévias, obtidas mediante telescópio, não permitam descartar estas outras duas opções, Hamuy frisa que eliminar a opção da gigante vermelha "representa um grande avanço em nossa compreensão das estrelas geradoras das supernova de tipo Ia".

Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/

Astrônomos encontram objeto prestes a ser devorado pelo buraco negro da Via Láctea


Concepção artística mostra uma nuvem de gás sendo devorada pelo buraco negro que fica no centro da Via Láctea. O achado foi feito com ajuda do telescópio VLT (Very Large Telescope), do Observatório Europeu do Sul. Esta é a primeira vez que uma nuvem "condenada" é vista prestes a ser devorada, como conta estudo que será publicado na revista Nature em janeiro ESO
 
Um grupo de astrônomos descobriu uma nuvem de gás, com massa três vezes maior que a da Terra, que está se aproximando rapidamente do buraco negro que fica no centro da Via Láctea. O achado foi feito com ajuda do telescópio VLT (Very Large Telescope), do Observatório Europeu do Sul. Esta é a primeira vez que uma nuvem "condenada" é vista prestes a ser devorada, como conta estudo que será publicado na revista Nature em janeiro.
 
Segundo os pesquisadores, liderados por Reinhard Genzel, do Instituto Max-Planck, a velocidade desse objeto praticamente duplicou nos últimos sete anos, alcançando mais de 8 milhões de quilômetros por hora. Em meados de 2013, passará a uma distância de "apenas" 40 bilhões de quilômetros do "horizonte de eventos" do buraco negro. Em termos astronômicos, isso significa que o encontro está bem próximo.

O objeto é mais frio que as estrelas que estão em volta e é essencialmente composto por hidrogênio e hélio. A nuvem brilha sob a intensa radição ultravioleta emitida por estrelas quentes, que se encontram no coração da Via Láctea.

A densidade da nuvem é maior que a do gás quente que rodeia o buraco negro. Mas à medida que ela se aproxima do "monstro esfomeado", a pressão externa vai aumentar e irá comprimir a nuvem. Ao mesmo tempo, a força gravitacional do buraco negro, que tem massa quatro milhões de vezes maior que a do Sol, vai esticar a nuvem ao longo de sua órbita.

"A imagem de um astronauta esticado como um espaguete, por estar próximo de um buraco negro, é bastante comum em ficção científica.. Agora podemos efetivamente ver isso a acontecer com a nova nuvem descoberta, que não vai sobreviver à experiência", explica Stefan Gillesseen, um dos pesquisadores.

Fonte: http://cienciaesaude.uol.com.br/

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Astrônomos investigam a “Idade das Trevas” do universo

O universo nasceu há cerca de 13,7 bilhões de anos. Cerca de 400 mil anos depois da explosão, as condições do cosmo permitiram que houvesse luz no espaço pela primeira vez. Logo após esse ponto, no entanto, os astrônomos não têm evidências do que aconteceu até o momento em que as galáxias realmente começaram a se formar. É a chamada “Idade das Trevas” do universo.

Em busca de respostas mais claras sobre esse período obscuro, cientistas da Universidade Harvard (Cambridge, Massachussets, EUA) dedicaram um estudo sobre o tema. O que mais causa dúvidas nos cientistas está relacionado ao tempo de cada processo universal, e quais os mecanismos físicos envolvidos.

Estimativas consolidadas até hoje afirmam que a luz demorou muito tempo para poder brilhar no espaço. Logo após o Big Bang, a temperatura dos compostos era alta a ponto de formar íons de carga negativa, que bloqueavam a passagem da luz. Apenas quando o universo esfriou o suficiente para que os íons livres se combinassem em átomos houve luz.

Mas a existência de raios luminosos não formava um universo complexo como o atual, com incontáveis galáxias. Se o Big Bang aconteceu há 13,7 bilhões de anos, e a luz demorou apenas 400 mil para surgir, porque as primeiras galáxias (conforme estimativas) só se formariam 100 milhões de anos depois? O que aconteceu nesse período que foi batizado de “Idade das Trevas”?

O segredo para descobrir mais, segundo os astrônomos de Harvard, é inverter o “caminho” das descobertas. A Idade das Trevas está entre a fase “iluminada” após o Big Bang e o surgimento das primeiras galáxias, e a maioria dos estudos concentra os esforços em saber o que aconteceu logo após o “antes” da Idade das Trevas. Os pesquisadores americanos preferiram investigar as origens do “depois”, ou seja, a gênese das primeiras galáxias.

Haverá, até 2020, um aparelho exclusivamente dedicado a essa tarefa. É o telescópio espacial James Webb, que vem sendo planejado desde 1996. A função desse telescópio será rastrear luz (ou os rastros da ausência dela) das estrelas mais antigas do universo, que foram extintas na primeira fase pós Idade das Trevas.

Segundo os cientistas, esse rastreamento de luz é a chave para entender a pré-história de nossas galáxias. Os buracos negros mais antigos, além da presença da misteriosa matéria escura (composta de partículas sem carga que não interagem com a luz, mas atuam de maneira gravitacional), que compõe 85% da massa do universo, podem dar pistas indiretas sobre a formação das primeiras galáxias. 

O mapeamento desses primórdios de luz servirá para combinar os conhecimentos já existentes sobre buraco negro e matéria escura. Com essa medida, os astrônomos pretendem traçar uma linha cronológica da Idade das Trevas, construída no caminho inverso: dos tempos mais recentes para os mais antigos. 

Fonte: http://hypescience.com/

11 instrumentos da nave Curiosity com destino a Marte

A NASA lançou, no último dia 26, da Flórida, um monstro robótico de uma tonelada que vai levar a exploração planetária para um próximo nível.

O viajante, com o tamanho de um carro e o nome Curiosity (Curiosidade), é a peça central da missão Laboratório Científico de Marte (LCM). Com preço de 4,5 bilhões de reais, o objetivo é saber se o planeta vermelho é, ou foi, capaz de abrigar vida microbial. 

A nave tem dez diferentes instrumentos científicos para ajudar na resposta da questão. Como só vai chegar a Marte lá por agosto de 2012, veja aqui uma prévia dos instrumentos e suas funções:

1 – Câmera de mastro
 
A câmera é o centro de imagens do robô. Ela vai tirar fotos em alta resolução e filmar a paisagem vermelha, para estudos posteriores.

A câmera de mastro consiste em dois sistemas de imagem montados em um mastro acima do corpo principal da Curiosity, para que o campo de visão do planeta seja aumentado. Elas vão ajudar também a movimentação do carro.

2 – Lente de aumento
 
Ela vai funcionar como um microscópio, que vai ajudar os cientistas a ver mais de perto as rochas e solo marcianos. O instrumento vai tirar fotos coloridas de objetos menores do que um fio de cabelo humano.

A lente fica no final do braço robótico da Curiosity, dividida em 5 partes e com 2,1 metros de comprimento. 

3 – Câmera de descida
 
Uma pequena câmera localizada no corpo do robô vai gravar a descida à superfícies (com a ajuda de um guindaste espacial).

Ela vai clicar cerca de dois quilômetros acima do chão, assim que a Curiosity acionar o escudo de calor. Serão tiradas cinco fotos por segundo, até a aterrisagem completa. O material será importante para que a equipe planeje os movimentos de solo, e para coletar informação sobre o local de pouso, uma cratera com 160 quilômetros de largura. 

4 – Amostras
 
O sistema de amostras é o coração da Curiosity. Com apenas 38 quilogramas, é praticamente metade da importância do carro.

O sistema é formado por três instrumentos separados – um espectrômetro de massa, um cromatógrafo de gás e um espectrômetro de laser. Eles vão procurar por compostos de carbono – as peças formadoras da vida como conhecemos, e outros como hidrogênio, oxigênio e nitrogênio.

O equipamento fica no corpo do robô. O braço mecânico vai colocar as amostras do interior de rochas dentro do sistema de análise. 

Nenhum dos antecessores da Curiosity conseguiu penetrar nas rochas, então a espera é ansiosa. 

“Para um geólogo que estuda rochas, não há nada mais emocionante do que o interior delas”, comenta a cientista do projeto, Joy Crisp.

5 – Química e mineralogia
 
Serão identificados e quantificados diferentes tipos de minerais em Marte, o que vai ajudar os cientistas a entender melhor as condições do ambiente do planeta vermelho. 

Como o sistema de amostras, esse também tem um compartimento para coletar amostras a partir do braço robótico. Um raio-X será aplicado no produto, identificando estruturas cristalinas.

“Isso é como mágica para nós”, comenta Crisp. O raio-X é novo nas missões de Marte, já que naves anteriores não o possuíam.

6 – Química e Câmera
 
Em matéria de estilo, é difícil bater esse sistema. O instrumento vai lançar um laser de até 9 metros nas rochas marcianas, para analisar a composição dos vapores liberados. 

Também será possível estudar rochas fora do alcance do braço, e determinar se vale a pena investigar algo específico. 

O sistema é composto de diferentes partes. O laser está no mastro, junto com a câmera e um pequeno telescópio. Três espectrógrafos ficam no corpo do robô, conectados ao mastro por fibras ópticas. Os espectrógrafos vão analisar a luz emitida por elétrons excitados no vapor das rochas. 

7 – Espectrômetro de partículas alfa com raio-X
 
Localizado no braço da Curiosity, esse sistema vai mensurar a quantidade de vários elementos nas rochas e poeira de Marte.

O robô vai colocar o instrumento em contato com as amostras, atirando raios-X e núcleos de hélio. Esse bombardeamento vai bagunçar os elétrons do alvo, causando uma liberação de raios-X. Os cientistas vão poder identificar elementos baseados nas características energéticas desses raios liberados.

Naves passadas possuíam uma versão anterior do sistema, que usaram para ajudar a elucidar o papel da água na formação do solo marciano.

8 – Refletor dinâmico de nêutrons
 
Localizado perto das costas do corpo da Curiosity, ele vai ajudar o robô a procurar gelo e minerais com água, abaixo da superfície marciana.

O instrumento vai atirar raios de nêutrons no chão, e analisar a velocidade com que eles retornam. Átomos de hidrogênio tendem a desacelerar os nêutrons, o que indica a presença de água ou gelo.

O sistema vai mapear concentrações menores do que 0,1% e até 2 metros de profundidade.

9 – Detector de radiação
 
O sistema, que tem o tamanho de uma torradeira, foi desenhado especificamente para o preparo de futuras missões humanas em Marte. Ele vai quantificar e identificar radiações energéticas de qualquer tipo, de prótons em alta velocidade até raios gama.

As observações vão ajudar os cientistas a determinar a quantidade de radiação que um astronauta estaria exposto. Elas também podem ajudar os pesquisadores a entender quanto da radiação ambiental pode ter afetado a origem e evolução da vida em Marte.

10 – Estação de monitoramento ambiental
 
Essa ferramenta, localizada na metade do mastro, é uma estação meteorológica marciana. Ela vai medir a pressão atmosférica, umidade, velocidade do vento e direção, temperatura do ar, do solo, e radiação ultravioleta. 

Toda a informação será colocada em relatórios diários e sazonais, permitindo que os cientistas tenham uma visão detalhada do ambiente em Marte.

11 – Equipamento de entrada, descida e pouso em Marte
 
Esse na verdade não é um dos 10 instrumentos da Curiosity, já que foi construído dentro do escudo térmico que vai proteger a descida do robô na atmosfera marciana. Mas vale algumas palavras aqui.

O instrumento vai medir a temperatura e pressão que o escudo recebe durante a entrada no céu de Marte. As informações vão dizer aos engenheiros o desempenho do escudo e da trajetória da Curiosity. 

Ele é importante para definir as futuras missões em Marte.

Fonte: http://hypescience.com/

7 armas antigas, mas incrivelmente avançadas que a História esqueceu

Avanços tecnológicos nem sempre são construídos de algo já existente, ou melhorados – muitas vezes eles são apenas esquecidos, destruídos ou perdidos. O mesmo acontece com a tecnologia militar. Algumas armas antigas estavam literalmente séculos à frente de seu tempo e acabaram no lixo quando a sociedade decidiu que elas eram demais para sua época. Confira:

1 – Mísseis chineses do século 14

Os chineses têm um talento especial para inventar coisas incríveis, como o “corvo chinês voador com mágica de fogo”. Essa arma do século 14 inspirou-se em outra arma, os “pássaros de fogo”, que eram pássaros reais equipados com pequenas bolsas de brasas ardentes em torno de seus pescoços e liberados para cidades inimigas. 

As brasas incandescentes caíam e pousavam em telhados, começando incêndios maciços em construções. O problema com isso era que as aves estavam vivas e voavam não só para as cidades inimigas, mas também para as tendas e construções dos atacantes.

Os chineses tentaram contornar esse problema com dispositivos chamados “corvos voadores”, que eram pássaros construídos com estrutura de bambu e papel, contendo uma ogiva explosiva. Eles eram lançados através de um foguete com alcance de mais de 300 metros. Quando algo se chocava contra seu alvo, fosse um navio ou prédio, a ogiva detonava. Embora esta seja uma “ótima” idéia, por que o disfarce de pássaro era necessário?

Enfim, a explosão resultante poderia aparentemente ser vista a quilômetros de distância. Uma versão menor, chamada de “bomba voo livre como um trovão pra acabar com o inimigo” (impressionante) tinha temporizadores internos, e quando lançada explodia a uma altura pré-determinada, fazendo chover algo chamado de “veneno de tigre” (meu Deus!).

Este tipo de bomba lançada não se tornou popular no mundo ocidental até o início dos anos 1900 – quase 600 anos depois. 

2 – Fu Go: bombas de balão japonesas

Na Segunda Guerra Mundial, os japoneses queriam atacar o continente americano, mas nenhum avião desse período podia voar através do Pacífico inteiro, e o poder naval americano impedia qualquer porta-avião japonês de chegar perto o suficiente. 

Em resposta a este desafio, os japoneses desenvolveram o Fu Go, ou “bombas de balão”, que eram basicamente balões não tripulados que poderiam navegar pelo Pacífico inteiro antes de deixar cair suas cargas através de um sistema incrivelmente simples de pesos e altímetros.

Os japoneses sabiam que apenas alguns dos balões chegariam a América, mas se tivessem sorte, o balão derrubaria sua carga em uma cidade bem povoada. Caso contrário, atingiria uma área rural e iniciaria um incêndio florestal em massa, que com certeza ainda poderia ser considerado uma vitória.

No final do outono de 1944, os japoneses liberaram 9.000 balões, dos quais cerca de 1.000 conseguiram chegar aos Estados Unidos, alguns até Detroit. Um chegou a ameaçar o projeto nuclear norte-americano quando pousou em uma linha de alta tensão levando energia para um reator nuclear.

Os americanos estavam perplexos quanto à origem dos balões, mas uma investigação dos restos revelaram caracteres japoneses. Não querendo que os japoneses soubessem que os balões estavam dando certo, os EUA embarcaram em uma das campanhas de censura mais fortes da guerra e encobriram as provas dos danos que os balões tinham causado (o que será que eles fizeram? atribuíram todas as explosões a monstros atômicos?).

Devido ao apagão da mídia, agentes japoneses de monitoramento aparentemente pensaram que os balões não deram certo e suspenderam o programa em 1945, quando, na realidade, os balões foram considerados uma ameaça séria. Os americanos também estavam preocupados com relatos de uma possível arma biológica japonesa que seria perfeitamente adequada para uso como uma carga para as bombas de balão.

Por causa do apagão da mídia, as bombas de balão foram esquecidas até o meio do próximo século, em especiais feitos pelo canal The History Channel. Quanto à capacidade de lançar ataques não tripulados a um oceano de distância, os norte-americanos e soviéticos passaram os próximos 15 anos e gastaram muitos bilhões de dólares desenvolvendo o míssil balístico intercontinental (ICBM), uma arma muito mais precisa e mortal, que não é nada festiva como uma enorme nuvem de balões de fogo.

3 – Torpedos antigos

Na história de batalhas navais do passado, havia poucos meios de afundar um navio inimigo. Você poderia tentar sacudi-lo, esmagá-lo com algum tipo de artilharia, atirá-lo contra um seus próprios navios, etc.

Todos estes meios significava ficar perigosamente perto de seu alvo e, consequentemente, correr o risco de afundar também.

Mais de 700 anos atrás, os muçulmanos viram a loucura nisso e desenvolveram torpedeiros que eram capazes de afundar um navio a uma distância segura.

Em algum momento entre 1270 e 1280, Hasan al-Rammah escreveu o “Livro de Navegação Militar e de Dispositivos Engenhosos de Guerra”, no qual descreve um torpedo impulsionado por um foguete que podia ser lançado contra navios inimigos. 

Utilizar “navios torpedos” não tripulados tinha sido parte da estratégia naval por séculos, mas eles eram difíceis de mirar e exigiam um navio a ser sacrificado. O “al-Rammah”, como o torpedo foi nomeado, era uma maneira mais barata e eficiente de alcançar o mesmo objetivo.

Quando ativado, o torpedo era impulsionado através da água, e os estabilizadores da cauda o direcionavam para o alvo. Uma lança na frente empalava-o no casco de um navio inimigo, e então o torpedo explodia.

O torpedo, mesmo em uma forma primitiva, não seria inventado por mais 500 anos. Se você pensar bem, é meio surpreendente que a tecnologia naval continuou a avançar aos trancos e barrancos ao longo dos séculos, mas a tecnologia de uma “bomba amarrada em um pedaço de metal” demorou tanto para decolar.

4 – Minas navais

Em torno dos séculos 14 e 15, os chineses já haviam dominado as minas terrestres, mas estavam ficando cada vez mais irritados com navios inimigos flutuando com segurança para cima e para baixo nos seus rios. Assim, eles acrescentaram “minas navais” para seus arsenais.

Chamado “submarino dragão rei”, as minas navais eram submersas envolvidas em um casco de ferro cheio de explosivos fechado com bexigas de boi. Os explosivos ficavam secos, mas sem oxigênio, eles não podiam explodir.

Para resolver este problema, os antigos chineses desenvolveram um fusível estendido, que seria executado a partir da carga da mina, através de um snorkel feito de intestino de cabra até uma boia na superfície, disfarçada com penas de pato (você entendeu alguma coisa? Isso prova que, acima de tudo, os antigos chineses queriam que suas armas fossem absolutamente hilariantes).

Um manual de guerra chinês descreve um modelo no qual o fusível cronometrado foi substituído por um dispositivo de ignição remoto. Usando um cabo puxado a partir da costa, a mina era ativada por um mecanismo de disparo que criava uma faísca na carga submersa e destruía qualquer alvo próximo.

De alguma forma, a tecnologia foi esquecida pelo Ocidente, e não houve outro uso registrado de minas marítimas até a Batalha de Barris em 1778, durante a Guerra Revolucionária, mais de 300 anos depois.

5 – Roupas que combatem fogo

Em torno dos séculos 12 e 13, as batalhas no Oriente Médio muitas vezes envolviam o uso de explosivos químicos e líquidos inflamáveis. Guerreiros primitivos eram especialmente vulneráveis a essas armas de fogo, já que seres humanos não são tão eficazes em combater quando estão em chamas.

Para mudar isso, muçulmanos desenvolveram roupas retardadoras de fogo para a batalha. Os trajes à prova de fogo consistiam em uma túnica de seda, um manto de algodão e uma camada superior de túnica que protegia contra incêndios e explosões químicas.

Quão eficaz era essa proteção? Soldados muçulmanos colocavam pequenas cargas de pólvora em suas roupas e as ateavam em fogo enquanto combatiam os inimigos. Conforme as chamas queimavam a pólvora, as cargas explodiam, efetivamente tornando os soldados em feras com jatos de fogo enquanto eles ainda estavam protegidos por sua armadura à prova de fogo.

Demorou mais de 600 anos, no século 19, para os bombeiros modernos redescobrirem a ideia de roupas retardadoras de fogo.

6 – Facas obsidianas

Por milhares de anos, os povos nativos da América do Norte e do Sul usaram pedra para todas as suas necessidades de corte. Isto envolveu fabricar facas de obsidiana, que estão entre as lâminas mais afiadas conhecidas.

Os astecas usavam estas lâminas super-afiadas nas pontas de suas espadas maquahuitl, que eram essencialmente grandes “pás” de madeira com lâminas de obsidiana presas nas pontas. Supostamente, estas espadas podiam cortar a cabeça de um cavalo com um só golpe.

Quando os comerciantes europeus começaram a fazer contato com os nativos, as facas de obsidiana caíram em desuso, assim como o conhecimento de como fazê-las.

Não foi até 500 anos depois, no meio do século 20, que um antropólogo chamado Don Crabtree redescobriu a tecnologia de fazer a faca que estava quase perdida no tempo.

7 – Fogo grego

No ano 678, os árabes tinham o porto da cidade de Constantinopla sitiado pelo quinto ano consecutivo. Para combater esta ameaça anual, a marinha bizantina introduziu lança-chamas gigantes hoje conhecidas como “fogo grego”, e incineraram a frota árabe que se preparava para atacar a cidade. Os árabes não tentaram a façanha novamente até 717, quando receberam o mesmo tratamento.

A arma secreta bizantina era tão secreta que eles compartimentalizaram cada parte do sistema de armas do fogo grego, e apenas a família real e os descendentes da pessoa que inventou a arma sabiam como tudo funcionava. Durante 500 anos, o segredo foi guardado com segurança na capital e passado de geração em geração.

Até hoje, ainda não sabemos como essa arma funcionava. Infelizmente, o Império Bizantino era propenso a golpes – 29 dos 88 imperadores foram assassinados em levantes violentos. Em algum ponto durante uma dessas revoltas, o segredo do fogo grego foi perdido, porque os novos imperadores tinham a tendência de matar toda a família real e as famílias de qualquer assessores mais próximos. A última utilização registrada do fogo grego foi na batalha naval contra os pisanos, em 1099.

Fonte: http://hypescience.com/