quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Arco-íris quaternário é fotografado pela primeira vez

Esqueça o duplo arco-íris. Este ano, o arco-íris quádruplo é a última moda. A fotografia mostra a primeira evidência de um arco-íris de quarta ordem.

O espetáculo na imagem se parece com um duplo arco-íris, porque ele mostra apenas o de terceira ordem (a esquerda), acompanhado do quaternário (a direita). Eles só podem se formar no mesmo lado do céu que o sol, ao contrário do arco-íris primário e secundário. Por isso, os arco-íris de primeira e de segunda ordem não aparecem na foto.

Algumas pessoas já afirmaram ter visto até três arco-íris no céu de uma vez. Mas os relatórios científicos desse fenômeno eram tão raros – apenas cinco foram registrados em 250 anos – que até agora muitos cientistas acreditavam que eles eram tão reais quanto um pote de ouro no final do arco-íris.

Estas lendárias raridades ópticas, causada por três reflexões de cada raio de luz dentro de uma gota de chuva, foram finalmente confirmadas, graças à perseverança fotográfica e um modelo meteorológico novo que fornece os fundamentos científicos para encontrá-los.

Embora incrivelmente raros, os arco-íris terciários e quaternários são produtos naturais da combinação de dispersão, refração e reflexão dentro de gotas de chuva. Estes são os mesmos processos que criam todos os arco-íris, mas eles são levados a seus extremos para produzir estas variantes. Refração é quando a luz solar “dobra” por mudar de meio, passando, por exemplo, do ar para a água e vice-versa. As gotas de água refratam cada uma das cores da luz solar em um ângulo ligeiramente diferente. Isso é chamado de dispersão, que separa as cores para criar um arco-íris.

A maioria dessas luzes multicoloridas atravessa a gota de chuva, mas algumas se refletem. As curvas esféricas de um pingo concentram as reflexões a 138 graus do sol. Essa luz concentrada é brilhante o suficiente para criar um visível arco-íris primário.

Um duplo arco-íris ocorre porque nem toda a luz sai da gota de chuva. Parte é refletida de volta para o pingo de chuva e passa por todo o processo novamente. Embora esta luz seja mais fraca, por vezes, é também brilhante o suficiente para produzir um arco-íris secundário, do lado de fora do primeiro.

A terceira série de reflexões cria um arco-íris terciário. É ainda mais apagado do que o arco-íris secundário e muito mais difícil de encontrar, porque ao invés de formar longe do sol, um arco-íris terciário aparece em torno do sol. Para vê-lo, os observadores têm de olhar para todo o brilho emanado dele.

Pode ser por isso que apenas cinco observadores cientificamente informados haviam descrito o arco-íris terciário durante os últimos 250 anos.

Raymond Lee foi atrás das cinco descrições e encontrou elementos comuns. Todos os arco-íris descritos como terciários apareceram por alguns segundos, contra um fundo de nuvens escuras a cerca de 40 graus de um sol intensamente brilhante.

O pesquisador utilizou um modelo matemático para prever o que pode produzir condições para ver os terciários. Primeiro, eles precisavam de nuvens escuras e também de uma chuva pesada ou com gotas de tamanho quase uniforme. Sob essas condições, se o sol romper as nuvens, ele pode projetar um arco-íris terciário.

Quando Lee apresentou suas descobertas, provocou uma discussão acalorada. Alguns cientistas insistiram que as descrições do passado estavam erradas e que os terciários são muito fracos para serem vistos no brilho do sol.

Desde então, Michael Grossman e Michael Theusner têm tirado fotos de arco-íris terciários e uma foto de um arco-íris quaternário. Ambas as imagens sofreram apenas um mínimo de processamento de imagem para melhorar o contraste sob estas condições desafiadoras.

No dia que Grossman fotografou o arco-íris terciário, ele primeiro lembra de ter visto um arco-íris secundário. Quando a chuva se intensificou, ele sabia que tinha que virar para o sol.

A olho nu é muito difícil de dizer que é visível. Mas a caça ao tesouro, com uma máquina fotográfica, valeu a pena.

Fonte: http://hypescience.com/

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