Esqueça o duplo arco-íris. Este ano, o arco-íris quádruplo é a última
moda. A fotografia mostra a primeira evidência de um arco-íris de
quarta ordem.
O espetáculo na imagem se parece com um duplo arco-íris, porque ele
mostra apenas o de terceira ordem (a esquerda), acompanhado do
quaternário (a direita). Eles só podem se formar no mesmo lado do céu
que o sol, ao contrário do arco-íris primário e secundário. Por isso, os
arco-íris de primeira e de segunda ordem não aparecem na foto.
Algumas pessoas já afirmaram ter visto até três arco-íris no céu de
uma vez. Mas os relatórios científicos desse fenômeno eram tão raros –
apenas cinco foram registrados em 250 anos – que até agora muitos
cientistas acreditavam que eles eram tão reais quanto um pote de ouro no
final do arco-íris.
Estas lendárias raridades ópticas, causada por três reflexões de cada
raio de luz dentro de uma gota de chuva, foram finalmente confirmadas,
graças à perseverança fotográfica e um modelo meteorológico novo que
fornece os fundamentos científicos para encontrá-los.
Embora incrivelmente raros, os arco-íris terciários e quaternários
são produtos naturais da combinação de dispersão, refração e reflexão
dentro de gotas de chuva. Estes são os mesmos processos que criam todos
os arco-íris, mas eles são levados a seus extremos para produzir estas
variantes. Refração é quando a luz solar “dobra” por mudar de meio,
passando, por exemplo, do ar para a água e vice-versa. As gotas de água
refratam cada uma das cores da luz solar em um ângulo ligeiramente
diferente. Isso é chamado de dispersão, que separa as cores para criar
um arco-íris.
A maioria dessas luzes multicoloridas atravessa a gota de chuva, mas
algumas se refletem. As curvas esféricas de um pingo concentram as
reflexões a 138 graus do sol. Essa luz concentrada é brilhante o
suficiente para criar um visível arco-íris primário.
Um duplo arco-íris ocorre porque nem toda a luz sai da gota de chuva.
Parte é refletida de volta para o pingo de chuva e passa por todo o
processo novamente. Embora esta luz seja mais fraca, por vezes, é também
brilhante o suficiente para produzir um arco-íris secundário, do lado
de fora do primeiro.
A terceira série de reflexões cria um arco-íris terciário. É ainda
mais apagado do que o arco-íris secundário e muito mais difícil de
encontrar, porque ao invés de formar longe do sol, um arco-íris
terciário aparece em torno do sol. Para vê-lo, os observadores têm de
olhar para todo o brilho emanado dele.
Pode ser por isso que apenas cinco observadores cientificamente
informados haviam descrito o arco-íris terciário durante os últimos 250
anos.
Raymond Lee foi atrás das cinco descrições e encontrou elementos
comuns. Todos os arco-íris descritos como terciários apareceram por
alguns segundos, contra um fundo de nuvens escuras a cerca de 40 graus
de um sol intensamente brilhante.
O pesquisador utilizou um modelo matemático para prever o que pode
produzir condições para ver os terciários. Primeiro, eles precisavam de
nuvens escuras e também de uma chuva pesada ou com gotas de tamanho
quase uniforme. Sob essas condições, se o sol romper as nuvens, ele pode
projetar um arco-íris terciário.
Quando Lee apresentou suas descobertas, provocou uma discussão
acalorada. Alguns cientistas insistiram que as descrições do passado
estavam erradas e que os terciários são muito fracos para serem vistos
no brilho do sol.
Desde então, Michael Grossman e Michael Theusner têm tirado fotos de
arco-íris terciários e uma foto de um arco-íris quaternário. Ambas as
imagens sofreram apenas um mínimo de processamento de imagem para
melhorar o contraste sob estas condições desafiadoras.
No dia que Grossman fotografou o arco-íris terciário, ele primeiro
lembra de ter visto um arco-íris secundário. Quando a chuva se
intensificou, ele sabia que tinha que virar para o sol.
A olho nu é muito difícil de dizer que é visível. Mas a caça ao tesouro, com uma máquina fotográfica, valeu a pena.
Fonte: http://hypescience.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário