Em 1663, o físico dinamarquês Thomas Bartholin descreveu uma mulher
que “ardeu em chamas e fumaça” enquanto a cama de palha em que estava
deitada permaneceu intacta. O estranho incidente, que aconteceu em
Paris, é tido como o primeiro registro de um fenômeno que hoje
conhecemos – mas que não compreendemos – como combustão espontânea.
A combustão humana espontânea é o nome dado ao raro acontecimento em
que uma pessoa queima até virar cinzas, sem causa externa aparente para a
ignição.
A maioria dos 200 casos conhecidos de combustões humanas espontâneas (CHE) têm características similares.
Primeiro, o corpo é quase completamente incinerado enquanto a maior
parte da área ao redor permanece intocada; apenas o corpo, o chão
embaixo e o teto logo acima são afetados.
A segunda característica comum é que o torso é a parte mais consumida
pelas chamas, com os possíveis restos pertencentes às extremidades.
A terceira é que assim como não há evidência externa de ignição,
também não há anda que supostamente tenha acelerado ou começado o fogo.
Finalmente, a vítima está normalmente sozinha, e em casa, quando
encontra o fogo mortal. E geralmente são reconhecidas como vivas quando o
fogo começou, mesmo que não sejam comuns sinais de luta.
Há diversas teorias para explicar o fenômeno: explicações paranormais e naturais, envolvendo causas mais ou menos verificáveis.
Entre as explicações naturais mais plausíveis está a ideia de que as
vítimas – que tendem a ser idosas, enfermas ou obesas – estão dormindo,
ou imóveis, ou ainda mortas por algo como um ataque do coração, e
acionam alguma fonte de fogo – comumente um cigarro derrubado.
Uma hipótese conhecida como o “efeito pavio” sugere que alguma faísca
externa ou chama queima as roupas da vítima o suficiente para chegar à
pele. A pele então libera gordura, que age de modo similar à cera da
vela. O efeito foi testado e concluíram que o corpo humano contém
gordura suficiente para garantir a própria combustão.
Outros estudiosos da combustão humana espontânea têm suas próprias
teorias, baseadas em explicações mais “loucas”. Uma delas sugere que
partículas como os raios gama causam uma CHE, em uma reação livre de
oxigênio – mas como isso acontece e de onde vem a energia é um mistério.
Outra explicação ainda não testada é a de que níveis anormais de
álcool no sangue atingem o ponto de pegar fogo espontaneamente. Mas os
níveis de concentração alcoólica necessários para tanto faz a teoria
impossível.
Uma terceira ideia é de uma faísca de um acúmulo de eletricidade
estática, que inicia o fogo nas roupas da vítima. Mas isso soa pouco
plausível para os infernos mortais que tiraram a vida de centenas de
pessoas.
7 – Mary Hardy Reeser (1951)
Em 1951, na Flórida, os restos carbonizados de Mary Reeser, de 67
anos, foram encontrados na cadeira em que ela estava sentada, com nada
mais fora o crânio, parte do pé esquerdo e o osso da coluna. Mesmo com o
corpo quase completamente incinerado, houve pouco dano à sala – nada
esperado para um incêndio típico.
O chefe de polícia local, J. R. Reichet, enviou uma caixa com
evidências para o FBI, junto com uma nota: “Pedimos informações ou
teorias que possam explicar como um corpo humano pode ser tão destruído,
o fogo confinado a uma área tão pequena e tão pouco dano à estrutura do
prédio, e a mobília do quarto nem mesmo chamuscada pela fumaça”. O FBI
respondeu com a teoria do pavio – um cigarro gerou o fogo.
6 – John Irving Bentley (1966)
John Irving Bentley era um físico de 92 anos da Pensilvânia,
encontrado morto em seu banheiro, queimado até a morte. A única sobra do
corpo de Bentley foi a metade inferior da perna direita, com o pé ainda
usando um chinelo. O corpo queimou tanto que as sobras foram parar no
porão, embaixo do banheiro. Um teórico acredita que as cinzas do
cachimbo de Bentley caíram nas suas roupas e os fósforos no bolso
ajudaram no resultado. O que parece ser um jarro de água quebrado estava
na banheira, sugerindo que Bentley tentou apagar o fogo, mas morreu
antes de conseguir.
5 – Henry Thomas (1980)
Henry Thomas, de 73 anos, foi encontrado na sala de sua casa em Wales
quase que completamente incinerado – exceto pelos seus pés calçados e
pernas abaixo dos joelhos, e o crânio. Metade da cadeira onde estava
também foi destruída, e o calor derreteu o controle da televisão.
O policial John E. Heymer comentou que “a sala estava inundada por
uma luz laranja, que vinha das janelas e de uma lâmpada. Essa luz é o
resultado da luz do dia e da eletricidade sendo filtradas por gordura
humana evaporada e condensada nas superfícies. O restante da casa estava
completamente intacto”. A equipe forense afirmou que a morte foi
resultado do efeito pavio, sugerindo que Thomas caiu na lareira e
sentou-se de novo. Entretanto, Heymer discorda, dizendo que o oxigênio
na sala fechada não iria permitir o efeito, e ainda lembrou-se das
bordas da calça da vítima – “que pareciam queimadas por um laser”.
4 – George Mott (1986)
Apenas um crânio encolhido e uma costela foram encontrados depois que
George Mott, um bombeiro nova-iorquino de 58 anos, queimou até virar
cinzas, junto com a cama onde estava deitado. Investigadores lançaram a
ideia de que um arco elétrico e um vazamento de gás tinham causado as
chamas. Mott era conhecido como um fumante e bebedor pesado, e não
estava com a máscara de oxigênio que costuma usar.
3 – Jeannie Saffin (1982)
Um dos poucos casos de combustão espontânea em que uma testemunha
esteve presente é o de Jeannie Saffin, uma mulher de 61 anos com idade
mental de seis. Saffin estava sentada com o pai, de 82 anos, na casa
deles, em Londres, quando, de acordo com o testemunho do homem, ele
percebeu de relance um raio de luz.
Quando se virou para a filha, ele a viu coberta de chamas mas sem
movimento ou qualquer tentativa de apagar o fogo. Ele tentou apagar o
fogo, machucando as mãos no processo. Jeannie sofreu queimaduras de
terceiro grau na parte superior do corpo, mas morreu uma semana depois,
enquanto estava no hospital.
2 – Michael Faherty (2010)
O irlandês Michael Faherty, de 76 anos, foi encontrado morto, com a
cabeça perto da lareira, em sua sala. Os danos no local estavam
limitados ao teto acima de sua cabeça, o chão logo abaixo, e o corpo,
totalmente incinerado. A polícia, entretanto, não acreditou que a
lareira foi a causa do incêndio. O coronel afirmou que “esse fogo foi
investigado e eu fico com a conclusão de que isso entra na categoria de
combustões humanas espontâneas, para a qual não há explicação adequada”.
Outros acreditam que as cinzas do fogo tenham sido responsáveis.
1 – Robert Bailey (1967)
Em um estranho caso de combustão espontânea em Londres, um passageiro
de ônibus avistou chamas azuis na janela de um apartamento superior e
presumiu ser um jato de gás. A testemunha chamou o corpo de bombeiros, e
Robert Bailey, um homem de rua, foi encontrado morto nas quentes
escadarias do prédio. Um bombeiro afirmou que as chamas azuis –
extinguidas com uma mangueira – estavam vindo de uma fenda no abdome de
Bailey, que ainda estava vivo quando começou a queimar.
Fonte: http://hypescience.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário