Nem todo mundo que dorme, apaga. Não se você considerar as células do
cérebro que se ativam para produzir os sonhos às vezes vivos, e por
vezes absolutamente assombrados que ocorrem durante o estágio de sono do
movimento rápido dos olhos (REM).
Por que algumas pessoas têm pesadelos, enquanto outras passam suas
noites com tranquilidade? Assim como o sono, os sonhos são fenômenos
misteriosos. Mas conforme os cientistas são capazes de explorar mais
profundamente a nossa mente, eles estão encontrando algumas respostas.
Confira um pouco do que sabemos sobre o que se passa na terra dos
sonhos:
1 – Sonhos têm significado
Se você sonha em ganhar na loteria ou se acidentar, você deve se
preparar para alguma dessas coisas? Se você respondeu “sim”, você não
está sozinho.
Pesquisadores descobriram que as pessoas têm fé em seus sonhos, e
julgam os que se encaixam com suas próprias crenças como mais
significativos do que aqueles que vão contra essa corrente.
“Interpretações psicólogas do significado dos sonhos variam muito”,
disse o pesquisador Carey Morewedge. “Mas nossa pesquisa mostra que as
pessoas acreditam que seus sonhos fornecem informações significativas
para si e seu mundo”.
Em um estudo, 182 pessoas de Boston, EUA, imaginaram que um desses
quatro cenários aconteceu na noite anterior a uma viagem agendada: nível
de ameaça nacional foi elevado; eles conscientemente pensavam que seu
avião ia cair; eles sonharam com um acidente de avião, ou um acidente de
avião de verdade ocorreu na rota que eles pretendiam tomar.
Os resultados mostraram que o sonho com o acidente de avião era o que
mais provavelmente afetava os planos de viagem do que qualquer outro
pensamento sobre uma falha ou um aviso do governo. O sonho também
produziu um nível similar de ansiedade que a queda real.
Em outro estudo, 270 homens e mulheres completaram uma pesquisa
online em que eles foram convidados a se lembrar de um sonho que tiveram
sobre uma pessoa que eles conheciam.
As pessoas atribuíram mais importância aos sonhos agradáveis sobre
uma pessoa que gostavam do que com uma pessoa de que não gostavam. E
estavam mais propensas a relatar um sonho negativo como mais
significativo se era sobre uma pessoa de que não gostavam do que com um
amigo.
2 – Pesadelos violentos: alertas de saúde
Como se os pesadelos não fossem ruins o suficiente, um distúrbio raro
do sono leva as pessoas a “atuar” seus sonhos, às vezes com movimentos
violentos, chutes e gritos.
Segundo estudos, tais sonhos violentos podem ser um sinal precoce de
desordens do cérebro, incluindo mal de Parkinson e demência. Os
resultados sugerem que estágios iniciais dessas doenças
neurodegenerativas podem começar décadas antes de uma pessoa ser
diagnosticada.
3 – Pessoas noturnas = mais pesadelos
Ficar acordado até tarde tem suas vantagens, mas sonhos bons não é
uma delas. Uma pesquisa publicada esse ano revelou que as corujas são
mais propensas do que quem acorda cedo a experimentar pesadelos.
No estudo, 264 estudantes universitários classificaram quantas vezes
tiveram pesadelos em uma escala de “0″ (que significa “nunca”) a “4″
(que significa “sempre”). Os tipos mais noturnos tiveram uma média de
2,10, em comparação com os tipos matutinos que tiveram uma média de
1,23.
Os pesquisadores disseram que a diferença era significativa, mas que
eles não sabiam o que causava essa ligação entre hábitos de sono e
pesadelos. Entre suas ideias, está o hormônio do estresse, cortisol, que
atinge seu pico de manhã, logo antes de uma pessoa acordar, um momento
em que estamos mais propensos ao sono REM, fase do sonho. Se a pessoa
ainda estiver dormindo nesse momento, talvez o aumento do cortisol possa
provocar sonhos vívidos ou pesadelos.
4 – Sonhos podem resolver problemas
Os cientistas há muito se perguntam por que nós sonhamos, com
respostas que vão desde a ideia de Sigmund Freud de que os sonhos
satisfazem nossos desejos até a especulação de que essas viagens
melancólicas são apenas um movimento rápido dos olhos, ou sono REM.
Pelo menos parte da razão para sonharmos pode ser o pensamento
crítico, de acordo com a psicóloga Deirdre Barrett. Ela descobriu que os
sonhos podem nos ajudar a resolver quebra-cabeças que nos assolam
durante o dia.
De acordo com Barrett, é o aspecto visual e muitas vezes ilógico dos
sonhos que os tornam perfeitos para o tipo de pensamento “fora do comum”
que é necessário para resolver alguns problemas.
“Seja qual for o estado em que estamos de sono, nós ainda estamos
trabalhando nos mesmos problemas”, disse Barrett, acrescentando que os
sonhos podem ter evoluído para uma outra finalidade, mas provavelmente
foram aperfeiçoados ao longo do tempo para várias tarefas, inclusive
ajudar a “reiniciar” o cérebro e resolver problemas.
5 – Homens têm mais sonhos eróticos
Nenhuma surpresa aqui: os homens são mais propensos do que mulheres a
sonhar com sexo. Pior: as mulheres são mais propensas a ter pesadelos.
Em um estudo com quase 200 homens e mulheres com idades entre 18 a 25
anos, a psicóloga Jennie Parker descobriu que os pesadelos das mulheres
podiam ser divididos em três categorias: sonhos temerosos (ser
perseguida ou ter a vida ameaçada), sonhos que envolvem a perda de um
ente querido, ou sonhos confusos.
“Se as mulheres têm que relatar o sonho mais importante que já
tiveram, elas são mais propensas do que os homens a relatar um pesadelo
muito perturbador”, disse Parker. “As mulheres relatam mais pesadelos, e
seus pesadelos são emocionalmente mais intensos que os dos homens”.
Isso não significa que as mulheres não “se divertem” em seus sonhos.
Um estudo apresentado em 2007 revelou que, dos cerca de 3.500 relatos de
sonhos, aproximadamente 8% continham algum tipo de atividade sexual. O
sonho sexual mais comum envolvia penetração, seguido de proposições
sexuais, beijos, fantasias e masturbação.
6 – Você pode controlar seus sonhos
Se você estiver interessado em sonhos lúcidos, melhor começar a jogar
videogame. Ambos representam realidades alternativas, de acordo com
Jayne Gackenbach, psicóloga canadense que estuda o assunto. É claro que
eles não são completamente iguais; enquanto os videogames são
controlados por computadores e consoles, os sonhos surgem da mente
humana.
“Os jogadores são usados para controlar seus ambientes de jogo, de
modo que isso pode se traduzir em sonhos”, diz. Sua pesquisa mostrou que
as pessoas que frequentemente jogam videogames são mais propensas a ter
sonhos lúcidos onde se veem fora de seus corpos, e também são mais
capazes de influenciar seus sonhos, como se controlassem um jogo.
Esse nível de controle também pode ajudar os jogadores a tornar um
pesadelo horripilante em um sonho tranquilo. Esta espécie de controle
poderia ajudar veteranos de guerra que sofrem de síndrome do estresse
pós-traumático (TEPT).
7 – Sonhos podem nos ajudar a relaxar
Cientistas descobriram que durante a fase de sonho do sono (também chamada de sono REM), os nossos cérebros mostram uma
diminuição dos níveis de certas substâncias químicas associadas ao estresse.
diminuição dos níveis de certas substâncias químicas associadas ao estresse.
“Sabemos que durante o sono REM há uma diminuição acentuada dos
níveis de norepinefrina, um produto químico do cérebro associado ao
estresse”, disse o pesquisador Matthew Walker. “Ao reprocessar
experiências emocionais anteriores neste ambiente neuro-quimicamente
seguro de norepinefrina baixa durante o sono REM, acordamos no dia
seguinte e essas experiências foram ‘amolecidas’ em sua força emocional.
Nos sentimos melhores sobre elas, sentimos que podemos lidar com esses
problemas”, explica.
As conclusões do estudo podem explicar porque pessoas com síndrome do
estresse pós-traumático (TEPT), como veteranos de guerra, tem tanta
dificuldade em se recuperar de experiências dolorosas e sofrem pesadelos
recorrentes. Também pode ser uma explicação para o motivo pelo qual
sonhamos – para nos sentirmos melhores e lidarmos melhor com nossos
problemas.
Fonte: http://hypescience.com/
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