sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

11 instrumentos da nave Curiosity com destino a Marte

A NASA lançou, no último dia 26, da Flórida, um monstro robótico de uma tonelada que vai levar a exploração planetária para um próximo nível.

O viajante, com o tamanho de um carro e o nome Curiosity (Curiosidade), é a peça central da missão Laboratório Científico de Marte (LCM). Com preço de 4,5 bilhões de reais, o objetivo é saber se o planeta vermelho é, ou foi, capaz de abrigar vida microbial. 

A nave tem dez diferentes instrumentos científicos para ajudar na resposta da questão. Como só vai chegar a Marte lá por agosto de 2012, veja aqui uma prévia dos instrumentos e suas funções:

1 – Câmera de mastro
 
A câmera é o centro de imagens do robô. Ela vai tirar fotos em alta resolução e filmar a paisagem vermelha, para estudos posteriores.

A câmera de mastro consiste em dois sistemas de imagem montados em um mastro acima do corpo principal da Curiosity, para que o campo de visão do planeta seja aumentado. Elas vão ajudar também a movimentação do carro.

2 – Lente de aumento
 
Ela vai funcionar como um microscópio, que vai ajudar os cientistas a ver mais de perto as rochas e solo marcianos. O instrumento vai tirar fotos coloridas de objetos menores do que um fio de cabelo humano.

A lente fica no final do braço robótico da Curiosity, dividida em 5 partes e com 2,1 metros de comprimento. 

3 – Câmera de descida
 
Uma pequena câmera localizada no corpo do robô vai gravar a descida à superfícies (com a ajuda de um guindaste espacial).

Ela vai clicar cerca de dois quilômetros acima do chão, assim que a Curiosity acionar o escudo de calor. Serão tiradas cinco fotos por segundo, até a aterrisagem completa. O material será importante para que a equipe planeje os movimentos de solo, e para coletar informação sobre o local de pouso, uma cratera com 160 quilômetros de largura. 

4 – Amostras
 
O sistema de amostras é o coração da Curiosity. Com apenas 38 quilogramas, é praticamente metade da importância do carro.

O sistema é formado por três instrumentos separados – um espectrômetro de massa, um cromatógrafo de gás e um espectrômetro de laser. Eles vão procurar por compostos de carbono – as peças formadoras da vida como conhecemos, e outros como hidrogênio, oxigênio e nitrogênio.

O equipamento fica no corpo do robô. O braço mecânico vai colocar as amostras do interior de rochas dentro do sistema de análise. 

Nenhum dos antecessores da Curiosity conseguiu penetrar nas rochas, então a espera é ansiosa. 

“Para um geólogo que estuda rochas, não há nada mais emocionante do que o interior delas”, comenta a cientista do projeto, Joy Crisp.

5 – Química e mineralogia
 
Serão identificados e quantificados diferentes tipos de minerais em Marte, o que vai ajudar os cientistas a entender melhor as condições do ambiente do planeta vermelho. 

Como o sistema de amostras, esse também tem um compartimento para coletar amostras a partir do braço robótico. Um raio-X será aplicado no produto, identificando estruturas cristalinas.

“Isso é como mágica para nós”, comenta Crisp. O raio-X é novo nas missões de Marte, já que naves anteriores não o possuíam.

6 – Química e Câmera
 
Em matéria de estilo, é difícil bater esse sistema. O instrumento vai lançar um laser de até 9 metros nas rochas marcianas, para analisar a composição dos vapores liberados. 

Também será possível estudar rochas fora do alcance do braço, e determinar se vale a pena investigar algo específico. 

O sistema é composto de diferentes partes. O laser está no mastro, junto com a câmera e um pequeno telescópio. Três espectrógrafos ficam no corpo do robô, conectados ao mastro por fibras ópticas. Os espectrógrafos vão analisar a luz emitida por elétrons excitados no vapor das rochas. 

7 – Espectrômetro de partículas alfa com raio-X
 
Localizado no braço da Curiosity, esse sistema vai mensurar a quantidade de vários elementos nas rochas e poeira de Marte.

O robô vai colocar o instrumento em contato com as amostras, atirando raios-X e núcleos de hélio. Esse bombardeamento vai bagunçar os elétrons do alvo, causando uma liberação de raios-X. Os cientistas vão poder identificar elementos baseados nas características energéticas desses raios liberados.

Naves passadas possuíam uma versão anterior do sistema, que usaram para ajudar a elucidar o papel da água na formação do solo marciano.

8 – Refletor dinâmico de nêutrons
 
Localizado perto das costas do corpo da Curiosity, ele vai ajudar o robô a procurar gelo e minerais com água, abaixo da superfície marciana.

O instrumento vai atirar raios de nêutrons no chão, e analisar a velocidade com que eles retornam. Átomos de hidrogênio tendem a desacelerar os nêutrons, o que indica a presença de água ou gelo.

O sistema vai mapear concentrações menores do que 0,1% e até 2 metros de profundidade.

9 – Detector de radiação
 
O sistema, que tem o tamanho de uma torradeira, foi desenhado especificamente para o preparo de futuras missões humanas em Marte. Ele vai quantificar e identificar radiações energéticas de qualquer tipo, de prótons em alta velocidade até raios gama.

As observações vão ajudar os cientistas a determinar a quantidade de radiação que um astronauta estaria exposto. Elas também podem ajudar os pesquisadores a entender quanto da radiação ambiental pode ter afetado a origem e evolução da vida em Marte.

10 – Estação de monitoramento ambiental
 
Essa ferramenta, localizada na metade do mastro, é uma estação meteorológica marciana. Ela vai medir a pressão atmosférica, umidade, velocidade do vento e direção, temperatura do ar, do solo, e radiação ultravioleta. 

Toda a informação será colocada em relatórios diários e sazonais, permitindo que os cientistas tenham uma visão detalhada do ambiente em Marte.

11 – Equipamento de entrada, descida e pouso em Marte
 
Esse na verdade não é um dos 10 instrumentos da Curiosity, já que foi construído dentro do escudo térmico que vai proteger a descida do robô na atmosfera marciana. Mas vale algumas palavras aqui.

O instrumento vai medir a temperatura e pressão que o escudo recebe durante a entrada no céu de Marte. As informações vão dizer aos engenheiros o desempenho do escudo e da trajetória da Curiosity. 

Ele é importante para definir as futuras missões em Marte.

Fonte: http://hypescience.com/

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