A NASA lançou, no último dia 26, da Flórida, um monstro robótico de
uma tonelada que vai levar a exploração planetária para um próximo
nível.
O viajante, com o tamanho de um carro e o nome Curiosity
(Curiosidade), é a peça central da missão Laboratório Científico de
Marte (LCM). Com preço de 4,5 bilhões de reais, o objetivo é saber se o
planeta vermelho é, ou foi, capaz de abrigar vida microbial.
A nave tem dez diferentes instrumentos científicos para ajudar na
resposta da questão. Como só vai chegar a Marte lá por agosto de 2012,
veja aqui uma prévia dos instrumentos e suas funções:
1 – Câmera de mastro
A câmera é o centro de imagens do robô. Ela vai tirar fotos em alta
resolução e filmar a paisagem vermelha, para estudos posteriores.
A câmera de mastro consiste em dois sistemas de imagem montados em um
mastro acima do corpo principal da Curiosity, para que o campo de visão
do planeta seja aumentado. Elas vão ajudar também a movimentação do
carro.
2 – Lente de aumento
Ela vai funcionar como um microscópio, que vai ajudar os cientistas a
ver mais de perto as rochas e solo marcianos. O instrumento vai tirar
fotos coloridas de objetos menores do que um fio de cabelo humano.
A lente fica no final do braço robótico da Curiosity, dividida em 5 partes e com 2,1 metros de comprimento.
3 – Câmera de descida
Uma pequena câmera localizada no corpo do robô vai gravar a descida à superfícies (com a ajuda de um guindaste espacial).
Ela vai clicar cerca de dois quilômetros acima do chão, assim que a
Curiosity acionar o escudo de calor. Serão tiradas cinco fotos por
segundo, até a aterrisagem completa. O material será importante para que
a equipe planeje os movimentos de solo, e para coletar informação sobre
o local de pouso, uma cratera com 160 quilômetros de largura.
4 – Amostras
O sistema de amostras é o coração da Curiosity. Com apenas 38 quilogramas, é praticamente metade da importância do carro.
O sistema é formado por três instrumentos separados – um
espectrômetro de massa, um cromatógrafo de gás e um espectrômetro de
laser. Eles vão procurar por compostos de carbono – as peças formadoras
da vida como conhecemos, e outros como hidrogênio, oxigênio e
nitrogênio.
O equipamento fica no corpo do robô. O braço mecânico vai colocar as
amostras do interior de rochas dentro do sistema de análise.
Nenhum dos antecessores da Curiosity conseguiu penetrar nas rochas, então a espera é ansiosa.
“Para um geólogo que estuda rochas, não há nada mais emocionante do
que o interior delas”, comenta a cientista do projeto, Joy Crisp.
5 – Química e mineralogia
Serão identificados e quantificados diferentes tipos de minerais em
Marte, o que vai ajudar os cientistas a entender melhor as condições do
ambiente do planeta vermelho.
Como o sistema de amostras, esse também tem um compartimento para
coletar amostras a partir do braço robótico. Um raio-X será aplicado no
produto, identificando estruturas cristalinas.
“Isso é como mágica para nós”, comenta Crisp. O raio-X é novo nas missões de Marte, já que naves anteriores não o possuíam.
6 – Química e Câmera
Em matéria de estilo, é difícil bater esse sistema. O instrumento vai
lançar um laser de até 9 metros nas rochas marcianas, para analisar a
composição dos vapores liberados.
Também será possível estudar rochas fora do alcance do braço, e determinar se vale a pena investigar algo específico.
O sistema é composto de diferentes partes. O laser está no mastro,
junto com a câmera e um pequeno telescópio. Três espectrógrafos ficam no
corpo do robô, conectados ao mastro por fibras ópticas. Os
espectrógrafos vão analisar a luz emitida por elétrons excitados no
vapor das rochas.
7 – Espectrômetro de partículas alfa com raio-X
Localizado no braço da Curiosity, esse sistema vai mensurar a quantidade de vários elementos nas rochas e poeira de Marte.
O robô vai colocar o instrumento em contato com as amostras, atirando
raios-X e núcleos de hélio. Esse bombardeamento vai bagunçar os
elétrons do alvo, causando uma liberação de raios-X. Os cientistas vão
poder identificar elementos baseados nas características energéticas
desses raios liberados.
Naves passadas possuíam uma versão anterior do sistema, que usaram
para ajudar a elucidar o papel da água na formação do solo marciano.
8 – Refletor dinâmico de nêutrons
Localizado perto das costas do corpo da Curiosity, ele vai ajudar o
robô a procurar gelo e minerais com água, abaixo da superfície marciana.
O instrumento vai atirar raios de nêutrons no chão, e analisar a
velocidade com que eles retornam. Átomos de hidrogênio tendem a
desacelerar os nêutrons, o que indica a presença de água ou gelo.
O sistema vai mapear concentrações menores do que 0,1% e até 2 metros de profundidade.
9 – Detector de radiação
O sistema, que tem o tamanho de uma torradeira, foi desenhado
especificamente para o preparo de futuras missões humanas em Marte. Ele
vai quantificar e identificar radiações energéticas de qualquer tipo, de
prótons em alta velocidade até raios gama.
As observações vão ajudar os cientistas a determinar a quantidade de
radiação que um astronauta estaria exposto. Elas também podem ajudar os
pesquisadores a entender quanto da radiação ambiental pode ter afetado a
origem e evolução da vida em Marte.
10 – Estação de monitoramento ambiental
Essa ferramenta, localizada na metade do mastro, é uma estação
meteorológica marciana. Ela vai medir a pressão atmosférica, umidade,
velocidade do vento e direção, temperatura do ar, do solo, e radiação
ultravioleta.
Toda a informação será colocada em relatórios diários e sazonais,
permitindo que os cientistas tenham uma visão detalhada do ambiente em
Marte.
11 – Equipamento de entrada, descida e pouso em Marte
Esse na verdade não é um dos 10 instrumentos da Curiosity, já que foi
construído dentro do escudo térmico que vai proteger a descida do robô
na atmosfera marciana. Mas vale algumas palavras aqui.
O instrumento vai medir a temperatura e pressão que o escudo recebe
durante a entrada no céu de Marte. As informações vão dizer aos
engenheiros o desempenho do escudo e da trajetória da Curiosity.
Ele é importante para definir as futuras missões em Marte.
Fonte: http://hypescience.com/
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