segunda-feira, 31 de maio de 2010

Células-tronco criadas com técnica inédita

Paula Rothman, de INFO Online

Pesquisadores conseguem pela primeira vez criar células tronco humanas em um ambiente completamente controlado – livre da interferência de substâncias animais.
 
Esse feito é uma etapa crucial para que o material possa ser usado em testes clínicos.O método foi desenvolvido por pesquisadores do Karolinska Institutet, e foi publicado na Nature Biotechnology.
 
As células tronco embriônicas podem se transformar em qualquer tipo de célula do corpo e, justamente por isso, têm uso potencial para o tratamento em diversos casos – de câncer à regeneração de medula. 

Um dos problemas, no entanto, é que é muito difícil cultivar e desenvolver estas células sem contaminá-las. Atualmente, elas são criadas com a ajuda de proteínas de animas, o que descarta qualquer uso em tratamentos humanos. Uma alternativa seria criá-las em outras células humanas, mas isso liberaria milhares de proteínas nas amostras e, sem controle do que contaminou as células, seria impossível determinar se os resultados de testes são confiáveis.

Agora, a equipe de pesquisa do dr. Karl Tryggvason , do KI, conseguiu produzir células tronco humanas inteiramente sem o uso de outras células ou substâncias de animais. No lugar, eles usam uma única proteína humana chamada laminin-511.

Ela é parte do nosso tecido conectivo e age no corpo como uma base na qual as células podem se fixar. No embrião recém formado, a proteína também é necessária para manter as células tronco sob a forma de células tronco. Quando o embrião começa a desenvolver diferentes tipos de tecidos, outros tipos de “laminin” são necessários para os diferentes estágios.

Esta é a primeira vez que é possível reproduzir grande quantidade de células-tronco em um ambiente quimicamente definido. Os resultados abrem a possibilidade para a criação de diversos tipos de células e, consequentemente, podem ser testados para diferentes tipos de doenças.   

Fonte: http://info.abril.com.br/noticias/ciencia

Médico explica experiência de quase-morte

Paula Rothman, de INFO Online

Médico acredita ter encontrado a explicação para os relatos de pessoas que passaram por experiências de quase-morte.
 
Dr Lakhmir Chawla, da Universidade George Washington, nos Estados Unidos, notou a existência de um aumento na atividade cerebral dos pacientes pouco antes deles falecerem – o que é causado pela liberação de energia do cérebro quando ele fica sem oxigênio.

Isso explicaria, por exemplo, porque algumas pessoas que acordam após momentos de aparente morte descrevem luzes, sensações e visões.

Em um trabalho publicado no Journal of Palliative Medicine, o médico defende que essas sensações têm uma explicação biológica ao invés de mística ou metafísica.

Em um estudo conduzido no hospital da universidade, Dr Chawla e sua equipe usaram um eletroencefalograma para monitorar pacientes. O objetivo inicial da pesquisa era observar se os pacientes que sofriam de doenças terminais, como câncer, ou problemas crônicos, por exemplo, no coração, estavam suficientemente sedados para não sentirem dor.

No entanto, o aparelho constatou que momentos antes da morte os pacientes passavam por uma explosão de atividade no cérebro que durava de 30 segundos a três minutos. A atividade era similar à de pessoas completamente conscientes, mesmo que os pacientes parecessem adormecidos e não tivessem pulso. Pouco depois do aumento, eles foram declarados mortos.

Os médicos acreditam que, com a saída do sangue e a diminuição dos níveis de oxigênio, as células disparam um último impulso elétrico. Ele começa em uma parte do cérebro e se espalha em cascata, gerando uma rajada de atividade cerebral pouco antes da morte. Caso alguém passe por essa experiência mas acabe sobrevivendo, isso poderia explicar as experiências conhecidas como “quase morte” – como flutuar sobre o corpo, enxergar uma luz, ouvir coisas, etc... 

Fonte: http://info.abril.com.br/noticias/ciencia

Guatemala investiga cratera gigante em rua da capital

            Foto: AP

As autoridades guatemaltecas estão investigando a cratera gigante que se abriu no meio de um cruzamento da capital do país, Cidade da Guametala. No início, as autoridades anunciaram que as fortes chuvas causadas pela tempestade tropical Agatha teriam causado o buraco que engoliu um prédio de três andares, mas somente um estudo mais aprofundado irá determinar o que pode ter ocorrido.

No último mês de abril, uma outra cratera de grandes proporções também se abriu na região matando três pessoas.

As autoridades da Defesa Civil da Guatemala elevaram nesta segunda para 113 o número de mortos como consequência da depressão tropical Agatha, enquanto o número de desaparecidos chega a 54. Alejandro Maldonado, diretor da Coordenadoria Nacional para a Redução de Desastres (Conred), disse aos jornalistas que 59 pessoas sofreram ferimentos graves.

No entanto, as equipe de resgate, autoridades locais e moradores reportaram às rádios locais que encontraram corpos em meio aos escombros de casas que desabaram e soterradas por deslizamentos de terra provocados pelas chuvas. O relatório da Conred informa que 111.964 pessoas foram retiradas de suas casas, 29.245, transferidas para albergues temporários e 21.465 estão em regiões consideradas de risco.

Ainda não existem estimativas oficiais sobre a quantidade de casas destruídas, pontes e estradas colapsadas e perdas em plantações e infraestruturas. Embora as chuvas tenham parado em quase todo o país, as comunidades afetadas ainda não voltaram à normalidade, onde seus moradores se dedicam a resgatar seus entes queridos e a limpar os deslizamentos de terra.

Segundo o Instituto Nacional de Sismologia, Vulcanologia, Meteorologia e Hidrologia (Insivumeh), o sistema de baixa pressão Agatha "se desorganizou", podendo causar apenas chuvas ligeiras durante a tarde e a noite.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/mundo/

sábado, 29 de maio de 2010

Oceano vale mais do que petróleo

Mais quantas catástrofes ecológicas serão ainda necessárias para concluir que a exploração marítima de petróleo deve ser abandonada enquanto todas as condições de segurança não forem garantidas? Embora atrasadíssima, a decisão tomada anteontem pelo presidente Barack Obama de suspender novas prospecções de petróleo no Golfo do México, além de moratória de mais seis meses na costa atlântica, comprova que seu governo reconhece sérias falhas no processo de fiscalização, citando, inclusive, indícios de corrupção nas relações entre agências regulatórias e indústria do petróleo.

O alerta serve também para o Brasil.
Vinte de abril de 2010 entrou lamentavelmente para a História como o dia do mais grave vazamento de óleo dos Estados Unidos. Após 37 dias, ainda não se conseguiu estancar o derramamento em Deepwater Horizon, área onde se localiza a plataforma da British Petroleum (BP), no Golfo do México, no litoral dos estados de Louisiana, Mississippi e Alabama, que vinham duramente se recompondo dos enormes estragos causados pelo furacão Katrina, em 2005.
Os números são impressionantes: já são 85 milhões de litros de óleo despejados (podendo chegar a 340 milhões), comparados aos 40 milhões vazados do petroleiro “Exxon Valdez”, na região do Alasca, em 1989.

Pesquisas feitas pelo “New York Times” demonstram que o pior vazamento de óleo de todos os tempos ocorreu, em 1991, quando as forças militares iraquianas se retiraram do Kuwait e abriram os reservatórios, largando 2 bilhões de litros de óleo no Golfo Pérsico.

Que me desculpem os defensores da indústria petrolífera e da exploração do pré-sal, mas não podemos continuar destruindo nossos ecossistemas, fontes de riqueza e sobrevivência de futuras gerações, sem criar clara consciência ecológica e universal dos altos riscos envolvidos.

Esta visão imediatista das indústrias que requisitam cada vez mais matérias-primas, como o petróleo, para fabricar seus produtos deve ser reformulada gradualmente em busca de fontes de energia renováveis, que não causem danos graves à natureza ou à saúde. O fortíssimo lobby industrial acaba provocando o nocivo ciclo do lucro a qualquer custo sem que se invista previamente em estudos científicos e tecnológicos cada vez mais precisos para calcular os custos colaterais destas atividades petrolíferas, antes de serem autorizadas com rigoroso monitoramento.

O episódio do Golfo do México serve de advertência aos governos e candidatos à Presidência ansiosos em dividir o bolo das receitas antes mesmo de se deterem detalhadamente nas minúcias deste processo de exploração nas profundezas do nosso oceano.

Por um lado, as águas do Golfo do México são consideradas “máquina” de produção de alimentos altamente nutritivos. “Em 2008, as pescas comerciais de cinco estados americanos desta região produziram 590 mil toneladas de peixes e crustáceos avaliadas em US$ 661 milhões” (o equivalente a R$ 1,3 bilhão), informou a Agência de Proteção do Meio Ambiente dos EUA ao site americano Grist. Portanto, as perdas econômicas e sociais são incalculáveis a médio e longo prazos.

Por outro lado, as empresas petrolíferas sabem bem que as novas descobertas no fundo do mar representam o seu futuro. O Golfo do México produz um terço da produção dos EUA, o equivalente a 1,7 milhão de barris por dia, procedentes de mais de 3 mil metros no fundo do mar. Ao lado do Brasil e da costa ocidental da África, o Golfo é visto como promissora fonte de petróleo.

Seria uma ilusão acreditar que da noite para o dia poderíamos dispensar o combustível dos carros e renunciar ao petróleo como fonte principal de energia. Mas se as explorações não forem suspensas para análises e severas fiscalizações, como agiram os EUA, podemos chorar por novas catástrofes. E de nada adiantará multar as companhias por seus erros para tentar diminuir a responsabilidade porque os danos são, obviamente, impagáveis.

É bom lembrar que a avaliação dos dispositivos de segurança das nossas plataformas é feita exclusivamente pelas empresas petrolíferas (resolução 43/07 da Agência Nacional do Petróleo), fato extremamente preocupante.

Dia Mundial Sem Tabaco acontece em 31 de maio

O Dia Mundial Sem Tabaco será celebrado nesta segunda-feira, 31 de maio, com uma atenção especial para as mulheres. A Organização Mundial da Saúde (OMS) escolheu o tema “Gênero e tabaco com ênfase no marketing para mulheres”, com o objetivo de alertar sobre as estratégias que a indústria do tabaco utiliza para atingir as mulheres e os males que o cigarro causa à saúde e ao meio ambiente.

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) desenvolveu campanha com o slogan “Mulher, você merece algo melhor que o cigarro!”. As peças trazem a imagem de flores como um contraponto ao cigarro.

O INCA estima que o tabagismo seja responsável por 40% dos óbitos nas mulheres com menos de 65 anos e por 10% das mortes por doença coronariana nas mulheres com mais de 65 anos de idade. Uma vez abandonado o cigarro, o risco da doença cardíaca começa a decair – após um ano, reduz-se à metade e, após dez anos, atinge o mesmo nível de quem nunca fumou.

Entre as mulheres que convivem com fumantes, principalmente seus maridos, há um risco 30% maior de desenvolver câncer de pulmão em relação àquelas cujos maridos não fumam. Além disso, o risco de infarto , embolia pulmonar e tromboflebite em mulheres jovens que usam anticoncepcionais orais e fumam chega a ser dez vezes maior que o das que não fumam e usam esse método contraceptivo.

As gestantes também devem ficar alertas. Abortos espontâneos, nascimentos prematuros, bebês de baixo peso, mortes fetais e de recém-nascidos, complicações com a placenta e episódios de hemorragia ocorrem mais frequentemente quando a mulher grávida fuma. Tais problemas se devem, principalmente, aos efeitos do monóxido de carbono e da nicotina exercidos sobre o feto, após a absorção pelo organismo materno.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Supernova lança estrela de nêutrons a 8 mi de km/h

     Na área inferior direita da imagem, pode ser vista a estrela de nêutrons jogada como uma "bala" pela explosão da estrela


O telescópio Chandra captou uma imagem em raio-X da nebulosa N49 que mostra uma estrela de nêutrons "em fuga" a 8 milhões de km/h após ser lançada pela explosão de uma estrela supermassiva (supernova). Segundo astrônomos da Universidade de Penn - que utilizaram o telescópio administrado pela Nasa e pela Universidade de Harvard - a nebulosa fica na Grande Nuvem de Magalhães.

De acordo com os cientistas, o telescópio observou a N49 por cerca de 30 horas e identificou uma espécie de "bala" disparada após a supernova. Esse objeto é conhecido como estrela de nêutrons ou repetidor leve de raios gama (SGR, na sigla em inglês), uma fonte de raios gama e X.

Além disso, esses corpos possuem campos magnéticos muito poderosos e são muitas vezes criados nessas explosões, ou seja, o SGR certamente foi criado pela supernova. Segundo os cientistas, esse fenômeno mostra como a explosão que destruiu a estrela mais velha foi altamente assimétrica.

Os cientistas afirmam ainda que os dados do telescópio Chandra indicam que a nebulosa tem cerca de 5 mil anos e a energia da explosão é estimada em aproximadamente duas vezes o de uma supernova normal.
 
 Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/

Estudo: explosão de raios-X era buraco negro "comendo"

      Duas imagens (em destaque) mostram que antes de 2006 (na imagem à esquerda) o buraco negro no centro da galáxia de Andrômeda estava "calmo". Mas, em janeiro daquele ano (direita), ocorreu uma explosão de raios-X e foi observado mais uma fonte de matéria no buraco negro. Estudo indica que essa explosão foi resultado de uma grande captura de matéria

Um estudo que analisou imagens registradas em raio-X pelo telescópio Chandra em mais de 10 anos de um buraco negro no centro da galáxia de Andrômeda indica que de 1999 até janeiro de 2006 esse buraco negro passou por um período "calmo", mas, em 6 de janeiro de 2006, ele começou a aparecer 100 vezes mais brilhante nas imagens, o que indica uma explosão de raios-X. Segundo a pesquisa, essa mudança indica uma taxa relativamente alta de matéria sendo absorvida, ou seja, que o buraco negro estava "comendo".
De acordo com a administração do Chandra, antes de 2006, eram claramente visíveis três fontes de matéria que era capturada pelo buraco negro, mas, após a mudança na intensidade, foi observado mais uma fonte produzida por essa matéria que estava sendo absorvida.
Após o evento, o buraco negro novamente entrou em um estado mais "calmo", mas ainda assim ele estava cerca de 10 vezes mais "brilhante" que antes de 2006. Segundo os cientistas, é a primeira vez que um evento desse tipo é observado em uma galáxia próxima à Via Láctea.
Assim como o buraco negro do centro de Andrômeda, o da Via Láctea é surpreendentemente calmo. Na verdade, de acordo com os pesquisadores, o buraco negro de Andrômeda é entre 100 e 1000 vezes mais fraco - quando observado em raio-X - do que os astrônomos esperavam.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/

Coquetel anti-HIV reduz casos de infecção em 92%

O risco de pessoas com HIV transmitirem o vírus da AIDS foi reduzido em 92% enquanto elas tomavam medicamento antirretrovirais, segundo pesquisa publicada nesta quinta-feira. O estudo abre a possibilidade da utilização desse coquetel na prevenção do HIV, além de apenas no tratamento.

O trabalho, liderado por Deborah Donnel da Universidade de Washington e do Fred Hutchinson Cancer Research Center em Seattle, foi publicado pelo jornal britânico "The Lancet". O levantamento foi feito com 3.381 casais heterossexuais, em sete países africanos. Em cada um desses casais havia um parceiro soropositivo.

Após 24 meses, 103 pessoas haviam sido infectadas pelo HIV. Desse total, apenas uma das transmissões foi causada por um parceiro que estava tomando antirretrovirais. Nos outros casos, as pessoas estavam tomando placebos. Segundo os autores do estudo, a utilização desse tipo de medicamento reduz o risco de infectar outra pessoa.

O estudo focou-se apenas nas relações heterossexuais. Não foram observados outros modos de transmissão do vírus, como o sexo anal, o compartilhamento de agulhas ou de mãe para feto.

Fonte: http://www.band.com.br/jornalismo/saude

Fóssil gera debate sobre início da evolução humana

Paleontólogos discutem se o Ardipithecus ramidus, descoberto recentemente, é realmente um ancestral dos seres humanos

No ano passado, um fóssil chamado Ardi chacoalhou os especialistas em evolução humana, Agora, alguns cientistas levantam dúvidas sobre o que exatamente a criatura da Etiópia foi e em que tipo de paisagem ela viveu. Estes estudos serão publicados na revista científica Science desta semana, que no ano passado declarou a apresentação do fóssil de 4,4 milhões de anos a descoberta do ano.

Ardi, diminutivo de Ardipithecus ramidus, foi considerado em outubro de 2009 um novo ponto no início da evolução humana. Os pesquisadores concluíram que Ardi andava ereta (o esqueleto pertencia a uma fêmea), em vez de se apoiar nas articulações das mãos como os alguns macacos, e vivia nas florestas em vez das savanas africanas. Sua aparência tinha pouco a ver com os atuais chimpanzés, os parentes mais próximos do homem.

O paleontólogo Tim White, da Universidade da Califórnia, um dos cientistas que descreveram Ardi, diz não se surpreender com o debate. “Era de se esperar,” diz. “Sempre que aparece algo incomum como Ardi, isso vai acontecer”.


Esteban Sarmiento, da Human Evolution Foundation, em New Jersey, declarou na nova análise não estar convencido que Ardi pertence ao ramo evolucionário que levou ao Homo sapiens. Em vez disso, ele acredita que Ardi veio antes, antes que a linha evolucionária humana se separasse dos ancestrais de chimpanzés e gorilas. Algumas características anatômicas de dentes, crânio, por exemplo, não são suficientes para colocá-lo com um ancestral nosso, diz o especialista. Outras, como o pulso e o ponto de conexão da mandíbula inferior ao crânio, indicariam que Ardi surgiu antes da divisão evolucionária.

Em uma réplica publicada pela Science e em uma entrevista por telefone, White discordou das conclusões de Sarmiento. “As provas estão claras que, no Ardipithecus, existem características presentes apenas em hominídeos e nos seres humanos,” afirmou. Se Ardi fosse realmente um ancestral dos chimpanzés, alguns aspectos de seus dentes, pélvis e crânio teriam que evoluir de volta a um estado mais primitivo, “uma reversão evolucionária pouco provável”.

Dois outros experts afirmam que ainda não se pode ter certeza do lugar de Ardi nas ramificações da evolução humana. Will Harcourt-Smith, pesquisador do Museu Americano de História Natural, disse que não sabia se Sarmiento tinha razão ou não. “Ainda estamos no começo do estudo de Ardi. Até que haja uma descrição mais completa da ossada, temos que ser cautelosos na interpretação das análises iniciais. Tudo está em aberto,” afirmou.

Rick Potts, chefe do programa de origens humanas do Museu de História Natural do Smithsonian, disse que o fóssil foi encontrado em apenas um local. E que viveu num período pouco compreendido, quando podem ter acontecido “muitas experiências”. “É cedo demais para afirmar onde ele está em relação a outros hominídeos,” disse.

A segunda crítica se refere ao habitat de Ardi. A primeira análise afirma que era um cenário predominantemente florestal, o que ia de encontro com a “hipótese da savana”, a idéia que os ancestrais humanos começaram a andar eretos porque viviam em pradarias ou savanas.

Esta semana, o geoquímico Thure Cerling, da Universidade de Utah, afirmou, juntamente com outros cientistas, que Ardi vagava por savanas com menos de 25% de cobertura florestal, discordando do habitat de mata mais cerrada proposto por White. Eles basearam seu estudo na análise de solos antigos, esmalte dentário de fósseis de animais encontrados no mesmo local e grãos de sílica das plantas.

White concordou que o habitat de Ardi possa ter incluído pradarias, mas afirmou que a espécie preferia áreas arborizadas. Por exemplo, o esqueleto mostra ter adaptações para escalada, e “não era para escalar grama,” afirmou. E os animais encontrados com o fóssil são típicos de florestas, como macacos que comiam folhas, por exemplo.
Potts dá razão a White, na disputa do habitat de Ardi. Mas reforça o fato de que apenas um fóssil seja muito pouco para tirar conclusões sobre as condições ambientais do início da evolução humana – isso se Ardi realmente pertencer aos hominídeos.

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/

terça-feira, 25 de maio de 2010

A Darwin o que é de Darwin...

As ideias revolucionárias do naturalista inglês, que nasceu há 200 anos, são os pilares da biologia e da genética e estão presentes em muitas áreas da ciência moderna. O mistério é por que tanta gente ainda reluta em aceitar que o homem é o resultado da evolução

Gabriela Carelli
Charles Darwin é um paradoxo moderno. Não sob a ótica da ciência, área em que seu trabalho é plenamente aceito e celebrado como ponto de partida para um grau de conhecimento sem precedentes sobre os seres vivos. Sem a teoria da evolução, a moderna biologia, incluindo a medicina e a biotecnologia, simplesmente não faria sentido. O enigma reside na relutância, quase um mal-estar, que suas ideias causam entre um vasto contingente de pessoas, algumas delas fervorosamente religiosas, outras nem tanto. Veja o que ocorre nos Estados Unidos. O país dispõe das melhores universidades do mundo, detém metade dos cientistas premiados com o Nobel e registra mais patentes do que todos os seus concorrentes diretos somados. Ainda assim, só um em cada dois americanos acredita que o homem possa ser produto de milhões de anos de evolução. O outro considera razoável que nós, e todas as coisas que nos cercam, estejamos aqui por dádiva da criação divina. Mesmo na Inglaterra, país natal de Darwin, o fato de ele ser festejado como herói nacional não impede que um em cada quatro ingleses duvide de suas ideias ou as veja como pura enganação. Na semana em que se comemora o bicentenário de nascimento de Darwin e, por coincidência, no ano do sesquicentenário da publicação de seu livro mais célebre, A Origem das Espécies, como explicar a persistente má vontade para com suas teorias em países campeões na produção científica?

Para investigar a razão pela qual as ideias de Darwin ainda são vistas como perigosas, é preciso recuar no passado. Quando o naturalista inglês pela primeira vez propôs suas teses sobre a evolução pela seleção natural, a maioria dos cientistas acreditava que a Terra não tivesse mais de 6.000 anos de existência, que as maravilhas da natureza fossem uma manifestação da sabedoria divina. A hipótese mais aceita sobre os fósseis de dinossauros era que se tratava de criaturas que perderam o embarque na Arca de Noé e foram extintas pelo dilúvio bíblico. A publicação de A Origem das Espécies teve o efeito de um tsunami na Inglaterra vitoriana. Os biólogos se viram desmentidos em sua certeza de que as espécies são imutáveis. A Igreja ficou perplexa por alguém desafiar o dogma segundo o qual Deus criou o homem à sua semelhança e os animais da forma como os conhecemos. A sociedade se chocou com a tese de que o homem não é um ser especial na natureza e, ainda por cima, tem parentesco com os macacos. Havia, naquele momento, compreensível contestação científica às novas ideias. Darwin havia reunido uma quantidade impressionante de provas empíricas – mas ainda restavam muitas questões sem resposta. 

O primeiro exemplar a sair da gráfica foi enviado a sir John Herschel, um dos mais famosos cientistas ingleses vivos em 1859. Darwin tinha tanta admiração por ele que o citou no primeiro parágrafo de A Origem das Espécies. Herschel não gostou do que leu. Ele não podia acreditar, sem provas científicas tangíveis, que as espécies podiam surgir de variações ao acaso. Pressionado, Darwin disse que, se alguém lhe apontasse um único ser vivo que não tivesse um ascendente, sua teoria poderia ser jogada no lixo. O que se encontrou em profusão foram evidências da correção do pensamento de Darwin em seus pontos essenciais. Hoje, para entender a história da evolução, sua narrativa e mecanismo, os modernos darwinistas não precisam conjeturar sobre o funcionamento da hereditariedade. Eles simplesmente consultam as estruturas genéticas. As evidências que sustentam o darwinismo são agora de grande magnitude – mas, estranhamente, a ansiedade permanece.

Outros pilares da ciência moderna, como a teoria da relatividade, de Albert Einstein, não suscitam tanta desconfiança e hostilidade. Raros são aqueles que se sentem incomodados diante da impossibilidade de viajar mais rápido que a luz ou saem à rua em protesto contra a afirmação de que a gravidade deforma o espaço-tempo. Evidentemente, o núcleo incandescente da irritação causada por Darwin tem conotação religiosa. A descoberta dos mecanismos da evolução enfraqueceu o único bom argumento disponível para a existência de Deus. Se Ele não é responsável por todas essas maravilhas da natureza, sua presença só poderia ser realmente sentida na fé de cada indivíduo. Mas isso não explica tudo. Em 1920, ao escrever sobre o impacto da divulgação das ideias darwinistas, Sigmund Freud deu seu palpite: "Ao longo do tempo, a humanidade teve de suportar dois grandes golpes em sua autoestima. O primeiro foi constatar que a Terra não é o centro do universo. O segundo ocorreu quando a biologia desmentiu a natureza especial do homem e o relegou à posição de mero descendente do mundo animal". Pelo raciocínio do pai da psicanálise, a rejeição à teoria da evolução seria uma forma de compensar o "rebaixamento" da espécie humana contido nas ideias de Copérnico e Darwin. 

O biólogo americano Stephen Jay Gould, um dos grandes teóricos do evolucionismo no século XX, morto em 2002, dizia que as teorias de Dar-win são tão mal compreendidas não porque sejam complexas, mas porque muita gente evita compreendê-las. Concordar com Darwin significa aceitar que a existência de todos os seres vivos é regida pelo acaso e que não há nenhum propósito elevado no caminho do homem na Terra. Disse a VEJA o biólogo americano David Sloan Wilson, da Universidade Binghamton: "As grandes ideias e teorias são aceitas ou rejeitadas popularmente por suas consequências, não pelo seu valor intrínseco. Infelizmente, a evolução é percebida por muitos como uma arma projetada para destruir a religião, a moral e o potencial dos seres humanos". Uma pesquisa publicada pela revista New Scientist sobre a aceitação do darwinismo ao redor do mundo mostra que os mais ardentes defensores da evolução estão na Islândia, Dinamarca e Suécia. De modo geral, a crença na evolução é inversamente proporcional à crença em Deus. Mas a pesquisa encontrou outra configuração interessante: os habitantes dos países ricos acreditam menos em Deus que aqueles que vivem em países inseguros. Isso pode significar que a crença em Deus e a rejeição do evolucionismo são mais intensas nas sociedades sujeitas às pressões darwinistas, como escreveu a revista Economist.

A teoria da evolução causa mal-estar em muita gente – mas só algumas confissões evangélicas converteram o darwinismo em um inimigo a ser combatido a todo custo. Como essas reli-giões são poderosas nos Estados Unidos, é lá que se trava o mais renhido combate dessa guerra santa. Ciência e religião já andaram de mãos dadas pela maior parte da história da humanidade (veja reportagem). Mas esse nó se desatou há dois séculos e Dar-win foi um dos responsáveis por esse divórcio amigável, com nítidas vantagens para ambos os lados. 

Desde o ano passado, o bordão entre os criacionistas americanos é "liberdade acadêmica". A ideia que tentam passar é que o darwinismo é apenas uma teoria, não um fato, e ainda por cima está cheio de lacunas e é carente de provas conclusivas. Sendo assim, não há por que Darwin merecer maior destaque que o criacionismo. O argumento é de evidente má-fé. Em seu significado comum, teoria é sinônimo de hipótese, de achismo. A teoria da evolução de Darwin usa o termo em sua conotação científica. Nesse caso, a teoria é uma síntese de um vasto campo de conhecimentos formado por hipóteses que foram testadas e comprovadas por leis e fatos científicos. Ou seja, uma linha de raciocínio confirmada por evidências e experimentos. Por isso, quando é ensinado numa aula de religião, o gênesis está em local apropriado. Colocado em qualquer outro contexto, só serve para confundir os estudantes sobre a natureza da ciência.

A ciência não tem respostas para todas as perguntas. Não sabe, por exemplo, o que existia antes do Big Bang, que deu origem ao universo há 13,7 bilhões de anos. Nosso conhecimento só começa três minutos depois do evento, quando as leis da física passaram a existir. Os cientistas também não são capazes de recriar a vida a partir de uma poça de água e alguns elementos químicos – o que se acredita ter acontecido 4,5 bilhões de anos atrás. A mão de Deus teria contribuído para que esses eventos primordiais tenham ocorrido? Não cabe à ciência responder enquanto não houver provas científicas do que aconteceu. O fato é que a luta dos criacionistas contra Darwin nada tem de científica. Em sua profissão de fé, eles têm o pleno direito de acreditar que Deus criou o mundo e tudo o que existe nele. Coisa bem diferente é querer impingir essa maneira de enxergar a natureza às crianças em idade escolar, renegando fatos comprovados pela ciência. Essa atitude nega às crianças os fundamentos da razão, substituindo-os pelo pensamento sobrenatural. 

Manda o bom senso que não se misturem ciência e religião. A primeira perscruta os mistérios do mundo físico; a segunda, os do mundo espiritual. Elas não necessariamente se eliminam. Há cientistas eminentes que creem em Deus e não veem nisso nenhuma contradição com o darwinismo. O mais conhecido deles é o biólogo americano Francis Collins, um dos responsáveis pelo mapeamento do DNA humano. Diz ele: "Usar as ferramentas da ciência para discutir religião é uma atitude imprópria e equivocada. A Bíblia não é um livro científico. Não deve ser levado ao pé da letra". A Igreja Católica aceitou há bastante tempo que sua atribuição é cuidar da alma de seu 1 bilhão de fiéis e que o mundo físico é mais bem explicado pela ciência. O Vaticano até organizará em março o simpósio "Evolução biológica: fatos e teorias – Uma avaliação crítica 150 anos depois de A Origem das Espécies".

Em A Origem das Espécies, num raciocínio que cabe em poucas linhas mas expressa ideias de alcance gigantesco, Darwin produziu uma revolução que alteraria para sempre os rumos da ciência. Ele mostrou que todas as espécies descendem de um ancestral comum, uma forma de vida simples e primitiva. Darwin demonstrou também que, pelo processo que batizou de seleção natural, as espécies evoluem ao longo das eras, sofrendo mutações aleatórias que são transmitidas a seus descendentes. Essas mutações podem determinar a permanência da espécie na Terra ou sua extinção – dependendo da capacidade de adaptação ao ambiente. Uma década depois da publicação de seu livro seminal, o impacto das ideias de Darwin se multiplicaria por mil com o lançamento de A Descendência do Homem, obra em que mostra que o ser humano e os macacos divergiram de um mesmo ancestral, há 4 milhões de anos.

O embate entre evolucionistas e criacionistas teria causado um desgosto profundo a Darwin, que era religioso e chegou a se preparar para ser pastor da Igreja Anglicana. Esse plano foi interrompido pela fantástica aventura que protagonizou entre 1831 e 1836, em viagem a bordo do Beagle, um pequeno navio de exploração científica, numa das passagens mais conhecidas da história da ciência. Aos 22 anos, Darwin embarcou no Beagle para servir de acompanhante ao capitão do barco, o aristocrata inglês Robert Fitzroy. Durante a viagem, que se estendeu por quatro continentes, Darwin deu vazão à curiosidade sobre o mundo natural que o acompanhava desde a infância. Até a volta à Inglaterra, havia recolhido 1 529 espécies em frascos com álcool e 3 907 espécimes preservados. Darwin escreveu um diário de 770 páginas, no qual relata suas experiências nos lugares por onde passou. No Brasil, visitou o Rio de Janeiro e a Bahia, extasiando-se com a biodiversidade da Mata Atlântica – mas ficou horrorizado com a escravidão e com a maneira como os escravos eram tratados.
  
Durante a viagem, Darwin fez as principais observações que o levariam a formular a teoria da evolução pela seleção natural. Grande parte delas teve como cenário as Ilhas Galápagos, no Oceano Pacífico. Lá, reparou que muitas das espécies eram semelhantes às que existiam no continente, mas apresentavam pequenas diferenças de uma ilha para outra. Chamaram sua atenção, principalmente, os tentilhões, pássaros cujo bico apresentava um formato em cada ilha, de acordo com o tipo de alimentação disponível. A única explicação para isso seria que as primeiras espécies de animais chegaram às ilhas vindas do continente. Depois, desenvolveram características diferentes, de acordo com as condições do ambiente de cada ilha. Era a prova da evolução. Mais recentemente, ao estudarem os mesmos tentilhões das Ilhas Galápagos, grupos de biólogos observaram a evolução ocorrer em tempo real. Os pássaros evoluíam de um ano para outro, de acordo com as mudanças nas condições climáticas da ilha. Darwin, que definiu a evolução como um processo invariavelmente longo, através das eras, ficaria espantado com as novas descobertas em seu parque de diversões científico. 

Ao retornar à Inglaterra, após a viagem do Beagle, Darwin foi amadurecendo a teoria da evolução e começou a escrever A Origem das Espécies dois anos depois, em 1838. Só publicou o volume, no entanto, após 21 anos. Ele sabia do potencial explosivo de suas ideias na ultraconservadora Inglaterra do século XIX – da qual, ele próprio, era um legítimo representante. Elaborar uma teoria que ia contra os dogmas da Bíblia era, para Darwin, motivo de enorme angústia. Não colaboravam em nada os temores de sua mulher, Emma, de que, por causa de suas ideias, Darwin fosse para o inferno após a morte, enquanto ela iria para o céu – com isso, eles estariam condenados a viver separados na vida eterna. Darwin nunca declarou que a Bíblia estava errada. Manteve a fé religiosa até os últimos anos de vida, quando se declarou agnóstico – segundo seus biógrafos, sob o impacto da morte da filha Annie, aos 10 anos de idade.

Após o lançamento de A Origem das Espécies, um best-seller que esgotou rapidamente cinco edições, os cientistas não demoraram a aceitar a proposta de que as plantas e os animais evoluem e se modificam ao longo das eras. Na verdade, essa ideia chegou a ser formulada por outros cientistas, inclusive pelo avô de Darwin, o filósofo Erasmus Darwin. A noção de que a evolução das espécies se dá pela seleção natural, no entanto, é original de Charles Darwin, e só foi aceita integralmente depois da descoberta da estrutura do DNA, em 1953. Darwin atribuiu a transmissão de características entre as gerações a células chamadas gêmulas, que se desprenderiam dos tecidos e viajariam pelo corpo até os órgãos sexuais. Lá chegando, seriam copiadas e passadas às gerações seguintes. Os estudos feitos com ervilhas pelo monge austríaco Gregor Mendel na segunda metade do século XIX, mas aos quais a comunidade científica só deu importância no início do século XX, estabeleceram a ideia básica da genética moderna, a de que as características de cada indivíduo são transmitidas de pais para filhos pelo que ele chamou de "fatores", e hoje se conhece como genes. Com as ervilhas de Mendel, o processo concebido por Darwin teve comprovação científica. A descoberta da dupla hélice do DNA, pelos cientistas James Watson e Francis Crick, em 1953, finalmente esclareceu o mecanismo por meio do qual a informação genética é transmitida através das sucessivas gerações. Hoje, os biólogos se dedicam a responder a questões ainda em aberto no evolucionismo, como quais são exatamente as mudanças genéticas que provocam as adaptações produzidas pela seleção natural. É espantoso que, enquanto continuam a desbravar territórios na ciência, as ideias de Darwin ainda despertem tanto temor. 

Com reportagem de Leandro Narloch, Paula Neiva e Renata Moraes 

Fonte: http://veja.abril.com.br/

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Sob pressão, BP planeja conter vazamento com cimento

A petrolífera afirma que o plano tem entre 60 a 70% de chance de dar certo.
Empresa tem sido fortemente criticada pelo governo americano.

A petrolífera British Petroleum (BP) afirmou nesta segunda-feira (24) que planeja conter o vazamento de petróleo que atinge o Golfo do México utilizando-se de cimento - um plano que, segundo a própria companhia, teria início na quarta-feira e com 60% a 70% de possibilidade de dar certo.

O governo dos Estados Unidos ampliou a pressão sobre a BP para resolver o que chama de "enorme bagunça ambiental" na região, cinco semanas depois do início do vazamento gigante de um poço de petróleo, em um acidente que ameaça ser o pior desastre ambiental da história dos Estados Unidos.

A empresa britânica, responsável pelo poço, afirma que "tem feito de tudo" para tapar o vazamento. A BP já tentou vários outros métodos: uma espécie de funil gigante, um tubo quilométrico que serviria como canudo, substâncias químicas para dispersar o petróleo. Mas nada funcionou.

Desde o acidente, em 20 de abril, a BP já perdeu cerca de 25% do seu valor de mercado -- quase US$ 50 bilhões.

O presidente norte-americano, Barack Obama, diz que o vazamento representa uma catástrofe ambiental sem precedentes para o país, já que ameaça manguezais e refúgios naturais na costa sul do país. Também há graves prejuízos para atividades econômicas, como a pesca e o turismo.

O secretário do Interior dos Estados Unidos, Ken Salazar, disse a jornalistas após visitar a região que "esta é uma bagunça da BP (...), uma enorme bagunça ambiental." Segundo ele, a empresa é juridicamente responsável por conter o vazamento, limpar seus efeitos e arcar com as consequências econômicas. "Vamos manter nossa bota no pescoço deles até que o trabalho seja feito", afirmou.

Salazar disse que uma investigação em andamento deve responsabilizar a BP "civilmente e de qualquer forma que seja necessária", o que sugere a possibilidade de um inquérito criminal.

O secretário havia alertado no domingo que a BP poderia ser afastada das tarefas de contenção do petróleo, mas fontes do governo admitiram que só as empresas de petróleo detêm a tecnologia para essa tarefa.

O almirante Thad Allen, chefe da equipe governamental de reação ao desastre, afirmou que a BP está esgotando todos os "meios técnicos possíveis" para conter o vazamento. "Tirar a BP do caminho despertaria a questão de substituí-los com o quê?", disse Allen na Casa Branca.

O acidente criou um problema político para Obama, já que muitos eleitores podem querer punir os democratas na eleição de novembro, mesmo que o partido não tenha responsabilidade pelo acidente.

Uma pesquisa CNN/Opinion Research Corporation, feita por telefone entre os dias 21 e 23, mostrou que 51% dos norte-americanos estão descontentes com a forma como Obama tem lidado com o acidente.

Fonte: Reuters

Final de 'Lost' deixa fãs em busca de respostas

Assim como os sobreviventes do voo Oceanic 815, os fãs de "Lost" ficaram perdidos em busca de respostas nesta segunda-feira (24/5), após o fim da tão cultuada série.

Por seis anos e 121 episódios, milhões de telespectadores ao redor do mundo estiveram fanatizados e enraivecidos com os enigmas que surgiam sem cessar após a queda de um avião em uma ilha do oceano Pacífico.

Cerca de 13,5 milhões de fãs americanos ligaram as televisões no domingo para assitir ao derradeiro episódio - de duas horas - esperando por respostas para todos os mistérios, que trouxeram discussões e dividiram opiniões.

Centenas de mensagens enviadas para o site oficial de "Lost" na rede de televisão ABC - que convidou telespectadores a comentarem sua parte favorita do episódio - revelaram a frustração de muitos dos fãs.

"Não houve parte favorita do final. Foi horrível. ESTOU TÃO REVOLTADO", disse um.

"Que final PATÉTICO!!!", reclamou outro. "Tantas coisas não foram resolvidas e nada foi explicado sobre a ilha".

"Foi de longe o pior episódio de uma série que eu já vi e estou muito revoltado de perder tanto de meu tempo esperando por um desfecho decente".

Outra mensagem afirmou: "Horrível! Que decepção... seis anos de minha vida para uma das maiores decepções!".

Alguns fãs foram menos críticos, mesmo com diversos pontos terem ficado por explicar.

"Eu amei. Foi emocionalmente satisfatório e foi o suficiente", afirmou um fã. "Eu ainda tenho algumas dúvidas, mas todos nós não temos?".

Enquanto fãs se dividiam, a imprensa nesta segunda-feira deu sua aprovação ao final, afirmando que o fato de várias questões terem ficado por resolver seguiu a tendência da série de trazer mistérios durante seus seis anos.

"Emocionante, inteligante, de uma maneira que simplificou profundas verdades, a série explicou para os fãs o que foi dito durante todo o tempo", afirmou o jornal USA Today.

"Lost é sobre vida e morte, fé e ciência, espírito e corpo, e sempre acentuou o fato de que o título refere-se às almas de seus peronagens", não à sua localização", acrescentou o jornal.

A crítica da Radio Pública Nacional, Linda Holmes, também aprovou o fim da série: "muitas pessoas odiaram, não se pode questionar. E vai ser sempre assim. Entretanto, mesmo com questões não resolvidas sobre estátuas e símbolos e quedas de alimentos, essas últimas duas horas trataram os personagens muito, muito bem".

A Entertainment Weekly, por sua vez, afirmou que o final foi "muito prazeroso, cheio de encontros que eram tanto sentimentais quanto engraçados".

Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/

Hubble identifica sol que está engolindo planeta




O planeta ainda pode existir por 10 milhões de anos antes de ser engolido

     Foto: NASA                                               Imagem artística da Nasa mostra a estrela engolindo o planeta Wasp-12b
 
O Telescópio Espacial Hubble descobriu sinais de que uma estrela semelhante ao nosso Sol está lentamente "devorando" um planeta próximo, longe do Sistema Solar.
Astrônomos já haviam concluído que estrelas são capazes de engolir planetas que as orbitam, mas esta é a primeira vez que o fenômeno é constatado tão claramente.

Embora o planeta esteja longe demais para ser fotografado pelo telescópio, os cientistas criaram uma imagem dele baseada em análises das informações coletadas pelo Hubble.

A descoberta foi divulgada na publicação científica The Astrophysical Journal Letters.

Os pesquisadores dizem que o planeta, chamado Wasp-12b, pode ainda existir por mais dez milhões de anos antes de ser completamente engolido por seu sol, o Wasp-12.

O planeta está tão próximo da estrela que completa uma órbita em apenas 1,1 dia terrestre e tem temperaturas em torno dos 1.500º C.

A grande proximidade entre o Wasp-12b e a estrela levou a atmosfera do planeta a se expandir a um raio três vezes maior que a de Júpiter. Material proveniente dela está "vazando" para a estrela.

"Nós vimos uma nuvem imensa de material em torno do planeta que está escapando e será capturada pela estrela", disse a astrônoma Carole Haswell, da Open University, na Grã-Bretanha. Ela lidera a equipe de especialistas que identificaram o fenômeno.

A detecção da nuvem pelo Hubble permitiu que os cientistas tirassem conclusões sobre como ela foi gerada.

"Identificamos elementos químicos nunca vistos antes em planetas fora no nosso Sistema Solar."

A Wasp-12 é uma estrela-anã localizada na constelação de Auriga (também conhecida como Cocheiro).

O Wasp-12b havia sido descoberto em 2008.