A cor de uma estrela é a combinação de dois fenômenos. O primeiro é
sua temperatura, que determina o comprimento de onda (frequência) no
qual o pico de sua radiação eletromagnética vai emergir no espectro.
Um objeto frio, como uma barra de ferro aquecida a 3.000 graus (frio
em termos cosmológicos), vai emitir a maior parte de seu comprimento de
onda próximo a 9.000 Angstrons (a parte mais ao vermelho do espectro
visível).
Um objeto à temperatura de 30.000 graus vai emitir sua luz próximo ao
comprimento de onda de 900 Angstrons (no extremo do ultravioleta do
espectro visível).
A quantidade de energia emitida em outros comprimentos de onda é
determinado de forma precisa pela temperatura do corpo e pela lei de
radiação dos corpos negros de Planck.
No gráfico abaixo, disponível nas aulas online da Universidade de Washington, vemos três curvas, correspondendo ao espectro de três corpos a três temperaturas diferentes:
Basicamente, o gráfico mostra o brilho em cada comprimento de onda.
Quando a temperatura é de 7.500K, o brilho máximo está na faixa do
violeta. Com 6.000K, no verde, e com 4.500K, no vermelho.
Bastaria então, a gente encontrar uma estrela com a temperatura de
6.000K, que teríamos encontrado uma estrela verde, certo? Não é bem
assim.
De fato, existem várias estrelas com esta temperatura. O sol é uma
delas. A temperatura superficial dele faz com que seu pico de
luminosidade ocorra no limite verde-azul.
Mas o sol não parece verde-azulado para nós. O problema está na
maneira com que percebemos as cores. Primeiro, olhe o gráfico e veja que
na temperatura de 6.000K, o pico de luminosidade é no verde-azulado,
mas é emitida luz em todo o espectro luminoso, do infravermelho ao
ultravioleta.
Os cones da nossa retina, que são as células que percebem cores,
existem em três tipos: os que captam o verde, os que captam o azul, e os
que captam o vermelho.
O cérebro capta as cores combinando as informações dos três tipos de
cones. Se ele percebe atividade nos cones verde, azul e vermelho, ele
produz uma imagem laranja. Se os cones verdes e vermelhos estiverem
ativos e o azul não, a cor é o amarelo, e assim por diante.
Só vemos uma coisa “verde” se ela só emite ou reflete luz verde, ou
seja, se só os cones do verde forem excitados. Se misturar um pouco de
azul ou um pouco de vermelho, já muda tudo.
Já que a temperatura indica um pico no verde, mas a luz é emitida em
todas as faixas de cores, os cones azul e vermelho também são excitados.
Por isto, vemos estas estrelas na cor branca.
Então, não existem estrelas verdes por que as estrelas com a
temperatura esperada emitem sua luz em uma forma que nossos olhos
percebem como branco. Para ver as estrelas na cor verde, elas teriam que
emitir luz apenas nesta faixa de cor.
Outro fator que trabalha contra a cor verde é que vemos as cores no
céu usando as células que percebem preto e branco, os bastões, e não os
cones sensíveis a cores. Isto significa que somente as estrelas bastante
brilhantes tem alguma cor, geralmente vermelho, laranja, amarelo e
azul.
Fontes: http://www.astronomycafe.net/
http://blogs.discovermagazine.com/badastronomy/
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