Desde a invenção da teoria quântica (TQ), no início do século 20,
suas implicações têm incomodado os físicos. Isso porque a TQ prevê
comportamentos bizarros para as partículas, como por exemplo o
entrelaçamento quântico, no qual duas partículas separadas se comportam
como uma só.
Quando um comportamento parece violar nossa noção de causa e efeito
no espaço-tempo, os físicos o chamam de um comportamento “não local”. Se
pegamos um par de partículas que estão entrelaçadas, e fazemos o “spin”
(giro) magnético de uma delas apontar em uma direção, o “spin” da outra
partícula imediatamente irá apontar na direção oposta.
Pelo senso comum, existem duas maneiras de arranjar este
comportamento coordenado. A primeira é que a coordenação seja
previamente arranjada, e a segunda é que a coordenação seja feita usando
um sinal de sincronização entre as partículas.
Nos anos 1960, John Bell criou o primeiro teste para ver se o
comportamento de duas partículas pode ser baseada em arranjos prévios.
Se as medições das partículas violam a desigualdade, os pares de
partículas estão fazendo o que a TQ diz que elas fariam, ou seja,
funcionando sem nenhuma “variável local oculta”. Os experimentos
começaram nos anos 1980, e desde o início, as desigualdades de Bell têm
sido violadas repetidamente.
Aparentemente, a TQ foi vencedora, exceto pelo problema que as
desigualdades de Bell não podem descartar completamente sinais viajando
mais rápido que a luz. E é por isto que os pesquisadores criaram uma
nova desigualdade que deve testar a existência de sinais de comunicação
diretamente.
Para que houvesse um sinal de comunicação entre partículas
entrelaçadas, este sinal teria que viajar mais de 10.000 vezes mais
rápido que a luz, violando a relatividade. A saída é fazer dos sinais
“influências ocultas”, que não servem para nada, e portanto não violam a
relatividade. Somente se os sinais puderem ser usados para comunicação
mais rápida que a luz é que eles violam a relatividade.
E é algo nesta linha que o que os físicos estão propondo, uma
“desigualdade influência oculta”. Eles configuraram uma medição de
entrelaçamento entre quatro partículas, e consideraram os comportamentos
possíveis para partículas conectadas por influências que permanecem
ocultas e podem viajar a qualquer velocidade finita arbitrária.
Matematicamente, isso se traduz em um objeto de 80 dimensões, e o
limite da “sombra” que esta forma de 80 dimensões lança sobre 44
dimensões é que determina o resultado do teste. Se as predições
quânticas caírem fora dos limites, então as influências não podem ficar
ocultas ou devem ter velocidade infinita.
O entrelaçamento de quatro partículas já foi feito em laboratório,
mas a precisão dos equipamentos de medição tem que aumentar para definir
se o universo segue as leis da relatividade ou as leis da física
quântica. A medição vai resultar em um número. Se o número for 7, vence a
relatividade. Se a vitoriosa for a física quântica, o número será
maior, em torno de 7,3.
Se a medida for maior que 7, temos duas possibilidades. Pode ser que
possamos desafiar a relatividade e “des-ocultar” as influências, o que
significa comunicação mais rápida que a luz. Como esta possibilidade
meche com a relatividade, uma teoria que tem tido muito sucesso, os
físicos preferem ver esta possibilidade como a mais radical.
A outra possibilidade é aceitar que as influências devem ser
infinitamente rápidas, ou que existe algum processo que tem o efeito
equivalente quando visto em nosso espaço tempo – não há como distinguir
estas duas alternativas com os testes que temos atualmente. De qualquer
forma, significa que o universo é fundamentalmente não local, ou seja,
cada parte dele pode ser conectada a qualquer outra parte em qualquer
outro lugar instantaneamente.
Fonte: http://hypescience.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário