segunda-feira, 27 de maio de 2013

O universo e seu cérebro crescem da mesma maneira

Um novo estudo da Universidade da Califórnia em San Diego (EUA) afirmou que a estrutura do universo é bastante semelhante à estrutura e design de outras grandes redes complexas, como o cérebro humano e a internet.

A pesquisa sugere que alguma lei fundamental ainda desconhecida pode governar o crescimento de sistemas complexos (de grande e pequeno porte), como a descarga elétrica entre as células cerebrais, o crescimento das redes sociais e a expansão das galáxias.

Isso não quer dizer que cérebros e universos sigam algum tipo de “plano mestre” idêntico, apenas que as regras subjacentes às estruturas complexas podem ser entendidas de uma forma similar.

“Dinâmicas de crescimento naturais são as mesmas para diferentes redes reais, como a internet ou as redes cerebrais”, explica o coautor do estudo Dmitri Krioukov, um físico da Universidade da Califórnia em San Diego. “A equivalência descoberta entre o crescimento do universo e das redes complexas sugere fortemente que leis inesperadamente semelhantes governam a dinâmica destes sistemas complexos diferentes”.

O próximo passo da pesquisa é tentar descobrir essa “regra universal” ou “sistema de leis” que controlam o crescimento e desenvolvimento desses sistemas, e tentar prever ou controlar o comportamento de redes complexas.

Os pesquisadores criaram uma simulação de computador que quebrou o universo primordial nas menores unidades possíveis – quanta (plural de quantum) de espaço-tempo mais minúsculos do que as partículas subatômicas.

A simulação associou qualquer quantum causalmente relacionado. Por exemplo, nada viaja mais rápido que a luz, por isso, se uma pessoa acerta uma bola de beisebol na Terra, os efeitos em cascata desse evento nunca poderiam alcançar um alienígena em uma galáxia distante em um período de tempo razoável, ou seja, essas duas regiões do espaço-tempo não são causalmente relacionadas.

Não é possível simular o “infinito”, de modo que, a título de comparação, os pesquisadores consideraram o universo como algo “enorme” – pelo menos 10 elevado a 250 átomos de espaço e tempo (um 1 seguido de 250 zeros).

Isso foi reduzido a um tamanho mais gerenciável e colocado em um supercomputador chamado Trestles. Trestles usou os dados para realizar simulações detalhadas da rede causal do universo.

O resultado é um gráfico que se parece muito com as visualizações que representam outras redes complexas, como a internet, redes sociais e redes biológicas.

Todas as redes se ampliaram de forma semelhante:através de ligações equilibradas entre vias semelhantes com as que já tinham muitas conexões. Por exemplo, um amante de gatos navegando na internet pode visitar megassites como o Google ou o Yahoo, mas também procurar sites mais extravagantes só sobre gatos ou vídeos sobre gatos no YouTube. Da mesma forma, células cerebrais próximas (vizinhas) gostam de se conectar, mas os neurônios também se vinculam a “células cerebrais ‘Google’”, que são conectadas a muitas outras células cerebrais.

“Quem teria imaginado que o surgimento do espaço-tempo quadridimensional do nosso universo no vácuo quântico teria a ver com o crescimento da internet? A causalidade está no coração de ambos, por isso, talvez a semelhança seja esperada”, afirma Michael Norman, diretor do Centro de Supercomputador da Universidade da Califórnia em San Diego.

Essa semelhança estrutural é muito forte para ser uma coincidência, então provavelmente não é. Por conta disso, os pesquisadores teorizam que existem regras universais que regem essas redes, mas com alguns fatores limitantes – como a gravidade – que mudam seu tamanho e eventuais resultados.

Fontes: http://www.popsci.com/science/
            http://www.livescience.com/

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