Não é novidade que a Terra (ou seja, nós) fica em uma galáxia chamada
Via Láctea. Também não é novidade que essa galáxia é enorme –
precisamente, tem cerca de 100.000 anos-luz de diâmetro.
Caso você esteja se perguntando, um ano-luz equivale a
aproximadamente 10 trilhões de quilômetros. Aham. Para colocar os
números em perspectiva, pense na Voyager 1, a sonda da NASA com a maior
capacidade de viagem espacial que atingiu o ponto mais distante a partir
da Terra até hoje: ela viajou um total de 18,19 bilhões de quilômetros
nos últimos 35 anos.
É por isso que com certeza nunca visitaremos IC 1101, que fica na constelação de Serpens, uma enorme galáxia lenticular que reside no centro do aglomerado de galáxias Abell 2029,
composto de milhares delas. Ela tem nada mais, nada menos que cerca de
5,5 milhões de anos-luz de diâmetro, e está a mais de um bilhão de
anos-luz de distância da Terra.
Finalmente, se você acha o sol um troço gigante – e é -, saiba que
ele também é apenas uma estrela de cerca de 100 a 200 bilhões na Via
Láctea. E quantas existem em IC 1101? 100 trilhões.
A IC 1101 não se tornou a maior galáxia conhecida do universo do dia
para noite. O processo provavelmente levou bilhões de anos.
Os cientistas afirmam que galáxias menores tornaram-se atraídas umas
pelas outras e colidiram. Este processo, apesar de longo e árduo, acabou
criando uma galáxia exponencialmente gigante, cheia de novos materiais e
estrelas no processo.
A galáxia foi observada como parte do programa XMM-Newton Slew Survey
Programme. O aglomerado Abell 2029 pode ser visto em raios-X porque
está envolto em uma gigantesca nuvem de gás quente. Devido a sua elevada
temperatura, ela emite fótons de raios-X.
O aglomerado também está envolto em uma quantidade de matéria escura equivalente a mais de uma centena de trilhões de sóis.
Ao medir com precisão a distribuição da temperatura e da intensidade
dos raios-X em Abell 2029, os astrônomos tiveram uma ideia da
distribuição de matéria escura na região interna do aglomerado de
galáxias.
Os dados de raios-X sugerem que a densidade de matéria escura aumenta
suavemente conforme se aproxima da gigante galáxia central. Esta
descoberta está de acordo com as previsões dos modelos de matéria escura
fria, e é contrária a outros modelos de matéria escura que predizem um
nivelamento da quantidade de matéria escura no centro do aglomerado.
Se Abell 2029 for uma amostra representativa do universo, os novos
dados indicam que 70 a 90% da massa do universo consistem de matéria
escura fria – partículas misteriosas, “sobras” de um universo jovem e
denso, que interagem umas com as outras e a com matéria “normal” apenas
através da gravidade.
A matéria escura fria recebeu o seu nome a partir da suposição de que
suas partículas estavam se movendo lentamente quando galáxias e
aglomerados de galáxias começaram a se formar. A natureza exata dessas
partículas é ainda desconhecida.
Fonte: http://hypescience.com/
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