Em resposta a uma pergunta feita pela leitora Michelle Meyers, os autores da página Across the Universe: from quarks to quasars publicaram um pequeno texto reflexão sobre o tempo, assinado por Rawy Shaaban.
A ideia de que o tempo é uma linha ligando o passado, o presente e o
futuro traz um questionamento: seria o tempo uma “direção”? “Nós
parecemos estar nos movendo para frente no tempo, mas podemos apenas ver
eventos que já ocorreram”, diz Shaaban.
Ao invés de prosseguir com a noção de “linha”, ele aborda a questão
da medição da passagem do tempo, feita com base na movimentação da Terra
ao redor do sol. “Manhã, tarde e noite estão relacionadas à presença ou
ausência do sol no céu”, lembra. O próprio deslocamento dos ponteiros
de um relógio analógico resgata esse movimento radial.
Medimos a passagem do tempo com base em movimento, mas também fazemos o inverso: dizemos que um carro levou horas
para fazer um percurso, ou que o coração de uma pessoa bate um
determinado número de vezes por minuto. “O tempo pode ser apenas uma
‘moeda comum’ ou uma unidade de movimento com a qual todos os outros
movimentos são medidos, tornando mais fácil a descrição do mundo, mas
sem ter uma existência independente”, sugere o autor. “Medir processos
(de movimento) usando tempo é como usar dinheiro ao invés de troca
direta de mercadorias”.
Curiosamente, o presente não pode ser restrito a uma medida de tempo.
Quanto dura o “agora”? Um segundo? Um milésimo de segundo? Vivemos
nesse pequeno (e, ao mesmo tempo, imensurável) intervalo entre o passado
e o futuro – que podem ser medidos, mas não acessados.
“Isso sugere que nossa percepção do tempo como passado, presente e
futuro pode ser apenas uma ilusão criada por nossa mente em uma
tentativa de entender o mundo em transformação que nos cerca”, afirma.
Nesse caso, como as mudanças do mundo ocorreriam se não existisse o
tempo? E a pergunta inicial permanece.
Fonte: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=376304715789277&set=a.313338668752549.73826.313312622088487&type=1&theater
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