É incrível o quão longe podemos enxergar no espaço: usando o
telescópio Subaru de 8 metros do Japão, localizado no Havaí, astrônomos
observaram um planeta 13 vezes mais massivo que Júpiter, o maior planeta
do nosso sistema solar, que orbita uma estrela chamada Kappa Andromedae
a 170 anos-luz de distância da Terra.
Por ser um gigante gasoso como Júpiter, o planeta 2,5 vezes mais massivo que o sol foi classificado como “super-Júpiter”.
Segundo os cientistas, o novo exoplaneta é importante para reforçar as teorias de formação dos planetas.
Com base em observações do novo sistema, os astrônomos concluíram que
o “super-Júpiter” parece ter se formado da mesma maneira comum que
outros planetas de menor massa se formam, ou seja, pela união do
material em órbita de uma estrela nascente em um “disco protoplanetário”
(que mais tarde se torna um planeta).
A órbita do novo planeta, um pouco mais larga que o caminho que
Netuno faz em torno de nosso sol, está a uma distância comparável a
órbitas planetárias do nosso sistema solar. Além disso, sua estrela,
Kappa Andromedae, é relativamente jovem, com cerca de 30 milhões de anos
(a título de comparação, o sol tem cerca de 5 bilhões de anos).
Esses indícios apontam para uma história de formação típica de planetas
menores. Antes, alguns cientistas duvidavam que grandes estrelas
pudessem dar origem a planetas a partir de discos protoplanetários, mas a
nova descoberta indica que esta estrela fez exatamente isso.
Os astrônomos detectaram o planeta usando dados de infravermelho do telescópio Subaru, no Havaí.
A estrela Kappa Andromedae agora detém o recorde de estrela com maior massa que hospeda um planeta conhecida.
Designado Kappa Andromedae b (Kappa And b, abreviado), o novo objeto
detectado tem uma massa cerca de 12,8 vezes a de Júpiter, o que o coloca
na linha divisória que separa os planetas mais massivos das estrelas
anões marrons de menor massa.
Essa ambiguidade é um dos encantos do planeta, caracterizado de “super-Júpiter” para abraçar as duas possibilidades.
“De acordo com os modelos convencionais de formação planetária, Kappa
And b por pouco não é capaz de gerar energia por fusão, de forma que
seria considerado uma anã marrom em vez de um planeta”, disse Michael
McElwain, membro da NASA.
Planetas massivos irradiam lentamente as sobras de calor da sua
própria formação. Por exemplo, o planeta Júpiter emite cerca de o dobro
da energia que recebe do sol. Mas se o objeto for grande o suficiente, é
capaz de produzir energia internamente, através da fusão de uma forma
pesada de hidrogênio, chamada deutério.
A massa teórica de fusão em que pode ocorrer o deutério – cerca de 13
Júpiters, marca a massa mais baixa possível para uma anã marrom. Por
isso, com 12,8 vezes o tamanho de Júpiter, Kappa And b pode ser
considerado um planeta.
Como já falado, a descoberta de Kappa And b também permite que os
astrônomos explorem outro limite teórico. Cientistas argumentam que
grandes estrelas provavelmente produzem grandes planetas, mas os
especialistas preveem que esta escala estelar só pode estender até
estrelas com apenas algumas vezes a massa do sol.
Quanto mais massa tem uma estrela jovem, mais brilhante e mais quente
ela se torna, resultando em uma radiação poderosa que pode atrapalhar a
formação de planetas dentro de um disco de gás e poeira
(protoplanetário).
“Este objeto demonstra que estrelas tão grandes como Kappa And, com
2,5 vezes a massa do sol, permanecem plenamente capazes de produzir
planetas”, conclui o astrônomo Joseph Carson.
Fonte: http://hypescience.com/
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