segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Arqueólogos fazem descoberta incrível em Stonehenge!

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Usando um poderoso radar que penetra no solo, os pesquisadores que trabalham em torno de Stonehenge detectaram um tesouro de túmulos funerários, capelas, santuários, poços – e mais notável de todos – um monumento megalítico maciço composto por mais de 50 pedras gigantes enterradas ao longo de um invólucro em forma de C com 329 metros de comprimento.


Esta notícia é surreal – e está redefinindo praticamente tudo o que pensávamos que sabíamos sobre Stonehenge. Apenas uma semana depois de descobrir que Stonehenge era um círculo completo, os arqueólogos das universidades de Birmingham e Bradford, e do Instituto Ludwig Boltzmann em Viena, quebraram a imagem de Stonehenge como um lugar desolado e solitário.

Depois de quatro anos de trabalho árduo, e usando um magnetômetro, um radar de penetração no solo (GPR), e um scanner a laser 3D, os arqueólogos mostraram que Stonehenge era uma vez um complexo que se estendia por quilômetros.


E há o antes desconhecido “super henge,” um monumento localizado a apenas dois quilômetros de Stonehenge. Scans sugerem que cada pedra enterrada tem cerca de 3 metros de comprimento e 1,5 metro de largura. As pedras são posicionadas horizontalmente, e não verticalmente, mas é concebível que originalmente ficaram em pé como as outras pedras. Os arqueólogos suspeitam que elas foram trazidas para o local pouco antes de 2.500 aC.

O Independent reporta(matéria orginal aqui):

O invólucro em forma de C – com mais de 330 metros de largura e mais de 400 metros de comprimento – está voltado diretamente para o rio Avon. O monumento foi mais tarde convertido para um recinto aproximadamente circular, agora conhecido como Durrington Walls – o maior henge pré-histórico da Grã-Bretanha, cerca de 12 vezes o tamanho do próprio Stonehenge.

Como um complexo religioso, quase certamente teria tido uma ligação profundamente espiritual e ritual com o rio. Mas precisamente por isso que é um completo mistério, embora seja possível que esse trecho específico da água fosse considerado como uma divindade.

Como outros  santuários religiosos Neolíticos e da Idade do Bronze, ele varia entre 10 e 30 metros de diâmetro. Scans também revelaram cerca de 20 poços grandes, cada um com até 5 metros de diâmetro. Mais do que uma meia dúzia de túmulos da Idade do Bronze foi descoberta, junto com quatro santuários e túmulos da Idade do Ferro.


Sob um dos montes, os pesquisadores identificaram uma construção em madeira de 33 metros datada em cerca de 6.000 anos de idade. Provavelmente foi usada para enterros, rituais e práticas relacionadas.



Os monumentos e estruturas não foram todos construídos ao mesmo tempo, o que significa que o complexo não foi concebido ou planejado como um todo. Uma análise mais aprofundada pode revelar exatamente como o sítio evoluiu através dos tempos.

Fontes; http://io9.com/
             http://ocientista.com/c/arqueologia/

4 problemas infinitos

O infinito não é um número, não é uma medida: é uma ideia, que representa o que não tem limites ou fim. O conjunto dos números naturais, por exemplo, é infinito, por que não importa qual o número que você tem, sempre poderá adicionar 1 e obter o número subsequente.

Mesmo sendo a representação de uma ideia, e não um número, o infinito tem algumas propriedades numéricas que permitem que a gente trabalhe com ele.

Por exemplo, se representarmos esta ideia com o símbolo ∞, podemos escrever ∞ + 1 = ∞, que pode ser interpretado com “se algo não tem fim, você pode somar 1 e ela ainda será sem fim”.
A coisa mais importante sobre o infinito é que – ∞ < x < ∞, onde x é um número real, que é uma abreviação para a frase "menos infinito é menor que qualquer número real, e infinito é maior que qualquer número real".

Algumas operações com o ∞ são indefinidas, como, por exemplo, ∞ + ∞ = ∞, ou - ∞ + - ∞ = ∞. Além disso, existem também os conjuntos com infinitos elementos, e a ideia de tamanhos diferentes de infinitos.

Mas o mais bizarro são os paradoxos que temos com os números infinitos. Um paradoxo é uma noção verdadeira que desafia nossa intuição, ou até mesmo a lógica. Vejamos alguns paradoxos envolvendo o infinito:

1. Hotel de Hilbert

Imagine um hotel com infinitos quartos, e que todos eles estão ocupados. Chega um viajante no hotel, e pede para se hospedar. Só que não tem vagas; apesar de ter infinitos quartos, o hotel já está totalmente ocupado.

Mas o gerente é um sujeito que não manda ninguém embora, e faz o seguinte: pede para o hóspede do quarto 1 se mudar para o quarto 2, o hóspede do quarto 2 se mudar para o quarto 3, o hóspede do quarto 3 se mudar para o quarto 4, e assim por diante.

E pronto, o hotel que estava cheio, agora tem uma vaga para o novo hóspede. Usando esta estratégia, o gerente do hotel pode acomodar um novo hóspede, 10 novos hóspedes, um milhão de novos hóspedes, ou até um número infinito de novos hóspedes.

Este paradoxo foi proposto pelo matemático alemão David Hilbert, e é um paradoxo porque a nossa definição de hotel cheio é que não há vagas para novos hóspedes. Mas se o hotel tiver infinitos quartos, mesmo que todos eles estejam cheios, ainda assim dá para acomodar um conjunto de novos hóspedes, até mesmo infinitos novos hóspedes.

2. Trombeta de Gabriel

A Trombeta de Gabriel, ou a Trombeta do Anjo Gabriel, ou ainda a Trombeta de Torricelli é uma superfície na forma de um funil (ou de trombeta). Ela começa larga e vai afinando rapidamente, mas nunca fica fechada – ou seja, segue até o infinito.

A superfície da trombeta é infinita, mas o volume que ela envolve não é infinito (uma ideia matemática). Suponha que você tenha que pintar de dourado o lado de dentro desta trombeta. A superfície dela é infinita, então você precisa de uma quantidade infinita de tinta, certo? Bem, você pode pegar uma quantia finita de tinta, correspondendo ao volume da trombeta, e jogar esta tinta na trombeta, deixando ela escorrer.

Você pode escolher aí o que vai te deixar mais desconfortável: se é uma superfície infinita envolver um volume finito, ou se é uma quantia finita de tinta cobrir uma superfície infinita.

O discípulo de Galileu Evangelista Torricelli foi o primeiro a pensar neste problema, que ele achou tão extraordinário que a princípio imaginou que tivesse feito alguma coisa errada.

Outros filósofos e matemáticos ficaram tão horrorizados com os paradoxos que surgiam com o infinito, que chegaram a propor o banimento da ideia.

3. O enigma do jogo de dardos

Suponha que você tem um alvo, um dardo, e 100% de certeza que irá acertar o alvo em alguma parte. Agora pense na ponta do dardo, o ponto matemático exato da sua extremidade, e pense em um ponto matemático no alvo. A pergunta é, qual a probabilidade que aquele ponto tem de ser atingido pelo dardo?

Podemos começar supondo que há uma chance maior que zero daquele ponto ser atingido pelo dardo. Só que aí começam os problemas. Se há uma chance maior que zero de um ponto ser atingido, então há uma chance maior que zero para todos os outros pontos, de que eles serão atingidos pelo dardo. Mas existem infinitos pontos no nosso alvo.

Se você somar as probabilidades de todos os pontos, vai chegar à conclusão de que o alvo todo tem uma probabilidade infinita de que ser atingido, o que não faz sentido, já que esta probabilidade não pode ser maior que 100%.

E o que acontece se imaginarmos que a probabilidade de um ponto ser atingido é zero? Se a probabilidade de acertar aquele ponto particular é zero, então ela é zero para todos os outros pontos, e se somarmos as probabilidades de todos os pontos para ter a probabilidade de acertar o alvo, ela é zero. Mas temos certeza de que o alvo será atingido, como pode ser zero, então?

4. Duplicando seu dinheiro

Imagine que um cassino esteja oferecendo um novo jogo. O jogo começa com um real no banco de apostas. A pessoa joga uma moeda. Se sair cara, o que tem no banco de apostas é dobrado, se sair coroa, o jogo termina e o jogador ganha o que tiver no banco de apostas.

Quanto você pagaria para entrar neste jogo? Ou quanto seria justo para o cassino cobrar? Se você souber um pouco de matemática já deve ter ouvido falar em “esperança matemática”, ou seja, em um jogo envolvendo probabilidade do ganho esperado. E qual o ganho esperado neste jogo?

A maioria provavelmente apostaria R$ 5,00, talvez um pouco mais, mas o que a matemática diz é: “aposte o que você tiver, a esperança de ganho é infinito”. O jogador tem probabilidade de 50% de ganhar R$ 1, 25% de probabilidade de ganhar R$ 2, 12,5% de ganhar R$ 4, e assim por diante. O valor esperado é a soma da probabilidade multiplicada pelo valor do prêmio, assim:

E = 1/2 + 1/2 + 1/2 + 1/2 + …

Esta é uma soma de infinitas frações 1/2, e o resultado é infinito. Ou seja, matematicamente falando, a esperança matemática de ganho é infinita. Mas, paradoxalmente, muita pouca gente está disposta a pagar alguma coisa a mais que R$ 20,00 para jogar este jogo.


Obviamente, estamos falando de um cassino hipotético, capaz de colocar quanto dinheiro for necessário no banco de apostas. Na prática, haverá um limite para o prêmio máximo, e também para o número máximo de jogadas (ninguém vai ficar lançando uma moeda infinitas vezes). Talvez o paradoxo surja daí: ninguém espera ou consegue entender um cassino capaz de cobrir um prêmio infinito ou uma série infinita de caras em uma série infinita de lances de moeda.

Fonte: http://hypescience.com/

Existem evidências físicas do Jesus histórico?

Jesus Cristo é a pessoa mais famosa que já viveu, mas será que ele realmente viveu? A maioria dos historiadores de teologia, tanto cristãos quanto não cristãos, acredita que Jesus realmente existiu, mas eles chegaram a esta conclusão através de evidência textual bíblica, e não das inúmeras relíquias que são expostas como evidência física em igrejas por toda a Europa.

A razão disso é que as evidências físicas da vida e morte de Jesus Cristo, que vão de fragmentos de textos em pergaminhos a pedaços de madeira alegadamente da sua cruz, não passam pelo teste do escrutínio científico.

7. Lençóis bíblicos

Esta é talvez a relíquia mais famosa no mundo: o Sudário de Turim, um lençol que se acredita tenha sido a mortalha que teria envolvido o corpo de Jesus. O lençol, com 4,5 metros de comprimento e 1,1 metros de largura, tem uma imagem em negativo do corpo de um homem, e tem sido adorado por milhões de peregrinos em uma catedral em Turim, Itália. Mas, cientificamente falando, é uma fraude.

A datação de carbono-14 apontou que o sudário não é da época de Jesus, mas do século 14. Por coincidência, também é no século 14 que o sudário aparece pela primeira vez em registros históricos, em um documento escrito pelo bispo francês Pierre d’Arcis em 1390, alegando que a imagem de Jesus sobre o tecido havia sido “engenhosamente pintada”, um fato “atestado pelo artista que fez a pintura”.

Atualmente, a Igreja Católica não confirma oficialmente a autenticidade do Sudário de Turim, apesar de muitos dos fiéis, incluindo o Papa Bento XVI, indicarem que pessoalmente acreditavam na santidade do mesmo.

6. Lascas de madeira

Uma das supostas evidências são as lascas da “Cruz Verdadeira” – a cruz na qual Jesus teria sido crucificado -, espalhadas pelas igrejas da Europa. Segundo o teólogo do século 16, João Calvino, “não há abadia tão pobre que não tenha um exemplar. Em alguns lugares, há fragmentos grandes, como na Santa Capela em Paris, em Poitiers, e em Roma, onde dizem que um crucifixo de bom tamanho teria sido feito com ele. Em resumo, se todos os pedaços que conhecemos fossem juntados, eles somariam o carregamento completo de um grande navio, enquanto o Evangelho testifica que um único homem foi capaz de carregar a cruz.

A “Enciclopédia Católica”, contudo, cita o trabalho de um autor do século 19, M. Rohault de Fleury, que publicou em 1870 o livro “Mémoire sur les instruments de la Passion” (Paris, 1870), onde contabilizou todos os fragmentos existentes à época da “Cruz Verdadeira”, e chegou à conclusão que eles não chegavam a fazer uma cruz (4.000.000 mm³ de madeira, contra um volume total estimado por M. Fleury de 178.000.000 mm³). Dentre os fragmentos existentes, nenhum foi testado para verificar sua idade, quer por carbono-14, quer por comparação de anéis de crescimento.

5. Ferragem Sagrada

No documentário “The Nails of the Cross” (“Os Pregos da Cruz”, em tradução livre) que foi ao ar em 2011 no History Channel, o cineasta Simcha Jacobovici conta a história de dois pregos supostamente encontrados em uma tumba de 2.000 anos em Jerusalém.

No mesmo programa, ele também apresentou evidências circunstanciais que parecem sugerir que aquelas relíquias enferrujadas foram usadas para pregar Jesus na cruz: a tumba em que foram encontrados os pregos supostamente pertenceriam ao sumo sacerdote judeu Caifás, que presidiu o julgamento de Jesus, segundo o Novo Testamento.

Na crítica do filme, a agência de notícias Reuters apontou que a maioria dos especialistas e estudiosos do documentário não são imparciais e que o trabalho do cineasta é forçado. E golpes publicitários não faltam quando se trata dos santos pregos. Em 1911, o erudito Herbert Thurston contou todos os pregos que se acreditava terem sido usados na crucificação, e encontrou nada menos que 30 pregos sendo venerados pela Europa. O número exato de pregos usados é desconhecido, há uma controvérsia se eram três ou quatro.

Na Enciclopédia Católica, Thurston aponta que “provavelmente a maioria dos pregos eram anunciados como réplicas que tocaram ou que continham limalha de pregos mais antigos. Sem fraude consciente da parte de ninguém, é fácil que uma imitação seja considerada verdadeira em pouco espaço de tempo”.

4. Mentiras de chumbo

Setenta livros de metal foram supostamente descobertos em uma caverna na Jordânia, e foram considerados os documentos cristãos mais antigos. Datando de poucas décadas após a morte de Jesus, os estudiosos chamaram os “Códices de Chumbo” ou “Códices Jordanianos” a mais importante descoberta na história da arqueologia.

Os cristãos assumiram que os livros eram a prova da existência real de Jesus, por que uma página tinha uma imagem dele. Um fragmento de texto escrito “eu deverei caminhar ereto” foi interpretado como uma referência à ressurreição de Jesus, uma evidência forte de que ela teria acontecido, e pouco tempo depois do fato.

Mas os códices de chumbo são uma fraude – uma mistura de dialetos anacrônicos e imagens copiadas de outras fontes, forjado nos últimos 50 anos. “Na imagem, ‘Cristo’ é na verdade o deus-sol Helios, de uma moeda que veio da ilha de Rodes”, conta o arqueólogo de Oxfort, Pether Thonemann. “Também tem inscrições sem sentido em hebreu e grego”.

3. Pergaminhos sagrados

Uma das mais importantes descobertas arqueológicas que de fato foi datada no tempo de Jesus pode ou não ser evidência de sua existência, dependendo para quem você perguntar. Os Pergaminhos do Mar Morto, um conjunto de pergaminhos e papiros encontrados nos anos 1940 em Israel, foram escritos entre os anos 150 AEC e 70 EC. Existe uma referência nestes pergaminhos a um “mestre da justiça”. Alguns dizem que este mestre é Jesus, outros, que pode ser qualquer um.

2. A Coroa de Cristo

Segundo o Evangelho, antes da crucificação Jesus recebeu dos soldados romanos uma coroa de espinhos, uma piada dolorosa sobre sua soberania. Muitos cristãos acreditam que o espinhento instrumento de tortura ainda existe, mas em pedaços espalhados na Europa.

Uma coroa quase completa está abrigada na Catedral de Notre Dame em Paris. A história documentada da Coroa de Espinhos se estende 16 séculos no passado, uma procedência impressionante, mas não chega ao ano 30 da Era Comum. Além disso, a coroa de Notre Dame é uma tiara feita de um arbusto, e não tem nenhum espinho.

1. A Bíblia

O melhor argumento a favor de Jesus como uma pessoa que realmente viveu é, obviamente, a própria Bíblia. Os estudiosos acreditam que os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João foram escritos por quatro discípulos de Cristo décadas após a crucificação. Existem outros evangelhos que não fazem parte do cânon, mas que também foram escritos por contemporâneos de Jesus. Existem diferenças em detalhes nos relatos de eventos na vida e morte de Jesus, mas também há bastante concordância, e durante os séculos de análise cuidadosa, os estudiosos bíblicos chegaram a um perfil geral de Jesus, o homem.


“Sabemos algumas coisas sobre o Jesus histórico – menos do que alguns cristãos pensam, mas mais do que alguns céticos pensam”, conta Marcus Borg, um estudioso bíblico famoso, autor e professor aposentado de religião e cultura na Universidade do Estado de Oregon (EUA). “Apesar de alguns livros terem argumentado recentemente que Jesus nunca existiu, as evidências de que ele viveu são convincentes para a grande maioria dos estudiosos, sejam eles cristãos ou não cristãos”.

Fonte: http://www.livescience.com/

Vídeo: Veja um buraco negro destroçar uma nuvem de gás

Enquanto se deslocava pela Via Láctea, uma nuvem de gás de origem desconhecida teve o azar de passar “perto” do buraco negro supermassivo que fica no centro da nossa galáxia, um encontro devidamente registrado por astrônomos do European Southern Observatory (ESO).

Quatro milhões de vezes mais massiva que o Sol, a nuvem de gás passou a uma distância de 25 bilhões de quilômetros do buraco negro – se chegasse um pouco mais perto, é provável que fosse completamente engolida. Ao invés disso, ela foi deformada e ganhou um formato alongado.


A dianteira da nuvem foi “esticada” por cerca de 160 bilhões de quilômetros em torno da órbita do buraco negro, e a força de atração fez com que ela atingisse a assustadora velocidade de 10 milhões de km/h (cerca de 1% da velocidade da luz).


Nos vídeos acima, você vê tanto as imagens reais quanto uma simulação feita por computador com base nos dados coletados pelos astrônomos – que precisaram de 20 horas de exposição e de um espectômetro infravermelho especial (SINFONI) para captar a fraca luz emitida pela nuvem.

Um artigo sobre a observação deve ser publicado em breve no periódico Astrophysical Journal.

Fontes: http://io9.com/
             http://www.eso.org/

Um buraco negro não morre, ele faz algo muito mais bizarro

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Os buracos negros são, basicamente, “game over, man” para qualquer coisa que fica muito próxima a eles, mas eles não são invencíveis. Na verdade, eles estão sempre em processo de auto-destruição. Veremos como eles fracassam, e veremos se podemos ajudá-los a fazer isso mais rápido.

Realisticamente falando, você está morto logo que você chega perto de um buraco negro. Você vai ser espaguetificado pela extrema atracão gravitacional do buraco negro e/ou você vai ser frito pela radiação (mais sobre isso depois). Ninguém no futuro próximo ou distante vai chegar perto de um buraco negro (ou melhor, chegar até pode, difícil será voltar).

Quando uma coisa ultrapassa o chamado horizonte de eventos (o limite de não-retorno), ela será puxada para dentro do buraco negro com tanta força que não pode rá escapar. Nem mesmo a luz. Uma vez que algo vai para além do horizonte de eventos, já não “conta” como parte do universo.

O horizonte de eventos é a parte mais assustadora de um buraco negro. É também a razão pela qual um buraco negro morre. No mundo da mecânica quântica, o universo tem um ás na manga, no que veio a ser conhecido como radiação Hawking.

Para algo que contém tanto vazio, o universo é surpreendentemente completo. Os buracos negros não são buracos. São pacotes gigantes de matéria extremamente densos. Até mesmo trechos de espaço vazio não são realmente vazios quanto parecem. Partículas aparecem e desaparecem o tempo todo. Por quê?

A explicação começa com o tunelamento quântico. Partículas já apareceram de repente do outro lado de barreiras que elas não deveriam ser capazes de violar, graças ao princípio da incerteza de Heisenberg. Quanto mais perto de definir a posição de uma partícula, mais descontroladamente a sua dinâmica pode variar. Se sabemos qual é sua dinâmica, a sua posição pode variar.

Coloque uma partícula perto de uma barreira e, repentinamente, pode se obter a explosão de quantidade de movimento necessária para atravessar um túnel. Esta explosão do momento é também uma explosão de energia. E energia e matéria são uma coisa única de acordo com Einstein. Se a energia pode aparecer de repente, a matéria também pode. E quanto mais olhamos para o espaço e mais restrita a área que olhamos, mais devemos ver a matéria surgindo.

Nós não vemos grandes pedaços de matéria aparecendo espontaneamente porque quando uma partícula é criada, sua antipartícula é criada ao mesmo tempo. Como você já deve saber, quando partículas e antipartículas (as partículas de antimatéria) se juntam, elas se aniquilam. Claro, às vezes elas se afastam uma da outra e sobrevivem por um tempo, mas isso não costuma acontecer muitas vezes. O seu estado temporário faz com que os cientistas as chamem de partículas virtuais.

A menos que essa criação de partículas virtuais aconteça logo no horizonte de eventos de um buraco negro. Se uma partícula e sua antipartícula surgem ali, uma é sugada. A outra escapa. Se a antipartícula é sugada para dentro do buraco negro, ela não tem mais chances de aniquilar a partícula, que agora é real, e não virtual. A sua presença e energia já contam no universo. E radiação real vazando de um buraco negro significa que ele está encolhendo lentamente. Esta radiação, sugerida por Stephen Hawking e chamada de radiação Hawking, pode permitir que um buraco negro definhe com o tempo.

Quanta diferença partículas individuais fazem? Hawking pensa que elas fazem tanta diferença que a definição de “buraco negro” precisa mudar. Os buracos negros não têm um horizonte de eventos. Eles têm um “horizonte aparente.”

A borda do buraco negro faz com que os efeitos quânticos sejam selvagens,  as partículas virtuais que surgem fazem com que o horizonte aparente flutue, e toda a coisa é uma cintilante bagunça que aumenta e diminui. Quando essa flutuação do horizonte cessa, o buraco negro pode acabar.

Mesmo com toda a radiação Hawking e o horizonte aparente cintilando, seria necessário um longo, longo tempo para um buraco negro desaparecer. Um buraco negro do tamanho do Sol levaria muitos bilhões de vezes a idade atual do universo para desaparecer completamente. E mesmo que criássemos um dispositivo para estimular a formação de pares de matéria-antimatéria, não há nenhuma maneira de colocá-lo no horizonte de eventos.

Fontes: http://io9.com/
            http://ocientista.com/c/espaco/buracos-negros/

sábado, 13 de setembro de 2014

Os 9 maiores mistérios da física

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Em 1900, o físico britânico Lord Kelvin disse: “Não há nada de novo a ser descoberto na física agora. Tudo o que resta são medições mais precisas”.Dentro de três décadas, a mecânica quântica e a teoria da relatividade de Einstein revolucionaram o campo. Hoje, nenhum físico ousaria afirmar que o nosso conhecimento físico do universo está quase concluído. Ao contrário, cada nova descoberta parece desbloquear questões de física ainda mais profundas.

Aqui estão os 9 mistérios da física:

O que é a energia escura?

Não importa como os astrofísicos triturem os números, o universo simplesmente não faz sentido. Mesmo que a gravidade esteja puxando para dentro o espaço-tempo – o “tecido” do cosmos – ele continua se expandindo cada vez mais rápido. Para explicar isso, astrofísicos propuseram um agente invisível que neutraliza a gravidade, separando o espaço-tempo. Eles chamam isso de energia escura. No modelo mais aceito da energia escura, ela é uma “constante cosmológica”: uma propriedade inerente do próprio espaço que age como uma “gravidade negativa”, separando cada vez mais as galáxias e expandindo o universo. Conforme o espaço se expande, mais espaço é criado e, com ele, mais energia escura. Com base na taxa observada de expansão, os cientistas sabem que a soma de toda a energia escura deve formar mais de 70% do conteúdo total do universo. Mas ninguém sabe o que ela é exatamente.

O que é a matéria escura?

Cerca de 84% da matéria do universo não absorve ou emite luz. “Matéria escura”, como é chamada, não pode ser vista diretamente, e ela ainda não foi detectada por meios indiretos, tampouco. Em vez disso, a existência e as propriedades da matéria escura são inferidas a partir de seus efeitos gravitacionais sobre a matéria visível, a radiação e a estrutura do universo. Pensa-se que esta substância sombria permeia os arredores de galáxias, e pode ser composta de “interação fraca partículas massivas”, ou WIMPs. Em todo o mundo, existem vários detectores à procura para a matéria escura, mas ela nunca foi encontrada.

Entropia

O tempo se move para a frente porque existe uma propriedade do universo chamada “entropia”, mais ou menos  definida como o nível de desordem; ela só aumenta, e por isso não há uma maneira de reverter um aumento na entropia após ele ter ocorrido. O fato de que a entropia aumenta é uma questão de lógica: Existem mais arranjos desordenados de partículas do que arranjos ordenados, e assim como as coisas mudam, elas tendem a cair em desordem. Mas a questão fundamental aqui é: por que a  entropia era tão baixa no passado? Dito de outro modo, por que o universo era ordenado no seu início, quando uma enorme quantidade de energia estava amontoada em uma pequena quantidade de espaço?

Existem universos paralelos?

Dados astrofísicos sugerem que o espaço-tempo pode ser “plano”, ao invés de curvo. Se assim for, então a região que podemos ver (o que nós pensamos como “o universo”) é apenas uma ponto em um infinitamente grande “multiverso.” 

Ao mesmo tempo, as leis da mecânica quântica ditam que há apenas um número finito de configurações possíveis das partículas dentro de cada universo (10 ^ 10 ^ 122 possibilidades distintas). Assim, com um número infinito de universos, os arranjos de partículas dentro deles são forçados a se repetir – infinitas vezes. Isto significa que há um número infinito de universos paralelos: alguns exatamente iguais ao nosso (contendo alguém exatamente como você), bem como universos que se diferenciam apenas por uma partícula, outros por alguns eventos, e assim por diante… até universos que são totalmente diferentes do nosso.

Por que há mais matéria do que antimatéria?

No momento do Big Bang, quantidades iguais de matéria e antimatéria deveriam ter sido criadas. Mas, se isso tivesse acontecido, teria havido uma total aniquilação de ambas. Como você deve saber, quando a matéria entra em contato com a antimatéria, elas se aniquilam em uma explosão energética. Se isso tivesse acontecido, o universo seria um mar energético brilhante. Por alguma razão, houve um excesso de matéria que não foi aniquilado, e aqui estamos nós.

Qual é o destino do universo?

O destino do universo depende fortemente de um valor desconhecido: Ω, uma medida da densidade de matéria e energia em todo o cosmos. Se Ω for maior do que 1, então o espaço-tempo seria “fechado”, como a superfície de uma esfera enorme. Se não houver energia escura, tal universo acabaria por parar de se expandir e, em vez disso, começaria a se contrair, eventualmente entrando em colapso sobre si mesmo em um evento chamado de “Big Crunch”. Se o universo for fechado, mas houver energia escura, o universo esférico se expandirá para sempre.

Alternativamente, se Ω for inferior a 1, e se a geometria do espaço for  “aberta” como a superfície de um selim, o seu destino final é o “Big Freeze”, seguido do “Big Rip”: primeiro, a aceleração da expansão do universo destruiria galáxias e separaria estrelas, deixando toda a matéria gelada e sozinha. Em seguida, a aceleração cresceria tanto que iria sobrecarregar os efeitos das forças que mantêm os átomos unidos, e tudo seria despedaçado.

Se Ω = 1, o universo seria plano, estendendo-se como um plano infinito em todas as direções. Se não houver energia escura, o universo se expandiria para sempre, mas a um ritmo desacelerado, aproximando-se um impasse. Se houver energia escura, o universo plano, em última instância, iria também sofrer um Big Rip.

Colapso da função de onda

No reino estranho de elétrons, fótons e outras partículas fundamentais, a mecânica quântica é lei. As partículas não se comportam como esferas pequenas, mas como ondas que se espalham por uma grande área. Cada partícula é descrita por uma “função de onda”, ou distribuição de probabilidade, que diz a sua localização, velocidade e outras propriedades, mas não o que essas propriedades são. A partícula tem um intervalo de valores para todas as propriedades, até que ao experimentalmente medirmos uma delas – a sua localização, por exemplo – há um colapso da função de onda e ela adota apenas um local.

Mas como e por que medir uma partícula faz isso? O problema, conhecido como o problema de medição, pode parecer esotérico, mas a nossa compreensão do que é a realidade, ou se ela existe, se baseia nessa resposta.

A teoria das cordas é a correta?

Quando os físicos assumem que todas as partículas elementares são laços unidimensionais, ou “cordas”, cada uma das quais vibra em uma frequência diferente, a física fica muito mais fácil. A teoria das cordas permite que os físicos reconciliem as leis que regem as partículas (mecânica quântica), com as leis que regem o espaço-tempo (relatividade geral), além de unificar as quatro forças fundamentais da natureza em uma única estrutura. Mas o problema é que a teoria das cordas só pode trabalhar em um universo com 10 ou 11 dimensões: três grandes espaciais, seis ou sete dimensões espaciais compactadas, e uma dimensão de tempo. As dimensões espaciais compactadas – assim como as próprias cordas vibrantes – tem cerca de um bilionésimo de trilionésimo do tamanho de um núcleo atômico. Não há maneira concebível para detectar qualquer coisa desse porte, e então não há nenhuma maneira conhecida para validar experimentalmente ou invalidar a teoria das cordas.

Existe ordem no caos?

Físicos não podem resolver exatamente o conjunto de equações que descrevem o comportamento de fluidos, desde a água até o ar, e todos os outros líquidos e gases. Na verdade, não se sabe se uma solução geral das chamadas equações de Navier-Stokes existe, ou, se há uma solução, se ela descreve fluidos de todos os lugares, ou inerentemente contem pontos de singularidades desconhecidas. Como consequência, a natureza do caos não é bem compreendida. Físicos e matemáticos se perguntam, o tempo é simplesmente difícil de prever, ou inerentemente imprevisível? A turbulência transcende a descrição matemática, ou será que tudo isso faz sentido quando você enfrenta com a matemática correta?

Fontes: http://www.livescience.com/
             http://ocientista.com/

Esse crânio pode revolucionar a história da espécie humana


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Um crânio fossilizado datado de 1,8 milhão de anos na Georgia pode indicar que espécies antigas de humanos, como o ‘Homo habilis’, ‘Homo rudolfensis’ e ‘Homo erectus’, eram na verdade uma mesma espécie – mas com aparências variadas. A descoberta pode obrigar os pesquisadores a reescrever a história da evolução do homem.

O crânio foi descoberto em 2005 junto com vários ossos de animais e ferramentas de pedra, e é o crânio antigo mais intacto já descoberto pelos cientistas. O que os surpreendeu foram algumas características peculiares, como uma pequena caixa craniana, um rosto comprido e um grande maxilar, que nunca haviam sido descobertos juntos anteriormente, o que desafia as divisões criadas para distinguir as espécies dos ancestrais do homem. Segundo os pesquisadores, isso significa que o Homo habilis, o Homo rudolfensis e o Homo erectus eram uma espécie única, com esqueletos que pertenciam à pessoas com diferentes aparências.

Era justamente na variação no formato dos crânios dos ancestrais humanos que os pesquisadores se baseavam para classificá-los como espécies diferentes, mas eles sempre enfrentaram diversos problemas para entender como a evolução teria acontecido, isto é, qual das espécies teria dado origem aos homens modernos, conhecidos como Homo sapiens.

Junto ao crânio, foram encontrados restos mortais de outros quatro indivíduos. De acordo com o estudo que durou oito anos, todos eles estão associados ao mesmo período histórico, o que também indica que todos os fósseis pertenceram à uma única espécie – o Homo erectus.

Desse modo, a ideia de diversas espécies Homo pode ser derrubada. O Homo erectus surgiu na África e se adaptou em vários ecossistemas, dando origem ao homo sapiens, conclui o estudo.

Fontes: http://www.livescience.com/
             http://ocientista.com/

Por que às vezes temos um Déjà vu?

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O termo déjà vu  é francês e significa, literalmente, “já visto”. 

Aqueles que experimentaram o fenômeno o descrevem como uma enorme sensação de familiaridade com algo que está sendo vivido pela primeira vez. Digamos, por exemplo, que você está viajando para a Inglaterra pela primeira vez. Você está visitando uma catedral e, de repente, parece que você já esteve naquele lugar antes. Ou talvez você está jantando com um grupo de amigos, discutindo algum tema político atual, e você tem a sensação de que você já experimentou isso antes – os mesmos amigos, o mesmo jantar, o mesmo assunto.

O fenômeno é bastante complexo, e há muitas teorias diferentes a respeito do por quê o déjà vu acontece. O pesquisador suíço Arthur Funkhouser sugere que há várias “experiências déjà” e afirma que, a fim de estudar melhor o fenômeno, as nuances entre as experiências precisam ser observadas. Nos exemplos citados acima, Funkhouser descreveria a primeira incidência como déjà visite (“já visitado”) e a segunda como déjà vecu (“já experimentado ou vivido”).

Cerca de 70% da população relata ter experimentado alguma forma de déjà vu. Um número maior de incidentes ocorre em pessoas de 15 a 25 anos.

O déjà vu foi associado com a epilepsia do lobo temporal. Alegadamente, o déjà vu pode ocorrer pouco antes de uma convulsão do lobo temporal. As pessoas que sofrem um ataque desse tipo pode experimentar um déjà vu durante a atividade de apreensão real ou nos momentos entre as convulsões.

Desde que o déjà vu ocorre em indivíduos com e sem uma condição médica, há muita especulação a respeito de como e por que esse fenômeno acontece. Vários psicanalistas atribuem o déjà vu à fantasia simples ou realização do desejo, enquanto alguns psiquiatras atribuem a uma combinação errônea no cérebro que faz com ele confunda o presente com o o passado. Muitos parapsicólogos acreditam que o fenômeno está relacionado a uma experiência de vida passada. Seja como for, há mais estudos a serem feitos, e o mistério continua.

Fontes: http://science.howstuffworks.com/
             http://ocientista.com/

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Arqueólogos encontram calendário de 10 mil anos

    Professor Vince Gaffney no Warren Field

Arqueólogos da Universidade de Birmingham (Reino Unido) acreditam ter descoberto o mais antigo calendário lunar do mundo em Aberdeenshire.

As escavações de um campo no Castelo de Crathes revelaram uma série de 12 poços que parecem imitar as fases da lua e acompanhar os meses lunares, datando de 8.000 aC.

A base do calendário lunar é o movimento da lua em torno da Terra, isto é, o mês lunar sinódico, que é o intervalo de tempo entre duas conjunções da lua e do sol. Como a sua duração é de 29 dias, 12 horas, 44 minutos e 2,8 segundos, o ano lunar (cuja denominação é imprópria) de 12 meses abrangerá 254 dias, 8 horas, 48 minutos e 36 segundos. Os anos lunares têm que ser regulados periodicamente, para que o início do ano corresponda sempre a uma lua nova. Na antiguidade, e mesmo depois, houve frequentes erros de observação desse início.

Os pesquisadores sugerem que o antigo monumento foi criado por caçadores-coletores cerca de 10.000 anos atrás.

O alinhamento do poço, em Warren Field, foi escavado pela primeira vez em 2004. Os especialistas que analisaram os poços disseram que ele pode ter contido um poste de madeira.

O “calendário” Mesolítico é milhares de anos mais velho do que os primeiros monumentos de medição do tempo conhecidos até então, criados na Mesopotâmia.

O alinhamento dos poços também é ajustado ao nascer do sol do Solstício de Inverno para prover uma “correção astronômica anual”, de forma que os caçadores-coletores podiam melhor acompanhar a passagem do tempo e a mudança das estações.


“A evidência sugere que as sociedades de caçadores-coletores na Escócia tinham tanto a necessidade quanto a sofisticação de controlar o tempo para corrigir o desvio sazonal do ano lunar, e que isso ocorreu cerca de 5.000 anos antes dos primeiros calendários formais conhecidos no Oriente Próximo”, disse Vince Gaffney, professor de arqueologia em Birmingham e principal autor da pesquisa. “Isso ilustra um passo importante na construção formal do tempo e, portanto, da própria história”.

A capacidade de medir o tempo está entre as mais importantes realizações humanas e a questão de quando o tempo foi “criado” pela humanidade é fundamental na compreensão de como a sociedade se desenvolveu.

As universidades de St Andrews, Leicester e Bradford também estavam envolvidas no estudo. Dr. Richard Bates, da Universidade de St Andrews, disse que a descoberta fornece uma “nova prova emocionante” do início do período Mesolítico na Escócia.


“Este é o primeiro exemplo de uma estrutura do tipo. Não há local comparável conhecido na Grã-Bretanha ou na Europa por vários milhares de anos”, afirma Bates.

Fonte: http://hypescience.com/

Qual é a vantagem evolutiva da morte?

Todos nós estamos ficando mais velhos. A média de vida do ser humano dobrou nos últimos cem anos: quem tem 60 anos parece e se sente como se tivesse 40 e os cinquentões são os novos jovenzinhos de 20. Porém, rótulos de idade à parte, ainda estamos envelhecendo da mesma maneira que sempre o fizemos, e com isso o nosso risco de morrer aumenta dramaticamente.

Uma vez que você se aproxima de seus 30 anos, as suas (inicialmente pequenas) chances de falecer vão dobrando a cada década que se segue. No gráfico a seguir, você percebe que as probabilidades de você morrer logo no início da vida são relativamente grandes. Depois, essa chance cai drasticamente até o meio da infância e vai subindo. Atenção você que tem 19, 20 anos: suas chances de passar dessa para melhor são maiores agora do que as do seu primo de 28 anos.

O que intriga os biólogos evolucionistas, no entanto, é como e por que os seres humanos apresentam uma curva de mortalidade tão característica. Com o tempo, a seleção natural deve melhorar a capacidade de uma espécie de sobreviver e se reproduzir. Então, por que morrer de velhice? Alguma mutação qualquer que aumenta o risco de morte dos indivíduos deveria ter sido erradicada em algum momento ao longo do caminho evolutivo, certo?

Até o século 20, muitos biólogos pensavam que a seleção natural favorecesse a velhice, pois abria espaço para gerações futuras. Se muitos indivíduos permanecessem vivos, o grupo como um todo sofreria. Mas há um problema com essa lógica: quanto mais um animal vive, mais descendentes ele geralmente deixa. A morte pode criar mais espaço, mas isso não vai ajudar uma espécie a sobreviver.

Na década de 1940, os biólogos J.B.S. Haldane e Peter Medawar sugeriram uma explicação alternativa. Na maioria das espécies, os indivíduos costumam ser mortos antes de chegarem à velhice. A dupla argumentou que, como a sobrevivência da espécie repousa sobre indivíduos mais novos, a seleção natural não deve favorecer mutações prejudiciais que afetam os jovens.

Em contraste, apenas alguns indivíduos sobrevivem à idade avançada, por isso a evolução não foi tão eficiente assim eliminando as mutações que são prejudiciais para os idosos. Em outras palavras, as pessoas idosas estão em uma “sombra da evolução”: as mutações que conduzem à velhice – e os seus efeitos negativos – se fazem presente à medida que a espécie evolui ao longo do tempo, sem a intromissão da evolução para que essas mutações desapareçam.

Era uma boa teoria, mas na época não havia nenhuma evidência de que a seleção natural poderia eliminar mutações nocivas aos jovens, mas deixá-las passar em idosos. A descoberta veio em 1966, quando William Hamilton abordou o problema matematicamente. Ao examinar a relação entre evolução e mortalidade, ele mostrou que as mutações nos grupos mais velhos têm menos efeito sobre a sobrevivência, a longo prazo, de uma espécie. Assim como Haldane e Medawar haviam previsto, a “força da seleção natural” diminui com a idade.

O trabalho de Hamilton foi um avanço significativo, mas possuía algumas falhas. Primeiro, Hamilton assumiu que a seleção natural fosse linear, como se duas cópias de uma mutação tivessem o dobro do efeito prejudicial de uma. Ele também fez sua análise presumindo que a população fosse geneticamente igual (o que é impossível), com todos os indivíduos tendo o mesmo número e o mesmo tipo de mutações.

Este ano, pesquisadores das Universidades de Berkeley, na Califórnia, e de Oxford, no Reino Unido, chegaram a uma solução para o problema. O grupo encontrou uma maneira de ver como diferentes tipos de mutações prejudiciais moldam o padrão etário da mortalidade quando a seleção natural não é linear. O trabalho possibilitou tomar pressupostos específicos – como a taxa de mutações ou como essas modificações estão espalhadas por toda a população – e transformá-los em previsões sobre o processo de envelhecimento.

Uma das previsões dos pesquisadores foi particularmente curiosa. No modelo de Hamilton, se as mutações nocivas afetam apenas os idosos, a seleção natural produz uma relação de inclinação ascendente entre idade e mortalidade. Entretanto, no novo e mais complexo modelo, essa relação é significativamente alterada: em uma população geneticamente diversa, as mutações prejudiciais se espalham, fazendo com que o risco de morte suba para todos os adultos.

A ordem é restaurada se as mutações que prejudicam os grupos mais velhos também são levemente prejudiciais para os indivíduos mais jovens. Neste caso, a seleção natural impede que muitas mutações problemáticas se acumulem ao longo do tempo.

Porém, há ainda questões pendentes sobre o processo de envelhecimento. Por exemplo, a nova pesquisa não pode explicar por que algumas espécies sobrevivem tanto tempo depois que param de se reproduzir. A estrutura social pode desempenhar um papel decisivo, com os grupos mais velhos alimentando os mais jovens, mas não pode influenciar a força da seleção natural: as mutações presentes em um indivíduo não aparecem de repente em seus amigos e familiares.


Ainda assim, a capacidade de examinar as teorias sobre a mortalidade desta forma é uma nova ferramenta útil para os biólogos evolucionários. As abordagens matemáticas estão fornecendo uma nova visão sobre outras áreas da evolução também. Da explicação de por que nós cooperamos com nossos semelhantes até a revelação de como os vírus evoluem e se espalham, a mais fundamental das ciências agora está ajudando a responder a algumas das questões mais fundamentais sobre a vida – e a morte.

Fonte: http://io9.com/