Jesus Cristo é a pessoa mais famosa que já viveu, mas será que ele
realmente viveu? A maioria dos historiadores de teologia, tanto cristãos
quanto não cristãos, acredita que Jesus realmente existiu, mas eles
chegaram a esta conclusão através de evidência textual bíblica, e não
das inúmeras relíquias que são expostas como evidência física em igrejas
por toda a Europa.
A razão disso é que as evidências físicas da vida e morte de Jesus
Cristo, que vão de fragmentos de textos em pergaminhos a pedaços de
madeira alegadamente da sua cruz, não passam pelo teste do escrutínio
científico.
7. Lençóis bíblicos
Esta é talvez a relíquia mais famosa no mundo: o Sudário de Turim, um
lençol que se acredita tenha sido a mortalha que teria envolvido o
corpo de Jesus. O lençol, com 4,5 metros de comprimento e 1,1 metros de
largura, tem uma imagem em negativo do corpo de um homem, e tem sido
adorado por milhões de peregrinos em uma catedral em Turim, Itália. Mas,
cientificamente falando, é uma fraude.
A datação de carbono-14 apontou que o sudário não é da época de
Jesus, mas do século 14. Por coincidência, também é no século 14 que o
sudário aparece pela primeira vez em registros históricos, em um
documento escrito pelo bispo francês Pierre d’Arcis em 1390, alegando
que a imagem de Jesus sobre o tecido havia sido “engenhosamente
pintada”, um fato “atestado pelo artista que fez a pintura”.
Atualmente, a Igreja Católica não confirma oficialmente a
autenticidade do Sudário de Turim, apesar de muitos dos fiéis, incluindo
o Papa Bento XVI, indicarem que pessoalmente acreditavam na santidade
do mesmo.
6. Lascas de madeira
Uma das supostas evidências são as lascas da “Cruz Verdadeira” – a cruz
na qual Jesus teria sido crucificado -, espalhadas pelas igrejas da
Europa. Segundo o teólogo do século 16, João Calvino,
“não há abadia tão pobre que não tenha um exemplar. Em alguns lugares,
há fragmentos grandes, como na Santa Capela em Paris, em Poitiers, e em
Roma, onde dizem que um crucifixo de bom tamanho teria sido feito com
ele. Em resumo, se todos os pedaços que conhecemos fossem juntados, eles
somariam o carregamento completo de um grande navio, enquanto o
Evangelho testifica que um único homem foi capaz de carregar a cruz.
A “Enciclopédia Católica”, contudo, cita o trabalho
de um autor do século 19, M. Rohault de Fleury, que publicou em 1870 o
livro “Mémoire sur les instruments de la Passion” (Paris, 1870), onde
contabilizou todos os fragmentos existentes à época da “Cruz
Verdadeira”, e chegou à conclusão que eles não chegavam a fazer uma cruz
(4.000.000 mm³ de madeira, contra um volume total estimado por M.
Fleury de 178.000.000 mm³). Dentre os fragmentos existentes, nenhum foi
testado para verificar sua idade, quer por carbono-14, quer por
comparação de anéis de crescimento.
5. Ferragem Sagrada
No documentário “The Nails of the Cross” (“Os Pregos da Cruz”, em
tradução livre) que foi ao ar em 2011 no History Channel, o cineasta
Simcha Jacobovici conta a história de dois pregos supostamente encontrados em uma tumba de 2.000 anos em Jerusalém.
No mesmo programa, ele também apresentou evidências circunstanciais
que parecem sugerir que aquelas relíquias enferrujadas foram usadas para
pregar Jesus na cruz: a tumba em que foram encontrados os pregos
supostamente pertenceriam ao sumo sacerdote judeu Caifás, que presidiu o
julgamento de Jesus, segundo o Novo Testamento.
Na crítica do filme, a agência de notícias Reuters apontou que a
maioria dos especialistas e estudiosos do documentário não são
imparciais e que o trabalho do cineasta é forçado. E golpes
publicitários não faltam quando se trata dos santos pregos. Em 1911, o
erudito Herbert Thurston contou todos os pregos que se acreditava terem
sido usados na crucificação, e encontrou nada menos que 30 pregos sendo
venerados pela Europa. O número exato de pregos usados é desconhecido,
há uma controvérsia se eram três ou quatro.
Na Enciclopédia Católica, Thurston aponta que “provavelmente a
maioria dos pregos eram anunciados como réplicas que tocaram ou que
continham limalha de pregos mais antigos. Sem fraude consciente da parte
de ninguém, é fácil que uma imitação seja considerada verdadeira em
pouco espaço de tempo”.
4. Mentiras de chumbo
Setenta livros de metal foram supostamente descobertos em uma caverna na
Jordânia, e foram considerados os documentos cristãos mais antigos.
Datando de poucas décadas após a morte de Jesus, os estudiosos chamaram
os “Códices de Chumbo” ou “Códices Jordanianos” a mais importante
descoberta na história da arqueologia.
Os cristãos assumiram que os livros eram a prova da existência real
de Jesus, por que uma página tinha uma imagem dele. Um fragmento de
texto escrito “eu deverei caminhar ereto” foi interpretado como uma
referência à ressurreição de Jesus, uma evidência forte de que ela teria
acontecido, e pouco tempo depois do fato.
Mas os códices de chumbo são uma fraude – uma mistura de dialetos
anacrônicos e imagens copiadas de outras fontes, forjado nos últimos 50
anos. “Na imagem, ‘Cristo’ é na verdade o deus-sol Helios, de uma moeda
que veio da ilha de Rodes”, conta o arqueólogo de Oxfort, Pether
Thonemann. “Também tem inscrições sem sentido em hebreu e grego”.
3. Pergaminhos sagrados
Uma das mais importantes descobertas arqueológicas que de fato foi
datada no tempo de Jesus pode ou não ser evidência de sua existência,
dependendo para quem você perguntar. Os Pergaminhos do Mar Morto, um
conjunto de pergaminhos e papiros encontrados nos anos 1940 em Israel,
foram escritos entre os anos 150 AEC e 70 EC. Existe uma referência
nestes pergaminhos a um “mestre da justiça”. Alguns dizem que este
mestre é Jesus, outros, que pode ser qualquer um.
2. A Coroa de Cristo
Segundo o Evangelho, antes da crucificação Jesus recebeu dos soldados
romanos uma coroa de espinhos, uma piada dolorosa sobre sua soberania.
Muitos cristãos acreditam que o espinhento instrumento de tortura ainda
existe, mas em pedaços espalhados na Europa.
Uma coroa quase completa está abrigada na Catedral de Notre Dame em
Paris. A história documentada da Coroa de Espinhos se estende 16 séculos
no passado, uma procedência impressionante, mas não chega ao ano 30 da
Era Comum. Além disso, a coroa de Notre Dame é uma tiara feita de um
arbusto, e não tem nenhum espinho.
1. A Bíblia
O melhor argumento a favor de Jesus como uma pessoa que realmente viveu
é, obviamente, a própria Bíblia. Os estudiosos acreditam que os
evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João foram escritos por quatro
discípulos de Cristo décadas após a crucificação. Existem outros
evangelhos que não fazem parte do cânon, mas que também foram escritos
por contemporâneos de Jesus. Existem diferenças em detalhes nos relatos
de eventos na vida e morte de Jesus, mas também há bastante
concordância, e durante os séculos de análise cuidadosa, os estudiosos
bíblicos chegaram a um perfil geral de Jesus, o homem.
“Sabemos algumas coisas sobre o Jesus histórico – menos do que alguns
cristãos pensam, mas mais do que alguns céticos pensam”, conta Marcus
Borg, um estudioso bíblico famoso, autor e professor aposentado de
religião e cultura na Universidade do Estado de Oregon (EUA). “Apesar de
alguns livros terem argumentado recentemente que Jesus nunca existiu,
as evidências de que ele viveu são convincentes para a grande maioria
dos estudiosos, sejam eles cristãos ou não cristãos”.
Fonte: http://www.livescience.com/
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