Há uma dúvida de saúde que intriga muitos pesquisadores, incluindo a
Dra. Lauren Thurgood, do departamento de Hematologia e Genética
Patológica da Universidade de Flinders (Austrália): por que alguns tipos
de câncer são mais letais que outros? Por que algumas pessoas com
câncer são curadas e depois do período da doença levam uma vida normal,
enquanto outras morrem apenas alguns meses depois do diagnóstico?
Para
tentar responder a essa questão, a Dra. Thurgood está estudando a
leucemia linfoide crônica (LLC), uma forma de leucemia considerada
comum, para tentar entender melhor porque um pequeno grupo de pacientes
com esse tipo de câncer respondem mal ao tratamento. O LLC corresponde a
30% de todos os casos de câncer registrados, e é uma forma de
crescimento lento da doença, na qual a medula óssea produz muito mais
glóbulos brancos (linfócitos) do que deveria.
“Eu estou
pesquisando as proteínas nas células cancerosas para tentar descobrir
por que alguns pacientes têm uma doença mais patogênica, enquanto outros
vivem mais tempo e não tem nenhum problema”, disse.
“Sabemos por
pesquisas anteriores que as pessoas com um prognóstico pobre têm um gene
defeituoso que faz com que tenham uma doença mais agressiva, mas ainda
precisamos entender a nível celular o que esse defeito genético faz para
as células”, completou a pesquisadora. Ela também explicou que as
células cancerosas basicamente conversam com as células vizinhas na
medula óssea, e por isso precisamos entender como elas interagem entre
si, e como as células saudáveis permanecem vivas.
“Uma
vez que aprendermos como as células se comunicam, podemos trabalhar no
desenvolvimento de uma terapia de drogas específicas para impedir essa
interação, que iria, essencialmente, evitar que as células de câncer
tomassem conta do organismo”.
De acordo com a Dra. Thurgood, o LLC
é normalmente diagnosticado em adultos idosos, sendo mais comum e
prevalecente conforme a população envelhece. “O fato de que estamos
vivendo mais significa que a frequência da doença vai disparar. Assim,
qualquer nova informação vai se tornar fundamental para sua prevenção e
tratamento”, completa.
A
expectativa é que, uma vez que tenhamos mais conhecimento sobre a
leucemia linfoide crônica e métodos de pesquisa sejam refinados, a
medicina possa aplicá-los para prevenir e tratar outros tipos de câncer.
Fonte: http://medicalxpress.com/
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