Cientistas fizeram um grande progresso na busca incessante pela
antimatéria, um tipo de matéria rara no universo: eles conseguiram
“prendê-la” por mais de 16 minutos em laboratório, tempo considerado uma
eternidade na física de partículas.
O que é antimatéria?
A
antimatéria é como uma imagem espelhada da matéria. Para cada partícula
de matéria (um átomo de hidrogênio, por exemplo), existe uma partícula
de antimatéria correspondente (nesse caso, um átomo anti-hidrogênio) com
a mesma massa, mas com carga oposta.
Na verdade, os cientistas
disseram que aprisionar átomos de anti-hidrogênio, ou seja, isolar as
tais partículas exóticas, se tornou tão rotineiro que eles esperam em
breve começar experiências com a substância rara.
“Pegar” a
antimatéria é difícil, porque quando ela entra em contato com a matéria,
as duas se aniquilam. Assim, um recipiente de antimatéria não pode ser
feito de matéria normal, mas geralmente é formado por campos magnéticos.
No
novo estudo, os pesquisadores capturaram anti-hidrogênio através da
mistura de antiprótons com pósitrons (antielétrons) em uma câmara de
vácuo, onde se combinaram em átomos anti-hidrogênio.
Todo o
processo ocorreu dentro de uma “garrafa” magnética que tira proveito das
propriedades magnéticas dos antiátomos para mantê-los estáveis. Uma
garrafa normal, feita de matéria comum, não seria capaz de segurar a
antimatéria, porque quando os dois tipos de matéria se encontram, elas
se aniquilam.
Depois
que os pesquisadores “prenderam” a antimatéria na garrafa magnética,
puderam detectar os antiátomos presos através do desligamento do campo
magnético, permitindo que as partículas se aniquilassem com a matéria
normal, o que cria um flash de luz.
A equipe já conseguiu captar
112 antiátomos nessa nova armadilha, em tempos que variam de um quinto
de segundo a mil segundos, ou 16 minutos e 40 segundos. Até hoje, desde o
início do projeto, os cientistas capturaram 309 átomos anti-hidrogênio
em várias armadilhas.
A esperança dos pesquisadores é que, até
2012, eles tenham uma nova armadilha com acesso a laser para permitir
experimentos de espectroscopia nos antiátomos, fornecendo mais
informações sobre as propriedades da antimatéria.
Dessa forma,
eles estariam mais perto de responder uma questão que tem afligido os
físicos: por que há apenas matéria comum em nosso universo?
Os
cientistas acreditam que a matéria e a antimatéria foram produzidas em
quantidades iguais durante o Big Bang que criou o universo, há 13,6
bilhões anos. No entanto, hoje não há nenhuma evidência de galáxias ou
nuvens de antimatéria, e ela é vista raramente e por períodos curtos,
por exemplo, durante alguns tipos de decaimento radioativo antes de se aniquilar em uma colisão com matéria normal.
Fonte: http://www.livescience.com/
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