sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Arqueólogos encontram calendário de 10 mil anos

    Professor Vince Gaffney no Warren Field

Arqueólogos da Universidade de Birmingham (Reino Unido) acreditam ter descoberto o mais antigo calendário lunar do mundo em Aberdeenshire.

As escavações de um campo no Castelo de Crathes revelaram uma série de 12 poços que parecem imitar as fases da lua e acompanhar os meses lunares, datando de 8.000 aC.

A base do calendário lunar é o movimento da lua em torno da Terra, isto é, o mês lunar sinódico, que é o intervalo de tempo entre duas conjunções da lua e do sol. Como a sua duração é de 29 dias, 12 horas, 44 minutos e 2,8 segundos, o ano lunar (cuja denominação é imprópria) de 12 meses abrangerá 254 dias, 8 horas, 48 minutos e 36 segundos. Os anos lunares têm que ser regulados periodicamente, para que o início do ano corresponda sempre a uma lua nova. Na antiguidade, e mesmo depois, houve frequentes erros de observação desse início.

Os pesquisadores sugerem que o antigo monumento foi criado por caçadores-coletores cerca de 10.000 anos atrás.

O alinhamento do poço, em Warren Field, foi escavado pela primeira vez em 2004. Os especialistas que analisaram os poços disseram que ele pode ter contido um poste de madeira.

O “calendário” Mesolítico é milhares de anos mais velho do que os primeiros monumentos de medição do tempo conhecidos até então, criados na Mesopotâmia.

O alinhamento dos poços também é ajustado ao nascer do sol do Solstício de Inverno para prover uma “correção astronômica anual”, de forma que os caçadores-coletores podiam melhor acompanhar a passagem do tempo e a mudança das estações.


“A evidência sugere que as sociedades de caçadores-coletores na Escócia tinham tanto a necessidade quanto a sofisticação de controlar o tempo para corrigir o desvio sazonal do ano lunar, e que isso ocorreu cerca de 5.000 anos antes dos primeiros calendários formais conhecidos no Oriente Próximo”, disse Vince Gaffney, professor de arqueologia em Birmingham e principal autor da pesquisa. “Isso ilustra um passo importante na construção formal do tempo e, portanto, da própria história”.

A capacidade de medir o tempo está entre as mais importantes realizações humanas e a questão de quando o tempo foi “criado” pela humanidade é fundamental na compreensão de como a sociedade se desenvolveu.

As universidades de St Andrews, Leicester e Bradford também estavam envolvidas no estudo. Dr. Richard Bates, da Universidade de St Andrews, disse que a descoberta fornece uma “nova prova emocionante” do início do período Mesolítico na Escócia.


“Este é o primeiro exemplo de uma estrutura do tipo. Não há local comparável conhecido na Grã-Bretanha ou na Europa por vários milhares de anos”, afirma Bates.

Fonte: http://hypescience.com/

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