Você
com certeza já ouviu falar que nós somos feitos de poeira estelar.
Quando o famoso astrônomo Carl Sagan disse isso pela primeira vez,
apesar de usar um tom poético, estava falando sobre algo que é
literalmente verdadeiro: somos formados de pó de estrela.
Esse
não é um conceito novo, mas é muitas vezes difícil de entender
exatamente como acabamos com partículas de estrelas velhas dentro de
nós.
A astrônoma da NASA, Dra. Michelle Thaller, resolveu explicar
habilmente como cada átomo em nosso corpo (e na tabela periódica) foi
processado dentro de uma estrela no momento anterior à sua morte
violenta.
O universo começou somente com o átomo mais simples que
existe, o hidrogênio. A única coisa que pode aumentar um átomo é uma
estrela.
Uma estrela é uma nuvem de poeira que está colapsando sob
a força da gravidade. Quando gás é comprimido junto, aquece. A certa
temperatura quente o suficiente, ocorre uma reação de fusão nuclear.
Essa fusão é o que “suporta” a estrela e não a deixa colidir.
No
caso de uma estrela muito massiva, a reação usa mais e mais hidrogênio, e
a força da gravidade continua atuando sobre ela, de maneira que ela
esquenta e cria coisas como carbono, oxigênio, nitrogênio, até chegar ao
elemento ferro.
Nesse
ponto, ao invés de liberar a energia, a estrela a absorve. Chega uma
hora que o objeto não aguenta e colapsa, criando o incrível evento que
representa a “morte” da estrela, conhecido como supernova.
Essa
explosão cria todos os elementos (além do ferro), como ouro, prata,
chumbo e urânio. Uma única estrela, no momento de sua morte, brilha
tanto quanto uma galáxia inteira, com centenas de bilhões de estrelas.
O
nosso corpo é isso – esse instante de morte das estrelas. Tudo que o
forma, incluindo o ferro que corre em nosso sangue, veio das estrelas,
uma vez que se tornaram supernovas.
Ou
seja, cada átomo de seu corpo foi produzido no espaço há milhões de
anos. O hidrogênio data do Big Bang, nos primórdios do universo, 13,7
bilhões de anos atrás, e todo o resto – como os já citados carbono,
oxigênio, nitrogênio etc – nasceu da fundição de estrelas há mais de 4,5
bilhões de anos.
Essa história de “somos todos pó de estrela” é muita inspiradora, mas também um pouco preocupante. Por quê?
Porque
estrelas não são eternas. Um dia, elas vão se queimar completamente.
Lembra do hidrogênio e de como ele é essencial para criar aquela nuvem
que forma as estrelas? Bem, esse “combustível” não é perpétuo, já está
acabando e, eventualmente, todas as estrelas que conhecemos vão morrer.
Tudo
bem, isso ainda vai demorar alguns trilhões de anos, mas essa hora vai
chegar. E o que vai acontecer? Bom, o universo vai ficar escuro pelo
resto da eternidade (seja lá o que isso significa).
Doideira, não?
Quando paramos para pensar sobre isso, temos que reconhecer que estamos
realmente vivendo no Éden agora. Esse paraíso regado ao calor do sol,
água líquida e estrelas formando coisas é só um minúsculo capítulo do
enorme livro que é o mundo, e somos muito, mas muito mesmo, sortudos de
estar aqui agora.
Fonte: http://sciencealert.com.au/
Nenhum comentário:
Postar um comentário