Por
Lucas Rabello
Os buracos negros
são, basicamente, “game over, man” para qualquer coisa que fica muito
próxima a eles, mas eles não são invencíveis. Na verdade, eles estão
sempre em processo de auto-destruição. Veremos como eles fracassam, e
veremos se podemos ajudá-los a fazer isso mais rápido.
Realisticamente falando, você está morto
logo que você chega perto de um buraco negro. Você vai ser
espaguetificado pela extrema atracão gravitacional do buraco negro e/ou
você vai ser frito pela radiação (mais sobre isso depois). Ninguém no
futuro próximo ou distante vai chegar perto de um buraco negro (ou
melhor, chegar até pode, difícil será voltar).
Quando uma coisa ultrapassa o chamado
horizonte de eventos (o limite de não-retorno), ela será puxada para
dentro do buraco negro com tanta força que não pode rá escapar. Nem
mesmo a luz. Uma vez que algo vai para além do horizonte de eventos, já
não “conta” como parte do universo.
O horizonte de eventos é a parte mais
assustadora de um buraco negro. É também a razão pela qual um buraco
negro morre. No mundo da mecânica quântica, o universo tem um ás na
manga, no que veio a ser conhecido como radiação Hawking.
Para algo que contém tanto vazio, o
universo é surpreendentemente completo. Os buracos negros não são
buracos. São pacotes gigantes de matéria extremamente densos. Até mesmo
trechos de espaço vazio não são realmente vazios quanto parecem.
Partículas aparecem e desaparecem o tempo todo. Por quê?
A explicação começa com o tunelamento
quântico. Partículas já apareceram de repente do outro lado de barreiras
que elas não deveriam ser capazes de violar, graças ao princípio da
incerteza de Heisenberg. Quanto mais perto de definir a posição de uma
partícula, mais descontroladamente a sua dinâmica pode variar. Se
sabemos qual é sua dinâmica, a sua posição pode variar.
Coloque uma
partícula perto de uma barreira e, repentinamente, pode se obter a
explosão de quantidade de movimento necessária para atravessar um
túnel. Esta explosão do momento é também uma explosão de energia. E
energia e matéria são uma coisa única de acordo com Einstein. Se a
energia pode aparecer de repente, a matéria também pode. E quanto mais
olhamos para o espaço e mais restrita a área que olhamos, mais devemos
ver a matéria surgindo.
Nós não vemos grandes pedaços de matéria aparecendo espontaneamente porque quando uma partícula é criada, sua antipartícula
é criada ao mesmo tempo. Como você já deve saber, quando partículas e
antipartículas (as partículas de antimatéria) se juntam, elas se
aniquilam. Claro, às vezes elas se afastam uma da outra e sobrevivem por
um tempo, mas isso não costuma acontecer muitas vezes. O seu
estado temporário faz com que os cientistas as chamem de partículas
virtuais.
A menos que essa criação de partículas
virtuais aconteça logo no horizonte de eventos de um buraco negro. Se
uma partícula e sua antipartícula surgem ali, uma é sugada.
A outra escapa. Se a antipartícula é sugada para dentro do buraco negro,
ela não tem mais chances de aniquilar a partícula, que agora é real, e
não virtual. A sua presença e energia já contam no universo. E radiação
real vazando de um buraco negro significa que ele está encolhendo
lentamente. Esta radiação, sugerida por Stephen Hawking e chamada de
radiação Hawking, pode permitir que um buraco negro definhe com o tempo.
Quanta diferença partículas individuais
fazem? Hawking pensa que elas fazem tanta diferença que a definição de
“buraco negro” precisa mudar. Os buracos negros não têm um horizonte de
eventos. Eles têm um “horizonte aparente.”
A borda do buraco negro faz
com que os efeitos quânticos sejam selvagens, as partículas virtuais
que surgem fazem com que o horizonte aparente flutue, e toda a coisa é
uma cintilante bagunça que aumenta e diminui. Quando essa flutuação do
horizonte cessa, o buraco negro pode acabar.
Mesmo com toda a radiação Hawking e o
horizonte aparente cintilando, seria necessário um longo, longo tempo
para um buraco negro desaparecer. Um buraco negro do tamanho do Sol
levaria muitos bilhões de vezes a idade atual do universo para
desaparecer completamente. E mesmo que criássemos um dispositivo para
estimular a formação de pares de matéria-antimatéria, não há nenhuma maneira de colocá-lo no horizonte de eventos.
Fontes: http://io9.com/
http://ocientista.com/c/espaco/buracos-negros/
Nenhum comentário:
Postar um comentário