sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Adamantium: liga metálica das garras de Wolverine pode se tornar realidade

Em breve, cientistas podem ser capazes de criar um metal tão forte e leve quanto as garras do super-herói Wolverine.

Um estudo da Universidade Estadual da Carolina do Norte (EUA) está desenvolvendo novos metais com o “adamantium” em mente.

Adamantium é uma liga metálica fictícia e indestrutível existente no universo Marvel, composta da combinação de vários materiais, como aço e vibranium (outro metal fictício).


O próprio aço é uma liga, que consiste na forma mais básica do ferro com pequenas quantidades de carbono. No entanto, outros materiais podem ser adicionados para alterar as propriedades do aço, tornando-o mais forte, mais flexível ou mais resistente à corrosão.

Enquanto ninguém fora do universo Marvel criou adamantium (ainda), os pesquisadores estão constantemente aprimorando fórmulas para a produção de aço a fim de elaborar ligas metálicas com características mais desejáveis.


“Nos quadrinhos, o adamantium resultou de esforços para desenvolver novos metais para a defesa nacional. No mundo real, as novas ligas de ferro podem ser criadas para uma ampla gama de aplicações”, explica Suveen Mathaudhu, um dos envolvidos no estudo e membro do Escritório de Pesquisa do Exército dos EUA.

Por exemplo, um avanço feito em 2008 por pesquisadores da Universidade Estadual de Caroline do Norte resultou em uma liga de ferro extremamente forte com alta estabilidade térmica (a resistência é definida como a capacidade de um material de resistir a forças sem deformação ou ruptura, e a estabilidade térmica é a capacidade de um material de manter a sua força a temperaturas elevadas; até 1.300 graus Celsius, neste exemplo).

“Essas características são importantes, porque quanto mais forte um material é, menos dele você precisa”, diz Mathaudhu. “Assim, um material mais forte que pode suportar altas temperaturas é uma promessa para o uso em ambientes extremos”. Por exemplo, motores ou estruturas de apoio em aviões ou automóveis mais leves podem significar maior eficiência de combustível.

O desenvolvimento de novas ligas está em aceleração. Os pesquisadores estão usando modelos computacionais para projetar ligas com características personalizadas, ou seja, com a mistura precisa de força, resistência e flexibilidade necessária para fazer um trabalho específico.


Os dados desses modelos permitem que os cientistas digam quanto de cada elemento precisa ser incorporado a uma liga de ferro, e que procedimentos são necessários para chegar a liga metálica desejada.

Fonte: http://io9.com/

A regra que pode salvar sua vida num acidente aéreo

Você começa a ouvir música ou já saca a revista de bordo assim que entra em um avião e permanece distraído mesmo bem perto da aterrissagem? Isso provavelmente não é uma boa ideia, de acordo com pesquisas sobre os momentos mais propícios para que os acidentes aéreos ocorram. A regra de “mais três, menos oito” minutos pode te ajudar a ficar alerta quando você voar.

Em um artigo da ABC News, Ben Sherwood, autor do livro “The Survivors Club — The Secrets and Science That Could Save Your Life” (“O Clube dos Sobreviventes – Os segredos e a ciência que poderia salvar sua vida”, em português), aponta que 80% de todos os acidentes de avião acontecem nos três primeiros minutos da decolagem ou nos oito minutos antes da aterrissagem. Esses são os minutos mais preciosos durante os quais você deve ficar alerta apenas por precaução. Continue com seus sapatos calçados e deixe a leitura ou a música para outra hora.

No entanto, que uma coisa fique bem clara: não queremos que ninguém fique paranoico sobre viagens aéreas. Estatisticamente falando, voar ainda é uma das mais seguras formas de viajar que existe no planeta – e, mesmo que haja um acidente, como o que aconteceu recentemente no Aeroporto Internacional de San Francisco (EUA), a grande maioria dos passageiros sobrevive.

Quanto mais informações você tem, no entanto, melhor preparado você está para qualquer eventualidade; e maiores são suas chances de permanecer calmo e seguro.

No final das contas, a regra do “mais três, menos oito” também serve para tranquilizar quem tem medo de voar: uma vez que você tenha passado por esses minutos mais críticos, as chances de o avião sofrer algum acidente caem drasticamente.

Embora apenas um em cada 1,2 milhão de voos acabem em acidente, de acordo com o órgão dos Estados Unidos chamado National Transportation Safety Board (NTSB), ainda há precauções simples que os passageiros podem tomar para se preparar para situações de emergência.

Os especialistas concordam que o lugar onde você está sentado em um avião pode vir a fazer a diferença entre a vida e a morte em um acidente. Ed Galea, professor da Universidade de Greenwich, passou mais de 25 anos analisando como os seres humanos reagem em situações de emergência. Para ele, os segundos anteriores ao impacto são os mais perigosos. “Você é responsável por sua vida”, diz Galea. “Se você sabe o que está fazendo, você tem mais chances de sobreviver”.

Uma regra de ouro? Sente-se o mais perto possível de uma saída de emergência. Galea estudou mais de 100 acidentes de avião e entrevistou dezenas de sobreviventes. Ele descobriu que os sobreviventes, em média, passam por cinco fileiras de assentos antes de sair com segurança de um avião em chamas. Ele também relatou que os assentos na parte traseira de um avião são geralmente mais seguros, assim como os assentos do corredor.

A taxa de sobrevivência em acidentes de avião nos EUA entre 1983 e 2000 foi de 95% por cento, segundo o NTSB. Ou seja, mesmo que você tenha o azar de sofrer um acidente aéreo, é muito provável que você sobreviva a ele.


O mais importante em casos assim continua sendo o clássico “não entre em pânico”. “Se nunca pensou sobre o que faria num acidente e nunca se preparou, quando o momento realmente chega, você não consegue raciocinar”, conta Galea. “Você pode e deve se preparar para reagir adequadamente em situações de emergência”.

Fontes: http://lifehacker.com/
             http://abcnews.go.com/Travel/

7 casos incríveis de combustão humana espontânea

Em 1663, o físico dinamarquês Thomas Bartholin descreveu uma mulher que “ardeu em chamas e fumaça” enquanto a cama de palha em que estava deitada permaneceu intacta. O estranho incidente, que aconteceu em Paris, é tido como o primeiro registro de um fenômeno que hoje conhecemos – mas que não compreendemos – como combustão espontânea.

A combustão humana espontânea é o nome dado ao raro acontecimento em que uma pessoa queima até virar cinzas, sem causa externa aparente para a ignição.

A maioria dos 200 casos conhecidos de combustões humanas espontâneas (CHE) têm características similares.
Primeiro, o corpo é quase completamente incinerado enquanto a maior parte da área ao redor permanece intocada; apenas o corpo, o chão embaixo e o teto logo acima são afetados.

A segunda característica comum é que o torso é a parte mais consumida pelas chamas, com os possíveis restos pertencentes às extremidades.

A terceira é que assim como não há evidência externa de ignição, também não há anda que supostamente tenha acelerado ou começado o fogo.

Finalmente, a vítima está normalmente sozinha, e em casa, quando encontra o fogo mortal. E geralmente são reconhecidas como vivas quando o fogo começou, mesmo que não sejam comuns sinais de luta.

Há diversas teorias para explicar o fenômeno: explicações paranormais e naturais, envolvendo causas mais ou menos verificáveis.

Entre as explicações naturais mais plausíveis está a ideia de que as vítimas – que tendem a ser idosas, enfermas ou obesas – estão dormindo, ou imóveis, ou ainda mortas por algo como um ataque do coração, e acionam alguma fonte de fogo – comumente um cigarro derrubado.

Uma hipótese conhecida como o “efeito pavio” sugere que alguma faísca externa ou chama queima as roupas da vítima o suficiente para chegar à pele. A pele então libera gordura, que age de modo similar à cera da vela. O efeito foi testado e concluíram que o corpo humano contém gordura suficiente para garantir a própria combustão.

Outros estudiosos da combustão humana espontânea têm suas próprias teorias, baseadas em explicações mais “loucas”. Uma delas sugere que partículas como os raios gama causam uma CHE, em uma reação livre de oxigênio – mas como isso acontece e de onde vem a energia é um mistério.

Outra explicação ainda não testada é a de que níveis anormais de álcool no sangue atingem o ponto de pegar fogo espontaneamente. Mas os níveis de concentração alcoólica necessários para tanto faz a teoria impossível.

Uma terceira ideia é de uma faísca de um acúmulo de eletricidade estática, que inicia o fogo nas roupas da vítima. Mas isso soa pouco plausível para os infernos mortais que tiraram a vida de centenas de pessoas.

7 – Mary Hardy Reeser (1951)

Em 1951, na Flórida, os restos carbonizados de Mary Reeser, de 67 anos, foram encontrados na cadeira em que ela estava sentada, com nada mais fora o crânio, parte do pé esquerdo e o osso da coluna. Mesmo com o corpo quase completamente incinerado, houve pouco dano à sala – nada esperado para um incêndio típico.

O chefe de polícia local, J. R. Reichet, enviou uma caixa com evidências para o FBI, junto com uma nota: “Pedimos informações ou teorias que possam explicar como um corpo humano pode ser tão destruído, o fogo confinado a uma área tão pequena e tão pouco dano à estrutura do prédio, e a mobília do quarto nem mesmo chamuscada pela fumaça”. O FBI respondeu com a teoria do pavio – um cigarro gerou o fogo.

6 – John Irving Bentley (1966)

John Irving Bentley era um físico de 92 anos da Pensilvânia, encontrado morto em seu banheiro, queimado até a morte. A única sobra do corpo de Bentley foi a metade inferior da perna direita, com o pé ainda usando um chinelo. O corpo queimou tanto que as sobras foram parar no porão, embaixo do banheiro. Um teórico acredita que as cinzas do cachimbo de Bentley caíram nas suas roupas e os fósforos no bolso ajudaram no resultado. O que parece ser um jarro de água quebrado estava na banheira, sugerindo que Bentley tentou apagar o fogo, mas morreu antes de conseguir.

5 – Henry Thomas (1980)

Henry Thomas, de 73 anos, foi encontrado na sala de sua casa em Wales quase que completamente incinerado – exceto pelos seus pés calçados e pernas abaixo dos joelhos, e o crânio. Metade da cadeira onde estava também foi destruída, e o calor derreteu o controle da televisão.

O policial John E. Heymer comentou que “a sala estava inundada por uma luz laranja, que vinha das janelas e de uma lâmpada. Essa luz é o resultado da luz do dia e da eletricidade sendo filtradas por gordura humana evaporada e condensada nas superfícies. O restante da casa estava completamente intacto”. A equipe forense afirmou que a morte foi resultado do efeito pavio, sugerindo que Thomas caiu na lareira e sentou-se de novo. Entretanto, Heymer discorda, dizendo que o oxigênio na sala fechada não iria permitir o efeito, e ainda lembrou-se das bordas da calça da vítima – “que pareciam queimadas por um laser”.

4 – George Mott (1986)

Apenas um crânio encolhido e uma costela foram encontrados depois que George Mott, um bombeiro nova-iorquino de 58 anos, queimou até virar cinzas, junto com a cama onde estava deitado. Investigadores lançaram a ideia de que um arco elétrico e um vazamento de gás tinham causado as chamas. Mott era conhecido como um fumante e bebedor pesado, e não estava com a máscara de oxigênio que costuma usar.

3 – Jeannie Saffin (1982)

Um dos poucos casos de combustão espontânea em que uma testemunha esteve presente é o de Jeannie Saffin, uma mulher de 61 anos com idade mental de seis. Saffin estava sentada com o pai, de 82 anos, na casa deles, em Londres, quando, de acordo com o testemunho do homem, ele percebeu de relance um raio de luz.

Quando se virou para a filha, ele a viu coberta de chamas mas sem movimento ou qualquer tentativa de apagar o fogo. Ele tentou apagar o fogo, machucando as mãos no processo. Jeannie sofreu queimaduras de terceiro grau na parte superior do corpo, mas morreu uma semana depois, enquanto estava no hospital.

2 – Michael Faherty (2010)

O irlandês Michael Faherty, de 76 anos, foi encontrado morto, com a cabeça perto da lareira, em sua sala. Os danos no local estavam limitados ao teto acima de sua cabeça, o chão logo abaixo, e o corpo, totalmente incinerado. A polícia, entretanto, não acreditou que a lareira foi a causa do incêndio. O coronel afirmou que “esse fogo foi investigado e eu fico com a conclusão de que isso entra na categoria de combustões humanas espontâneas, para a qual não há explicação adequada”. Outros acreditam que as cinzas do fogo tenham sido responsáveis.

1 – Robert Bailey (1967)


Em um estranho caso de combustão espontânea em Londres, um passageiro de ônibus avistou chamas azuis na janela de um apartamento superior e presumiu ser um jato de gás. A testemunha chamou o corpo de bombeiros, e Robert Bailey, um homem de rua, foi encontrado morto nas quentes escadarias do prédio. Um bombeiro afirmou que as chamas azuis – extinguidas com uma mangueira – estavam vindo de uma fenda no abdome de Bailey, que ainda estava vivo quando começou a queimar.

Fonte: http://www.environmentalgraffiti.com/

Como a combustão espontânea realmente acontece

Parece filme de terror ou um episódio de magia negra típico da Idade Média, mas é pura ciência. Pilhas de feno, carvão, toras de madeira, algodão e até mesmo papel às vezes realmente pegam fogo espontaneamente. E essa combustão não acontece porque os materiais estão muito secos, mas justamente porque eles foram acomodados juntos quando estavam muito molhados.

A combustão espontânea, ou uma erupção súbita de fogo, soa muito mais misteriosa do que na verdade é. O fenômeno nos dá a impressão de ser um evento quase sobrenatural, que não pode ser antevisto nem previnido por nós, pobres seres humanos. Porém, esses episódios de incêndio espontâneo são tão comuns que muitas indústrias se esforçam para impedir que isso aconteça o tempo todo. Os lugares que correm mais riscos são celeiros, campos de feno e florestas.

E a grande culpada disso tudo é a água. A água faz com que os processos biológicos sejam possíveis. Por sua vez, os processos biológicos podem gerar uma grande quantidade de calor.

Tudo começa com a respiração. As células vegetais podem levar algum tempo para morrer, e se há uma grande quantidade de água dentro de uma planta – se ela for muito verde – a planta respira, colocando para fora calor e água. Em seguida, as bactérias e os fungos assumem o controle. Se eles estiverem em um ambiente quente e úmido, eles vão romper a matéria vegetal ao seu redor, gerando ainda mais calor, e se reproduzir. A água ainda desempenha um papel na difusão do calor, aquecendo a área em torno do centro da pilha do material prestes a pegar fogo espontaneamente.

Eventualmente, a temperatura atinge um ponto crítico e começa a arder, mas ainda sem chamas. O mais assustador é que o amontoado de material pode aquecer o quanto quiser, mas sem exposição ao oxigênio não pode efetivamente começar a queimar. Isso até que alguém exponha o material superaquecido ao ar. Em seguida, ele explode em chamas de dentro para fora.

Até mesmo um metal pode ajudar a água a transformar um monte de matéria vegetal em um inferno. Alguns metais, como o cobre, reduzem de forma eficaz a temperatura de combustão do material em torno deles. Eles agem como catalisadores, retêm o oxigênio do ar e o liberam para o material, facilitando sua combustão.

Já houve relato de uma pilha de madeira de duas toneladas explodindo sozinha. Isso ocorreu porque a água foi liberada de dentro das toras de madeira, que haviam sido cobertas por acetona antes de terem sido agrupadas. Sais de ferro do material se aqueceram o suficiente para acionar a acetona, e toda essa combinação resultou na combustão de toda a pilha.

Como se vê, às vezes a água é exatamente o que você precisa para começar um incêndio.

Humanos também podem queimar “do nada”?

A combustão espontânea em humanos é um suposto fenômeno bem mais complicado de ser explicado. Apesar de nunca ter sido testemunhado em toda a história da medicina, centenas de mortes já foram atribuídas à combustão humana espontânea.

Em todos os casos, coincide o relato de que objetos próximos da vítima como móveis e até mesmo a cama onde ela estava, por mais que fossem inflamáveis, não pegaram fogo. Assim como no caso da combustão de materiais, a humana parece começar de dentro para fora, uma vez que as vítimas que teriam falecido dessa forma muitas vezes apresentavam as extremidades praticamente intactas.

Em 2011, o investigador irlandês Kieram McLoughlin atribuiu a morte de um homem de 76 anos à combustão humana espontânea(veja aqui), no primeiro destes casos em seus 25 anos de experiência. É muito comum estes casos ocorrerem com idosos próximos de uma lareira ou cigarros que podem morrer de causas naturais e/ou ficarem incapacitados para combaterem uma chama nas próprias roupas.


No entanto, médicos e cientistas reafirmam que a possibilidade de que um corpo humano entre em combustão de forma espontânea é remota, uma vez que é formado principalmente de água. Apesar de conter metano e gordura em sua composição, um corpo é muito difícil de ser queimado – a cremação, por exemplo, requer temperaturas próximas aos 900°C.

Fonte: http://io9.com/

Duração do dia pode mudar em seis anos

Oscilações periódicas no núcleo da Terra alteram a duração de um dia a cada 5,9 anos, de acordo com um estudo publicado na revista Nature.

Trazendo à tona esse ciclo sutil, que subtrai e acrescenta milissegundos a cada dia, a pesquisa revelou mudanças abruptas na duração do dia e do campo magnético na Terra. Durante estas curtas mudanças na intensidade do campo magnético, chamadas de eventos geomagnéticos, a interferência pode ser de 0,1 milissegundos, segundos os pesquisadores. Desde 1969, os cientistas detectaram 10 eventos geomagnéticos.

Aparentemente insignificantes, estas variações são poderosas para aqueles que estudam o planeta e seu núcleo. De repente, um planeta muda seu giro como uma patinadora abre ou fecha os braços. O efeito de rotação ajuda os cientistas a entender o que está acontecendo dentro do núcleo da Terra. Mudanças no campo magnético também fornecem pistas para o núcleo de ferro inacessível. Sua fonte, no entanto, permanece um mistério.

Principal autor do estudo, Richard Holme suspeita que um tremor no núcleo interno sólido impulsione o ciclo de 5,9 anos, transferindo as movimentações angulares para o núcleo externo, mas ninguém sabe o que provoca os eventos geomagnéticos.

“Não tenho ideia”, disse Holme, geofísico da Universidade de Liverpool, no Reino Unido. “Algo está acontecendo na fronteira entre o manto e o núcleo, porque vemos eventos geomagnéticos e os efeitos de rotação ao mesmo tempo, mas não sabemos o que está acontecendo”, disse Holme.

Os pesquisadores ainda discutem ativamente sobre como o núcleo externo líquido produz o campo magnético protetor do nosso planeta, que enfraqueceu e virou polaridade muitas vezes na história geológica. Eles acreditam que ele gera ferro fluido girando no campo magnético da Terra, como um dínamo gigante. Ambas as mudanças anuais e milenares no campo têm sido atribuídas ao giro do núcleo externo.

Desde que os eventos geomagnéticos foram descobertos em 1969, pesquisadores têm procurado explicar e modelar como o dínamo da Terra produz essas rápidas mudanças no campo magnético. Encontrar uma conexão com as mudanças na duração do dia fornece uma nova maneira de pensar sobre o fenômeno, Holme disse.

Os resultados podem, por exemplo, ajudar a entender melhor a troca de momento angular do núcleo e manto, Holme explica. Cria um torque de fricção eletromagnética, semelhante a uma bateria de carro elétrico, mas a condutividade elétrica do manto inferior (ou a facilidade com que as cargas elétricas de fluxo vão para dentro) não podem ser demasiadamente elevada, ou provocariam um atraso no campo magnético de resposta ao deslocamento rotacional. “Nós temos algumas ideias, mas são só imaginações”, comenta Holme.

Outros pesquisadores, como Mathieu Dumberry, geofísico da Universidade de Alberta no Canadá, que não estava envolvido no estudo, não estão convencidos de que ele mostra uma ligação entre empurrões e mudanças no comprimento do dia. “Existe uma correlação notável entre um evento geomagnético em 2003 e um comprimento de mudança do dia, mas não são ligações tão fortes”.

Outras forças também podem alterar a rotação do planeta. Desde que a Terra se formou, os movimentos do sol e da lua são responsáveis pela rotação do planeta. Em escalas de tempo mais curto, terremotos, derretimento de geleiras, correntes oceânicas e os ventos fortes podem alterar o quão rápido o planeta gira, encurtando ou alongando um dia por cerca de 1 milissegundo.

Holme e seus colegas removeram estes efeitos externos e planetários de cinco décadas de comprimento de dados do dia, expondo o período de 5,9 anos. Eles então compararam movimentos no ciclo, que correspondem a saltos repentinos no comprimento do dia, com eventos geomagnéticos detectados desde 1969.


Dumberry elogia o trabalho da dupla ao extrair o tempo de 5,9 anos. “Esta é a melhor pesquisa sobre a alteração no período do dia até agora”, disse.

Fonte: http://www.livescience.com/

7 alimentos “ruins” que você deve comer

Todos os dias ficamos sabendo de que um novo alimento faz mal para saúde e deve ser deixado de lado nas nossas dietas. No entanto, se seguirmos a risca essas recomendações, não sobre praticamente nada para a alimentação.

Separamos então sete alimentos que são mal vistos, mas que na verdade podem fazer bem para nós:

7. Glúten e trigo


Eles são “os ingredientes mais demonizados, além de xarope de milho de alta frutose e óleo hidrogenado”, disse Melissa Abbott, diretora culinária no Grupo Hartman, uma empresa especializada em pesquisa de consumo. No entanto, décadas de estudos descobriram que o glúten presente nos alimentos – como trigo, centeio e cevada – é vital para uma boa saúde e associado com um risco reduzido de diabetes, doenças cardíacas, câncer e excesso de peso.

“O trigo é uma boa fonte de fibras, vitaminas e minerais”, disse Joanne Slavin, professor de nutrição da Universidade de Minnesota (EUA). Ela acrescentou que a confusão sobre o glúten, uma proteína, fez com que algumas pessoas evitasse comer trigo e outros grãos. Apenas cerca de 1% da população – aqueles com doença celíaca ou alergia ao trigo – não podem tolerar o glúten e devem erradicá-lo da sua dieta para aliviar a dor abdominal e outros sintomas, incluindo a capacidade de absorver completamente vitaminas.


Uma razão para as dietas sem trigo ou glúten serem tão populares é que as pessoas que não comem trigo muitas vezes acabam ignorando o excesso de calorias em doces e salgadinhos. Então, eles começam a se sentir melhor, perder peso e erroneamente atribuem seu sucesso ao não consumo de glúten ou trigo.

6. Ovos


Os ovos também não merecem a sua má reputação. Nas últimas décadas, o seu elevado teor de colesterol foi visto como responsável pelo aumento do LDL (“mau” colesterol) e o risco de doenças cardíacas. Mas o colesterol nos alimentos é um fator menor que contribui para o colesterol alto para a maioria das pessoas, e estudos nunca confirmaram a correlação entre ovos e aumento do risco de doenças cardíacas. O principal determinante do LDL colesterol é a gordura saturada – e, enquanto os ovos são ricos em colesterol (184 miligramas na gema), são relativamente baixos em gordura saturada, cerca de 1,6 gramas na gema.


Curiosamente, alguns dos maiores comedores de ovos no mundo, os japoneses, têm baixo colesterol e taxas de doenças cardíacas, em parte porque eles têmuma dieta baixa em gordura saturada. Em contraste, os americanos comem ovos juntamente com linguiça, bacon e manteiga.

“A quantidade que um ovo por dia aumenta o colesterol no sangue é muito pequena”, diz Walter Willett, professor de epidemiologia e nutrição da Escola de Saúde Pública de Harvard. “Elevações nos níveis de LDL (mau colesterol) desta pequena magnitude poderiam ser facilmente combatidas por outros aspectos saudáveis de ovos”.

5. Batatas


Batatas foram acusadas de aumentar os níveis de glicose no sangue, resistência à insulina, excesso de peso e diabetes tipo 2. Um recente estudo da Universidade Harvard (EUA) que acompanhou grandes populações e suas taxas de doença relacionou o consumo de batata com excesso de peso, culpando-a por aumentar a glicose no sangue.


Mas muitos alimentos, incluindo pão de trigo integral e cereais integrais, causam picos semelhantes de glicose no sangue, e são correlacionados com saúde superior e menor peso corporal.

Como poderia ser explicado o peso maior no estudo de Harvard? O estudo agrupou todos os produtos de batata juntos – incluindo batatas fritas que são, naturalmente, versões engordativas do alimento, normalmente consumidas em grandes porções ao lado de hambúrgueres, cachorros-quentes e refrigerantes.

“É uma comida fácil de atacar, mas o padrão alimentar pode ser o culpado”, disse David Baer, líder de pesquisa no Serviço do Departamento de Agricultura de Pesquisa Agropecuária. “Outros estudos epidemiológicos não têm verificado uma conexão entre batatas e ganho de peso ou quaisquer doenças, e não existem estudos clínicos que demonstrem uma ligação”.

As batatas são uma grande fonte de potássio, vitamina C e fibras que muitas culturas – escandinavos, russos, irlandeses e peruanos comem bastante batata em suas dietas durante séculos e não são gordos.

4. Frutas


Muitas vezes as pessoas perguntam se as frutas são muito ricas em açúcar, especialmente para os diabéticos.


Mas, na verdade, evitar frutas é que realmente pode prejudicar a sua saúde. Estudo após estudo ao longo de muitas décadas tem mostrado que comer frutas pode reduzir o risco de alguns tipos de câncer, doença cardíaca, pressão arterial e diabetes.

A fruta é rica em água e fibras, que ajudam as pessoas a se sentir completas com menos calorias – uma razão pela qual o seu consumo está correlacionado com menor peso corporal. Mesmo que contenha açúcares simples, a maioria das frutas tem um índice relativamente baixo de glicemia. Ou seja, quando você come frutas, o açúcar no sangue aumenta apenas moderadamente, especialmente quando comparado com o açúcar refinado ou produtos de farinha.

3. Soja


Embora popular por séculos na culinária asiática, soja às vezes é vista como perigosa após estudos que encontraram índices elevados de câncer de mama entre os ratos alimentados com um derivado de soja concentrado. Mas pesquisas sobre alimentos integrais de soja em humanos não têm encontrado essa ligação. Na verdade, o inverso pode ser verdadeiro.


“Soja, quando consumida na infância ou adolescência, pode tornar o tecido mamário menos vulnerável ao desenvolvimento de câncer no futuro e, provavelmente, não tem nenhum efeito sobre o risco de câncer de mama quando o consumo começa na idade adulta”, disse Karen Collins, nutricionista do Instituto Americano de Pesquisa do Câncer.

Na verdade, Collins disse que a evidência é tão forte que a soja protege contra doenças cardíacas que a Administração de Drogas e Alimentos americana permitiu uma alegação de saúde para rótulos de produtos alimentares de soja.

2. Bebidas alcoólicas


O álcool é temido por causa do potencial abuso que leva ao alcoolismo, bem como complicações, tais como doenças no fígado. E são válidas todas essas preocupações.


Mas pesquisas de décadas apontam que o consumo moderado de álcool pode reduzir as chances de morte pela maioria das causas, principalmente doenças do coração, e que ele aumenta o HDL (bom colesterol). Vinho pode ter benefícios adicionais, porque suas uvas são preenchidas com nutrientes chamados polifenóis, que reduzem a coagulação sanguínea, inflamação e oxidação.

A chave é beber moderadamente e junto a refeições. O que é moderação? Uma dose diária para mulheres e duas doses para os homens, com uma porção sendo 5 gramas de vinho e 12 ml de cerveja.

1. Frituras


Embora seja verdade que a comida frita geralmente aumenta o seu conteúdo calórico, isso não significa necessariamente que é insalubre.


Enquanto a comida é frita em óleo saudável em vez de manteiga, gordura ou gordura trans, e é comida com moderação, não é menos saudável. Na verdade, as vitaminas lipossolúveis A, D, E e K saudáveis para o coração e carotenóides que previnem câncer, como beta-caroteno (encontrado na cenoura e batata-doce), licopeno (encontrado no tomate) e luteína/zeaxantina (encontrado em vegetais de folhas verde-escuro, como espinafre e couve) precisam de gordura para ser absorvidos pelo organismo.


O consumo de certas gorduras, tais como ácidos gordos saturados e ácidos gordos trans (gorduras que são sólidas à temperatura ambiente), está associado com um risco aumentado de doença cardiovascular. Por outro lado, as gorduras insaturadas, ácidos gordos monoinsaturados e ácidos graxos poliinsaturados (por exemplo, óleo de canola, cártamo e azeites) têm benefícios metabólicos importantes e promovem a saúde.

Fonte: http://www.livescience.com/

O lado maligno dos adoçantes artificiais

Alternativas aparentemente saudáveis em comparação com o açúcar, os adoçantes artificiais podem, no fim das contas, prejudicar seu metabolismo, alerta a pesquisadora Susan E. Swithers, da Universidade de Purdue (EUA).

Ela lembra que o consumo regular de bebidas adoçadas artificialmente foi vinculado a aumento no risco de obesidade, diabetes tipo 2 e de síndrome metabólica, como demonstrado por um estudo divulgado em 2009 na revista Diabetes Care, em que foram analisados 5 mil adultos.

“Não é incomum que as pessoas recebam a mensagem de que produtos adoçados artificialmente são saudáveis, vão ajudá-las a perder peso ou evitar que ganhem peso novamente”, diz. “[Porém], os dados que dão suporte a essas afirmações não são muito fortes”.

De modo direto, os adoçantes podem provocar alterações nos circuitos cerebrais ativados por substâncias doces, fazendo com que a pessoa precise de mais para se satisfazer. Indiretamente, pode levar o consumidor a cair na armadilha de abusar de produtos calóricos, como se o adoçante “compensasse”.


“As mensagens atuais de saúde pública para limitar a ingestão de açúcares deveriam ser expandidas para incluir todos os adoçantes”.

Fonte: http://hypescience.com/

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Fossa das Marianas, o abismo mais profundo dos oceanos


Thiago Cardoso 


O lugar mais profundo dos oceanos do nosso planeta está a uma profundidade de 11034 metros abaixo da superfície marinha. Localizado no Pacífico próximo as Ilhas Marianas a grande fossa está entre as placas tectônicas das Filipinas e do Pacífico. O homem chegou a Fossa das Marianas pela primeira vez em 23 de janeiro de 1960 através de um batiscafo – um veículo submersível próprio para explorar águas profundas, capaz de suportar a pressão gigantesca da água – com dois mergulhadores. Anos depois em 1995 o lugar passou a ser explorado por um robô submarino. O último a descer nas profundezas da fossa foi o cineasta James Cameron em 25 de março de 2012 que gastou fortunas em sua expedição solitária chamada “Deep Sea Challenge” permanecendo no local por cerca de três horas. 

Pelo difícil acesso, o local é hoje um dos lugares conhecidos do mundo menos explorado pela humanidade. O relevo da fossa é totalmente acidentado. Lá podem ser avistadas algumas plataformas, depressões, planícies submarinas, cordilheiras meso-oceânicas, cadeias de montanhas e grandes fendas abissais, tudo formado pelo movimento das placas tectônicas. Por meio de estudos estima-se que a Fossa das Marianas tenha se formado entre 6 e 9 milhões de anos atrás.

O ponto mais profundo da fossa recebeu o nome de Challenger Deep por ter sido descoberto pelos navios da Marinha Real, o Challenger e Challenger II. Devido ao sumiço recente do robô submarino que permanecia no local fazendo estudos, agora cientistas de uma instituição oceanográfica dos Estados Unidos projetam um novo robô alimentado por energia elétrica de baterias, que poderá ser controlado remotamente e permanecerá preso a um cabo de um navio submerso enviando amostras do local e utilizando fibra óptica para enviar imagens ao navio, quebrando a barreira de profundidade conhecida. Tal como em outras fossas abissais pelos oceanos, estuda-se a possibilidade de transformar a Fossa das Marianas em um depósito de lixo radioativo, na possibilidade de que esses resíduos nucleares sejam absorvidos pelo manto da Terra lentamente.  Porém essa atitude esbarra em algumas normas de conflitos do Direito Internacional que tem por objetivo manter princípios de justiça entre todos os povos, nações e governantes.

O ponto mais profundo da fossa recebeu o nome de Challenger Deep por ter sido descoberto pelos navios da Marinha Real, o Challenger e Challenger II. Devido ao sumiço recente do robô submarino que permanecia no local fazendo estudos, agora cientistas de uma instituição oceanográfica dos Estados Unidos projetam um novo robô alimentado por energia elétrica de baterias, que poderá ser controlado remotamente e permanecerá preso a um cabo de um navio submerso enviando amostras do local e utilizando fibra óptica para enviar imagens ao navio, quebrando a barreira de profundidade conhecida. Tal como em outras fossas abissais pelos oceanos, estuda-se a possibilidade de transformar a Fossa das Marianas em um depósito de lixo radioativo, na possibilidade de que esses resíduos nucleares sejam absorvidos pelo manto da Terra lentamente.  Porém essa atitude esbarra em algumas normas de conflitos do Direito Internacional que tem por objetivo manter princípios de justiça entre todos os povos, nações e governantes.

Ainda segundo pesquisas publicadas pela Nature Geoscience descobriu-se níveis consideráveis de atividade microbiana na fossa, mesmo na total escuridão com temperaturas glaciares e a raríssima quantidade de alimentos disponível. Mas a Universidade da Dinamarca identificou que o local é rico em matéria orgânica o que manteria a atividade desses microrganismos. 

Fonte: https://cienciasetecnologia.com/

Querida, destruí o Universo

Por Salvador Nogueira


Stephen Hawking ataca novamente. O famoso físico britânico lançou um alerta à humanidade ao destacar que a manipulação do bóson de Higgs — a tal “partícula de Deus”, descoberta em 2012 no maior acelerador de partículas do mundo — pode levar à destruição do próprio Universo.

OK, todos sabemos que o bom e velho Hawking é mesmo dado a afirmações grandiosas. Recentemente ele disse que talvez buracos negros não existissem. Mas esta bateu todos os recordes. Poderia mesmo um experimento de física levar ao fim do cosmos como o conhecemos?

O físico delineia a ideia não num trabalho científico, mas no prefácio de um novo livro chamado “Starmus”, um apanhado de artigos de astrônomos e astronautas renomados, reunidos num festival científico de mesmo nome realizado em Tenerife, na Espanha, em 2011 (a segunda edição acontecerá em duas semanas).

“O potencial de Higgs tem a preocupante característica de que possa se tornar metaestável em energias acima de 100 bilhões de giga-elétronvolts (GeV)”, escreveu o cientista britânico. “Isso significa que o Universo poderia sofrer um decaimento catastrófico do vácuo, com uma bolha do vácuo verdadeiro se expandindo à velocidade da luz. Isso poderia acontecer a qualquer momento, e não veríamos o que nos atingiu.”


É de apavorar, não? Mas calma, não priemos cânico. Vamos primeiro tentar entender a história, e depois perceber que não é tão ruim quanto parece.

O bóson de Higgs, talvez você se lembre, causou muito alarde em 2012, quando foi finalmente descoberto, após meio século de busca. Os experimentos conduzidos no LHC, o Grande Colisor de Hádrons, confirmaram que essa partícula — a peça que faltava no quebra-cabeças da física de altas energias — de fato existe e é a responsável pela massa de todas as outras partículas.

Talvez não soe tão grandioso posto dessa forma, mas lembre-se: a massa é o que gera a gravidade. E, se não houvesse gravidade no Universo, estrelas não poderiam se formar, nem planetas, nem nós. Não é à toa que o físico ganhador do Nobel Leon Lederman deu a ela esse apelido imponente, “partícula de Deus” (ou “partícula-Deus”, como queira).

Um detalhe importante: não é a partícula em si que produz a massa. É o campo associado a ela — uma entidade real que permeia o espaço. Em essência, o campo de Higgs é como uma gosma pegajosa que existe em toda parte. As demais partículas, ao atravessá-lo, sofrem resistência. E com isso ganham suas massas. Cada partícula interage de forma diferente, e por isso tem massa diferente. Já uma partícula que parece indiferente ao campo de Higgs é o fóton, que faz a luz. Por isso a luz viaja pelo espaço na velocidade máxima permitida — ela não sente a gosma pegajosa e, portanto, não tem massa.

Certo. O que Hawking está dizendo é que alguns cálculos sugerem que nem sempre esse campo de Higgs se comporta dessa maneira — o potencial é “metaestável”. Se você colocar energia suficiente nele, talvez ele se torne outra coisa. E aí é como desligar a massa das partículas, reajustá-la ou invertê-la. A gravidade para de funcionar do jeito tradicional e o espaço se expande violentamente. A própria matéria se dissipa, com seus componentes todos subitamente acelerando à velocidade da luz, sem ter mais as amarras da gosma pegajosa.

Não bom.



SEM RISCO IMEDIATO

A única coisa que nos deixa tranquilos é a energia envolvida para que isso — talvez, apenas talvez — aconteça. Hawking fala em 100 bilhões de gigaelétron-volts. É um montão. Para que se tenha uma ideia, o Higgs foi descoberto no LHC com uma energia de 4.000 gigaelétron-volts. De 4.000 para 100.000.000.000 tem um bocado de zero a mais.


“Um acelerador de partículas que atinja 100 bilhões de gigaelétron-volts teria de ser maior que a Terra, e é improvável que seja financiado no atual clima econômico”, brinca o físico britânico.

A grande pergunta é: o potencial do Higgs é mesmo metaestável? Ou seja, é possível em tese bagunçá-lo e zoar o Universo? Ninguém sabe. Contudo, não parece absurdo.

Afinal, alguma coisa muito parecida com isso deve ter acontecido lá atrás, 13,8 bilhões de anos atrás, para dar início à expansão do Universo. Em seu texto, Hawking sugere que a melhor forma de investigarmos essa questão cientificamente é justamente olharmos para trás, para o Big Bang, onde talvez tenha havido a energia necessária para desestabilizar o Higgs.


UMA IMODESTA ESPECULAÇÃO

Permita-me, caro leitor, compartilhar um voo da minha imaginação diante dessas observações de Hawking.


Imagine por um momento que houvesse um outro universo antes do nosso — antes do familiar Big Bang, ocorrido 13,8 bilhões de anos atrás. Nesse antigo cosmos hoje inacessível, talvez até destruído ou sobreposto pelo nosso, havia uma civilização tão curiosa quanto a humana. Eles gradualmente galgaram os degraus do avanço tecnológico, indo de paus e pedras a bombas atômicas e aceleradores de partículas, como nós fizemos.

Então eles excederam nossas atuais capacidades. Em muito. E descobriram, com certo espanto, que seu Universo não era tão confortável quanto poderia ser. Talvez tenham identificado que ele fosse acabar num Big Crunch, esmagado pela própria gravidade, ou quiçá consumido pelo frio e inexorável avanço da entropia, destruindo toda e qualquer estrutura que pudesse nutri-los. Mas esta civilização não queria morrer, nem queria ver o cosmos encontrar seu fim.

Decidiram então aplicar todos os seus conhecimentos avançados em um experimento final — a desestabilização do campo de Higgs e a consequente ressurreição do Universo. A iniciativa produziria uma imensa bolha de espaço-tempo, crescendo a uma velocidade espantosa e convertendo energia do vácuo em matéria. Um novo cosmos nasceria. Talvez eles pudessem adentrá-lo no instante exato para sobreviver em seu interior. Talvez não. De toda forma, tomaram todo o cuidado, em seus cálculos, para produzir a quantidade exata de matéria e energia no processo de expansão cósmica, de forma que o novo cosmos não só fosse duradouro e hospitaleiro, como também plano e infinito até onde se pudesse ver. Amigável à vida. Nascia daí o nosso Universo, cuja sintonia fina é aparente e espanta os cosmólogos, mas somos hoje incapazes de compreender por quê.


Será que algo assim pode ter acontecido? Deixo ao leitor a inglória tarefa de julgar a verossimilhança.

Fonte: http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Entendendo o Big Bang: a origem e evolução do universo

A teoria amplamente aceita para a origem e evolução do nosso universo é o modelo do Big Bang, que afirma que o universo começou como um ponto denso incrivelmente quente cerca de 13,7 bilhões de anos. Então, como é que o universo evoluiu de alguns milímetros de diâmetro para o que é hoje?

Como tudo começou


O Big Bang não foi uma explosão no espaço, como o nome da teoria sugere, e sim uma expansão. De acordo com a teoria do Big Bang, o universo nasceu como um muito ponto muito quente, denso e único no espaço, chamado singularidade e semelhante ao que é encontrado no interior dos buracos negros.

Os cosmólogos não tem certeza do que aconteceu antes deste momento, mas com missões espaciais sofisticadas, telescópios terrestres e cálculos complicados, os cientistas têm trabalhado para pintar uma imagem mais clara do início do universo e sua formação.

Uma parte fundamental desses estudos vem de observações da chamada radiação cósmica de fundo, que contém o brilho da luz e da radiação remanescente do Big Bang. Esta relíquia do Big Bang permeia o universo e é visível a detectores de microondas, que permite aos cientistas juntar pistas do início do universo.

Em 2001, a NASA lançou a missão Wilkinson Microwave Anisotropy Probe (WMAP) para estudar as condições que existiam no início do universo através da medição da radiação cósmica de fundo em microondas. Entre outras descobertas, o WMAP foi capaz de determinar a idade do Universo – cerca de 13,7 bilhões de anos.

O crescimento inicial


Quando o universo era muito jovem – algo como um centésimo de bilionésimo de trilionésimo de trilionésimo de segundo – ele passou por um incrível surto de crescimento. Durante esse surto de expansão, que é conhecido como inflação, o universo cresceu exponencialmente e dobrou de tamanho, pelo menos, 90 vezes.

“O universo estava se expandindo, e conforme ele se expandia, menos quente e denso ele ficava”, explicou David Spergel, astrofísico teórico da Universidade de Princeton, em Nova Jersey, EUA.

Depois da inflação, o universo continuou a crescer, mas a um ritmo mais lento. Conforme o espaço ampliou, o universo esfriou e a matéria começou a surgir.
Quente demais para brilhar

Elementos químicos leves foram criados nos primeiros três minutos de formação do universo. À medida que o universo se expandiu, as temperaturas esfriaram e prótons e nêutrons se colidiram para formar o deutério, que é um isótopo do hidrogênio. Grande parte deste deutério se combinou para formar o hélio. 

Durante os primeiros 380 mil anos após o Big Bang, no entanto, o calor intenso desde a criação do universo era essencialmente alto para que a luz brilhasse. Átomos se chocaram com força suficiente para romper-se em um plasma denso e opaco de prótons, nêutrons e elétrons que dispersaram a luz como neblina.

E a luz finalmente brilha

Cerca de 380 mil anos após o Big Bang, a matéria resfriou o suficiente para que os elétrons se combinassem com os núcleos para formar átomos neutros. Esta fase é conhecida como “recombinação”, e a absorção de elétrons livres permitiu que o universo se tornasse transparente. A luz que se desencadeou neste momento é detectável hoje sob a forma da radiação cósmica de fundo em microondas.

No entanto, a era da recombinação foi seguida por um período de trevas antes das estrelas e outros objetos brilhantes se formarem.

Emergindo da era das trevas cósmica

Cerca de 400 milhões de anos após o Big Bang, o universo começou a sair de sua idade das trevas. Este período na evolução do universo é chamado de “a idade de re-ionização”.

Acredita-se que esta fase dinâmica durou mais de meio bilhão de anos, mas com base em novas observações, os cientistas pensam que a re-ionização pode ter ocorrido mais rapidamente do que se pensava anteriormente.

Durante este período, aglomerados de gás entraram em colapso para formar as primeiras estrelas e galáxias. A luz ultravioleta emitida a partir desses eventos energéticos destruiu a maior parte do gás hidrogênio neutro circundante. O processo de re-ionização, junto com a compensação de gás hidrogênio nebuloso, fez com que o universo se tornasse transparente à luz ultravioleta pela primeira vez.

Mais estrelas e mais galáxias


Astrônomos procuram o universo pelas mais longínquas e antigas galáxias para ajudá-los a compreender as propriedades do início do universo. Da mesma forma, através do estudo da radiação cósmica de fundo, os astrônomos podem trabalhar para juntar os acontecimentos que vieram antes.

Dados das missões mais antigas, como o WMAP e o Cosmic Background Explorer (COBE), lançado em 1989, e de missões ainda em funcionamento, como o Telescópio Espacial Hubble, lançado em 1990, ajudam todos os cientistas a resolver os mistérios mais duradouros e atender a questões da cosmologia mais debatidas.

Nascimento de nosso sistema solar


Estima-se que o nosso sistema solar nasceu pouco depois de 9 bilhões de anos após o Big Bang, tendo cerca de 4,6 bilhões de anos. De acordo com as estimativas atuais, o sol é uma das mais de 100 bilhões de estrelas em nossa galáxia, a Via Láctea, e orbita o núcleo galáctico localizado a cerca de 25.000 anos-luz.

Muitos cientistas acreditam que o sol e o resto do nosso sistema solar se formaram a partir de uma gigante nuvem de gás e poeira conhecida como nebulosa (figura a). Conforme a nebulosa entrou em colapso não suportando sua própria massa, ela passou a girar mais rápido e se achatou em um disco. Durante esta fase, a maior parte do material foi puxado em direção ao centro para formar o sol.

O material invisível no Universo


Na década de 1960 e 1970, os astrônomos começaram a pensar que podia haver mais massa no universo do que aquilo que é visível. Vera Rubin, uma astrônoma do Carnegie Institution of Washington, observou as velocidades das estrelas em vários locais da galáxia.

A física newtoniana básica implica que estrelas na periferia de uma galáxia orbitam mais lentamente do que estrelas no centro, mas Rubin não encontrou nenhuma diferença nas velocidades das estrelas mais distantes. Na verdade, ela descobriu que todas as estrelas em uma galáxia parecem circundar o centro mais ou menos na mesma velocidade.

Esta massa misteriosa e invisível tornou-se conhecida como matéria escura. A matéria escura é inferida por causa da atração gravitacional que exerce sobre a matéria regular. Uma hipótese afirma que o material misterioso poderia ser formado por partículas exóticas que não interagem com a luz ou matéria normal, e é por isso que é tão difícil de detectar.

Estima-se que a matéria escura forme 23% do universo. Em comparação, apenas 4% do universo é composto pela matéria normal, que engloba estrelas, planetas e pessoas.

A aceleração da expansão do universo


Na década de 1920, o astrônomo Edwin Hubble fez uma descoberta revolucionária sobre o universo. Usando um telescópio recém-construído no Observatório Mount Wilson, em Los Angeles, ele observou que o universo não é estático, mas sim está se expandindo.

Décadas mais tarde, em 1998, o telescópio espacial homônimo estudou supernovas muito distantes e concluiu que, há muito tempo, o universo estava se expandindo mais lentamente do que é hoje. Esta descoberta foi surpreendente, porque por muito tempo pensava-se que a gravidade da matéria no universo retardaria sua expansão, ou até mesmo poderia fazer com que ele se contraísse.

Acredita-se que a energia escura seja a força estranha que está acelerando cada vez mais a expansão do universo, mas continua não-detectada e envolta em mistério. A existência dessa energia indescritível, que forma 73% do universo, é um dos temas mais debatidos na cosmologia.

Ainda há muito a aprender

Embora muito tenha sido descoberto sobre a criação e evolução do universo, há perguntas duradouras que permanecem sem resposta. A matéria escura e energia escura permanecem dois dos maiores mistérios, mas cosmólogos continuam a sondar o universo na esperança de compreender melhor como tudo começou.

Fonte: http://ocientista.com/