quarta-feira, 26 de novembro de 2014

6 mudanças do mais novo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais

A mais nova publicação das diretrizes diagnósticas para a psiquiatria, a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5, na sigla em inglês), foi divulgada em maio.

O manual, que é concebido e publicado pela Associação Americana de Psiquiatria, enumera os critérios para o diagnóstico de várias doenças psiquiátricas. Recomendações de tratamento, bem como pagamentos por prestadores de saúde, podem ser baseados no DSM.

As definições precisas sobre distúrbios de saúde mental são alvo de grande debate. A inclusão ou remoção de transtornos no manual podem afetar muitas pessoas.

Sendo assim, várias das modificações da nova edição são controversas. Saiba quais são as principais mudanças:

6. Autismo

Existe agora apenas um diagnóstico, chamado de transtornos do espectro do autismo, que engloba o que antes eram consideradas quatro doenças diferentes: autismo, síndrome de Asperger, transtorno desintegrativo da infância (ou síndrome de Heller) e transtorno invasivo do desenvolvimento sem outra especificação.

De acordo com alguns especialistas, as alterações na definição de autismo resultarão em taxas menores de diagnóstico da doença. O grupo que atualizou o DSM-5 estima que a redução será de cerca de 10%, mas outros grupos de pesquisa acham que esse número pode ser maior.

Os defensores das mudanças dizem que os novos critérios são mais precisos, e diminuem o número de crianças falsamente diagnosticadas. Já os críticos expressam preocupações de que algumas crianças podem não receber serviços especiais que precisam nas escolas. Outra palavra de cautela vem de pesquisadores que dizem que pode ser prematuro combinar Asperger e autismo em um só grupo, porque ainda não está claro se as duas doenças resultam dos mesmos fatores biológicos.

As pessoas que já foram diagnosticadas com uma das quatro doenças não estão em perigo de perder o seu diagnóstico; no entanto, elas vão agora ser consideradas como tendo um transtorno do espectro do autismo.

5. Vício em jogos de azar

Uma condição de saúde recém-adicionada à categoria de abuso de substâncias e transtornos de dependência é o “distúrbio do vício de jogo”. De acordo com a Associação, esta mudança “reflete a crescente e consistente evidência de que alguns comportamentos, tais como jogos de azar, ativam o sistema de recompensa do cérebro com efeitos semelhantes aos do abuso de drogas e sintomas que se assemelham a transtornos de uso de substância, em certa medida”.

Dois outros transtornos de uso de substâncias novos no DSM-5 é “abstinência de cannabis” e “abstinência de cafeína”. Este último já tinha sido incluído na edição anterior do DSM, mas em uma seção designada para condições que estão apenas sendo consideradas para diagnóstico oficial, porque os investigadores acreditam que precisam ser melhor estudadas.

4. Luto

Na edição anterior do DSM, se uma pessoa apresentasse uma série de sintomas de depressão, mas tivesse sofrido a perda de um ente querido nos últimos dois meses, ela não seria diagnosticada com depressão.

De acordo com o novo diagnóstico para o transtorno de depressão maior, tristeza e luto não são critérios de exclusão, o que significa que uma pessoa que preenche os critérios para transtorno de depressão pode ser diagnosticada com a doença, mesmo que esteja sofrendo pela morte de alguém.

Os críticos dizem que isso significa que uma pessoa em luto pode ser erroneamente diagnosticada com depressão. Mas os defensores dizem que estudos têm demonstrado que essa dor pode desencadear transtorno de depressão em indivíduos vulneráveis, e provavelmente não é diferente de outros fatores de estresse que podem iniciar a doença.

Uma nota detalhada está incluída no manual para ajudar os médicos a fazer “a distinção fundamental entre os sintomas característicos de luto e os de um episódio depressivo maior”.

3. Déficit de atenção com hiperatividade

A definição de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH, na sigla em inglês) foi modificada para enfatizar que esse transtorno pode continuar na vida adulta.

As mudanças tornam mais fácil para os adultos serem diagnosticados com TDAH, agora que a sua idade não é mais barreira. Especialistas contra a medida temem que muitos adultos passem a ser medicados para a condição.

No entanto, outros critérios para o diagnóstico se tornaram mais rigorosos. Agora, vários sintomas precisam ocorrem em mais de um contexto, por exemplo, no trabalho e em casa, para que um diagnóstico de TDAH seja feito.

2. Distúrbio da desregulação perturbadora do humor

Distúrbio da desregulação perturbadora do humor é agora uma nova doença com diagnóstico no DSM-5. Pode aplicar-se a crianças entre 6 e 18 anos de idade que apresentam irritabilidade persistente e episódios frequentes de explosões comportamentais extremas, três ou mais vezes por semana, durante pelo menos um ano.

Os críticos dizem que “birra” é um comportamento normal na infância, e o novo diagnóstico transforma isso em um transtorno mental – o que poderia levar crianças a tomar medicamentos que não vão ajudá-las.

Os especialistas a favor do diagnóstico, no entanto, dizem que a condição recém-definida ajudará com o problema do excesso de diagnóstico de transtorno bipolar em crianças. O número de crianças diagnosticadas com transtorno bipolar tem aumentado significativamente nos últimos anos, e elas são muitas vezes tratadas com medicamentos que podem ter efeitos nocivos.

Segundo a Associação Americana de Psiquiatria, há uma grande diferença entre crianças temperamentais e aquelas com deficiências graves que exigem atenção clínica. As explosões de temperamento tem que ser grosseiramente fora de proporção em relação à situação e tem que ocorrer em mais do que apenas um contexto, por exemplo, tanto em casa como na escola, para que uma criança seja diagnosticada com o transtorno de humor.

1. Transtorno de compulsão alimentar

Transtorno de compulsão alimentar, listado no DSM anterior na seção de condições propostas para futuros estudos, tornou-se uma condição oficial no novo manual.

Ela é definida como episódios em que as pessoas comem incontrolavelmente grandes quantidades de alimento num curto período de tempo, e é associada com desconforto e sintomas que ocorrem uma vez por semana durante três meses, no mínimo. Tais critérios diferenciam o transtorno de compulsão alimentar do simples “comer demais” que pode acontecer ocasionalmente.

Transtorno disfórico pré-menstrual e transtorno da acumulação compulsiva são duas outras doenças que estavam na seção para estudos futuros, mas que eram diagnosticadas em pacientes de qualquer maneira. Agora, os dois transtornos têm rótulos oficiais.

Fonte: http://www.livescience.com/

O mistério do aspirador de pó gigante no fim do universo conhecido

Não importa o quão longe você vá no universo, você deve se sentir em casa, porque ele é praticamente o mesmo em todos os locais possíveis. Devido a isso, os cientistas acreditam que as leis da física não mudam e que o que encontramos em nossa vizinhança galáctica também podemos encontrar bilhões de anos-luz de distância. Esta teoria homogênea é chamada de princípio de Copérnico, e é um axioma sobre o qual grande parte do nosso conhecimento científico sobre o universo é construído. 

Só que essa teoria pode estar errada.

Nos últimos anos, ao analisar a luz de galáxias distantes, pesquisadores foram capazes de dizer a velocidade relativa e a direção em que esses objetos se moviam. O estranho é que, ao invés de seguir seu caminho como a maioria das coisas no universo, alguns desses aglomerados galácticos distantes pareciam estar presos em uma espécie de corrente, acelerando a velocidades inimagináveis (cerca de 3,22 milhões de quilômetros por hora) ao longo de um trecho específico. 

Cientistas chamaram esse fenômeno de “fluxo escuro”, porque não sabiam o que o estava causando.

Fluxo escuro (“dark flow”, no original em inglês) é um termo que descreve um possível componente astrofísico não aleatório de uma velocidade peculiar de aglomerados de galáxias. A medida da velocidade é a soma da velocidade prevista pela lei de Hubble com uma possível e inexplicável velocidade “escura” que flui numa direção comum. Os dados mais recentes do satélite Planck não mostram nenhuma evidência de “fluxo escuro”.
 
Para a gravidade estar agindo sobre esses grupos da maneira que parece estar, teria que ter algo maciço no final do caminho. Por maciço, queremos dizer algo potencialmente muito maior do que qualquer coisa que já observada no universo conhecido, algo grande o suficiente para “sugar” aglomerados galácticos como poeira sugada por um aspirador de pó.

Mas se há algo lá fora tão grande assim, por que não podemos observá-lo? A resposta é que tal estrutura se encontra fora dos limites do universo observável, que tem um raio de cerca de 45,7 bilhões de anos-luz. 

Isso significa que, dos quase 14 bilhões de anos que o universo existe, a luz do outro lado do universo conhecido não teve tempo suficiente de alcançar nossos telescópios.

Então, o que poderia ser? Existem diversas hipóteses. Uma atribui o fenômeno a algum tipo de matéria exótica ainda não conceituada que afeta a física de formas estranhas. Alguns até sugeriram que um universo vizinho poderia estar causando o “puxão” que suga os aglomerados.

No entanto, o que quer que seja, não se encaixa com a ideia de uniformidade universal. Se existem estruturas supermassivas desconhecidas em outras partes do universo, porque não há nenhuma perto de nós? 

De qualquer maneira, devemos ser gratos de que não há, porque com uma atração tão forte como a que foi detectada, nossa vizinhança galáctica provavelmente se tornaria espaguete celeste e seria sugada para o esquecimento.

Fonte: http://www.environmentalgraffiti.com/space/

O misterioso povo Pirarrã e o idioma mais estranho do mundo

Eles não sabem contar, não diferenciam cores, não conhecem arte ou mitos, não entendem ficção, não acreditam em nenhum deus. Vivem no agora, sem futuro, sem passado. Esses são os pirarrãs: 150 a 350 índios que vivem na selva amazônica e desafiam nosso entendimento da linguística moderna.

Os pirarrãs ou piraãs, também chamados de pirahãs ou mura-pirahãs, são um povo indígena brasileiro de caçadores-coletores, monolíngues e semi-nômades, que se destacam de outras tribos pela diferença cultural e linguística.

Eles habitam as margens do rio Maici, afluente do rio Marmelos ou Maici, que por sua vez é um afluente do rio Madeira, um afluente do rio Amazonas. Se autodenominam hiaitsiihi, categoria de seres humanos ou corpos que se diferenciam dos brancos e dos outros índios. 

Antes mesmo de nascer, ainda no ventre materno, os pirarrãs recebem um primeiro nome, que eles acreditam ser responsável pela criação de seus corpos. Durante a vida, recebem nomes de seres que habitam camadas superiores e inferiores do cosmos, responsáveis pela criação de suas almas e destinos, e também de inimigos de guerra.

Linguagem

A língua pirarrã é um língua da família linguística mura. É a única língua do grupo mura ainda não extinta, sendo que todas as demais desapareceram nos últimos séculos. Essa língua não tem nenhuma relação com qualquer outra língua existente. Havia cerca de trezentos e cinquenta falantes em 2004, distribuídos em oito aldeias ao longo do rio Maici.

Apresenta características peculiares, não encontradas em outras formas de expressão oral. Foi identificada e teve sua gramática elaborada em 1986 pelo linguista estadunidense Daniel Everett em cerca de doze artigos. Everett viveu entre os Pirarrã por sete anos, dos anos 1970 aos 1980.

Entre suas peculiaridades, destacam-se:
  • Uma das menores quantidades de fonemas entre os idiomas existentes. Identificam-se os sons de apenas três vogais (A, I e O) e seis consoantes: G, H, S, T, P e B;
  • A pronúncia de muitos fonemas depende do sexo de quem fala;
  • Apresenta dois ou três tons, quantidade discutida entre estudiosos;
  • O falar pirarrã pode ser expresso por música, assobios ou zumbidos (como “M” com lábios fechados);
  • Apenas alguns dos homens, nunca mulheres, conseguem se expressar em nheengatu ou em português;
  • Sentenças muito limitadas, sendo o único idioma sem orações subordinadas;
  • Não tem numerais, apenas a noção do unitário (significando também “pequeno”) e de muito. Sua cultura e seu modo de vida, como caçadores e coletores, não exige conhecimento de numerais (um trabalho recente de Everett indica que a língua não trata nem mesmo de “um” e “dois”; não usam números, mas quantidades relativas);
  • Não há palavras para definir cores, exceto “claro” e “escuro”, embora isso seja discutido entre diversos autores;
  • Tudo é falado no presente, não há o tempo futuro, nem o passado. Trata-se de um povo, portanto, sem mitos da criação;
  • Não tem termos que identifiquem parentesco, descendência. A palavra para Pai e Mãe é uma única;
  • Os pronomes pessoais parecem ter-se originado na língua nheengatu, uma língua franca de origem tupi.

Daniel Everett: sete anos entre os Pirarrãs

Entre as coisas que separam os homens dos outros animais, estão as sutilezas da linguagem. Os animais até são capazes de transmitir mensagens simples – em geral relacionadas a comida, sexo ou disputa de território –, porém não conseguem encaixar uma mensagem dentro de outra. 

Por exemplo, um golfinho treinado pode transmitir a mensagem “A bola está na piscina” ou “Pegue a bola”, mas não é capaz de juntar as duas expressões dizendo “pegue a bola que está na piscina”. Esse é um atributo exclusivamente humano que os linguistas chamam de recursividade – que, salvo casos de deficiência mental, é considerado um denominador comum a todos os indivíduos da nossa espécie. 

O que aconteceria se um grupo humano não dominasse isso? Essas pessoas seriam menos humanas que outras?

O pesquisador americano Daniel Everett chegou à tribo na década de 1970 como um missionário cristão com a missão de converter os índios. Nunca conseguiu. Everett fazia parte de uma organização internacional que espalha a palavra de Deus por meio da tradução da Bíblia para línguas sem escrita. Mas foi a falta da tal recursividade que ele identificou nos indígenas que o pôs em conflito com seus colegas linguistas.

Ele diz que os índios não são recursivos pelo que chamou de “Princípio da Experiência Imediata”. O nome é mais complicado do que a coisa em si: os pirarrãs só vivem e falam do aqui-agora. Fazem apenas sentenças relacionadas ao momento em que estão falando, aos fatos vistos por eles. “As sentenças dos pirarrãs contêm somente situações vividas pelo falante ou testemunhadas por alguém vivo durante a vida do falante”, define Everett em um de seus artigos. Por isso eles têm problema com as abstrações e tudo o que resulta delas: cores, números, mitos, ficção e a bendita recursividade. Também é isso que faz com que os pirarrãs, ao contrário de todas as outras comunidades linguísticas já estudadas, não aprendam a contar em outro idioma. “Eles não querem saber de nada que esteja fora do seu mundo”, afirma Everett. 

Outros linguistas rebatem: “A contagem ‘1, 2, bastante’, por exemplo, é típica de vários outros indígenas”, afirma Maria Filomena Sândalo, linguista da UNICAMP (Campinas, Brasil) que fez sua dissertação de mestrado sobre a tribo. “Isso não quer dizer que eles não reconheçam quantidades. Eles simplesmente fazem recortes diferentes da realidade, como qualquer outra língua”. 

A professora argumenta que, enquanto esteve com os pirarrãs, encontrou uma linguagem tão complexa e recursiva como qualquer outra. Ela interessou-se pela questão pirarrã e, junto com dois outros pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA) e da Universidade Harvard (EUA), analisou os dados colhidos por Everett. Em 2007, o grupo publicou um artigo concluindo que a língua é normal. “Ela não é inexplicável ou especial. É tão interessante quanto uma língua de qualquer outro lugar do mundo. Não tem essa história de experiência imediata ou falta de recursividade”, diz a professora.

O linguista e filósofo estadunidense Avram Noam Chomsky, um dos maiores ícones dessa ciência, argumenta que os pirarrãs não são um “contra-exemplo” à gramática universal (termo usado no último século para a teoria do componente genético que habilita os humanos a se comunicar). Como os pirarrãs não são diferentes geneticamente do resto da humanidade, não há nada de extraordinário aí.

Cultura e crença

Os pirarrãs concebem o tempo como uma alternância entre duas estações bem marcadas, definidas pela quantidade de água que cada uma possui: piaiisi (época da seca) e piaisai (época da chuva). O modo de vida é simples, baseado em caça, coleta e pesca, sem traços de prática agrícola.

Outra questão curiosa dos Pirarrãs é a ausência de uma ideia criacionista, algo literalmente único entre povos de cultura primitiva. Eles não acreditam em nada que não possa ser provado, visto ou sentido. Logo, não possuem quaisquer deidades ou mitos de criação, e para eles o céu e a terra sempre existiram. No entanto, acreditam em espíritos menores na forma de coisas no ambiente, segundo experiência pessoal de alguns, e tem uma ideia de cosmologia baseada em camadas existenciais, sendo eles corpos em uma delas (hiaitsiihi).

Enquanto viveu entre eles, o missionário Daniel Everett tentou evangelizar a tribo. Segundo ele, os indígenas perderam o interesse em Jesus quando descobriram que Everett nunca o viu de fato. Seu constante contacto com este tipo de pensamento acabou o transformando. “Os pirarrãs me modificaram profundamente. Eu era um missionário que evangelizava e hoje sou ateu”, disse. 

Fonte: http://hypescience.com/

Remédio para emagrecer pode acabar com cirurgias de estômago

Cientistas estão desenvolvendo um remédio para emagrecer que possui o mesmo efeito da cirurgia de estômago para ajudar pacientes obesos a perder peso. Os pesquisadores criaram hormônios de efeito duradouro, que fazem com que os cérebros dos pacientes pensem que eles já comeram o suficiente. A abordagem imita o que acontece quando pacientes obesos mórbidos são submetidos a operações bariátricas para ajudá-los a se livrar da gordura extra.

Os cientistas da Faculdade Imperial de Londres, no Reino Unido, acabam de terminar os primeiros testes em pacientes com resultados positivos, e agora estão se preparando para iniciar experimentos maiores. Eles esperam que o uso da droga se torne uma alternativa mais segura para a cirurgia, que é cara e possui diversas restrições, só podendo ser realizada em uma pequena quantidade de pacientes.

Segundo o professor Steve Bloom, chefe da divisão de diabetes, endocrinologia e metabolismo da faculdade e pesquisador do estudo, a cirurgia de balão intragástrico (em que uma espécie de bexiga é colocada no estômago para “roubar” espaço da comida e fazer a pessoa perder a fome) funciona muito bem em pacientes. “Porém, há uma pandemia mundial de obesidade, que está levando as pessoas a morrer de doenças relacionadas. Nós não podemos realizar a cirurgia em metade da Europa, por exemplo”, diz.

Por isso, conta o professor, a equipe se perguntou se não haveria outra forma de utilizar o princípio da cirurgia, mas sem a necessidade da operação em si. “Se você tem um problema com intestino e não aguenta muita comida, o órgão envia sinais para o cérebro dizendo para que a pessoa não coma tanto. A cirurgia engana o estômago, que pensa haver um problema e envia essas mensagens de saciedade para o cérebro”, explica Bloom.

De acordo com dados de 2012, 48,5% da população brasileira está acima do peso e 15,8% dos brasileiros são obesos. Nos países desenvolvidos, esse percentual é ainda maior: nos Estados Unidos, por exemplo, a porcentagem de obesos já chega a alarmantes 35,8% da população, o que ocasiona diversos outros problemas de saúde, tais como doenças cardíacas, diabetes e aumento do risco de câncer.

No Brasil, o que assusta os especialistas é o grande crescimento do número de pessoas que recorrem à mesa de cirurgia para perder peso. Segundo dados do Ministério da Saúde, o país é o segundo em número de cirurgias de redução de estômago no mundo todo, só perdendo para os EUA. São 72 mil cirurgias por ano, de acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), o médico Almino Ramos. E esse número tem crescido 10% ao ano. De 2006 para cá, o crescimento foi de 275%.

Muitos pacientes que se submetem à operação sofrem complicações e precisam de uma nova cirurgia e também já houve um pequeno número de mortes registradas após essas intervenções.

Inicialmente, pensava-se que a cirurgia bariátrica funcionava ao reduzir a quantidade de alimento que pode ser digerida pelo estômago. No entanto, foi descoberto, em pacientes operados, níveis elevados de hormônios da saciedade, os sinais químicos liberados pelo organismo para controlar a digestão e a sensação de fome no cérebro.

Os pacientes que se submeteram a cirurgia também apresentam menos vontade de consumir alimentos gordurosos, por isso acredita-se que os hormônios mudam o desejo dos pacientes para comer.

O objetivo de Steve Bloom e sua equipe é descobrir quanto peso é possível ser perdido usando três desses hormônios. Em seus experimentos, pacientes obesos usarão uma bomba intravenosa, mantida em torno de sua cintura, para liberar doses pequenas e regulares dos hormônios GLP-1, OXM e PYY no organismo. Esses hormônios normalmente duram apenas alguns minutos no corpo humano, por isso é preciso que sejam liberados continuamente.

No entanto, o professor Bloom e seus colegas também desenvolveram versões desses hormônios que podem durar até uma semana. Isso significa que os pacientes poderiam controlar seu apetite com uma única injeção semanal. “O objetivo, a longo prazo, é desenvolver medicamentos de longa duração, de maneira que as pessoas possam tomar uma injeção uma vez por semana, sem a necessidade de operação”, conta.

“Cada paciente reage de uma maneira diferente após a cirurgia. Talvez um terço dos pacientes não perca peso o suficiente, talvez alguns percam demais e não se pode ajustar esse efeito. No caso de um medicamento, você pode alterar a dose muito facilmente e isso vai lhe dar muito mais controle sobre quanto peso cada pessoa perde”, completa.

Fonte: http://www.telegraph.co.uk/science/science-news/

Estranho distúrbio faz homem ouvir as pessoas falarem antes de ver seus lábios se moverem

Um homem de 67 anos de idade, conhecido apenas pelas iniciais PH, possui uma falha cerebral rara que faz com que ele ouça as pessoas falarem antes de ver seus lábios se movem. O resultado final é que todas as conversas do pobre PH se assemelham a um filme mal dublado, em que o som e as ações estão fora de sincronia.

O homem é o primeiro caso confirmado da doença, que faz com que o cérebro processe a visão mais lentamente do que o som. PH começou a sofrer os sintomas inusitados após passar por uma cirurgia. “Eu disse à minha filha: ‘Ei, você tem duas TVs que precisam de sincronização!'”, conta. No entanto, PH logo percebeu que ele estava ouvindo sua própria voz antes de sentir sua mandíbula se movimentar.


Médicos realizaram exames em seu cérebro, que mostraram duas lesões em áreas que potencialmente desempenham um importante papel na audição, no tempo e nos movimentos.

Luz e som viajam em velocidades diferentes, de modo que os estímulos visuais e auditivos chegam aos olhos e ouvidos em momentos distintos. O cérebro, por sua vez, é quem faz todo o trabalho de processar esses sinais em ritmos diferentes, para que pareçam como se estivessem acontecendo simultaneamente para nós.

Acredita-se que o cérebro de PH processe os sinais visuais muito mais lentamente do que o faz com o som – causando essa grande discrepância de tempo.

Elliot Freeman e seus colegas da Universidade da Cidade de Londres, na Inglaterra, realizaram vários testes de percepção temporal usando clipes de vídeo para confirmar a doença. Eles descobriram que eles tinham que reproduzir o som 0,2 segundos depois da imagem para PH ver a cena em sincronia.

Os pesquisadores procuram agora uma maneira de retardar a audição de PH para que o som coincida com o que ele está vendo.

Fonte: http://www.dailymail.co.uk/

Descoberta nova partícula exótica que é uma forma inteiramente nova da matéria

Você deve se lembrar do Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), o acelerador de partículas responsável por uma das mais incríveis descobertas da ciência, e em particular da física: o bóson de Higgs.

Não cansado de procurar novas partículas, o acelerador continua funcionando, e agora encontrou o que parece ser uma forma inteiramente nova da matéria: uma nova classe de partículas subatômicas, ou hádrons exóticos.


Uma série de experimentos no LHC, no laboratório CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), confirmou que uma nova partícula chamada Z(4430) existe, e que é a melhor evidência até agora de uma nova forma de matéria chamada “tetraquark”. 

Quarks são partículas subatômicas que se combinam para formar toda a matéria. Em pares, formam mésons; em trios, prótons e nêutrons. Tetraquarks é uma hipotética combinação de quatro quarks, e Z(4430) é um exemplo do que esse conjunto formaria. Mas, até então, ninguém sabia ao certo se Z(4430) realmente existia ou não.

Não restam muitas dúvidas agora: os pesquisadores do CERN descobriram 4.000 das partículas, o que significa que Z(4430) é real. No entanto, mais pesquisa precisa ser feita para compreendermos definitivamente se Z(4430) é, com 100% de certeza, um tetraquark, e exatamente o que isso significa para nós.

A descoberta

O LHC, com 27 quilômetros de circunferência, possui quatro grandes detectores. Você provavelmente já ouviu falar do ATLAS e do CMS, responsáveis pela descoberta do bóson de Higgs, mas existem também o ALICE (que estuda plasma quark-glúon) e o LHCb (que estuda a relação estranha entre matéria e antimatéria). 

Hádrons, tais como prótons e nêutrons, são feitos de quarks. O LHC, como o próprio nome indica, colide prótons uns aos outros em energias muito altas, quebrando-os em quarks. 

Historicamente, existem apenas dois tipos de hádrons – bárions, que consistem em três quarks, e mésons, que consistem em dois quarks. Agora, o LHCb sugere a existência de um terceiro tipo de hádron, exótico: o tetraquark.

A partícula aparentemente composta de quatro quarks levou o nome oficial de Z (4430), o que significa que tem uma massa de 4430 MeV (1 MeV é 1 milhão de elétrons-volt), ou cerca de quatro vezes maior que a de um próton.

O futuro

Além da descoberta, não parece haver muito a se dizer – ninguém parece entender completamente o significado deste achado ainda. Mas o estudo dessa nova partícula, bem como de outras, vai melhorar muito em breve.

No início de 2015, o LHC terá quase o dobro de poder de colisão, o que os cientistas esperam que lhes permita investigar mais profundamente o bóson de Higgs, a teoria da supersimetria e outras descobertas.

O LHC deve estar de volta em ação e pronto para esmagar prótons com energia de até 13 teraelétrons-volts (TeV, ou trilhões de elétrons-volt), ou seis vezes mais o poder de qualquer outro acelerador de partículas.

Fonte: http://hypescience.com/

Partícula subatômica nova e misteriosa pode quebrar regras da física

Enquanto faziam experimentos com a partícula subatômica Y(4260), duas equipes de físicos (uma no Japão e outra na China) encontraram uma possível nova partícula subatômica , nomeada Z(3900).

A nova partícula subatômica

Em nível sub-atômico, existem seis tipos de partículas chamadas quarks, que servem como “blocos de construção” para boa parte da matéria que conhecemos (como elétrons e nêutrons), e que são mantidas juntas graças a partículas chamadas glúons, que geram forças de atração.
 
Até hoje, só haviam sido detectadas partículas formadas por três quarks ou menos – as próprias Y(4260), por exemplo, seriam formadas por dois (embora isso ainda não tenha sido experimentalmente comprovado). Já as partículas Z(3900), ao contrário de tudo o que já foi visto, são teoricamente formadas por quatro quarks.

Ainda falta confirmar, porém, a natureza dessas partículas (se existem de fato, ou se os aparelhos identificaram pares de partículas formadas por dois quarks, e não partículas formadas por quatro). Assim, existe a chance de estarmos diante de um tipo muito especial de matéria.

Fonte: http://hypescience.com/

Modelo Padrão da Física: o que é e de onde veio?

O universo é cheio de coisas, que por sua vez são feitas de átomos, que por sua vez são feitos de coisas menores ainda, os prótons, nêutrons e elétrons.


Mas estas partículas não são fundamentais. Prótons e nêutrons são feitos de quarks, que são mantidos unidos por glúons. Existem os neutrinos, que não interagem com a matéria, e também os bósons de Higgs, que desaparecem rapidamente, decaindo em outras partículas. Chamamos de Modelo Padrão o conjunto destas partículas e a forma como interagem.

Mas no coração de toda esta física está a simetria. Praticamente todas as partículas saem do mesmo molde, e o que parecem ser duas partículas diferentes são também duas formas de ver a mesma partícula, ou quase isso.

Existem dois tipos fundamentais de partículas: os férmions, que incluem os quarks, elétrons e neutrinos (os dois primeiros são as partículas que fazem a matéria), e os bósons, que são as partículas que fazem a transmissão ou comunicação de várias forças. Temos aí os fótons, os bósons W e Z, os glúons e o famoso bóson de Higgs.

Férmions, spin e SU(2)

Uma das ideias básicas do modelo padrão é que realmente só existe um tipo de férmion, uma espécie de meta-partícula da qual todas as outras são originadas.

Não vamos aqui fazer a derivação de todo o modelo; existe uma matemática muito complexa por trás disso. Mas vamos ver como tudo se encaixa.

Comecemos com o spin. O que é o spin? Em termos simples, podemos imaginar que todos os elétrons – e todos os férmions – estão girando, como um pião. Esta é uma simplificação, e você precisa ter isto em mente quando for brincar de Modelo Padrão.

De qualquer forma, um elétron pode estar girando no sentido anti-horário quando visto de cima (“spin-up”) ou horário (“spin-down”), e como a rotação de uma partícula carregada cria um campo magnético, é fácil descobrir que tipo de elétron você tem – basta testar o campo magnético criado por ele.

Elétrons spin-up e spin-down são muito parecidos: têm a mesma carga, a mesma massa e se repelem de forma idêntica. E é extremamente fácil transformar um elétron de um tipo em outro, basta jogá-lo em um campo magnético variante.
Mas, dependendo da forma que você vê isso, você pode pensar em elétrons spin-up e spin-down como sendo dois tipos diferentes de partículas ou uma partícula com dois estados diferentes. Esta é uma simetria, e recebeu o nome matemático de SU(2) e é o tipo de simetria que aparece o tempo todo no dia-a-dia, como quando descrevemos algo como estando “à sua esquerda” ou “à sua direita” – ou seja, depende do seu ponto de vista. Basicamente, o SU(2) é um formalismo que descreve a mecânica da rotação dos spins mecânicos quânticos.

A diferença entre partículas com spin-up e down parece ser pequena, mas é importante: o  princípio de exclusão de Pauli afirma que dois elétrons com o mesmo spin não podem ocupar o mesmo orbital.

Força fraca

Outra simetria que é parecida com a dos spins é a relação entre elétrons e neutrinos. Elétrons e neutrinos têm muito em comum: são bastante leves (embora o neutrino seja muito mais leve), têm o mesmo spin e são classificados como léptons. Da mesma forma que elétrons spin-up e spin-down, elétrons e neutrinos podem ser intercambiados, mas só em certas circunstâncias. A “força nuclear fraca”, que, apesar do nome, é em parte responsável pela energia do sol, não faz diferença entre elétrons e neutrinos.

O interessante é que a mecânica da força fraca foi descoberta muito antes de existir um modelo matemático para descrevê-la, e a estrutura conceitual ficou incompleta até o desenvolvimento do modelo e a descoberta do neutrino. Outro detalhe interessante é que neutrinos e elétrons, simétricos em relação à força fraca, não são simétricos em relação à força eletromagnética, pois o neutrino é eletricamente neutro, diferente do elétron.

Como a matemática descrevendo a relação de simetria entre elétron e neutrino é idêntica à que descreve o elétron spin-down e spin-up, dizemos que ela tem uma simetria SU(2). Mas as simetrias não terminam aqui. Da mesma forma que um campo magnético pode mudar o spin de um elétron através da interação com um fóton, é possível transformar neutrinos em elétrons e vice-versa através da interação com uma ou mais partículas, os hipotéticos bósons W e Z – que deixaram de ser hipotéticos quando foram descobertos em 1983.

Só que a descoberta dos bósons W e Z foi um choque. O modelo dizia que eles não tinham massa, mas eles tinham bastante massa – cerca de 100 vezes a massa dos prótons. Para consertar o quadro, inventaram o bóson de Higgs, uma gambiarra para corrigir um problema de “a teoria e os fatos não concordam”, até que também encontraram o bóson de Higgs.

Quarks

Para completar nosso modelo, temos os quarks. Da mesma forma que elétrons e neutrinos são “a mesma partícula” de uma certa maneira, na interação com a força fraca, um quark up pode ser transformado em um quark down e vice-versa pelo mesmo mecanismo.

E os quarks também tem uma outra propriedade, que foi chamada de “cor”, mas é mais parecida com um tipo de carga elétrica. Só que, diferente da carga elétrica, existem três “cores” de quarks, “vermelho”, “verde” e “azul” (só para deixar claro: eles não são coloridos).

Da mesma forma que podemos trocar neutrinos e elétrons sem afetar as interações fracas, todos os quarks “vermelhos” podem ser trocados por “verdes” ou qualquer outra combinação de cor, sem afetar a força forte. Esta é uma simetria SU(3). E a partícula inventada para permitir a mudança de cor é o glúon, partícula que mantém prótons e nêutrons unidos no núcleo atômico.

Agora, já podemos visualizar a simetria do Modelo Padrão de uma forma diferente:

Perguntas ainda sem resposta

Parece bacana: você começa com algumas suposições sobre as simetrias na natureza, chega a uma partícula, e logo tem uma família inteira. Mas o Modelo Padrão ainda deixa muitas perguntas não respondidas.
  • Por que estas simetrias e não outras? As interações fundamentais foram observadas na natureza antes de existir um modelo para elas. As simetrias SU(2) e SU(3) das forças fraca e forte, junto com a simetria U(1) do eletromagnetismo, são coisas que foram modeladas de acordo com observações. Se fôssemos apenas cérebros dentro de vidros, provavelmente não teríamos chegado a estes princípios.
  • Por quê 3 gerações? Você vai notar que não há apenas elétrons, mas múons e partículas tau, que são versões mais pesadas daquelas partículas. Todos os férmions têm praticamente três gerações, cada uma mais massiva que a anterior. Mas não há razão para existir 3 versões da mesma partícula (e cada uma destas 3 gerações é apenas uma outra forma diferente de ver a mesma partícula). As três versões de neutrinos, por exemplo, transformam-se espontaneamente uma na outra.
  • Por que as simetrias não são perfeitas? Mesmo as simetrias não são perfeitas. Quando elas são produzidas em reações nucleares, todos os neutrinos são criados de forma que giram no sentido horário quando viajam na sua direção, ou seja, são o que chamamos “canhotos”. Mas o que a força fraca sabe sobre direita e esquerda? Mais ainda – se as simetrias fossem perfeitas, não precisaríamos de uma partícula de Higgs.
  • Por que existem tantos parâmetros livres? Apesar das simetrias descreverem as relações das partículas em um sentido geral, elas não nos dizem por que a carga elétrica tem o valor que tem, ou por que a força fraca tem aquele valor de força, ou a massa do elétron, ou qualquer um dos 25 parâmetros livres do modelo.
O fato é que existe muita coisa escondida por baixo do tapete do Modelo Padrão da Física. Aguardem os próximos capítulos.

Fonte: http://io9.com/where-does-the-standard-model-of-physics-come-from-599641558

domingo, 9 de novembro de 2014

A maior estrutura descoberta no Universo contradiz a teoria do Big Bang, e desafia os princípios cosmológicos

"Embora seja difícil de entender a dimensão deste 'grande grupo de quasares' (LQG), podemos dizer com toda a certeza que é a maior estrutura já vista em todo o universo", disse o Dr. Clowes da Universidade Central de Lancashire'sJeremiah Horrocks Institute. "Isso é extremamente empolgante, porque vai contra a nossa compreensão atual da escala do Universo. Mesmo viajando na velocidade da luz, levaria cerca de 4 bilhões de anos para atravessar esta estrutura. Isto é importante não apenas por causa de seu tamanho, mas também porque desafia o princípio cosmológico, que tem sido amplamente aceito desde Einstein. Nossa equipe tem estudado casos semelhantes que agregam ainda mais peso a este desafio e vamos continuar a investigar esses fascinantes fenômenos".

Este grande grupo de quasares desafia o princípio cosmológico, a suposição de que o Universo, quando visto em uma escala suficientemente grande, tem a mesma aparência, não importa de onde você esteja observando-o. A teoria moderna da cosmologia é baseada na obra de Albert Einstein, e depende do princípio cosmológico. O princípio é assumido, mas nunca foi demonstrado através de observações que não gerassem dúvidas.

Quasares são núcleos de galáxias dos 'primeiros dias' do Universo. Um único Quasar emite de 100 a 1000 vezes mais luz e energia do que uma galáxia inteira com 100 bilhões de estrelas. Eles se submetem a breves períodos de altíssimo brilho que os tornam visíveis através de grandes distâncias. Estes períodos são ' breves' em termos de Astrofísica, mas na verdade são cerca de 10 a 100 milhões de anos. Desde 1982 tem sido aceito que os quasares tendem a se agrupar em grupos ou "estruturas" de dimensões surpreendentemente colossais, formando os grandes grupos de quasares, ou LQGs na sigla em inglês.

Para dar uma noção de escala, nossa galáxia, a Via Láctea, está separada de sua vizinha mais próxima, a galáxia de Andrômeda, por cerca de 0,75 Megaparsecs (MPC), ou 2,5 milhões de anos-luz. Grupos de galáxias podem ter de 2 a 3 MPC, porém, os LQGs podem ter cerca de 200 MPC ou mais de diâmetro.

Com base no princípio cosmológico e na moderna teoria da cosmologia, cálculos sugerem que os astrofísicos não poderiam encontrar uma estrutura maior do que 370 MPC. O que eles não esperavam do recém-descoberto LQG, é que sua dimensão é de 500 MPC. Como este grupo de quasares é alongado, a sua dimensão chega a 1.200 MPC (4 bilhões de anos-luz), cerca de 1.600 vezes maior do que a distância entre a Via Láctea e a galáxia de Andrômeda. 


A cor de fundo da imagem acima indica os picos e depressões na ocorrência de quasares na distância do LQG. Cores mais escuras indicam mais quasares, cores mais claras indicam menos quasares. O LQG é claramente visto como uma longa cadeia de picos indicados por círculos pretos. (As cruzes vermelhas marcam as posições dos quasares em um LQG diferente e menor). Os eixos horizontais e verticais representam ascensão reta e declinação, o equivalente celeste de longitude e latitude. O mapa cobre cerca de 29,4 por 24 graus no céu, indicando a grande escala da estrutura recém-descoberta.

A equipe publicou seus resultados na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
Créditos: Royal Astronomical Society / Daily Galaxy
Imagem: R. G. Clowes / UCLan

Fonte: http://www.galeriadometeorito.com/

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

7 grandes mistérios do tempo

Por

Definir o tempo parece ser uma tarefa simples: São horas e minutos, bem como a passagem de um dia para o outro. Mas a natureza do tempo ainda é um mistério.

Meditação e tempo

Em sua  obra-prima The Principles of Psychology, William James observou o quão impossível pode ser para alguém focar inteiramente no presente, porque um “eco” do passado e uma “antecipação” do futuro permanece em torno de cada momento que passa. James então desafiou seus leitores a abandonar isso e viver o momento. Isso é, infelizmente, mais fácil dizer do que fazer.

Nossas mentes normalmente se recusam a permanecer no presente, constantemente lamentando um passado que nunca pode ser desfeito ou esperando ansiosamente um futuro que pode nunca chegar. Qual é a solução para viver nossas vidas “fora do tempo”? Muitos homens sábios, como James, sugeriram a mesma resposta: É também a prática núcleo do budismo, bem como o título de uma das melodias mais inesquecíveis de George Harrison:  “Be Here Now”, ou “Esteja Aqui Agora”.

A meditação, que se esforça para manter a atenção plena de cada momento que passa, tem se mostrado capaz de tornar significativamente mais lenta nossa percepção do tempo, o que tem um grande potencial para aliviar a ansiedade e depressão.

Minuto de Nova Iorque

Johnny Carson definiu um “Minuto de Nova Iorque” como o intervalo fugaz entre um semáforo de Manhattan ficando verde e o cara atrás de você buzinando. Claramente, a ideia é que tudo acontece tão rápido na Big Apple que o próprio tempo se acelera.

Este pedaço de “percepção do tempo” é o lugar onde nós deixamos o mundo dos relógios para trás. Qualquer pessoa que já saiu de uma estação de metrô subterrânea para uma avenida movimentada entende essa ideia. A quantidade de dados de entrada e visuais tem uma tendência a congelar um observador despreparado.

O que cria esse efeito em cidades grandes? Ele pode ser visto como uma extensão da “ilusão do relógio parado”. Esse efeito pode ser experimentado a qualquer momento quando você move seus olhos de repente para o ponteiro de segundos de um relógio analógico. O clique entre segundos de repente fica muito longo. Isso acontece porque há a perda de dados durante os movimentos rápidos dos olhos, e essa entrada ausente é “inserida” após o movimento, causando um aumento percebido na duração do tempo.

Música e tempo

Alguma vez você já se “perdeu” em uma canção? O tempo e o mundo exterior são muitas vezes esquecidos enquanto estamos sob o feitiço da música. A música tem o poder de criar o que equivale a um mundo temporal paralelo. Se a experiência é intensa o suficiente, os neurocientistas podem ver mudanças na atividade do córtex sensorial do cérebro, que causa uma sensação de atemporalidade.

Ao distorcer a percepção do ouvinte da música, o tempo também pode ser um manipulador comportamental muito eficaz. Muitas lojas gostam de tocar músicas novas e populares, o que pode fazer com que os consumidores fiquem mais tempo do que quando ouvem músicas mais velhas e familiares. A novidade faz o tempo parecer passar mais rápido, assim os clientes subestimam o tempo que estiveram na loja.

Além disso, estudos têm mostrado um aumento de 38% no tempo gasto em compras quando a música de fundo é lenta. Um ritmo lento e suave tende a manter os compradores em um estado relaxado, fazendo-os esquecer quanto tempo eles estão fazendo compras.

Drogas e Tempo

Drogas podem alterar nossa percepção de tempo? De um modo geral, depende da droga e da situação. Como estudar a percepção do tempo administrando medicamentos para os seres humanos é extremamente imoral, grande parte das provas de distorção de tempo movidas a droga é anedótica.

Mais notavelmente, ópio e drogas psicadélicas têm sido relatadas para retardar bastante a passagem percebida de tempo. Thomas De Quincey, autor de Confissões de um Comedor de Ópio, afirmou que parecia ter vivido 70 anos em uma noite. Aldous Huxley relatou o mesmo tipo de dilatação do tempo durante suas experiências com a mescalina e LSD. Uma explicação simplista pode ser que o nosso sentido subjetivo de tempo vem de um acerto de contas aproximada de pensamentos por minuto, e sob a influência do ópio e drogas psicodélicas, a nossa taxa de pensamento aumenta. Isso resulta em uma diminuição do tempo percebida compensatória.

Sob condições normais, os ratos de laboratório mostram um sentido surpreendentemente preciso de tempo. Por exemplo, os ratos podem aprender rapidamente que eles só recebem comida quando a alavanca é pressionada depois de 13 segundos e tornam-se muito bem sucedidos em julgar este intervalo de tempo. Contudo, os ratos com doses de metanfetamina pressionaram a alavanca cedo demais, indicando um sentido de tempo acelerado. Quando foi administrado haloperidol, eles pressionaram a alavanca tarde demais, indicando um sentido de tempo desacelerado. Estes estudos são amplamente aceitos como uma evidência experimental de que as drogas alteram a percepção do tempo.

Idade e tempo

No clássico de Willie Nelson “Engraçado Como o Tempo Passa”, o cantor lamenta: “Tem sido assim por muito tempo, mas agora parece que foi ontem.” Olhando para o nosso passado, percebemos que os eventos podem ter ocorrido há muito tempo, mas a vivacidade das suas memórias, por vezes, faz com que os eventos pareçam ter acontecido faz pouco tempo.  Este efeito “telescópico” cria a ilusão convincente de que anos correm mais rápido à medida que envelhecemos. Em outras palavras, “o tempo telescópico” vem da discrepância entre o tempo medido e nossa própria linha de tempo subjetiva.

Outra razão pela qual os anos parecem passar mais rápido com a idade é simples. Quando você tem 10 anos de idade, um ano representa 10% de sua vida. Quando você tem 60, ele representa 1,67% ano de sua vida. Mesmo que ainda seja a mesma quantidade de tempo, não é proporcionalmente a mesma.

Como nossas vidas se tornam mais rotineiras e redundantes, esta aceleração percebida fica mais forte. Nossos cérebros tendem a “pular” coisas que fazemos repetidas vezes, porque não há necessidade de armazenar dados que já temos. O tempo decorrido real não é processado durante eventos redundantes, e é por isso que parece demorar uma eternidade para nos conduzirmos a um novo lugar, mas a condução de volta para casa parece levar a metade do tempo, mesmo que você esteja indo pelo mesmo caminho.

A solução para “alongar” seus anos é simples. Seja espontâneo, faça algo novo, saia do mais do mesmo…

Tempo cíclico

A ideia de um universo oscilante é atraente para muitos. Em vez da expansão infinita, o universo oscilante vai do Big Bang ao Big Crunch, eternamente. Nessa teoria, o universo nasce de um Big Bang, se expande por dezenas de bilhões de anos, para de se expandir, e a gravidade faz com que ele se contraia… cada vez mais, até colapsar sobre si mesmo em um evento denominado Big Crunch. Daí, acontece um novo Big Bang, e o universo “nasce” novamente, em um ciclo infinito.

Dilatação do tempo

Os físicos consideram o tempo como uma dimensão fundamental do universo, mas a suposição de apenas um fluxo constante e linear foi convincentemente derrubada pela teoria da relatividade de Einstein. O tempo, uma vez pensado para ser simples e absoluto, é influenciado pela velocidade e gravidade.

Já se perguntou como seu GPS sabe que você acabou de passar por uma rua que era para você ter entrado e agora está pedindo-lhe para fazer um retorno? O sistema de posicionamento global (GPS) está ligado a uma rede de 24 satélites que carregam relógios atômicos de precisão. Comparados com os relógios terrestres, estes satélites “perdem” sete microssegundos por dia, porque eles estão em um fluxo de tempo mais lento. Sem compensação constante, mesmo esta extremamente pequena perda de tempo se acumula rapidamente, com erros tão grandes quanto 6km em um dia.


Sistemas de GPS são capazes de fazer esses ajustes constantes porque a aceleração “desacelera” o tempo, e quanto mais rápido algo se move, mais devagar o tempo passa para esse algo. Os físicos chamam este efeito de “dilatação do tempo”. Sob sua influência, um viajante espacial poderia retornar à Terra depois de uma viagem de 20 anos para se encontrar centenas de anos no futuro.

Fonte: http://ocientista.com/c/curiosidades/