Você deve se lembrar do Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em
inglês), o acelerador de partículas responsável por uma das mais incríveis descobertas da ciência, e em particular da física: o bóson de Higgs.
Não cansado de procurar novas partículas, o acelerador continua
funcionando, e agora encontrou o que parece ser uma forma inteiramente
nova da matéria: uma nova classe de partículas subatômicas, ou hádrons
exóticos.
Uma série de experimentos no LHC, no laboratório CERN (Organização
Europeia para a Pesquisa Nuclear), confirmou que uma nova partícula
chamada Z(4430) existe, e que é a melhor evidência até agora de uma nova
forma de matéria chamada “tetraquark”.
Quarks são partículas subatômicas que se combinam para formar toda a
matéria. Em pares, formam mésons; em trios, prótons e nêutrons.
Tetraquarks é uma hipotética combinação de quatro quarks, e Z(4430) é um
exemplo do que esse conjunto formaria. Mas, até então, ninguém sabia ao
certo se Z(4430) realmente existia ou não.
Não restam muitas dúvidas agora: os pesquisadores do CERN descobriram
4.000 das partículas, o que significa que Z(4430) é real. No entanto,
mais pesquisa precisa ser feita para compreendermos definitivamente se
Z(4430) é, com 100% de certeza, um tetraquark, e exatamente o que isso significa para nós.
A descoberta
O LHC, com 27 quilômetros de circunferência, possui quatro grandes
detectores. Você provavelmente já ouviu falar do ATLAS e do CMS,
responsáveis pela descoberta do bóson de Higgs, mas existem também o
ALICE (que estuda plasma quark-glúon) e o LHCb (que estuda a relação
estranha entre matéria e antimatéria).
Hádrons, tais como prótons e nêutrons, são feitos de quarks. O LHC,
como o próprio nome indica, colide prótons uns aos outros em energias
muito altas, quebrando-os em quarks.
Historicamente, existem apenas dois tipos de hádrons – bárions, que
consistem em três quarks, e mésons, que consistem em dois quarks. Agora,
o LHCb sugere a existência de um terceiro tipo de hádron, exótico: o
tetraquark.
A partícula aparentemente composta de quatro quarks levou o nome
oficial de Z (4430), o que significa que tem uma massa de 4430 MeV (1
MeV é 1 milhão de elétrons-volt), ou cerca de quatro vezes maior que a
de um próton.
O futuro
Além da descoberta, não parece haver muito a se dizer – ninguém
parece entender completamente o significado deste achado ainda. Mas o
estudo dessa nova partícula, bem como de outras, vai melhorar muito em
breve.
No início de 2015, o LHC terá quase o dobro de poder de colisão, o
que os cientistas esperam que lhes permita investigar mais profundamente
o bóson de Higgs, a teoria da supersimetria e outras descobertas.
O LHC deve estar de volta em ação e pronto para esmagar prótons com
energia de até 13 teraelétrons-volts (TeV, ou trilhões de
elétrons-volt), ou seis vezes mais o poder de qualquer outro acelerador
de partículas.
Fonte: http://hypescience.com/
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