quarta-feira, 26 de novembro de 2014

O mistério do aspirador de pó gigante no fim do universo conhecido

Não importa o quão longe você vá no universo, você deve se sentir em casa, porque ele é praticamente o mesmo em todos os locais possíveis. Devido a isso, os cientistas acreditam que as leis da física não mudam e que o que encontramos em nossa vizinhança galáctica também podemos encontrar bilhões de anos-luz de distância. Esta teoria homogênea é chamada de princípio de Copérnico, e é um axioma sobre o qual grande parte do nosso conhecimento científico sobre o universo é construído. 

Só que essa teoria pode estar errada.

Nos últimos anos, ao analisar a luz de galáxias distantes, pesquisadores foram capazes de dizer a velocidade relativa e a direção em que esses objetos se moviam. O estranho é que, ao invés de seguir seu caminho como a maioria das coisas no universo, alguns desses aglomerados galácticos distantes pareciam estar presos em uma espécie de corrente, acelerando a velocidades inimagináveis (cerca de 3,22 milhões de quilômetros por hora) ao longo de um trecho específico. 

Cientistas chamaram esse fenômeno de “fluxo escuro”, porque não sabiam o que o estava causando.

Fluxo escuro (“dark flow”, no original em inglês) é um termo que descreve um possível componente astrofísico não aleatório de uma velocidade peculiar de aglomerados de galáxias. A medida da velocidade é a soma da velocidade prevista pela lei de Hubble com uma possível e inexplicável velocidade “escura” que flui numa direção comum. Os dados mais recentes do satélite Planck não mostram nenhuma evidência de “fluxo escuro”.
 
Para a gravidade estar agindo sobre esses grupos da maneira que parece estar, teria que ter algo maciço no final do caminho. Por maciço, queremos dizer algo potencialmente muito maior do que qualquer coisa que já observada no universo conhecido, algo grande o suficiente para “sugar” aglomerados galácticos como poeira sugada por um aspirador de pó.

Mas se há algo lá fora tão grande assim, por que não podemos observá-lo? A resposta é que tal estrutura se encontra fora dos limites do universo observável, que tem um raio de cerca de 45,7 bilhões de anos-luz. 

Isso significa que, dos quase 14 bilhões de anos que o universo existe, a luz do outro lado do universo conhecido não teve tempo suficiente de alcançar nossos telescópios.

Então, o que poderia ser? Existem diversas hipóteses. Uma atribui o fenômeno a algum tipo de matéria exótica ainda não conceituada que afeta a física de formas estranhas. Alguns até sugeriram que um universo vizinho poderia estar causando o “puxão” que suga os aglomerados.

No entanto, o que quer que seja, não se encaixa com a ideia de uniformidade universal. Se existem estruturas supermassivas desconhecidas em outras partes do universo, porque não há nenhuma perto de nós? 

De qualquer maneira, devemos ser gratos de que não há, porque com uma atração tão forte como a que foi detectada, nossa vizinhança galáctica provavelmente se tornaria espaguete celeste e seria sugada para o esquecimento.

Fonte: http://www.environmentalgraffiti.com/space/

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