quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Remédio para emagrecer pode acabar com cirurgias de estômago

Cientistas estão desenvolvendo um remédio para emagrecer que possui o mesmo efeito da cirurgia de estômago para ajudar pacientes obesos a perder peso. Os pesquisadores criaram hormônios de efeito duradouro, que fazem com que os cérebros dos pacientes pensem que eles já comeram o suficiente. A abordagem imita o que acontece quando pacientes obesos mórbidos são submetidos a operações bariátricas para ajudá-los a se livrar da gordura extra.

Os cientistas da Faculdade Imperial de Londres, no Reino Unido, acabam de terminar os primeiros testes em pacientes com resultados positivos, e agora estão se preparando para iniciar experimentos maiores. Eles esperam que o uso da droga se torne uma alternativa mais segura para a cirurgia, que é cara e possui diversas restrições, só podendo ser realizada em uma pequena quantidade de pacientes.

Segundo o professor Steve Bloom, chefe da divisão de diabetes, endocrinologia e metabolismo da faculdade e pesquisador do estudo, a cirurgia de balão intragástrico (em que uma espécie de bexiga é colocada no estômago para “roubar” espaço da comida e fazer a pessoa perder a fome) funciona muito bem em pacientes. “Porém, há uma pandemia mundial de obesidade, que está levando as pessoas a morrer de doenças relacionadas. Nós não podemos realizar a cirurgia em metade da Europa, por exemplo”, diz.

Por isso, conta o professor, a equipe se perguntou se não haveria outra forma de utilizar o princípio da cirurgia, mas sem a necessidade da operação em si. “Se você tem um problema com intestino e não aguenta muita comida, o órgão envia sinais para o cérebro dizendo para que a pessoa não coma tanto. A cirurgia engana o estômago, que pensa haver um problema e envia essas mensagens de saciedade para o cérebro”, explica Bloom.

De acordo com dados de 2012, 48,5% da população brasileira está acima do peso e 15,8% dos brasileiros são obesos. Nos países desenvolvidos, esse percentual é ainda maior: nos Estados Unidos, por exemplo, a porcentagem de obesos já chega a alarmantes 35,8% da população, o que ocasiona diversos outros problemas de saúde, tais como doenças cardíacas, diabetes e aumento do risco de câncer.

No Brasil, o que assusta os especialistas é o grande crescimento do número de pessoas que recorrem à mesa de cirurgia para perder peso. Segundo dados do Ministério da Saúde, o país é o segundo em número de cirurgias de redução de estômago no mundo todo, só perdendo para os EUA. São 72 mil cirurgias por ano, de acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), o médico Almino Ramos. E esse número tem crescido 10% ao ano. De 2006 para cá, o crescimento foi de 275%.

Muitos pacientes que se submetem à operação sofrem complicações e precisam de uma nova cirurgia e também já houve um pequeno número de mortes registradas após essas intervenções.

Inicialmente, pensava-se que a cirurgia bariátrica funcionava ao reduzir a quantidade de alimento que pode ser digerida pelo estômago. No entanto, foi descoberto, em pacientes operados, níveis elevados de hormônios da saciedade, os sinais químicos liberados pelo organismo para controlar a digestão e a sensação de fome no cérebro.

Os pacientes que se submeteram a cirurgia também apresentam menos vontade de consumir alimentos gordurosos, por isso acredita-se que os hormônios mudam o desejo dos pacientes para comer.

O objetivo de Steve Bloom e sua equipe é descobrir quanto peso é possível ser perdido usando três desses hormônios. Em seus experimentos, pacientes obesos usarão uma bomba intravenosa, mantida em torno de sua cintura, para liberar doses pequenas e regulares dos hormônios GLP-1, OXM e PYY no organismo. Esses hormônios normalmente duram apenas alguns minutos no corpo humano, por isso é preciso que sejam liberados continuamente.

No entanto, o professor Bloom e seus colegas também desenvolveram versões desses hormônios que podem durar até uma semana. Isso significa que os pacientes poderiam controlar seu apetite com uma única injeção semanal. “O objetivo, a longo prazo, é desenvolver medicamentos de longa duração, de maneira que as pessoas possam tomar uma injeção uma vez por semana, sem a necessidade de operação”, conta.

“Cada paciente reage de uma maneira diferente após a cirurgia. Talvez um terço dos pacientes não perca peso o suficiente, talvez alguns percam demais e não se pode ajustar esse efeito. No caso de um medicamento, você pode alterar a dose muito facilmente e isso vai lhe dar muito mais controle sobre quanto peso cada pessoa perde”, completa.

Fonte: http://www.telegraph.co.uk/science/science-news/

Estranho distúrbio faz homem ouvir as pessoas falarem antes de ver seus lábios se moverem

Um homem de 67 anos de idade, conhecido apenas pelas iniciais PH, possui uma falha cerebral rara que faz com que ele ouça as pessoas falarem antes de ver seus lábios se movem. O resultado final é que todas as conversas do pobre PH se assemelham a um filme mal dublado, em que o som e as ações estão fora de sincronia.

O homem é o primeiro caso confirmado da doença, que faz com que o cérebro processe a visão mais lentamente do que o som. PH começou a sofrer os sintomas inusitados após passar por uma cirurgia. “Eu disse à minha filha: ‘Ei, você tem duas TVs que precisam de sincronização!'”, conta. No entanto, PH logo percebeu que ele estava ouvindo sua própria voz antes de sentir sua mandíbula se movimentar.


Médicos realizaram exames em seu cérebro, que mostraram duas lesões em áreas que potencialmente desempenham um importante papel na audição, no tempo e nos movimentos.

Luz e som viajam em velocidades diferentes, de modo que os estímulos visuais e auditivos chegam aos olhos e ouvidos em momentos distintos. O cérebro, por sua vez, é quem faz todo o trabalho de processar esses sinais em ritmos diferentes, para que pareçam como se estivessem acontecendo simultaneamente para nós.

Acredita-se que o cérebro de PH processe os sinais visuais muito mais lentamente do que o faz com o som – causando essa grande discrepância de tempo.

Elliot Freeman e seus colegas da Universidade da Cidade de Londres, na Inglaterra, realizaram vários testes de percepção temporal usando clipes de vídeo para confirmar a doença. Eles descobriram que eles tinham que reproduzir o som 0,2 segundos depois da imagem para PH ver a cena em sincronia.

Os pesquisadores procuram agora uma maneira de retardar a audição de PH para que o som coincida com o que ele está vendo.

Fonte: http://www.dailymail.co.uk/

Descoberta nova partícula exótica que é uma forma inteiramente nova da matéria

Você deve se lembrar do Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), o acelerador de partículas responsável por uma das mais incríveis descobertas da ciência, e em particular da física: o bóson de Higgs.

Não cansado de procurar novas partículas, o acelerador continua funcionando, e agora encontrou o que parece ser uma forma inteiramente nova da matéria: uma nova classe de partículas subatômicas, ou hádrons exóticos.


Uma série de experimentos no LHC, no laboratório CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), confirmou que uma nova partícula chamada Z(4430) existe, e que é a melhor evidência até agora de uma nova forma de matéria chamada “tetraquark”. 

Quarks são partículas subatômicas que se combinam para formar toda a matéria. Em pares, formam mésons; em trios, prótons e nêutrons. Tetraquarks é uma hipotética combinação de quatro quarks, e Z(4430) é um exemplo do que esse conjunto formaria. Mas, até então, ninguém sabia ao certo se Z(4430) realmente existia ou não.

Não restam muitas dúvidas agora: os pesquisadores do CERN descobriram 4.000 das partículas, o que significa que Z(4430) é real. No entanto, mais pesquisa precisa ser feita para compreendermos definitivamente se Z(4430) é, com 100% de certeza, um tetraquark, e exatamente o que isso significa para nós.

A descoberta

O LHC, com 27 quilômetros de circunferência, possui quatro grandes detectores. Você provavelmente já ouviu falar do ATLAS e do CMS, responsáveis pela descoberta do bóson de Higgs, mas existem também o ALICE (que estuda plasma quark-glúon) e o LHCb (que estuda a relação estranha entre matéria e antimatéria). 

Hádrons, tais como prótons e nêutrons, são feitos de quarks. O LHC, como o próprio nome indica, colide prótons uns aos outros em energias muito altas, quebrando-os em quarks. 

Historicamente, existem apenas dois tipos de hádrons – bárions, que consistem em três quarks, e mésons, que consistem em dois quarks. Agora, o LHCb sugere a existência de um terceiro tipo de hádron, exótico: o tetraquark.

A partícula aparentemente composta de quatro quarks levou o nome oficial de Z (4430), o que significa que tem uma massa de 4430 MeV (1 MeV é 1 milhão de elétrons-volt), ou cerca de quatro vezes maior que a de um próton.

O futuro

Além da descoberta, não parece haver muito a se dizer – ninguém parece entender completamente o significado deste achado ainda. Mas o estudo dessa nova partícula, bem como de outras, vai melhorar muito em breve.

No início de 2015, o LHC terá quase o dobro de poder de colisão, o que os cientistas esperam que lhes permita investigar mais profundamente o bóson de Higgs, a teoria da supersimetria e outras descobertas.

O LHC deve estar de volta em ação e pronto para esmagar prótons com energia de até 13 teraelétrons-volts (TeV, ou trilhões de elétrons-volt), ou seis vezes mais o poder de qualquer outro acelerador de partículas.

Fonte: http://hypescience.com/

Partícula subatômica nova e misteriosa pode quebrar regras da física

Enquanto faziam experimentos com a partícula subatômica Y(4260), duas equipes de físicos (uma no Japão e outra na China) encontraram uma possível nova partícula subatômica , nomeada Z(3900).

A nova partícula subatômica

Em nível sub-atômico, existem seis tipos de partículas chamadas quarks, que servem como “blocos de construção” para boa parte da matéria que conhecemos (como elétrons e nêutrons), e que são mantidas juntas graças a partículas chamadas glúons, que geram forças de atração.
 
Até hoje, só haviam sido detectadas partículas formadas por três quarks ou menos – as próprias Y(4260), por exemplo, seriam formadas por dois (embora isso ainda não tenha sido experimentalmente comprovado). Já as partículas Z(3900), ao contrário de tudo o que já foi visto, são teoricamente formadas por quatro quarks.

Ainda falta confirmar, porém, a natureza dessas partículas (se existem de fato, ou se os aparelhos identificaram pares de partículas formadas por dois quarks, e não partículas formadas por quatro). Assim, existe a chance de estarmos diante de um tipo muito especial de matéria.

Fonte: http://hypescience.com/

Modelo Padrão da Física: o que é e de onde veio?

O universo é cheio de coisas, que por sua vez são feitas de átomos, que por sua vez são feitos de coisas menores ainda, os prótons, nêutrons e elétrons.


Mas estas partículas não são fundamentais. Prótons e nêutrons são feitos de quarks, que são mantidos unidos por glúons. Existem os neutrinos, que não interagem com a matéria, e também os bósons de Higgs, que desaparecem rapidamente, decaindo em outras partículas. Chamamos de Modelo Padrão o conjunto destas partículas e a forma como interagem.

Mas no coração de toda esta física está a simetria. Praticamente todas as partículas saem do mesmo molde, e o que parecem ser duas partículas diferentes são também duas formas de ver a mesma partícula, ou quase isso.

Existem dois tipos fundamentais de partículas: os férmions, que incluem os quarks, elétrons e neutrinos (os dois primeiros são as partículas que fazem a matéria), e os bósons, que são as partículas que fazem a transmissão ou comunicação de várias forças. Temos aí os fótons, os bósons W e Z, os glúons e o famoso bóson de Higgs.

Férmions, spin e SU(2)

Uma das ideias básicas do modelo padrão é que realmente só existe um tipo de férmion, uma espécie de meta-partícula da qual todas as outras são originadas.

Não vamos aqui fazer a derivação de todo o modelo; existe uma matemática muito complexa por trás disso. Mas vamos ver como tudo se encaixa.

Comecemos com o spin. O que é o spin? Em termos simples, podemos imaginar que todos os elétrons – e todos os férmions – estão girando, como um pião. Esta é uma simplificação, e você precisa ter isto em mente quando for brincar de Modelo Padrão.

De qualquer forma, um elétron pode estar girando no sentido anti-horário quando visto de cima (“spin-up”) ou horário (“spin-down”), e como a rotação de uma partícula carregada cria um campo magnético, é fácil descobrir que tipo de elétron você tem – basta testar o campo magnético criado por ele.

Elétrons spin-up e spin-down são muito parecidos: têm a mesma carga, a mesma massa e se repelem de forma idêntica. E é extremamente fácil transformar um elétron de um tipo em outro, basta jogá-lo em um campo magnético variante.
Mas, dependendo da forma que você vê isso, você pode pensar em elétrons spin-up e spin-down como sendo dois tipos diferentes de partículas ou uma partícula com dois estados diferentes. Esta é uma simetria, e recebeu o nome matemático de SU(2) e é o tipo de simetria que aparece o tempo todo no dia-a-dia, como quando descrevemos algo como estando “à sua esquerda” ou “à sua direita” – ou seja, depende do seu ponto de vista. Basicamente, o SU(2) é um formalismo que descreve a mecânica da rotação dos spins mecânicos quânticos.

A diferença entre partículas com spin-up e down parece ser pequena, mas é importante: o  princípio de exclusão de Pauli afirma que dois elétrons com o mesmo spin não podem ocupar o mesmo orbital.

Força fraca

Outra simetria que é parecida com a dos spins é a relação entre elétrons e neutrinos. Elétrons e neutrinos têm muito em comum: são bastante leves (embora o neutrino seja muito mais leve), têm o mesmo spin e são classificados como léptons. Da mesma forma que elétrons spin-up e spin-down, elétrons e neutrinos podem ser intercambiados, mas só em certas circunstâncias. A “força nuclear fraca”, que, apesar do nome, é em parte responsável pela energia do sol, não faz diferença entre elétrons e neutrinos.

O interessante é que a mecânica da força fraca foi descoberta muito antes de existir um modelo matemático para descrevê-la, e a estrutura conceitual ficou incompleta até o desenvolvimento do modelo e a descoberta do neutrino. Outro detalhe interessante é que neutrinos e elétrons, simétricos em relação à força fraca, não são simétricos em relação à força eletromagnética, pois o neutrino é eletricamente neutro, diferente do elétron.

Como a matemática descrevendo a relação de simetria entre elétron e neutrino é idêntica à que descreve o elétron spin-down e spin-up, dizemos que ela tem uma simetria SU(2). Mas as simetrias não terminam aqui. Da mesma forma que um campo magnético pode mudar o spin de um elétron através da interação com um fóton, é possível transformar neutrinos em elétrons e vice-versa através da interação com uma ou mais partículas, os hipotéticos bósons W e Z – que deixaram de ser hipotéticos quando foram descobertos em 1983.

Só que a descoberta dos bósons W e Z foi um choque. O modelo dizia que eles não tinham massa, mas eles tinham bastante massa – cerca de 100 vezes a massa dos prótons. Para consertar o quadro, inventaram o bóson de Higgs, uma gambiarra para corrigir um problema de “a teoria e os fatos não concordam”, até que também encontraram o bóson de Higgs.

Quarks

Para completar nosso modelo, temos os quarks. Da mesma forma que elétrons e neutrinos são “a mesma partícula” de uma certa maneira, na interação com a força fraca, um quark up pode ser transformado em um quark down e vice-versa pelo mesmo mecanismo.

E os quarks também tem uma outra propriedade, que foi chamada de “cor”, mas é mais parecida com um tipo de carga elétrica. Só que, diferente da carga elétrica, existem três “cores” de quarks, “vermelho”, “verde” e “azul” (só para deixar claro: eles não são coloridos).

Da mesma forma que podemos trocar neutrinos e elétrons sem afetar as interações fracas, todos os quarks “vermelhos” podem ser trocados por “verdes” ou qualquer outra combinação de cor, sem afetar a força forte. Esta é uma simetria SU(3). E a partícula inventada para permitir a mudança de cor é o glúon, partícula que mantém prótons e nêutrons unidos no núcleo atômico.

Agora, já podemos visualizar a simetria do Modelo Padrão de uma forma diferente:

Perguntas ainda sem resposta

Parece bacana: você começa com algumas suposições sobre as simetrias na natureza, chega a uma partícula, e logo tem uma família inteira. Mas o Modelo Padrão ainda deixa muitas perguntas não respondidas.
  • Por que estas simetrias e não outras? As interações fundamentais foram observadas na natureza antes de existir um modelo para elas. As simetrias SU(2) e SU(3) das forças fraca e forte, junto com a simetria U(1) do eletromagnetismo, são coisas que foram modeladas de acordo com observações. Se fôssemos apenas cérebros dentro de vidros, provavelmente não teríamos chegado a estes princípios.
  • Por quê 3 gerações? Você vai notar que não há apenas elétrons, mas múons e partículas tau, que são versões mais pesadas daquelas partículas. Todos os férmions têm praticamente três gerações, cada uma mais massiva que a anterior. Mas não há razão para existir 3 versões da mesma partícula (e cada uma destas 3 gerações é apenas uma outra forma diferente de ver a mesma partícula). As três versões de neutrinos, por exemplo, transformam-se espontaneamente uma na outra.
  • Por que as simetrias não são perfeitas? Mesmo as simetrias não são perfeitas. Quando elas são produzidas em reações nucleares, todos os neutrinos são criados de forma que giram no sentido horário quando viajam na sua direção, ou seja, são o que chamamos “canhotos”. Mas o que a força fraca sabe sobre direita e esquerda? Mais ainda – se as simetrias fossem perfeitas, não precisaríamos de uma partícula de Higgs.
  • Por que existem tantos parâmetros livres? Apesar das simetrias descreverem as relações das partículas em um sentido geral, elas não nos dizem por que a carga elétrica tem o valor que tem, ou por que a força fraca tem aquele valor de força, ou a massa do elétron, ou qualquer um dos 25 parâmetros livres do modelo.
O fato é que existe muita coisa escondida por baixo do tapete do Modelo Padrão da Física. Aguardem os próximos capítulos.

Fonte: http://io9.com/where-does-the-standard-model-of-physics-come-from-599641558

domingo, 9 de novembro de 2014

A maior estrutura descoberta no Universo contradiz a teoria do Big Bang, e desafia os princípios cosmológicos

"Embora seja difícil de entender a dimensão deste 'grande grupo de quasares' (LQG), podemos dizer com toda a certeza que é a maior estrutura já vista em todo o universo", disse o Dr. Clowes da Universidade Central de Lancashire'sJeremiah Horrocks Institute. "Isso é extremamente empolgante, porque vai contra a nossa compreensão atual da escala do Universo. Mesmo viajando na velocidade da luz, levaria cerca de 4 bilhões de anos para atravessar esta estrutura. Isto é importante não apenas por causa de seu tamanho, mas também porque desafia o princípio cosmológico, que tem sido amplamente aceito desde Einstein. Nossa equipe tem estudado casos semelhantes que agregam ainda mais peso a este desafio e vamos continuar a investigar esses fascinantes fenômenos".

Este grande grupo de quasares desafia o princípio cosmológico, a suposição de que o Universo, quando visto em uma escala suficientemente grande, tem a mesma aparência, não importa de onde você esteja observando-o. A teoria moderna da cosmologia é baseada na obra de Albert Einstein, e depende do princípio cosmológico. O princípio é assumido, mas nunca foi demonstrado através de observações que não gerassem dúvidas.

Quasares são núcleos de galáxias dos 'primeiros dias' do Universo. Um único Quasar emite de 100 a 1000 vezes mais luz e energia do que uma galáxia inteira com 100 bilhões de estrelas. Eles se submetem a breves períodos de altíssimo brilho que os tornam visíveis através de grandes distâncias. Estes períodos são ' breves' em termos de Astrofísica, mas na verdade são cerca de 10 a 100 milhões de anos. Desde 1982 tem sido aceito que os quasares tendem a se agrupar em grupos ou "estruturas" de dimensões surpreendentemente colossais, formando os grandes grupos de quasares, ou LQGs na sigla em inglês.

Para dar uma noção de escala, nossa galáxia, a Via Láctea, está separada de sua vizinha mais próxima, a galáxia de Andrômeda, por cerca de 0,75 Megaparsecs (MPC), ou 2,5 milhões de anos-luz. Grupos de galáxias podem ter de 2 a 3 MPC, porém, os LQGs podem ter cerca de 200 MPC ou mais de diâmetro.

Com base no princípio cosmológico e na moderna teoria da cosmologia, cálculos sugerem que os astrofísicos não poderiam encontrar uma estrutura maior do que 370 MPC. O que eles não esperavam do recém-descoberto LQG, é que sua dimensão é de 500 MPC. Como este grupo de quasares é alongado, a sua dimensão chega a 1.200 MPC (4 bilhões de anos-luz), cerca de 1.600 vezes maior do que a distância entre a Via Láctea e a galáxia de Andrômeda. 


A cor de fundo da imagem acima indica os picos e depressões na ocorrência de quasares na distância do LQG. Cores mais escuras indicam mais quasares, cores mais claras indicam menos quasares. O LQG é claramente visto como uma longa cadeia de picos indicados por círculos pretos. (As cruzes vermelhas marcam as posições dos quasares em um LQG diferente e menor). Os eixos horizontais e verticais representam ascensão reta e declinação, o equivalente celeste de longitude e latitude. O mapa cobre cerca de 29,4 por 24 graus no céu, indicando a grande escala da estrutura recém-descoberta.

A equipe publicou seus resultados na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
Créditos: Royal Astronomical Society / Daily Galaxy
Imagem: R. G. Clowes / UCLan

Fonte: http://www.galeriadometeorito.com/

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

7 grandes mistérios do tempo

Por

Definir o tempo parece ser uma tarefa simples: São horas e minutos, bem como a passagem de um dia para o outro. Mas a natureza do tempo ainda é um mistério.

Meditação e tempo

Em sua  obra-prima The Principles of Psychology, William James observou o quão impossível pode ser para alguém focar inteiramente no presente, porque um “eco” do passado e uma “antecipação” do futuro permanece em torno de cada momento que passa. James então desafiou seus leitores a abandonar isso e viver o momento. Isso é, infelizmente, mais fácil dizer do que fazer.

Nossas mentes normalmente se recusam a permanecer no presente, constantemente lamentando um passado que nunca pode ser desfeito ou esperando ansiosamente um futuro que pode nunca chegar. Qual é a solução para viver nossas vidas “fora do tempo”? Muitos homens sábios, como James, sugeriram a mesma resposta: É também a prática núcleo do budismo, bem como o título de uma das melodias mais inesquecíveis de George Harrison:  “Be Here Now”, ou “Esteja Aqui Agora”.

A meditação, que se esforça para manter a atenção plena de cada momento que passa, tem se mostrado capaz de tornar significativamente mais lenta nossa percepção do tempo, o que tem um grande potencial para aliviar a ansiedade e depressão.

Minuto de Nova Iorque

Johnny Carson definiu um “Minuto de Nova Iorque” como o intervalo fugaz entre um semáforo de Manhattan ficando verde e o cara atrás de você buzinando. Claramente, a ideia é que tudo acontece tão rápido na Big Apple que o próprio tempo se acelera.

Este pedaço de “percepção do tempo” é o lugar onde nós deixamos o mundo dos relógios para trás. Qualquer pessoa que já saiu de uma estação de metrô subterrânea para uma avenida movimentada entende essa ideia. A quantidade de dados de entrada e visuais tem uma tendência a congelar um observador despreparado.

O que cria esse efeito em cidades grandes? Ele pode ser visto como uma extensão da “ilusão do relógio parado”. Esse efeito pode ser experimentado a qualquer momento quando você move seus olhos de repente para o ponteiro de segundos de um relógio analógico. O clique entre segundos de repente fica muito longo. Isso acontece porque há a perda de dados durante os movimentos rápidos dos olhos, e essa entrada ausente é “inserida” após o movimento, causando um aumento percebido na duração do tempo.

Música e tempo

Alguma vez você já se “perdeu” em uma canção? O tempo e o mundo exterior são muitas vezes esquecidos enquanto estamos sob o feitiço da música. A música tem o poder de criar o que equivale a um mundo temporal paralelo. Se a experiência é intensa o suficiente, os neurocientistas podem ver mudanças na atividade do córtex sensorial do cérebro, que causa uma sensação de atemporalidade.

Ao distorcer a percepção do ouvinte da música, o tempo também pode ser um manipulador comportamental muito eficaz. Muitas lojas gostam de tocar músicas novas e populares, o que pode fazer com que os consumidores fiquem mais tempo do que quando ouvem músicas mais velhas e familiares. A novidade faz o tempo parecer passar mais rápido, assim os clientes subestimam o tempo que estiveram na loja.

Além disso, estudos têm mostrado um aumento de 38% no tempo gasto em compras quando a música de fundo é lenta. Um ritmo lento e suave tende a manter os compradores em um estado relaxado, fazendo-os esquecer quanto tempo eles estão fazendo compras.

Drogas e Tempo

Drogas podem alterar nossa percepção de tempo? De um modo geral, depende da droga e da situação. Como estudar a percepção do tempo administrando medicamentos para os seres humanos é extremamente imoral, grande parte das provas de distorção de tempo movidas a droga é anedótica.

Mais notavelmente, ópio e drogas psicadélicas têm sido relatadas para retardar bastante a passagem percebida de tempo. Thomas De Quincey, autor de Confissões de um Comedor de Ópio, afirmou que parecia ter vivido 70 anos em uma noite. Aldous Huxley relatou o mesmo tipo de dilatação do tempo durante suas experiências com a mescalina e LSD. Uma explicação simplista pode ser que o nosso sentido subjetivo de tempo vem de um acerto de contas aproximada de pensamentos por minuto, e sob a influência do ópio e drogas psicodélicas, a nossa taxa de pensamento aumenta. Isso resulta em uma diminuição do tempo percebida compensatória.

Sob condições normais, os ratos de laboratório mostram um sentido surpreendentemente preciso de tempo. Por exemplo, os ratos podem aprender rapidamente que eles só recebem comida quando a alavanca é pressionada depois de 13 segundos e tornam-se muito bem sucedidos em julgar este intervalo de tempo. Contudo, os ratos com doses de metanfetamina pressionaram a alavanca cedo demais, indicando um sentido de tempo acelerado. Quando foi administrado haloperidol, eles pressionaram a alavanca tarde demais, indicando um sentido de tempo desacelerado. Estes estudos são amplamente aceitos como uma evidência experimental de que as drogas alteram a percepção do tempo.

Idade e tempo

No clássico de Willie Nelson “Engraçado Como o Tempo Passa”, o cantor lamenta: “Tem sido assim por muito tempo, mas agora parece que foi ontem.” Olhando para o nosso passado, percebemos que os eventos podem ter ocorrido há muito tempo, mas a vivacidade das suas memórias, por vezes, faz com que os eventos pareçam ter acontecido faz pouco tempo.  Este efeito “telescópico” cria a ilusão convincente de que anos correm mais rápido à medida que envelhecemos. Em outras palavras, “o tempo telescópico” vem da discrepância entre o tempo medido e nossa própria linha de tempo subjetiva.

Outra razão pela qual os anos parecem passar mais rápido com a idade é simples. Quando você tem 10 anos de idade, um ano representa 10% de sua vida. Quando você tem 60, ele representa 1,67% ano de sua vida. Mesmo que ainda seja a mesma quantidade de tempo, não é proporcionalmente a mesma.

Como nossas vidas se tornam mais rotineiras e redundantes, esta aceleração percebida fica mais forte. Nossos cérebros tendem a “pular” coisas que fazemos repetidas vezes, porque não há necessidade de armazenar dados que já temos. O tempo decorrido real não é processado durante eventos redundantes, e é por isso que parece demorar uma eternidade para nos conduzirmos a um novo lugar, mas a condução de volta para casa parece levar a metade do tempo, mesmo que você esteja indo pelo mesmo caminho.

A solução para “alongar” seus anos é simples. Seja espontâneo, faça algo novo, saia do mais do mesmo…

Tempo cíclico

A ideia de um universo oscilante é atraente para muitos. Em vez da expansão infinita, o universo oscilante vai do Big Bang ao Big Crunch, eternamente. Nessa teoria, o universo nasce de um Big Bang, se expande por dezenas de bilhões de anos, para de se expandir, e a gravidade faz com que ele se contraia… cada vez mais, até colapsar sobre si mesmo em um evento denominado Big Crunch. Daí, acontece um novo Big Bang, e o universo “nasce” novamente, em um ciclo infinito.

Dilatação do tempo

Os físicos consideram o tempo como uma dimensão fundamental do universo, mas a suposição de apenas um fluxo constante e linear foi convincentemente derrubada pela teoria da relatividade de Einstein. O tempo, uma vez pensado para ser simples e absoluto, é influenciado pela velocidade e gravidade.

Já se perguntou como seu GPS sabe que você acabou de passar por uma rua que era para você ter entrado e agora está pedindo-lhe para fazer um retorno? O sistema de posicionamento global (GPS) está ligado a uma rede de 24 satélites que carregam relógios atômicos de precisão. Comparados com os relógios terrestres, estes satélites “perdem” sete microssegundos por dia, porque eles estão em um fluxo de tempo mais lento. Sem compensação constante, mesmo esta extremamente pequena perda de tempo se acumula rapidamente, com erros tão grandes quanto 6km em um dia.


Sistemas de GPS são capazes de fazer esses ajustes constantes porque a aceleração “desacelera” o tempo, e quanto mais rápido algo se move, mais devagar o tempo passa para esse algo. Os físicos chamam este efeito de “dilatação do tempo”. Sob sua influência, um viajante espacial poderia retornar à Terra depois de uma viagem de 20 anos para se encontrar centenas de anos no futuro.

Fonte: http://ocientista.com/c/curiosidades/

Arqueólogos fazem descoberta incrível em Stonehenge!

Por

Usando um poderoso radar que penetra no solo, os pesquisadores que trabalham em torno de Stonehenge detectaram um tesouro de túmulos funerários, capelas, santuários, poços – e mais notável de todos – um monumento megalítico maciço composto por mais de 50 pedras gigantes enterradas ao longo de um invólucro em forma de C com 329 metros de comprimento.


Esta notícia é surreal – e está redefinindo praticamente tudo o que pensávamos que sabíamos sobre Stonehenge. Apenas uma semana depois de descobrir que Stonehenge era um círculo completo, os arqueólogos das universidades de Birmingham e Bradford, e do Instituto Ludwig Boltzmann em Viena, quebraram a imagem de Stonehenge como um lugar desolado e solitário.

Depois de quatro anos de trabalho árduo, e usando um magnetômetro, um radar de penetração no solo (GPR), e um scanner a laser 3D, os arqueólogos mostraram que Stonehenge era uma vez um complexo que se estendia por quilômetros.


E há o antes desconhecido “super henge,” um monumento localizado a apenas dois quilômetros de Stonehenge. Scans sugerem que cada pedra enterrada tem cerca de 3 metros de comprimento e 1,5 metro de largura. As pedras são posicionadas horizontalmente, e não verticalmente, mas é concebível que originalmente ficaram em pé como as outras pedras. Os arqueólogos suspeitam que elas foram trazidas para o local pouco antes de 2.500 aC.

O Independent reporta(matéria orginal aqui):

O invólucro em forma de C – com mais de 330 metros de largura e mais de 400 metros de comprimento – está voltado diretamente para o rio Avon. O monumento foi mais tarde convertido para um recinto aproximadamente circular, agora conhecido como Durrington Walls – o maior henge pré-histórico da Grã-Bretanha, cerca de 12 vezes o tamanho do próprio Stonehenge.

Como um complexo religioso, quase certamente teria tido uma ligação profundamente espiritual e ritual com o rio. Mas precisamente por isso que é um completo mistério, embora seja possível que esse trecho específico da água fosse considerado como uma divindade.

Como outros  santuários religiosos Neolíticos e da Idade do Bronze, ele varia entre 10 e 30 metros de diâmetro. Scans também revelaram cerca de 20 poços grandes, cada um com até 5 metros de diâmetro. Mais do que uma meia dúzia de túmulos da Idade do Bronze foi descoberta, junto com quatro santuários e túmulos da Idade do Ferro.


Sob um dos montes, os pesquisadores identificaram uma construção em madeira de 33 metros datada em cerca de 6.000 anos de idade. Provavelmente foi usada para enterros, rituais e práticas relacionadas.



Os monumentos e estruturas não foram todos construídos ao mesmo tempo, o que significa que o complexo não foi concebido ou planejado como um todo. Uma análise mais aprofundada pode revelar exatamente como o sítio evoluiu através dos tempos.

Fontes; http://io9.com/
             http://ocientista.com/c/arqueologia/

4 problemas infinitos

O infinito não é um número, não é uma medida: é uma ideia, que representa o que não tem limites ou fim. O conjunto dos números naturais, por exemplo, é infinito, por que não importa qual o número que você tem, sempre poderá adicionar 1 e obter o número subsequente.

Mesmo sendo a representação de uma ideia, e não um número, o infinito tem algumas propriedades numéricas que permitem que a gente trabalhe com ele.

Por exemplo, se representarmos esta ideia com o símbolo ∞, podemos escrever ∞ + 1 = ∞, que pode ser interpretado com “se algo não tem fim, você pode somar 1 e ela ainda será sem fim”.
A coisa mais importante sobre o infinito é que – ∞ < x < ∞, onde x é um número real, que é uma abreviação para a frase "menos infinito é menor que qualquer número real, e infinito é maior que qualquer número real".

Algumas operações com o ∞ são indefinidas, como, por exemplo, ∞ + ∞ = ∞, ou - ∞ + - ∞ = ∞. Além disso, existem também os conjuntos com infinitos elementos, e a ideia de tamanhos diferentes de infinitos.

Mas o mais bizarro são os paradoxos que temos com os números infinitos. Um paradoxo é uma noção verdadeira que desafia nossa intuição, ou até mesmo a lógica. Vejamos alguns paradoxos envolvendo o infinito:

1. Hotel de Hilbert

Imagine um hotel com infinitos quartos, e que todos eles estão ocupados. Chega um viajante no hotel, e pede para se hospedar. Só que não tem vagas; apesar de ter infinitos quartos, o hotel já está totalmente ocupado.

Mas o gerente é um sujeito que não manda ninguém embora, e faz o seguinte: pede para o hóspede do quarto 1 se mudar para o quarto 2, o hóspede do quarto 2 se mudar para o quarto 3, o hóspede do quarto 3 se mudar para o quarto 4, e assim por diante.

E pronto, o hotel que estava cheio, agora tem uma vaga para o novo hóspede. Usando esta estratégia, o gerente do hotel pode acomodar um novo hóspede, 10 novos hóspedes, um milhão de novos hóspedes, ou até um número infinito de novos hóspedes.

Este paradoxo foi proposto pelo matemático alemão David Hilbert, e é um paradoxo porque a nossa definição de hotel cheio é que não há vagas para novos hóspedes. Mas se o hotel tiver infinitos quartos, mesmo que todos eles estejam cheios, ainda assim dá para acomodar um conjunto de novos hóspedes, até mesmo infinitos novos hóspedes.

2. Trombeta de Gabriel

A Trombeta de Gabriel, ou a Trombeta do Anjo Gabriel, ou ainda a Trombeta de Torricelli é uma superfície na forma de um funil (ou de trombeta). Ela começa larga e vai afinando rapidamente, mas nunca fica fechada – ou seja, segue até o infinito.

A superfície da trombeta é infinita, mas o volume que ela envolve não é infinito (uma ideia matemática). Suponha que você tenha que pintar de dourado o lado de dentro desta trombeta. A superfície dela é infinita, então você precisa de uma quantidade infinita de tinta, certo? Bem, você pode pegar uma quantia finita de tinta, correspondendo ao volume da trombeta, e jogar esta tinta na trombeta, deixando ela escorrer.

Você pode escolher aí o que vai te deixar mais desconfortável: se é uma superfície infinita envolver um volume finito, ou se é uma quantia finita de tinta cobrir uma superfície infinita.

O discípulo de Galileu Evangelista Torricelli foi o primeiro a pensar neste problema, que ele achou tão extraordinário que a princípio imaginou que tivesse feito alguma coisa errada.

Outros filósofos e matemáticos ficaram tão horrorizados com os paradoxos que surgiam com o infinito, que chegaram a propor o banimento da ideia.

3. O enigma do jogo de dardos

Suponha que você tem um alvo, um dardo, e 100% de certeza que irá acertar o alvo em alguma parte. Agora pense na ponta do dardo, o ponto matemático exato da sua extremidade, e pense em um ponto matemático no alvo. A pergunta é, qual a probabilidade que aquele ponto tem de ser atingido pelo dardo?

Podemos começar supondo que há uma chance maior que zero daquele ponto ser atingido pelo dardo. Só que aí começam os problemas. Se há uma chance maior que zero de um ponto ser atingido, então há uma chance maior que zero para todos os outros pontos, de que eles serão atingidos pelo dardo. Mas existem infinitos pontos no nosso alvo.

Se você somar as probabilidades de todos os pontos, vai chegar à conclusão de que o alvo todo tem uma probabilidade infinita de que ser atingido, o que não faz sentido, já que esta probabilidade não pode ser maior que 100%.

E o que acontece se imaginarmos que a probabilidade de um ponto ser atingido é zero? Se a probabilidade de acertar aquele ponto particular é zero, então ela é zero para todos os outros pontos, e se somarmos as probabilidades de todos os pontos para ter a probabilidade de acertar o alvo, ela é zero. Mas temos certeza de que o alvo será atingido, como pode ser zero, então?

4. Duplicando seu dinheiro

Imagine que um cassino esteja oferecendo um novo jogo. O jogo começa com um real no banco de apostas. A pessoa joga uma moeda. Se sair cara, o que tem no banco de apostas é dobrado, se sair coroa, o jogo termina e o jogador ganha o que tiver no banco de apostas.

Quanto você pagaria para entrar neste jogo? Ou quanto seria justo para o cassino cobrar? Se você souber um pouco de matemática já deve ter ouvido falar em “esperança matemática”, ou seja, em um jogo envolvendo probabilidade do ganho esperado. E qual o ganho esperado neste jogo?

A maioria provavelmente apostaria R$ 5,00, talvez um pouco mais, mas o que a matemática diz é: “aposte o que você tiver, a esperança de ganho é infinito”. O jogador tem probabilidade de 50% de ganhar R$ 1, 25% de probabilidade de ganhar R$ 2, 12,5% de ganhar R$ 4, e assim por diante. O valor esperado é a soma da probabilidade multiplicada pelo valor do prêmio, assim:

E = 1/2 + 1/2 + 1/2 + 1/2 + …

Esta é uma soma de infinitas frações 1/2, e o resultado é infinito. Ou seja, matematicamente falando, a esperança matemática de ganho é infinita. Mas, paradoxalmente, muita pouca gente está disposta a pagar alguma coisa a mais que R$ 20,00 para jogar este jogo.


Obviamente, estamos falando de um cassino hipotético, capaz de colocar quanto dinheiro for necessário no banco de apostas. Na prática, haverá um limite para o prêmio máximo, e também para o número máximo de jogadas (ninguém vai ficar lançando uma moeda infinitas vezes). Talvez o paradoxo surja daí: ninguém espera ou consegue entender um cassino capaz de cobrir um prêmio infinito ou uma série infinita de caras em uma série infinita de lances de moeda.

Fonte: http://hypescience.com/

Existem evidências físicas do Jesus histórico?

Jesus Cristo é a pessoa mais famosa que já viveu, mas será que ele realmente viveu? A maioria dos historiadores de teologia, tanto cristãos quanto não cristãos, acredita que Jesus realmente existiu, mas eles chegaram a esta conclusão através de evidência textual bíblica, e não das inúmeras relíquias que são expostas como evidência física em igrejas por toda a Europa.

A razão disso é que as evidências físicas da vida e morte de Jesus Cristo, que vão de fragmentos de textos em pergaminhos a pedaços de madeira alegadamente da sua cruz, não passam pelo teste do escrutínio científico.

7. Lençóis bíblicos

Esta é talvez a relíquia mais famosa no mundo: o Sudário de Turim, um lençol que se acredita tenha sido a mortalha que teria envolvido o corpo de Jesus. O lençol, com 4,5 metros de comprimento e 1,1 metros de largura, tem uma imagem em negativo do corpo de um homem, e tem sido adorado por milhões de peregrinos em uma catedral em Turim, Itália. Mas, cientificamente falando, é uma fraude.

A datação de carbono-14 apontou que o sudário não é da época de Jesus, mas do século 14. Por coincidência, também é no século 14 que o sudário aparece pela primeira vez em registros históricos, em um documento escrito pelo bispo francês Pierre d’Arcis em 1390, alegando que a imagem de Jesus sobre o tecido havia sido “engenhosamente pintada”, um fato “atestado pelo artista que fez a pintura”.

Atualmente, a Igreja Católica não confirma oficialmente a autenticidade do Sudário de Turim, apesar de muitos dos fiéis, incluindo o Papa Bento XVI, indicarem que pessoalmente acreditavam na santidade do mesmo.

6. Lascas de madeira

Uma das supostas evidências são as lascas da “Cruz Verdadeira” – a cruz na qual Jesus teria sido crucificado -, espalhadas pelas igrejas da Europa. Segundo o teólogo do século 16, João Calvino, “não há abadia tão pobre que não tenha um exemplar. Em alguns lugares, há fragmentos grandes, como na Santa Capela em Paris, em Poitiers, e em Roma, onde dizem que um crucifixo de bom tamanho teria sido feito com ele. Em resumo, se todos os pedaços que conhecemos fossem juntados, eles somariam o carregamento completo de um grande navio, enquanto o Evangelho testifica que um único homem foi capaz de carregar a cruz.

A “Enciclopédia Católica”, contudo, cita o trabalho de um autor do século 19, M. Rohault de Fleury, que publicou em 1870 o livro “Mémoire sur les instruments de la Passion” (Paris, 1870), onde contabilizou todos os fragmentos existentes à época da “Cruz Verdadeira”, e chegou à conclusão que eles não chegavam a fazer uma cruz (4.000.000 mm³ de madeira, contra um volume total estimado por M. Fleury de 178.000.000 mm³). Dentre os fragmentos existentes, nenhum foi testado para verificar sua idade, quer por carbono-14, quer por comparação de anéis de crescimento.

5. Ferragem Sagrada

No documentário “The Nails of the Cross” (“Os Pregos da Cruz”, em tradução livre) que foi ao ar em 2011 no History Channel, o cineasta Simcha Jacobovici conta a história de dois pregos supostamente encontrados em uma tumba de 2.000 anos em Jerusalém.

No mesmo programa, ele também apresentou evidências circunstanciais que parecem sugerir que aquelas relíquias enferrujadas foram usadas para pregar Jesus na cruz: a tumba em que foram encontrados os pregos supostamente pertenceriam ao sumo sacerdote judeu Caifás, que presidiu o julgamento de Jesus, segundo o Novo Testamento.

Na crítica do filme, a agência de notícias Reuters apontou que a maioria dos especialistas e estudiosos do documentário não são imparciais e que o trabalho do cineasta é forçado. E golpes publicitários não faltam quando se trata dos santos pregos. Em 1911, o erudito Herbert Thurston contou todos os pregos que se acreditava terem sido usados na crucificação, e encontrou nada menos que 30 pregos sendo venerados pela Europa. O número exato de pregos usados é desconhecido, há uma controvérsia se eram três ou quatro.

Na Enciclopédia Católica, Thurston aponta que “provavelmente a maioria dos pregos eram anunciados como réplicas que tocaram ou que continham limalha de pregos mais antigos. Sem fraude consciente da parte de ninguém, é fácil que uma imitação seja considerada verdadeira em pouco espaço de tempo”.

4. Mentiras de chumbo

Setenta livros de metal foram supostamente descobertos em uma caverna na Jordânia, e foram considerados os documentos cristãos mais antigos. Datando de poucas décadas após a morte de Jesus, os estudiosos chamaram os “Códices de Chumbo” ou “Códices Jordanianos” a mais importante descoberta na história da arqueologia.

Os cristãos assumiram que os livros eram a prova da existência real de Jesus, por que uma página tinha uma imagem dele. Um fragmento de texto escrito “eu deverei caminhar ereto” foi interpretado como uma referência à ressurreição de Jesus, uma evidência forte de que ela teria acontecido, e pouco tempo depois do fato.

Mas os códices de chumbo são uma fraude – uma mistura de dialetos anacrônicos e imagens copiadas de outras fontes, forjado nos últimos 50 anos. “Na imagem, ‘Cristo’ é na verdade o deus-sol Helios, de uma moeda que veio da ilha de Rodes”, conta o arqueólogo de Oxfort, Pether Thonemann. “Também tem inscrições sem sentido em hebreu e grego”.

3. Pergaminhos sagrados

Uma das mais importantes descobertas arqueológicas que de fato foi datada no tempo de Jesus pode ou não ser evidência de sua existência, dependendo para quem você perguntar. Os Pergaminhos do Mar Morto, um conjunto de pergaminhos e papiros encontrados nos anos 1940 em Israel, foram escritos entre os anos 150 AEC e 70 EC. Existe uma referência nestes pergaminhos a um “mestre da justiça”. Alguns dizem que este mestre é Jesus, outros, que pode ser qualquer um.

2. A Coroa de Cristo

Segundo o Evangelho, antes da crucificação Jesus recebeu dos soldados romanos uma coroa de espinhos, uma piada dolorosa sobre sua soberania. Muitos cristãos acreditam que o espinhento instrumento de tortura ainda existe, mas em pedaços espalhados na Europa.

Uma coroa quase completa está abrigada na Catedral de Notre Dame em Paris. A história documentada da Coroa de Espinhos se estende 16 séculos no passado, uma procedência impressionante, mas não chega ao ano 30 da Era Comum. Além disso, a coroa de Notre Dame é uma tiara feita de um arbusto, e não tem nenhum espinho.

1. A Bíblia

O melhor argumento a favor de Jesus como uma pessoa que realmente viveu é, obviamente, a própria Bíblia. Os estudiosos acreditam que os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João foram escritos por quatro discípulos de Cristo décadas após a crucificação. Existem outros evangelhos que não fazem parte do cânon, mas que também foram escritos por contemporâneos de Jesus. Existem diferenças em detalhes nos relatos de eventos na vida e morte de Jesus, mas também há bastante concordância, e durante os séculos de análise cuidadosa, os estudiosos bíblicos chegaram a um perfil geral de Jesus, o homem.


“Sabemos algumas coisas sobre o Jesus histórico – menos do que alguns cristãos pensam, mas mais do que alguns céticos pensam”, conta Marcus Borg, um estudioso bíblico famoso, autor e professor aposentado de religião e cultura na Universidade do Estado de Oregon (EUA). “Apesar de alguns livros terem argumentado recentemente que Jesus nunca existiu, as evidências de que ele viveu são convincentes para a grande maioria dos estudiosos, sejam eles cristãos ou não cristãos”.

Fonte: http://www.livescience.com/