Nos últimos anos, vários métodos têm sido aplicados em busca da
criação de um poderoso computador quântico, que revolucionaria a
computação ao permitir o uso de qubits (unidade de informação que vai
além do código binário de 0 e 1) e faria cálculos muito mais rapidamente
do que um computador normal. Até o momento, nenhuma tecnologia
desenvolveu tal aparelho, mas isso pode ser alcançado a partir do
conceito de hibridismo de tecnologias.
Esta possibilidade está sendo estudada por cientistas de várias
universidades europeias. Como se trata de computadores quânticos, estes
trabalhariam com a menor partícula quântica “controlável”, o átomo. A
ideia, em linhas gerais, é usar os próprios átomos como qubits, que
permitem um novo leque de cálculos computacionais.
O problema é que não é fácil fazer os átomos desempenharem esse
papel. Os experimentos mais avançados, até hoje, conseguiram prender em
um campo elétrico não mais do que 14 átomos, por poucos minutos, para
fazê-los atuar como qubits. A solução para isso já é conhecida, mas
apenas teoricamente: usar fios supercondutores.
A partir de experimentos semelhantes voltados para o mesmo fim,
cientistas descobriram que fios supercondutores podem ser “programados”
para se comportar como qubits, o que eliminaria a necessidade de átomos.
Mas o meio ambiente tende a destruir estes mini fios disfarçados de
qubits, já que forçam uma condição não natural. Dessa maneira, é muito
difícil manter fios supercondutores nesta função.
E neste ponto entra o hibridismo: se não dá para usar apenas átomos
ou apenas fios supercondutores como qubits, talvez um computador
quântico possa ser composto de ambos. Para isso, estão desenvolvendo a
seguinte ideia: um disco rígido (HD) feito a base de átomos, responsável
pela memória do computador, associado a um CPU composto de fios
supercondutores, para o qual as informações seriam lançadas.
Em outras palavras, pretendem dividir um computador quântico em duas
partes: uma fica sob responsabilidade dos átomos e outra é controlada
por fios supercondutores. Em cada uma, os componentes seriam capazes de
desempenhar o papel de qubits. Para que isso seja possível, o plano é
usar um avançado chip feito de diamante.
De todos os materiais testados, o diamante é o que melhor consegue
manter um estado elétrico alterado em seu interior (pré requisito
necessário para a existência de um qubit), e também o que “segura” tal
estado por um maior período de tempo.
Com um chip de diamante, os cientistas esperam que tanto o HD atômico
quanto o CPU de fios possam alcançar o máximo de sua eficiência. Ainda
não está claro, contudo, como um chip de diamante poderia ser moldado
para dar conta desta tarefa. Este é o próximo desafio dos pesquisadores.
Fonte: http://www.sciencenews.org/
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