O vencedor do Nobel, Ernest Rutherford, afirmou que “toda ciência é
física ou coleção de figurinhas”. (Ironicamente, ele ganhou o prêmio em
química, e não física). Os físicos talvez não sejam os caras mais
modestos do mundo, mas se tem uma coisa em que eles se destacam é no
campo dos nomes para teorias. Aqui estão alguns dos melhores – e seus
significados.
1 – Amadurecimento de Ostwald
Imagine uma superfície com condensação, como uma garrafa d’água. No
começo, o fenômeno se resume a gotas. Mas se você esquecer a garrafa por
um tempo, sem tocá-la, vai notar que aquelas pequenas formas vão
ficando maiores. Isso é o fenômeno do Amadurecimento de Ostwald.
A premissa básica é que as gotas maiores são “energeticamente mais
favorecidas” do que as menores. Isso porque as partículas na superfície
são menos estáveis do que as no meio, e as gotas menores têm maior
proporção de moléculas na superfície do que as menores. Para ficarem
mais estáveis, as menores acabam se juntando, tornando-se maiores.
Então, se observar bem, você consegue ver as pequenas virando grandes.
Mesmo que você nunca tenha observado o fenômeno por tempo suficiente,
já o deve ter presenciado no sorvete esquecido no congelador. Aqueles
cristais duros, que eram pequenos e eventualmente ficaram grandes, são o
exemplo desse fenômeno.
2 – Estrada de vórtices Von Karman
No campo da mecânica dos fluidos, os físicos analisam o andamento e
as formas dos líquidos pelo espaço. Uma das mais fantásticas formas já
observadas é o conjunto de redemoinhos que objetos como barcos deixam
para trás, no mar. Conforme o barco se move, ele divide a água em dois. E
quando ela se reúne novamente, cria um padrão de vórtices conhecido
como Estrada de Vórtices Von Karman.
O fenômeno é importante em várias questões. Prédios altos, chaminés e
periscópios de submarinos, por exemplo, têm que lidar com o fenômeno.
Conforme essa força chega, as estruturas vibram fortemente.
E não são apenas objetos grandes que tem de lidar com isso. O bater
de asas dos insetos também cria pequenos redemoinhos no ar. Mas ao invés
de sofrer as consequências, os pequenos animais viram suas asas um
pouco antes da subida, acompanhado o movimento do ar.
3 – Anti-telefone taquiônico
Quer mandar mensagens para o passado? Sem problemas, apenas pegue seu
anti-telefone taquiônico. A ideia de falar com o passado – usando a
física, pelo menos – começou em 1907, quando Albert Einstein pensou na
ideia de enviar sinais mais rápidos do que a luz.
Mas ele não deu esse estranho nome para a teoria; foi Gregory Benford quem cunhou o termo, em 1970.
Exemplificando: suponha que Alice e Roberto façam o seguinte acordo:
ela vai enviá-lo uma mensagem às três da tarde se, e apenas se, ela não
receber uma dele a 1h. Ao receber a mensagem de Alice às duas horas,
Roberto imediatamente manda uma mensagem ao passado, para chegar a uma.
Mas a segunda troca de falas só vai ocorrer se a primeira não acontecer.
Essa ideia exige algo chamado de “partículas taquiônicas” – que não existem nem em teoria, quem dirá no mundo real.
4 – O teorema da bola peluda
Você já tentou pentear um coco? Qualquer físico diria para você não fazer isso.
Se você tem uma bola com pelos do mesmo tamanho, é impossível que
eles fiquem bem colocados na superfície do objeto. Pense em uma cabeça.
Se você tenta pentear tudo bonitinho vai acabar com uma parte “lambida” e
outra com uma marca, onde você começou a puxar os cabelos.
Isso tem implicações em várias coisas, dos ciclones à computação
gráfica. Engenheiros de nanotecnologia usaram esse teorema para criar
pequenas bolas com pelos dourados que conseguem grudar umas nas outras. E
porque o vento não deixa de ser um monte de cabelos voando pelo
planeta, sempre vai existir um local onde ele não sopra – o começo do
penteado.
5 – O teorema enorme
Esse se refere a um teorema que é, literalmente, enorme. Conhecido
como o grupo dos simples finitos, o teorema enorme exigiu mais de 100
matemáticos, centenas de publicações e 15 mil páginas para ser
comprovado, tornando-o a maior prova matemática de todos os tempos.
O que esses especialistas estudaram é que todo grupo de números
simples finitos pertence a uma dessas quatro categorias: cíclica,
alternada, grupo simples do tipo mentira, ou esporádica.
A pesquisa desse teorema começou em 1832, e não foi completada até
2004. Há, provavelmente, poucos matemáticos no mundo que o compreendem
por completo. E para falar a verdade, nem os especialistas sabem direito
o que estão ganhando com essa conclusão. Mas para um recorde mundial,
até que estão indo bem.
Fonte: http://www.lifeslittlemysteries.com/
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