Embora surjam cada vez mais dados sobre como a anti-matéria existe e
se manifesta no ambiente, ainda não ficou claro para os físicos o
seguinte: se a anti-matéria existe na mesma proporção que a matéria
propriamente dita, por que a matéria é que predomina no universo?
Cientistas americanos parecem estar mais próximos da resposta.
Os pesquisadores executaram um experimento feito no Fermilab (segundo
maior acelerador de partículas do mundo, localizado em Chicago, nos
EUA), como parte do projeto “Detector de Colisões do Fermilab” (CDF, na
sigla em inglês). Na ocasião, os cientistas verificaram que o decaimento
(divisão em porções menores) em partículas de matéria ocorre de maneira
diferente da anti-matéria.
De acordo com a teoria mais recente, a matéria predomina no universo
sobre a anti-matéria justamente devido a uma diferença no decaimento que
vem desde o Big Bang. De acordo com o chamado Modelo Padrão, que
descreve as propriedades de todas as partículas subatômicas, foi
possível fazer uma estimativa de como o decaimento de cada uma deveria
transcorrer.
Para o experimento em questão, foram observadas as partículas
D-meson, que podem decair em kaons e pions. Há até pouco tempo, os
cientistas consideravam que a diferença no índice deste decaimento,
entre matéria e anti-matéria, era praticamente nula (menos de 0,1%), ou
seja: a matéria e a anti-matéria deveriam ter se comportado mais ou
menos da mesma forma desde o Big Bang.
Nos testes mais recentes, no entanto, os aceleradores de partículas
apuraram que esta diferença é maior do que se imaginava (o Fermilab
chegou ao valor de 0,62%, e o famoso LHC registrou 0,8%), o que indica
um novo conceito.
Aparentemente, as partículas subatômicas da matéria e da anti-matéria
tenderam naturalmente, desde os primórdios, a se comportar de maneiras
distintas. Isso explicaria a diferença no papel de cada uma na física do
universo.
Fonte: http://www.bbc.co.uk/news/science-environment
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