Duas sondas espaciais norte-americanas lançadas em 1972 e 1973, respectivamente a Pioneer 10 e a Pionner 11 da Nasa, têm intrigado cientistas por décadas. As
Pioneers começaram uma estranha desaceleração de cerca de 0,9
nanômetros por segundo quadrado, voltando novamente em direção ao sol.
Mas o que estaria causando essa aceleração negativa? Tantas ideias já
foram estudadas que pesquisadores levantaram até mesmo a hipótese de
estarmos perante uma nova força da natureza que contradiria a Teoria da
Relatividade Geral de Einstein.
Em julho deste ano, a solução para o mistério parecia finalmente ter
aparecido. Pesquisadores da Jet Propulsion Laboratory (JPL) da Nasa
tinham afirmado que a Anomalia Pioneer
(como é conhecido o fenômeno), estava sendo ocasionada pelo calor
emanado da corrente elétrica que flui através dos instrumentos e do
fornecimento de energia termoelétrica das sondas. Embora o calor seja
sutil, pesquisadores acreditavam que ele seria capaz de empurrar a nave
espacial ligeiramente para trás.
O pesquisador Sergei Kopeikin, da Universidade de Missouri (EUA) não
acredita que a hipótese do calor esteja correta. De acordo com o
astrônomo, essa teoria só é capaz de explicar de 15 a 20% do fenômeno.
Para ele, o motivo que ocasiona a Anomalia Pioneer tem relação com a
expansão do universo.
Kopeikin desenvolveu um novo conjunto de cálculos para explicar o
fenômeno, considerando a expansão do universo e a forma que isso afeta o
movimento de fótons que formam a luz e ondas de rádio – pois é a partir
disso que é possível medir grandes distâncias no universo.
Para medir a velocidade das sondas, os cientistas da Nasa que
levantaram a hipótese do calor como o motivo da desaceleração
transmitiram feixes de ondas de rádio para a nave, e esperaram seu
retorno à Terra (efeito chamado de Doppler-tracking). A velocidade das
sondas pode assim ser determinada através da medição do tempo que os
fótons demoram para voltar para o nosso planeta.
Mas Kopeikin percebeu que os fótons estavam se movendo a uma
velocidade diferente do que é previsto pela teoria de Newton – o que deu
a impressão de desaceleração. Em outras palavras, as sondas Pioneer não
estão desacelerando, como acreditamos por décadas. Mas como o universo
está se expandindo e as naves estão muito longe, temos a falsa sensação
da diminuição de velocidade.
Se Kopeikin estiver certo, sua descoberta e cálculos irão mudar a
maneira como os astrônomos medem a velocidade de objetos a distâncias
extremas.
As sondas espaciais Pioneer 10 e 11 estão entre as primeiras sondas
enviadas pelo programa de exploração espacial da Nasa. Elas tinham, como
objetivo primário, explorar o meio interplanetário para além da órbita
de Marte, investigar o cinturão de asteroides, explorar Júpiter e mapear
Saturno e Júpiter.
No início dos anos 80, observou-se uma desaceleração nas naves
espaciais, em direção ao sol. Esse fato foi inicialmente desprezado,
pois cientistas acreditavam que o efeito era devido a algum fluxo de
propulsão do combustível deixado nas linhas depois dos controladores
terem desligado o propulsor.
Só em 1998, quando um grupo de cientistas descobriu o que parecia uma
desaceleração real que contradizia a Teoria da Relatividade Geral de
Einstein, é que a Anomalia Pioneer começou a gerar polêmica e ser
estudada mais a fundo.
Fonte: http://hypescience.com/
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