Depois que descobriu um tumor agressivo em seu corpo, o tcheco Jakub
Halik, de 37 anos, teve seu coração removido. Seis meses mais tarde,
continua aguardando um doador.
O que mantém Jakub vivo não é exatamente um coração artificial, mas
um par de bombas mecânicas que faz seu sangue circular. Ele é o segundo
homem no mundo a passar por esse procedimento – o primeiro, Craig Lewis,
sobreviveu durante um mês, mas a doença que o havia levado à mesa de
cirurgia afetou outros órgãos e o matou, em 2011.
No dia 3 de abril, o coração de Jakub foi substituído pelo par de
bombas. Um transplante convencional era inviável, pois os remédios
necessários não podiam ser tomados por causa do câncer. “Foi difícil,
mas eu não tinha outra chance. Sabiam que com o tumor eu só poderia
sobreviver por mais um ano, e eu decidi lutar desta forma”, conta Jakub.
Aos olhos de um leigo, as bombas parecem pedaços de encanamento. Por
dentro de cada uma delas, há um propulsor que gira 10 mil vezes por
minuto para manter o sangue circulando. A bateria fica fora do corpo do
paciente, ligada por um cabo flexível implantado sob a pele.
Naturalmente, outros pacientes já usaram aparelhos como esse, para
sobreviver a doenças ou danos no coração enquanto aguardavam um
transplante. O caso de Jakub, contudo, foi excepcional, pois a ausência
do coração fez com que fossem necessárias duas bombas para mantê-lo
vivo.
Cada bomba desempenha uma função: uma bombeia sangue até os pulmões,
para que seja oxigenado; a outra bombeia este sangue para o resto do
corpo. O fluxo contínuo e a “divisão de tarefas” devem fazer com que o
mecanismo dure mais do que corações artificiais “comuns”. A única coisa
que não é reproduzida é a pulsação. “Eu nem noto, porque as funções do
corpo são as mesmas, apenas meu coração não bate e eu não tenho mais
pulso”, diz Jakub.
Nos primeiros meses, seu quadro era mais complicado, pois ainda era
preciso investigar se o câncer havia se espalhado pelo corpo. Além
disso, o fato de ter passado por um procedimento tão excepcional o
deixava inseguro. “Hoje, eu me sinto bem física e mentalmente”.
O cardiologista responsável pela cirurgia, Jan Pirk, conta que está
muito satisfeito com o progresso do paciente, que ele atribui em parte à
“personalidade forte” de Jakub. “Nós não sabíamos como as coisas se
sairiam e desde o começo não tem sido fácil: seu estado de saúde era
muito sério. Ele tem feito seu melhor, treinando duro porque, depois de
passar dois meses acamado, seus músculos enfraqueceram, e ele precisa se
fortalecer”.
O tempo de espera por um coração na República Tcheca é de
aproximadamente oito meses. Se tudo der certo, Jakub poderá voltar à
vida normal em breve, ir para sua casa e viajar com a família no final
do ano.
Fonte: http://www.dailymail.co.uk/health/
Atualização: Jakub Halik morreu em 17 de outubro de 2012 de falência renal.
Fonte: http://www.bbc.co.uk/news/world-europe
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