sábado, 2 de março de 2013

Deslumbrante foto captura canibalismo galáctico


Perto da constelação Canes Venatici, ou “Cães de Caça”, há uma galáxia que já havia sido registrada por Charles Messier no fim do século 18 e início do século 19 como M51, e que também é conhecida como galáxia redemoinho.

Quem observar a mesma, vai notar que se trata de um objeto duplo: há uma outra galáxia ali, que está toda deformada. Trata-se de M51b, que se encontra distorcida por causa da interação gravitacional com sua companheira M51a. As duas galáxias estão em um processo de fusão, semelhante ao que deve acontecer com a Via Láctea e Andrômeda, não fosse o fato da companheira da galáxia redemoinho ser menor, o que vai fazer com que ela seja absorvida, um fenômeno que é chamado de canibalismo galáctico.

Por que acontecem fusões de galáxias? No espaço, as galáxias não ficam igualmente espaçadas, elas se reúnem em grumos ou pequenos aglomerados, unidos pela atração gravitacional, que não irão se separar pela expansão do espaço – são regiões onde a gravidade ainda dá as cartas. Dançando em torno do centro gravitacional do grupo, é comum que elas sejam mutuamente atraídas e acabem passando por um processo de fusão, resultando em uma única galáxia elíptica.

Falando assim parece coisa rápida, mas uma colisão e fusão de galáxias gigantes, como a Via Láctea e Andrômeda, é um processo que dura centenas de milhões de anos, até um bilhão de anos. 

Primeiro as galáxias vão se aproximando, e as forças de maré vão as deformando. Então, uma passa pela outra, e algumas estrelas mudam de galáxia – o sol é uma estrela que pode se tornar parte de Andrômeda em 3 ou 4 bilhões de anos -, até que elas se afastam, e se atraem novamente para a segunda e provavelmente última “colisão”, que vai resultar em uma galáxia disforme, parecendo mais um ovo ou algo do tipo. Com o tempo, pode ser que a galáxia resultante volte a apresentar estruturas como braços e um núcleo.

Durante o processo de fusão, é pouco provável que aconteçam colisões estelares, mas acontecem muitas colisões de nuvens de gás e poeira, que explodem em novas estrelas. Além disso, as forças de maré acabam perturbando outras nuvens de gás e poeira, que também acabam explodindo em novas estrelas. 

Enquanto as forças de maré destroçam as galáxias e expulsam algumas estrelas para o espaço vazio intergaláctico, muitas outras estrelas acabam sendo geradas no processo.

A dupla M51 está a cerca de 23 milhões de anos-luz da Terra (diferentes métodos dão distâncias entre 15 e 35 milhões de anos-luz). Duas supernovas já foram registradas nesta galáxia, uma em 2005 e outra em 2011.

Fonte: http://apod.nasa.gov/apod/

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