Depois de tantos anos, a tão procurada partícula de Majorana
finalmente foi encontrada. O feito é dos cientistas da Universidade
Tecnológica de Delft, na Holanda, e da Fundação para Pesquisa
Fundamental da Matéria, também nos países baixos.
Na década de 1930, o físico italiano Ettore Majorana deduziu da
teoria quântica a possibilidade de uma partícula bastante especial
existir: a partícula que é sua própria antipartícula. Essa seria o
férmion de Majorana, que estaria bem na fronteira entre a matéria e a
antimatéria.
Os resultados da pesquisa – financiada também pela Microsoft – foram
publicados na revista “Science”, sob a liderança do físico Leo
Kouwenhoven.
O férmion de Majorana é bastante interessante não só porque sua
descoberta abre novas possibilidades para a física fundamental, mas
também por ter um papel na cosmologia.
Uma teoria proposta há alguns anos defende que a matéria escura, que
forma grande parte do universo, é composta pelos férmions de Majorana.
Além disso, os cientistas acreditam que essas partículas possam ser
fundamentais para a computação quântica. Tudo isso ainda é apenas
especulação científica, mas, segundo os pesquisadores, computadores
quânticos que utilizassem esses férmions seriam excepcionalmente
estáveis e quase imunes a influências externas.
Os especialistas fizeram isso combinando um fio nano, portanto
extremamente pequeno, feito por colegas da Universidade Tecnológica de
Eindhoven, na Holanda, com materiais supercondutores e com um campo
magnético bastante forte.
“As medições da partícula não podem ser explicadas por outra razão
que não seja a presença de um par de férmions de Majorana”, explica
Kouwenhoven.
Embora o Grande Colisor de Hádrons não pareça ser tão sensível quanto
necessário para detectar esses férmions, existe outra possibilidade:
eles podem aparecer em nanoestruturas.
“A magia na mecânica quântica é que a partícula de Majorana criada
dessa maneira é similar a outras observadas em um acelerador de
partículas, embora sejam difíceis de compreender”, diz Kouwenhoven.
A vida de Ettore Majorana foi tão misteriosa quanto sua partícula. Em
1938, ele retirou todo o seu dinheiro do banco e desapareceu durante
uma viagem de Palermo para Nápoles. Se ele se suicidou, se foi
assassinado ou se viveu com uma identidade diferente, ainda é fato
desconhecido. Certo é que nenhum traço de Majorana jamais foi
encontrado.
Fonte: http://www.sciencedaily.com/
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