Apesar de muitos estudos e teorias já terem sido formulados, ainda há
muito debate sobre como exatamente nos tornamos, ao longo de centenas de
milhares de anos, a espécie humana que somos hoje. Três questões, em
específico, dividem opiniões entre os cientistas e curiosos em geral.
Aprenda um pouco mais sobre estes pontos:
1 – Bipedalismo
Charles Darwin dizia que os ancestrais do Homo sapiens
passaram a caminhar sobre dois membros ao invés de quatro por
conveniência: foi uma adaptação para deixar nossas mãos livres para
criar ferramentas, o que acelerou a evolução. Essa tese já foi
derrubada: hominídeos se tornaram bípedes há mais de 4 milhões de anos,
enquanto as ferramentas mais antigas de que se tem registro não passam
de 2,6 milhões.
Ainda não há certeza sobre o motivo real. Alguns defendem que ser
bípedes nos fez mais altos, o que é uma vantagem para visualizar presas e
predadores. Outros afirmam que andar sobre duas pernas nos fez mais
rápidos e hábeis, ampliando o território por onde podíamos nos expandir e
instalar. É claro que talvez seja uma mistura de várias razões.
2 – Perda de pelos
Mamíferos têm o corpo coberto de pelos por proteção: com maior
capacidade de conservar a temperatura corporal, os animais podem se
instalar em regiões mais frias e inóspitas. Mas os antecessores do Homo sapiens acabaram fazendo o caminho oposto, e também há mais de uma teoria para o que levou a isso.
Uma das ideias afirma que foi o contato com a água. Passando mais
tempo de vida nadando em lagos ou rios, fomos perdendo a necessidade de
tanta pelagem. É por isso que os mamíferos aquáticos (como a baleia, por
exemplo) não precisam disso.
Outra corrente de pensamento, no entanto, defende que a perda dos
pelos aconteceu quando os hominídeos deixaram as florestas e passaram a
viver também em savanas, onde não há proteção contra os raios solares e
poderíamos nos superaquecer. Logo, fomos perdendo a “cobertura”.
Essa teoria parece mais sensata, com um único porém: alguns animais,
como leões e zebras, vivem perfeitamente bem e recobertos de pelos nas
savanas africanas, onde as temperaturas são sempre altíssimas. O
mistério, portanto, continua no ar.
3 – Aumento do cérebro
Nosso desenvolvimento encefálico, e estamos falando mesmo em aumento do tamanho do cérebro, impulsionou a evolução do Homo sapiens.
Neste ponto, nossa distinção dos outros primatas é clara. Enquanto os
macacos não podem ter um cérebro muito grande porque as mandíbulas fazem
muita força e pressionam o crânio com violência, uma mutação genética
teria feito os hominídeos se livrarem deste problema.
A maioria dos cientistas sempre imaginou que o cérebro humano foi
pouco a pouco crescendo e nossa capacidade foi aumentando. Mas há quem
pense o contrário: as novas habilidades adquiridas ao longo do tempo é
que foram conferindo mais complexidade ao cérebro.
Uma nova adaptação é que incitava um novo desenvolvimento do cérebro,
e isso teria acontecido incontáveis vezes ao longo da nossa linha
evolutiva.
Fonte: http://www.newscientist.com/
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