A Saccharomyces cerevisiae, nome científico da levedura que
se usa para fermentar o pão e a cerveja, é um fungo unicelular. É
eucarionte, ou seja, o material genético está separado do resto das
organelas por uma membrana. Dentro dela, o DNA dessa levedura já é todo
conhecido. Mas cientistas americanos conseguiram “ressuscitar” genes
antigos e mudar a estrutura dessa membrana: algo como uma viagem no
tempo molecular.
A pesquisa foi executada por cientistas das universidades do Oregon e
de Chicago. Eles analisaram a levedura em sua estrutura celular e
focaram na membrana que separa o núcleo, onde se encontram os
cromossomos, do restante da célula. Entre a membrana e a periferia da
célula, há um conjunto de três anéis de proteína responsáveis pelo
intercâmbio entre o interior e o exterior do núcleo.
Antigamente, há milhões de anos, os fungos apresentavam apenas dois
anéis nessa membrana, mas uma mutação genética ao longo do tempo criaria
um terceiro. Isso é interpretado como uma desvantagem evolutiva, porque
os dois anéis proteicos dos velhos tempos eram mais versáteis, por isso
davam conta do trabalho que hoje é feito por três. Devido à duplicação
genética, parte dos cromossomos úteis de antigamente foram deixados para
trás.
Dessa forma, os cientistas reativaram os tais genes adormecidos no
núcleo da levedura, o que modificou a composição dos anéis de proteína
da membrana. Com isso, estes anéis voltaram a ter a complexidade de
funções que possuíam anteriormente, razão pela qual esse procedimento
foi chamado de “viagem no tempo molecular”.
Este estudo tem valor conceitual. Os cientistas afirmam que a volta
no tempo molecular explica porque uma simples mutação genética, ainda
que gradual, garante que haverá um reflexo em determinada molécula, em
geral aumentando sua complexidade. Embora, conforme eles ponderam, isso
nem sempre seja positivo.
Fonte: http://hypescience.com/
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