O Kepler descobriu dois novos planetas que orbitam um sistema com estrelas duplas, algo nunca observado antes.
Os novos planetas, chamados de Kepler-34b e Kepler-35b, foram
anunciados no dia 11 de janeiro. Ambos orbitam uma “estrela binária”.
Elas são um par de estrelas atraídas gravitacionalmente que orbitam uma a
outra. Apesar da existência desses tipos de corpos ter sido prevista, a
ideia continuava no campo teórico. Os cientistas a nomearam Kepler-16b
“Tatooine”, fazendo referência ao mundo com dois sóis na série “Star
Wars”.
“Nós já acreditávamos que esse tipo de planeta era possível, mas
foram muito difíceis de detectar por uma série de dificuldades
técnicas”, afirma o líder do estudo, Eric B. Ford. “Com a descoberta do
Kepler-16b, 34b e 35b, a missão Kepler mostrou que a galáxia tem milhões
de planetas orbitando duas estrelas”.
Os planetas foram descobertos ao notar que a luz diminuía conforme a
passagem deles, por ambas as estrelas. O Kepler também registrou que luz
diminuía com a passagem da outra estrela. Os laços gravitacionais
comuns entre as estrelas e os planetas tornam a transição regular,
permitindo que os astrônomos confirmem a massa dos planetas.
Ambos os planetas são gigantes gasosos de baixa densidade,
comparáveis ao tamanho de Júpiter, mas muito menos massivos. Em
comparação com nosso vizinho, o Kepler-34b é 24% menor, mas tem uma
massa 78% inferior. A órbita completa dura 288 dias terrestres. Já o
Kepler-35b é 26% menor, e tem 88% menos massa, completando sua órbita
muito mais rápido, em 131 dias.
Os cientistas acreditam que eles são formados principalmente por hidrogênio, e são muito quentes para abrigar vida.
“Planetas que orbitam duas estrelas têm climas muito mais complexos,
já que a distância entre eles e cada estrela muda significativamente
durante o período orbital”, afirma Ford. “Para o Kepler-35b, a
quantidade de luz recebida varia 50% durante um ano terrestre. Para o
Kepler-34b, cada ano terrestre traz um ‘verão’ com 2.3 vezes mais luz do
que o inverno. Durante um ano, a quantidade de luz que aquece a Terra
varia apenas 6%”.
A maioria das estrelas similares ao Sol não estão sozinhas, como o
nosso, mas têm um “parceiro”, formando um sistema, ou estrela, binário. O
Kepler já identificou cerca de 2.165 binários, entre as mais de 160 mil
estrelas observadas.
A NASA planeja parar de receber dados da nave Kepler em novembro de 2012.
“Os astrônomos estão praticamente implorando para que a NASA estenda a
missão Kepler até 2016, para que possamos descobrir as massas e órbitas
dos planetas similares à Terra, em zonas habitáveis. O Kepler está
revolucionando muitos campos, não só o da ciência planetária”, comenta
Ford. “Seria uma vergonha não maximizar o retorno científico desse
grande observatório. Espero que o bom senso prevaleça e a missão
continue”.
Fonte: http://hypescience.com/
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