Os tratamentos para Alzheimer são pouco efetivos, então não sabemos
até que ponto seria bom para a pessoa saber com antecedência se vai ou
não ter a doença. Entretanto, para os pesquisadores, esse conhecimento é
importante para entender a evolução do problema.
Compreender as mudanças biológicas que ocorrem durante o estágio
clínico “silencioso” – os anos anteriores aos sintomas – oferece pistas
sobre os casos da doença e pode inclusive oferecer novos medicamentos
para impedir a progressão.
Em um novo estudo, pesquisadores da Universidade da Califórnia
identificaram mudanças químicas que ocorrem no cérebro das pessoas
destinadas a ter Alzheimer, com pelo menos dez anos dos sintomas
acontecerem. A equipe identificou mudanças em 56 proteínas.
Existem duas formas de Alzheimer, a familiar e a esporádica. A
maioria dos casos é esporádica e desenvolvida depois dos 65 anos. As
causas desse tipo ainda não são completamente compreendidas, mas são
pelo menos parcialmente genéticas. Já a forma familiar, que afeta apenas
2% dos pacientes, é causada por certas mutações genéticas. Geralmente
aparece antes dos 65 anos, e é herdada – os descendentes de uma mesma
geração têm 50% de chances de desenvolvê-la.
Para o estudo, os pesquisadores estudaram as proteínas do fluído
cérebro-espinhal de 14 pessoas com o gene mutante, e as compararam com
cinco não portadores. No total, 56 proteínas apresentaram diferenças
significativas. Catorze já haviam sido relatadas em estudos anteriores,
mas o resto é novidade.
“Infelizmente, no momento não temos medicamentos efetivos para parar a
progressão de Alzheimer”, afirma o pesquisador Ringman. “Nesse estudo,
identificamos mudanças químicas que ocorreram no cérebro de pessoas
destinadas a desenvolver Alzheimer em 10 anos ou mais. Ao estudar o
fluído cérebro-espinhal de pessoas com uma idade relativamente jovem,
descobrimos mudanças que indicam inflamações e quebra de sinapses”.
“Isso oferece novos alvos para intervenções de medicamentos, e ajuda a
elucidar em que ponto o Alzheimer familiar e o esporádico são similares
e distintos. Esse conhecimento pode permitir que façamos tratamentos
para indivíduos, dependendo do tipo da doença que têm”.
Fonte: http://hypescience.com/
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