segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Galáxias se alimentam secretamente de gases

Se as galáxias estivessem limitadas à quantidade de gás que formam, tudo seria queimado rapidamente com a “produção” de estrelas. Os astrônomos já suspeitavam que as galáxias puxavam recursos do universo ao seu redor para se sustentar, mas encontrar evidência desse consumo é um grande desafio.

Agora, um novo método está permitindo que pesquisadores tenham uma luz sobre como as galáxias se mantêm funcionando. Usando a iluminação do centro brilhante de outra galáxia de fundo, os cientistas revelaram as melhores observações até o momento de uma galáxia se reabastecendo.

A equipe de astrônomos utilizou o Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul no Chile para estudar os dois objetos, localizado na constelação Tucana, ao sul.

Conhecido como um quasar, a fonte extremamente luminosa faz parte de um centro galáctico alimentado por um buraco negro supermassivo. Brilhando através da galáxia em primeiro plano, a luz do quasar revela não apenas o fluxo de materiais dentro da galáxia, mas também seu movimento e composição.

“O gás frio – principalmente os átomos de hidrogênio – é muito tênue, difícil de detectar”, conta o principal autor da pesquisa, Nicolas Bouché, do Instituto de Pesquisa em Astrofísica e Planetologia em Toulouse, na França.

Os pesquisadores estão usando um quasar brilhante – o HE 2243-60 – para estudar o gás ao redor de qualquer galáxia. Tal emparelhamento revela a localização do gás, o que Bouché chama de “uma peça crítica de informação”. Usar um quasar também possibilita que eles estudem galáxias mais distantes. A galáxia mais jovem fica a cerca de 11 bilhões de anos-luz da Via Láctea, 80% além do universo visível.

“Esta é uma galáxia muito jovem, vista apenas 2 bilhões de anos após o Big Bang, ainda em seus estágios iniciais de formação”, disse Bouché.

A equipe de Bouché foi capaz de demonstrar que o gás em torno das galáxias estava sendo atraído por elas. Movendo-se para dentro, o gás gradualmente aumenta a velocidade até que corresponda à velocidade de rotação da galáxia. Em vez de correr imediatamente para o centro, o gás se reúne no halo galáctico, levando 400 milhões de anos para chegar ao centro da galáxia. Uma vez lá, ele se torna a matéria-prima para novas estrelas.

O gás que entra revelou uma pequena surpresa para os astrônomos: continha elementos mais complexos do que a maioria dos modelos previa. Estes elementos formam no coração das estrelas, e estão espalhados em suas mortes explosivas, às vezes saindo de suas galáxias mães.

“Isso indicaria que alguma mistura ocorreu anteriormente – talvez a um bilhão de anos ou mais antes – entre o gás intergaláctico intocado e as saídas enriquecidas”, disse Bouché.

O novo método de observação oferece oportunidades para estudos mais detalhados, mas vem com algumas limitações. Bouché e sua equipe planejam continuar os estudos de galáxias com a utilização de uma variedade de telescópios e instrumentos. Com um novo equipamento, será possível mapear os gases intergalácticos.

 
Fonte: http://www.livescience.com/

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