Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA) pode tornar mais seguro o uso de vírus para tratar doenças
genéticas que levam à cegueira – o vírus atua como “mensageiro”,
levando genes modificados até células específicas e fazendo com que eles
substituam os defeituosos.
Embora sofisticado, o método não é simples. “Introduzir uma agulha
através da retina e injetar atrás dela o vírus modificado é um
procedimento cirúrgico arriscado”, explica o professor David Schaffer,
um dos responsáveis pela pesquisa. Para aumentar o leque de opções,
Schaffer e sua equipe geraram cerca de 100 milhões de variantes de um
vírus (cada uma carregando diferentes proteínas em sua superfície) e,
após diversos testes com cobaias, escolheram cinco capazes de penetrar a
retina com eficiência.
“Com base em 14 anos de pesquisa, nós conseguimos criar um vírus que
você precisa apenas injetar no humor vítreo [o líquido que preenche o
globo ocular] para que eles levem genes a um grupo difícil de alcançar
de células delicadas, de modo cirúrgico, seguro e não invasivo”, resume.
“É um procedimento de 15 minutos, e você poderá ir pra casa no mesmo
dia”.
Os testes foram realizados em cobaias com retinosquinose (doença que
provoca buracos na retina e compromete a visão) e atrofia óptica de
Leber (que faz a pessoa perder gradualmente a visão) e tiveram bons
resultados. Agora, a equipe procura colaborar com médicos para que, em
alguns anos, a técnica possa ser usada clinicamente.
Fontes: http://www.sci-news.com/medicine/
http://stm.sciencemag.org/
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