segunda-feira, 4 de agosto de 2014

A polêmica do misterioso e indecifrável manuscrito de Voynich

Há quase 100 anos, o manuscrito de Voynich intriga linguistas, criptógrafos e entusiastas de teorias conspiratórias: os textos supostamente escondem uma mensagem secreta, e são acompanhados por ilustrações detalhadas de plantas desconhecidas e outros objetos misteriosos.

Para jogar uma luz sobre o problema, os pesquisadores Marcelo Montemurro (da Universidade de Manchester, Reino Unido) e Damián Zanette (do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas da Argentina) analisaram o material do ponto de vista estatístico.

Resultado: o manuscrito segue a Lei de Zipf, segundo a qual a palavra mais comum em uma linguagem natural é duas vezes mais usada que a segunda e três vezes mais do que a terceira, e assim por diante – e, dessa forma, teria uma linguagem estruturada.

De acordo com os autores, essa semelhança com linguagens naturais sugere que o texto não é uma farsa: “Enquanto o mistério da origem e do significado do texto ainda precisa ser resolvido, a evidência acumulada a respeito da organização em diferentes níveis limita severamente o escopo da hipótese de farsa, e sugere a presença de uma estrutura linguística legítima”.

O manuscrito, embora só tenha ganhado destaque em 1912 (quando foi comprado pelo vendedor de livros antigos Wilfrid Voynich), data do começo do século 14. Tem 240 páginas, algo que deveria facilitar o trabalho de decifrá-lo, já que haveria bastante material disponível para os criptógrafos analisarem. 

Até o momento, no entanto, foram feitas pelo menos 25 pesquisas sobre o manuscrito, e o fato de nenhuma delas ter decifrado o material reforçava a hipótese de que ele é uma farsa.

O pesquisador Gordon Rugg, da Universidade de Keele (Inglaterra), por exemplo, não está tão otimista quanto Montemurro e Zanette. “Não creio que haja muitas chances de que o manuscrito de Voynich seja simplesmente uma linguagem não identificada, porque há muitas características em seu texto que são diferentes de tudo o que é encontrado em uma linguagem real”, aponta. Rugg até mesmo produziu um texto sem sentido seguindo uma estrutura similar à do manuscrito, para mostrar que tudo pode não passar de uma fraude.

Sem desanimar, porém, Montemurro defende a autenticidade do material. “Depois desse estudo, qualquer novo suporte à hipótese da farsa deve fazer referência explícita a essa sofisticada estrutura. Até agora, isso não foi feito”.

Fontes: http://www.bbc.co.uk/news/science-environment
            http://www.livescience.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário