Um lance do tipo Frankenstein foi descoberto no mundo da microbiologia. Cientistas encontraram um evidências de DNA humano no genoma de uma bactéria. Não qualquer bactéria, mas sim, a responsável por transmitir a doença sexualmente transmissível Gonorréia (Neisseria gonorrhoeae). Segundo os pesquisadores, esta novidade pode ajudar a entender porque estes seres conseguem se adaptar tão bem e viver em seus hospedeiros.
Os responsáveis pela descoberta ficaram surpresos porque, geralmente, são os vírus e as bactérias que deixam vestígios de sua contaminação nos humanos. De acordo com estudos, esta transferência lateral de genes é comum entre bactérias e organismos multicelulares. Mas esta é a primeira vez que os cientistas encontraram genes externos em uma bactéria. Ao invés de depositar um gene, ela roubou.
Aparentemente funciona assim: a bactéria pega uma sequência genética do hospedeiro que está infectando, uma nova habilidade que poderia ajudá-la a se adaptar. Segundo o professor de microbiologia e imunologia da Northwestern University Feinberg School of Medicine, Hank Seifert, esta habilidade adquirida pode capacitar a bactéria a desenvolver novas resistências e ficar mais forte. “Se este evento particular ofereceu vantagens para a bactéria da gonorréia, ainda não sabemos”, declarou o professor.
A descoberta foi feita enquanto cientistas examinavam sequências genômicas de diversas bactérias causadoras da doença. Três delas apresentaram pedaços de DNA que, dentro da sequência, eram idênticas a uma sequência encontrada em humanos.
No mundo todo, 50 milhões de pessoas são infectadas com gonorréia todo ano. A doença é tratada com antibióticos, mas não se pode esquecer que as bactérias conseguem se tornar resistentes a várias drogas. Estudar o fragmento de DNA humano da bactéria pode ajudar os cientistas a encontrar tratamentos mais eficazes. “O próximo passo é descobrir qual pedaço de DNA está indo embora”, disse Seifert.
Mas o importante mesmo é lembrar que gonorréia é uma doença sexualmente transmissível (DNA). Ao invés de ficar doando DNA para esta bactéria e tomando antibióticos para combatê-la, o melhor a se fazer é usar proteção na hora do sexo. A camisinha pode prevenir estes Frankensteins, DSTs e gravidez indesejada. É melhor prevenir que remediar.
Fonte: http://hypescience.com/category/bizarro/
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