Desde sua descoberta, nos anos 1980, a tempestade hexagonal do polo
norte de Saturno tem provocado curiosidade e especulações, até por parte
dos cientistas. Recentemente, a sonda Cassini pode fazer uma passagem
próxima e registrá-la em fotos e vídeo.
A partir desses dados, os cientistas sabem agora que o olho do
furacão tem cerca de 2.000 km de diâmetro, 20 vezes maior que o tamanho
médio do olho de um furacão terrestre. As nuvens finas e brilhantes na
borda do furacão estão viajando a 150 metros por segundo dentro de uma
estrutura maior, conhecida como o hexágono.
O furacão em Saturno tem diferenças substanciais em relação aos
terrestres: praticamente não tem água, é muito maior, e gira a uma
velocidade surpreendentemente rápida. Mesmo assim, ao estudar como o
furacão de Saturno faz uso da pouca água do gigante, os cientistas
esperam aprender alguma coisa sobre como são gerados e como se sustentam
os furacões terrestres.
Outra diferença importante é que os furacões terrestres movem-se,
enquanto este furacão parece estar preso no polo norte de Saturno.
Possivelmente as mesmas forças que movimentam os furacões terrestres em
direção ao norte mantenham o furacão de Saturno no seu polo norte.
A primeira imagem deste furacão e desta estrutura hexagonal foi feita
pela sonda Voyager, quando passou pelo planeta na década de 1980. E a
estrutura se manteve por mais de vinte anos, até a chegada da sonda
Cassini.
Quando a nova nave chegou ao planeta, em 2004, o polo norte de
Saturno estava escuro, pois era inverno naquele hemisfério. Ainda assim,
a sonda captou imagens e dados com o espectrômetro de infravermelho.
O mapeamento de infravermelho revelou um enorme vórtex, mas uma
imagem com luz visível só foi possível com a passagem do equinócio de
Saturno, em agosto de 2009. E, para ver o polo, foi preciso modificar o
ângulo da órbita da Cassini em torno de Saturno, uma manobra que depende
da passagem pela lua Titã e requer planejamento cuidadoso, com anos de
antecedência, para garantir que a espaçonave terá combustível para
atingir outras órbitas planejadas e fazer outros encontros espaciais.
Nas imagens acima, as fotos que mostram o furacão na cor vermelha são
imagens de cores falsas (tratadas para representar certos comprimentos
de onda com cor diferente da natural, para destacar aspectos que os
cientistas querem estudar).
A primeira, chamada “A Rosa“,
mostra nuvens baixas em vermelho e nuvens altas em verde. Esta imagem
foi feita na verdade em novembro de 2012 e este tempo todo esteve sendo
preparada para ser publicada. A imagem original, antes do processamento,
pode ser vista aqui.
A segunda imagem mostra o polo norte e combina informações de vários filtros,em uma representação do que o olho humano veria. A terceira imagem é igual à segunda, mas em cores falsas.
Novamente, a cor vermelha representa nuvens baixas, e a cor verde,
nuvens altas. O azul aparece onde não há metano, como nos anéis de
Saturno, visíveis na foto.
Fonte: http://www.nasa.gov/centers/jpl/
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