No centro da Via Láctea (e de outras galáxias), há um buraco negro
gigantesco que teve um papel fundamental na maneira como estrelas e
planetas surgiram e se organizaram. Em alguns casos, buracos como esse
são quase tão antigos quanto o próprio universo – e, graças a estudo
recente, agora temos uma ideia mais clara de como eles se formaram.
Por meio de simulações feitas em um supercomputador, uma equipe de
pesquisadores liderada pelo astrônomo Stelios Kazantzidis, da
Universidade Estadual de Ohio (EUA), mostrou em detalhes como buracos
negros supermassivos se formaram graças a colisões entre as primeiras
galáxias (surgidas nos primeiros bilhões de anos após o Big Bang).
A teoria mais aceita entre astrônomos a respeito da formação de
galáxias é a de que elas foram crescendo gradualmente, graças a forças
gravitacionais que agregaram partículas até formar planetas e estrelas
(“crescimento hierárquico”). “Junto com outras descobertas, nossos
resultados mostram que grandes estruturas – tanto galáxias como buracos
negros massivos – se formaram rapidamente na história do universo”,
explica Kazantzidis.
A princípio, soa paradoxal. De acordo com o astrônomo, contudo, a contradição se resolve quando se considera que matéria escura cresce hierarquicamente, e matéria normal, não.
“A matéria normal, que compõe galáxias visíveis e buracos negros
supermassivos, entra em colapso de modo eficiente, e isso ocorria já
quando o universo era jovem, dando origem a formações anti-hierárquicas
de galáxias e buracos negros”, diz.
A equipe iniciou sua simulação com duas galáxias primordiais
gigantes, muito maiores do que a Via Láctea – acredita-se que, no início
do universo, as estrelas eram em geral bem maiores do que as que
existem hoje, com 300 vezes mais massa do que o sol. Graças ao poder de
processamento do computador, Kazantzidis e seus colegas puderam simular o
processo com detalhes.
Basicamente, de acordo com os cálculos e com a simulação, três coisas
ocorreram quando essas galáxias se chocaram: gás e poeira de seus
centros de condensaram e formaram um disco; o disco se tornou instável, o
material se contraiu novamente e se tornou um buraco negro
supermassivo.
Contrariando a ideia de que o buraco negro no centro de uma galáxia
cresce em um ritmo similar ao da própria galáxia, a simulação mostrou
que ele se expande mais rápido do que ela. “É possível que o buraco
negro não seja regulado pelo crescimento da galáxia”, aponta
Kazantzidis. “É possível que a galáxia seja regulada pelo crescimento do
buraco negro”.
Fonte: http://researchnews.osu.edu/archive/galmerge.htm
Nenhum comentário:
Postar um comentário