Largamente usado na produção de chips de computador, o silício pode
estar com seus dias de “favorito” contados: pesquisadores estão cada vez
mais próximos de criar grandes avanços na eletrônica usando outros
materiais – algo essencial, já que a evolução propiciada pelo silício
está atingindo seu limite.
Para entender a importância de novos materiais nessa indústria, é
preciso lembrar que a capacidade de um chip (que é um dos componentes
vitais dos computadores) depende do número de transistores que ele tem;
quanto menores eles forem, mais deles caberão no chip.
Há décadas, o silício tem permitido a produção de transistores cada
vez menores, mas há um limite chegando; logo, o silício terá de ser
substituído para evitar que a evolução dos eletrônicos fique “empacada”.
Recentemente, cientistas da IBM conseguiram produzir um chip
“híbrido”, usando silício e nanotubos de carbono. Este material, segundo
os pesquisadores, é duplamente promissor, uma vez que poderá permitir
não somente a produção de chips com mais transistores, mas também de
equipamentos com velocidade de processamento maior.
“Estes dispositivos [transistores de nanotubos de carbono] superam os
feitos de qualquer outro material”, destaca Supratik Guha, do Centro de
Pesquisa T. J. Watson da IBM (EUA). “Vimos um desempenho cinco ou mais
vezes melhor do que o de dispositivos de silício convencionais”.
Usando um processo conhecido como auto-arranjo químico, os cientistas
fizeram com que os nanotubos de carbono se organizassem seguindo um
padrão específico – a precisão é fundamental para que os chips
funcionem. Para aperfeiçoar o procedimento, será necessário usar
amostras mais puras de carbono, já que as formas menos puras não
conduzem eletricidade tão bem – o que prejudicaria o desempenho dos
chips.
Além dos nanotubos de carbono, o grafeno (folha de grafite com um
átomo de espessura) também está sendo explorado como possível sucessor
do silício. Pesquisadores também buscam aprimorar os chamados
transistores de efeito de campo para substituir os convencionais.
Em 1965, um dos cofundadores da Intel, Gordon Moore, previu que a
evolução da indústria de eletrônicos seguiria um ritmo específico: a
cada 18 meses, seria possível dobrar o número de transistores em chips,
tornando computadores e outros eletrônicos cada vez mais poderosos.
Desde então, empresas do ramo seguem a chamada Lei de Moore – contudo,
acredita-se que sem um substituto para o silício, só será possível
manter esse ritmo até 2015.
Fonte: http://bits.blogs.nytimes.com/
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