Usando dados do telescópio Hubble, cientistas da NASA descobriram uma
galáxia 10 vezes maior que a Via Láctea que possui o maior núcleo já
visto (inclusive, três vezes maior do que o esperado para uma galáxia de
tal tamanho).
A galáxia elíptica A2261-BCG tem 1 milhão de anos-luz de largura e fica a 3 bilhões de anos-luz da Terra.
Seu núcleo estranhamente inchado tem cerca de 10.000 anos-luz, o que é
três vezes maior do que os centros de outras galáxias extremamente
luminosas de mesmo tamanho.
Os astrônomos especulam que esse núcleo inesperadamente enorme tenha sido resultado da fusão de dois buracos negros.
Porém, esse grande núcleo é também estranhamente difuso: não tem um
pico de luz concentrado em torno de um buraco negro central óbvio. Na
verdade, os cientistas não conseguiram encontrar seu buraco negro, o que
é muito intrigante, já que acredita-se que buracos negros supermassivos se escondem no centro da maioria, se não de todas, as galáxias.
“A expectativa de encontrar um buraco negro em cada galáxia é como a
expectativa de encontrar um caroço dentro de um pêssego”, explica o
coautor do estudo Tod Lauer, do Observatório de Astronomia Óptica
Nacional, em Tucson, Arizona (EUA).
“Com esta observação do Hubble, nós cortamos o pêssego e não podemos encontrar o caroço. Nós não sabemos com certeza que o buraco negro não existe, mas o Hubble mostra que não há concentração de estrelas no núcleo”.
Os astrônomos sugerem que uma fusão de buraco negro, envolvendo
objetos que contêm vários bilhões de vezes a massa do nosso sol, pode
ter inchado o núcleo dessa galáxia.
Há dois cenários possíveis para essa situação. Em um deles, a fusão
gravitacionalmente agitou e espalhou as estrelas, deixando o núcleo
difuso. Os buracos negros perderam dinamismo e “caíram” um no outro,
formando um buraco negro supermassivo que reside no coração da
A2261-BCG.
No outro cenário, a fusão dos buracos negros criaram ondas
gravitacionais, que são ondulações no espaço-tempo. Essas ondas radiaram
mais fortemente em uma direção, “chutando” o buraco negro resultante da
fusão para fora da galáxia.
“O buraco negro é a âncora para as estrelas”, afirmou Lauer. “Se você
tirá-lo de lá, de repente, você tem muito menos massa. As estrelas não
são mantidas juntas e se movem para fora, ampliando o núcleo ainda
mais”.
A galáxia, portanto, pode ser o resultado de vários infortúnios que a
deixou com um núcleo gigante e difuso e talvez sem um buraco negro. O
próximo passo da pesquisa é procurar por provas de buraco negro ativo em
A2261-BCG, se ele existir.
Como fazer isso? Se houver um buraco negro na galáxia, os astrônomos
esperam que o material caindo nele gere ondas de rádio. Para
detectá-las, eles estão sondando a galáxia com o radiotelescópio Very
Large Array (VLA), no Novo México (EUA).
Fonte: http://hypescience.com/
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