quarta-feira, 10 de abril de 2013

Cientistas bloqueiam o “suicídio” de células

As células têm um mecanismo de suicídio programado, ou autodestruição, chamado apoptose, que é disparado por agentes internos ou externos. Por exemplo, quando estamos em formação no útero, nossa mão tem uma membrana que une nossos dedos. Para que eles se separem, é preciso que as células desta membrana morram, e é o que elas fazem, através da apoptose.

As células também cometem suicídio quando se tornam prejudiciais ou indesejáveis ao corpo. Isso ocorre às vezes “sem querer”, como depois de ataques cardíacos ou derrames (o que aumenta o dano causado pelos mesmos). Por isso, cientistas estão estudando formas de impedir o suicídio em massa de células saudáveis no caso de doenças como infarto.

A apoptose é causada por proteínas, as proteases, que normalmente ficam bem guardadas na célula. Quando as proteases são liberadas, a célula encolhe, se separa de seus vizinhos, sua membrana enruga e começa a se desfazer, seu DNA condensa até seu núcleo entrar em colapso e, por fim, a célula segue o colapso do núcleo.

Mas será que uma célula pode “voltar”? Será que dá para interromper a apoptose? Será que podemos reverter a apoptose? A resposta é sim.

Cientistas descobriram que células que começaram o processo de apoptose podem “voltar” se o gatilho que disparou o processo for removido. A membrana volta a ser lisinha, o DNA que foi fragmentado volta a se ligar, e a célula “volta à vida”.

Cientistas da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins (EUA) usaram uma toxina que induz a apoptose, o etanol, em células de fígado de rato. Em poucas horas, elas manifestaram sinais de morte iminente. Em seguida, os pesquisadores removeram o álcool, e as células se recuperaram.

O fenômeno, que eles chamaram de anastasis (palavra grega que significa algo como “voltando à vida”) foi observado também em células cardíacas e cerebrais de ratos.

As mudanças durante a anastasis iam além da aparência da célula: os padrões de atividade dos genes eram recuperados, e o próprio DNA que havia se partido durante a apoptose era “colado” novamente. Ocasionalmente aconteciam alguns erros, e uma pequena porcentagem das células crescia anormalmente e desenvolvia sinais de câncer.

Como a anastasis tem o potencial de prevenir ou tratar condições nas quais a sobrevivência das células ou o excesso de morte de células é perigoso, os cientistas vão continuar pesquisando para compreender seus mecanismos.

Fonte: http://www.livescience.com/

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