Quando se fala em “buraco negro”, normalmente imaginamos uma espécie
de “aspirador de matéria”, do qual nem mesmo a luz escapa. Contudo,
alguns não apenas absorvem partículas, mas as expelem – e os feixes
chegam perto de atingir a velocidade da luz. Quando desaceleram, criam
uma espécie de “bolha” que, apesar do tamanho, é invisível para
telescópios convencionais.
Assim, usando um equipamento capaz de capturar imagens a partir de
ondas de rádio de baixa frequência, o Telescópio Internacional LOFAR,
uma equipe de astrônomos de vários países conseguiu registrar o
fenômeno. “O resultado é de grande importância”, destaca Francesco de
Gasperin, um dos autores do estudo. “Ele mostra o enorme potencial do
LOFAR e traz fortes evidências do vínculo entre buracos negros, galáxias
e seus arredores”.
Durante o teste do LOFAR, os astrônomos observaram o centro da
galáxia Messier 87 (que é 2 mil vezes mais massiva do que a nossa), onde
está um dos maiores buracos negros já descobertos, cuja massa é 6
bilhões de vezes maior que a do sol. Em poucos minutos, o buraco absorve
uma quantidade de matéria equivalente à da Terra, converte parte dela
em radiação e expele grande parte em altíssima velocidade – emitindo
ondas de rádio.
Em comparação com o resto do universo, a bolha é especialmente
“nova”: tem “apenas” 40 milhões de anos. Além disso, o que vemos com a
ajuda do LOFAR não é apenas um registro de uma atividade que ocorreu há
muito tempo, pois a bolha recebe constantemente novas partículas
expelidas pelo buraco negro.
“O que é mais fascinante é que esse resultado dá pistas sobre a
violenta conversão matéria-energia que ocorre muito perto do buraco
negro”, destaca a pesquisadora Andrea Merloni. “Nesse caso, o buraco
negro é particularmente eficiente em acelerar o jato [de matéria], e
muito menos efetivo em produzir emissões visíveis”.
Fonte: http://www.sciencedaily.com/
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