Em uma tentativa de inserir na ciência os conceitos de “alma” e
“consciência”, os cientistas Stuart Hameroff (diretor do Centro de
Estudos da Consciência na Universidade do Arizona, EUA) e Sir
Roger Penrose (físico matemático da Universidade de Oxford, Inglaterra)
criaram a teoria quântica da consciência, segundo a qual a alma estaria
contida em pequenas estruturas (microtúbulos) no interior das células
cerebrais.
Eles argumentam que nossa “consciência” não seria fruto da simples
interação entre neurônios, mas sim resultado de efeitos quânticos
gravitacionais sobre esses microtúbulos – teoria da “redução objetiva
orquestrada”. Indo mais longe: a alma seria “parte do universo” e a
morte, um “retorno” a ele (conceitos similares aos do Budismo e do
Hinduísmo).
De acordo com Hameroff, experiências de quase morte estariam
relacionadas com essa natureza da alma e da consciência: quando o
coração para de bater e o sangue deixa de circular, os microtúbulos
perdem seu estado quântico. “A informação quântica contida neles não é
destruída, não pode ser; apenas se distribui e se dissipa pelo
universo”.
Se o paciente é trazido da beira da morte, essa informação volta aos
microtúbulos. “Se o paciente morre, é possível que a informação quântica
possa existir fora do corpo, talvez de modo indefinido, como uma alma”,
acrescenta.
Embora a teoria ainda seja considerada bastante controversa na
comunidade científica, Hameroff acredita que os avanços no estudo da
física quântica estão começando a validá-la: tem sido demonstrado que
efeitos quânticos interferem em fenômenos biológicos, como a
fotossíntese e a navegação de pássaros.
Vale ressaltar que Hameroff e Penrose desenvolveram sua teoria com
base no método científico de experimentação e em estudos feitos por
outros cientistas, ao contrário do que ocorrem em casos de
“pseudociência” em que simplesmente se acrescenta a física quântica como
“ingrediente legitimador” de teorias sem fundo científico. Basta
aguardar para ver se outros experimentos e estudos validam as
descobertas da dupla.
Confira um vídeo sobre a pesquisa de Hameroff e Penrose (conteúdo em inglês):
Quando se fala em “buraco negro”, normalmente imaginamos uma espécie
de “aspirador de matéria”, do qual nem mesmo a luz escapa. Contudo,
alguns não apenas absorvem partículas, mas as expelem – e os feixes
chegam perto de atingir a velocidade da luz. Quando desaceleram, criam
uma espécie de “bolha” que, apesar do tamanho, é invisível para
telescópios convencionais.
Assim, usando um equipamento capaz de capturar imagens a partir de
ondas de rádio de baixa frequência, o Telescópio Internacional LOFAR,
uma equipe de astrônomos de vários países conseguiu registrar o
fenômeno. “O resultado é de grande importância”, destaca Francesco de
Gasperin, um dos autores do estudo. “Ele mostra o enorme potencial do
LOFAR e traz fortes evidências do vínculo entre buracos negros, galáxias
e seus arredores”.
Durante o teste do LOFAR, os astrônomos observaram o centro da
galáxia Messier 87 (que é 2 mil vezes mais massiva do que a nossa), onde
está um dos maiores buracos negros já descobertos, cuja massa é 6
bilhões de vezes maior que a do sol. Em poucos minutos, o buraco absorve
uma quantidade de matéria equivalente à da Terra, converte parte dela
em radiação e expele grande parte em altíssima velocidade – emitindo
ondas de rádio.
Em comparação com o resto do universo, a bolha é especialmente
“nova”: tem “apenas” 40 milhões de anos. Além disso, o que vemos com a
ajuda do LOFAR não é apenas um registro de uma atividade que ocorreu há
muito tempo, pois a bolha recebe constantemente novas partículas
expelidas pelo buraco negro.
“O que é mais fascinante é que esse resultado dá pistas sobre a
violenta conversão matéria-energia que ocorre muito perto do buraco
negro”, destaca a pesquisadora Andrea Merloni. “Nesse caso, o buraco
negro é particularmente eficiente em acelerar o jato [de matéria], e
muito menos efetivo em produzir emissões visíveis”.
Fomalhaut, a estrela mais brilhante da constelação Piscis Australis,
ou Peixe do Sul (e por isto conhecida também como α PsA), também é
conhecida como “olho de Sauron”, pelo formato da nebulosa que parece ter
saído de um filme de Peter Jackson. Ela se encontra a cerca de 25
anos-luz do sol, e é a 18ª estrela mais brilhante no céu noturno.
Em 2008, foi anunciada a descoberta de um planeta orbitando
Fomalhaut, o primeiro exoplaneta a ser observado diretamente, e não por
causa de um eclipse da estrela principal ou de um balanço gravitacional.
Ele foi identificado pela primeira vez na foto acima, feita pelo
telescópio espacial Hubble.
Como a estrela é chamada Fomalhaut, o nome do planeta é “Fomalhaut
b”. Para fazer esta foto, o Hubble usou uma barra de ocultação, uma
pecinha de metal que bloqueia a parte mais brilhante da imagem da
estrela. A parte escurecida no centro da imagem é a posição da estrela.
O planeta foi confirmado em duas outras fotos, uma de 2004 e uma de
2006. A partir de então, algumas de suas características foram
deduzidas.
Primeiro, a presença da mesma mancha luminosa, mas com posição ligeiramente diferente confirmava o seu status de planeta.
Segundo, Fomalhaut é uma estrela que tem um anel de poeira, e este
anel tem a beirada bem definida no lado de dentro, o mesmo lado que o
planeta orbita, o que é esperado que aconteça por causa da “faxina”
promovida pelo planeta no anel de poeira.
E, finalmente, pelo brilho observado, o planeta deveria ter algumas
vezes a massa de Júpiter, mas menos massa que o necessário para ser uma
estrela, então definitivamente era um planeta.
No início de 2012, entretanto, vieram as más notícias. Um planeta
maior que Júpiter deveria ser visível na faixa do infravermelho,
principalmente considerando a pouca idade (algumas centenas de milhões
de anos, segundo estimativa dos astrofísicos), mas Fomalhaut b não era:
ele não aparecia nas imagens de infravermelho.
E as más notícias não terminaram aí. Pelo cálculo da sua órbita, ela
deveria cruzar o anel da estrela. Com a idade de Formalhaut, um planeta
maior que Júpiter deveria ter destruído o anel de poeira depois de
alguns milhões de anos. Mas o anel estava lá, então Fomalhaut b não
poderia ser um planeta.
A explicação mais plausível foi que se tratava de uma nuvem de poeira
orbitando a estrela. Uma nuvem de poeira poderia explicar os dados, mas
não um planeta como o que eles achavam ter visto.
Uma equipe de astrônomos resolveu então rever os dados originais do telescópio Hubble. Os dados foram reprocessados e reanalisados, e a conclusão desta vez foi que realmente havia alguma coisa lá.
Os cientistas usaram então as imagens feitas com um filtro azul para
novamente confirmar a presença da mancha. Examinaram então a mesma
estrela usando o gigantesco telescópio Subaru, de 8,2 metros, no Havaí
(EUA), na faixa do infravermelho, e novamente a mancha não estava lá.
Seja lá o que for, era alguma coisa que não brilhava no infravermelho.
Para tornar as coisas mais interessantes, eles determinaram que o
objeto não poderia ser uma nuvem de poeira. As forças gravitacionais
teriam a destruído em pouco tempo.
Era hora de fazer mais alguns cálculos. Usando o que sabiam sobre
planetas, os pesquisadores fizeram modelos computacionais e calcularam
como ele deveria se parecer quando observado pelo telescópio.
Experimentando com vários números de massa, idade e outras
características, eles chegaram à conclusão de que um planeta menor que
Júpiter, com cerca de metade da massa, poderia explicar as observações.
Sendo menor que Júpiter, o planeta não brilharia em infravermelho,
mas ainda seria grande o suficiente para aparecer nas imagens feitas com
o filtro azul. E as simulações se encaixam melhor ainda com as
observações se considerarmos um planeta pequeno, mas rodeado por uma
nuvem de poeira. A gravidade do planeta iria manter a nuvem de poeira
unida.
Restava o problema da órbita cruzando o anel. Uma análise do
movimento do objeto, usando técnicas mais precisas, determinou que ele
não cruza o anel, mas sua órbita seria bastante semelhante à forma do
anel, o que também explicaria o anel com borda interna bem definida.
Para comemorar o Halloween, a Nasa preparou um vídeo sobre Fomalhaut
b, que você pode conferir abaixo. Todos estes estudos e resultados não
são uma prova de que o objeto em torno de Fomalhaut seja realmente um
planeta, mas mostram que não dá para descartar esta hipótese. Novas
imagens, novas observações e novas análises serão feitas para determinar
qual a natureza deste objeto.
De qualquer forma, se a hipótese do planeta circundado por poeira for
confirmada, Fomalhaut b perderá a honra de ser o primeiro planeta
observado diretamente, por que, pela nova hipótese, o que vimos
primeiramente não foi o planeta em si, mas a nuvem de poeira que o
cerca.
O maior dinossauro carnívoro de todos os dinossauros carnívoros com
certeza foi o espinossauro. Tendo vivido durante o meio do Período
Cretáceo, entre 112 e 97 milhões de anos atrás, nos pântanos da África
do Norte, ele era maior que o tiranossauro e o giganotossauro.
Até hoje, duas espécies de espinossauros foram encontradas, e receberam o nome da região que foram descobertas: o Spinosaurus aegyptiacus (lagarto espinha egípcio) e o Spinosaurus maroccanus (lagarto espinha marroquino).
O nome espinossauro significa “lagarto espinha”, um nome bastante
apropriado para este lagarto que tinha espinhas compridas crescendo nas
suas costas, formando uma estrutura que às vezes é chamada de “vela”. As
espinhas tinham mais de 10 vezes o diâmetro das estruturas vertebrais
das quais se projetavam, e eram um pouco mais compridas na base que no
topo.
As espinhas tinham cerca de 1,65 metros de comprimento e
provavelmente eram conectadas por uma pele, em uma estrutura que estava
provavelmente mais para uma protuberância que para uma vela.
O espinossauro tinha um peso estimado entre 6,35 a 20,87 toneladas,
450 kg mais pesado que o giganotossauro, e 900 kg mais que o
tiranossauro. Seu tamanho variava de 12,6 a 18 metros.
Acredita-se que ele caminhava usando suas pernas musculosas a maior
parte do tempo, embora talvez pudesse andar de quatro, por causa do
comprimento de seus braços, e de sugestões a partir de trilhas fósseis
encontradas. Ele era relativamente rápido para seu tamanho, alcançando
entre 19 km/h e 24 km/h.
O focinho dele era grande e estreito, com seis a sete dentes finos de
cada lado na frente do focinho, seguidos de mais uns vinte dentes após
estes.
Sua mandíbula era poderosa. Já que nenhum de seus dentes era
serrilhado, ele provavelmente vivia de peixes e carcaças, embora a única
prova de sua dieta seja alguns achados no estômago de um espécime
jovem, com escamas e ossos de peixes.
Acredita-se que existam muitos fósseis de espinossauro no Saara, mas o
ambiente torna difícil de desenterrar os mesmos. Desde a descoberta do
primeiro deles em 1912, por Richard Markgraf, na Formação Bahariya, no
oeste do Egito, não foi encontrado nenhum fóssil completo.
Os fósseis originais foram destruídos durante o bombardeio de
Munique, Alemanha, na Segunda Guerra Mundial, e os conhecimentos obtidos
com as amostras foram preservados em notas meticulosas, inclusive com
desenhos, de Ernst Stromer, que em 1915 havia descrito e batizado os
fósseis.
A descoberta em 2011 de uma vértebra do pescoço de um dinossauro com
um focinho parecendo com o de um crocodilo na Austrália mostrou que o
espinossauro vivia em uma região muito maior que os cientistas
acreditavam possível.
A foto acima mostra a galáxia NGC 2623, que é n0a verdade um par de galáxias em processo de formar uma só.
O telescópio Hubble fotografou a fase final dessa titânica fusão de
galáxias. Elas estão a cerca de 300 milhões de anos-luz de nós, na
constelação de Câncer.
E por que acontecem fusões de galáxias?
No espaço, as galáxias não ficam igualmente espaçadas: elas se reúnem
em grupos ou pequenos aglomerados, unidos pela atração gravitacional (e
governadas por ela).
Nessa dança gravitacional, é comum que duas galáxias sejam mutuamente atraídas e acabem passando por um processo de fusão. Essa colisão e fusão demoram milhões ou até bilhões de anos.
No caso da NGC 2623, o encontro violento entre as galáxias gigantes
tem produzido uma região de formação de estrelas perto de um amplo
núcleo luminoso, ao longo das “caudas” vistas na imagem.
As caudas opostas cheias de gás, poeira e jovens aglomerados de
estrelas azuis se estendem por mais de 50.000 anos-luz a partir do
núcleo já mesclado das galáxias.
Provavelmente provocado pela fusão, um buraco negro supermassivo
comanda a atividade na região nuclear. A formação de estrelas e seu
núcleo galáctico ativo fazem da NGC 2623 brilhante em todo o seu
espectro.
A imagem também mostra galáxias de fundo ainda mais distantes, espalhadas pelo campo de visão do Hubble.
Veja também a foto da NGC 6240,
uma colisão entre duas galáxias ricas em gás que se fundiram a 330
milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Ofiúco. O fenômeno nos
permite ter uma ideia de como a fusão de nossa galáxia com a galáxia
Andrômeda vai parecer para um observador em outro ponto do universo.
Largamente usado na produção de chips de computador, o silício pode
estar com seus dias de “favorito” contados: pesquisadores estão cada vez
mais próximos de criar grandes avanços na eletrônica usando outros
materiais – algo essencial, já que a evolução propiciada pelo silício
está atingindo seu limite.
Para entender a importância de novos materiais nessa indústria, é
preciso lembrar que a capacidade de um chip (que é um dos componentes
vitais dos computadores) depende do número de transistores que ele tem;
quanto menores eles forem, mais deles caberão no chip.
Há décadas, o silício tem permitido a produção de transistores cada
vez menores, mas há um limite chegando; logo, o silício terá de ser
substituído para evitar que a evolução dos eletrônicos fique “empacada”.
Recentemente, cientistas da IBM conseguiram produzir um chip
“híbrido”, usando silício e nanotubos de carbono. Este material, segundo
os pesquisadores, é duplamente promissor, uma vez que poderá permitir
não somente a produção de chips com mais transistores, mas também de
equipamentos com velocidade de processamento maior.
“Estes dispositivos [transistores de nanotubos de carbono] superam os
feitos de qualquer outro material”, destaca Supratik Guha, do Centro de
Pesquisa T. J. Watson da IBM (EUA). “Vimos um desempenho cinco ou mais
vezes melhor do que o de dispositivos de silício convencionais”.
Usando um processo conhecido como auto-arranjo químico, os cientistas
fizeram com que os nanotubos de carbono se organizassem seguindo um
padrão específico – a precisão é fundamental para que os chips
funcionem. Para aperfeiçoar o procedimento, será necessário usar
amostras mais puras de carbono, já que as formas menos puras não
conduzem eletricidade tão bem – o que prejudicaria o desempenho dos
chips.
Além dos nanotubos de carbono, o grafeno (folha de grafite com um
átomo de espessura) também está sendo explorado como possível sucessor
do silício. Pesquisadores também buscam aprimorar os chamados
transistores de efeito de campo para substituir os convencionais.
Em 1965, um dos cofundadores da Intel, Gordon Moore, previu que a
evolução da indústria de eletrônicos seguiria um ritmo específico: a
cada 18 meses, seria possível dobrar o número de transistores em chips,
tornando computadores e outros eletrônicos cada vez mais poderosos.
Desde então, empresas do ramo seguem a chamada Lei de Moore – contudo,
acredita-se que sem um substituto para o silício, só será possível
manter esse ritmo até 2015.
No fim de 2010, astrônomos amadores detectaram uma enorme tempestade no hemisfério norte de Saturno, que ficou conhecida como “Grande Mancha Branca”. A tempestade cresceu rapidamente e logo atingiu um tamanho inacreditável, muito maior do que nosso planeta.
Com os ventos, a tempestade se esticou, atingindo o colossal
comprimento de 300 mil quilômetros. Quanto é isso? Simplesmente 3/4 da
distância da Terra até a lua!
No ano passado, a tempestade
havia quase desaparecido. Mas ainda havia uma grande surpresa escondida
nela. Observações feitas a partir da sonda Cassini, da Nasa, mostrou
que a tempestade era muito mais forte do que se esperava e formou um vórtice (uma tempestade dentro de uma tempestade) maior do que nosso planeta.
Confira abaixo um vídeo sobre o fenômeno:
A temperatura máxima no vórtice foi de -150°C, enquanto o habitual em
Saturno é cerca de -220°C. Esse aumento de temperatura nunca tinha sido
observado e foi inesperado, pois a atmosfera do planeta é geralmente
muito estável.
Cientistas também se intrigaram com uma enorme liberação de gás etileno do vórtice. No momento da tempestade, o nível de etileno aumentou 100 vezes do que se pensava que era possível em Saturno. A origem do gás ainda é um mistério.
Um dos mistérios da ciência moderna é como estruturas altamente
organizadas se formam em meios com partículas se movendo de forma
aleatória. Exemplos de ordem emergindo do caos podem ser encontrados
tanto em objetos astrofísicos que se estendem por milhões de anos-luz,
quanto na origem da vida na Terra.
Recentemente, um trabalho com jatos de plasmas fez a descoberta
surpreendente de campos eletromagnéticos auto-organizados em fluxos
opostos de plasma.
Estes campos eletromagnéticos acabam por dar forma ao jato de plasma,
criando as estruturas complexas no gás ionizado. Com esta informação,
os cientistas têm uma nova ferramenta para explorar como a ordem emerge
do caos no cosmos.
A montagem do experimento pode ser vista abaixo: dois discos de CH4
são atingidos por raios laser, gerando fluxos opostos de plasma. Ao
mesmo tempo, um fluxo de prótons é gerado nas placas de ouro (Au),
criando as imagens das estruturas no plasma.
Abaixo pode-se ver uma sequência de imagens de prótons mostrando a
evolução das estruturas de campos eletromagnéticos auto-organizados.
Segundo Nathan Kugland, um dos coautores do trabalho que fez a
descoberta, eles criaram um modelo para explorar como os campos
magnéticos ajudam a organizar o plasma em configurações astrofísicas,
como nos fluxos de plasma que emergem de jovens estrelas.
No estudo inicial, a observação de estruturas organizadas foi
completamente inesperada. “Os jatos de plasma se moviam rapidamente e
deveriam simplesmente passar um pelo outro livremente”, apontou Hye-Sook
Park, chefe de equipe no Grupo de Ciência de Densidade de Alta Energia,
no Laboratório Nacional Lawrence Livermore (LLNL). Segundo ele, os
experimentos feitos com plasma gerado por laser podem estudar a
microfísica da interação de plasma e a formação de estruturas em
condições controladas.
Raramente as pessoas pensam sobre isso, mas o fato é que vivemos
apenas na superfície da Terra, um planeta muito grande composto de
vários elementos.
Muitos devem se lembrar das aulas de ciência dos primeiros anos
escolares, em que aprendíamos que a Terra tem camadas, como a crosta, o
manto e o núcleo. Então é isso que todos os planetas têm? O que há
dentro dos planetas?
O nosso sistema solar, por exemplo, possui um diversificado leque de
ingredientes. Planetas terrestres ou rochosos, gasosos, planetas anões,
satélites, cometas… Todos formados por variados componentes e
distribuídos numa extensa região de quase vinte bilhões de quilômetros.
Os nossos planetas diferem entre em si em alguns quesitos, mas também
possuem uma série de elementos em comum. Nesse artigo, vamos falar um
pouco sobre os mundos terrestres, e sobre o que há dentro deles (pelo
menos que temos conhecimento).
Os planetas são corpos celestes cuja massa não é suficiente para
gerar energia como as estrelas. Eles estão orbitam ao redor de uma. Os
planetas do nosso sistema orbitam o sol, uma estrela anã amarela.
Os planetas telúricos, interiores ou terrestres são os que apresentam
massa pequena, grande densidade, pequena distância do sol, poucos ou
nenhum satélite e são compostos de elementos pesados.
Mercúrio: Mercúrio tem uma densidade
média de 5.430 kg por metro cúbico, tornando-o o segundo mais denso do
sistema solar depois da Terra. Estima-se que Mercúrio, como a Terra,
tenha um núcleo ferroso, o que significa que é feito de ferro, com um
tamanho equivalente a dois terços a três quartos do raio global do
planeta. Esse núcleo é provavelmente composto por uma liga de
ferro-níquel coberta por um manto e uma crosta superficial.
Vênus: Acredita-se que a composição do planeta
Vênus é semelhante à da Terra. Sua crosta se estende a cerca de 10 a 30
km abaixo da superfície, e o manto atinge uma profundidade de cerca de
3.000 km. O núcleo planeta é feito de uma liga de ferro-níquel líquido.
Sua densidade média é de 5.240 kg por metro cúbico.
Terra: Nosso planeta é composto por três camadas
separadas – uma crosta, um manto e um núcleo (em ordem decrescente a
partir da superfície). A média da espessura da crosta varia de 30 km na
terra a 5 km no fundo do mar. O manto estende-se logo abaixo da crosta
para cerca de 2.900 km de profundidade. O núcleo abaixo
da manta começa a uma profundidade de cerca de 5.100 km, e compreende
um núcleo exterior (liga de níquel-ferro líquido) e um núcleo interior
(liga de níquel-ferro sólido). A crosta é composta principalmente de
granito, no caso da terra, e basalto, no caso dos fundos marinhos. O
manto é composto principalmente por peridotito e sais minerais de alta pressão. A densidade média da Terra é de 5.520 kg por metro cúbico.
Marte: Marte tem cerca de metade do diâmetro da
Terra. Devido ao seu pequeno tamanho, acredita-se que o centro marciano
tenha esfriado. Sua estrutura geológica é principalmente de rocha e
metal. O manto abaixo da crosta é constituído de óxido de
ferro-silicato. O núcleo é feito de uma liga de níquel-ferro e sulfureto
de ferro. A densidade média do planeta é de 3.930 kg por metro cúbico.
Ok, o Plutão é o diferente dessa lista porque foi “rebaixado” a
planeta anão, e porque fica bem mais longe do sol. Mais intrigante ainda
é o fato de que a estrutura de Plutão não é muito bem compreendida.
Sua superfície é coberta com metano congelado, que tem uma coloração
brilhante. No entanto, com exceção das calotas polares, a superfície de
metano congelado fica vermelha escura quando eclipsada pela lua Charon. A
densidade média de Plutão é de 2.060 kg por metro cúbico. Essa
densidade média baixa sugere que o planeta seja uma mistura de gelo e
rocha.
As células têm um mecanismo de suicídio programado, ou
autodestruição, chamado apoptose, que é disparado por agentes internos
ou externos. Por exemplo, quando estamos em formação no útero, nossa mão
tem uma membrana que une nossos dedos. Para que eles se separem, é
preciso que as células desta membrana morram, e é o que elas fazem,
através da apoptose.
As células também cometem suicídio quando se tornam prejudiciais ou
indesejáveis ao corpo. Isso ocorre às vezes “sem querer”, como depois de
ataques cardíacos ou derrames (o que aumenta o dano causado pelos
mesmos). Por isso, cientistas estão estudando formas de impedir o
suicídio em massa de células saudáveis no caso de doenças como infarto.
A apoptose é causada por proteínas, as proteases, que normalmente
ficam bem guardadas na célula. Quando as proteases são liberadas, a
célula encolhe, se separa de seus vizinhos, sua membrana enruga e começa
a se desfazer, seu DNA condensa até seu núcleo entrar em colapso e, por
fim, a célula segue o colapso do núcleo.
Mas será que uma célula pode “voltar”? Será que dá para interromper a
apoptose? Será que podemos reverter a apoptose? A resposta é sim.
Cientistas descobriram que células que começaram o processo de
apoptose podem “voltar” se o gatilho que disparou o processo for
removido. A membrana volta a ser lisinha, o DNA que foi fragmentado
volta a se ligar, e a célula “volta à vida”.
Cientistas da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins (EUA)
usaram uma toxina que induz a apoptose, o etanol, em células de fígado
de rato. Em poucas horas, elas manifestaram sinais de morte iminente. Em
seguida, os pesquisadores removeram o álcool, e as células se
recuperaram.
O fenômeno, que eles chamaram de anastasis (palavra grega que
significa algo como “voltando à vida”) foi observado também em células
cardíacas e cerebrais de ratos.
As mudanças durante a anastasis iam além da aparência da célula: os
padrões de atividade dos genes eram recuperados, e o próprio DNA que
havia se partido durante a apoptose era “colado” novamente.
Ocasionalmente aconteciam alguns erros, e uma pequena porcentagem das
células crescia anormalmente e desenvolvia sinais de câncer.
Como a anastasis tem o potencial de prevenir ou tratar condições nas
quais a sobrevivência das células ou o excesso de morte de células é
perigoso, os cientistas vão continuar pesquisando para compreender seus
mecanismos.
Usando dados do telescópio Hubble, cientistas da NASA descobriram uma
galáxia 10 vezes maior que a Via Láctea que possui o maior núcleo já
visto (inclusive, três vezes maior do que o esperado para uma galáxia de
tal tamanho).
A galáxia elíptica A2261-BCG tem 1 milhão de anos-luz de largura e fica a 3 bilhões de anos-luz da Terra.
Seu núcleo estranhamente inchado tem cerca de 10.000 anos-luz, o que é
três vezes maior do que os centros de outras galáxias extremamente
luminosas de mesmo tamanho.
Os astrônomos especulam que esse núcleo inesperadamente enorme tenha sido resultado da fusão de dois buracos negros.
Porém, esse grande núcleo é também estranhamente difuso: não tem um
pico de luz concentrado em torno de um buraco negro central óbvio. Na
verdade, os cientistas não conseguiram encontrar seu buraco negro, o que
é muito intrigante, já que acredita-se que buracos negros supermassivos se escondem no centro da maioria, se não de todas, as galáxias.
“A expectativa de encontrar um buraco negro em cada galáxia é como a
expectativa de encontrar um caroço dentro de um pêssego”, explica o
coautor do estudo Tod Lauer, do Observatório de Astronomia Óptica
Nacional, em Tucson, Arizona (EUA).
“Com esta observação do Hubble, nós cortamos o pêssego e não podemos
encontrar o caroço. Nós não sabemos com certeza que o buraco negro não
existe, mas o Hubble mostra que não há concentração de estrelas no
núcleo”.
Os astrônomos sugerem que uma fusão de buraco negro, envolvendo
objetos que contêm vários bilhões de vezes a massa do nosso sol, pode
ter inchado o núcleo dessa galáxia.
Há dois cenários possíveis para essa situação. Em um deles, a fusão
gravitacionalmente agitou e espalhou as estrelas, deixando o núcleo
difuso. Os buracos negros perderam dinamismo e “caíram” um no outro,
formando um buraco negro supermassivo que reside no coração da
A2261-BCG.
No outro cenário, a fusão dos buracos negros criaram ondas
gravitacionais, que são ondulações no espaço-tempo. Essas ondas radiaram
mais fortemente em uma direção, “chutando” o buraco negro resultante da
fusão para fora da galáxia.
“O buraco negro é a âncora para as estrelas”, afirmou Lauer. “Se você
tirá-lo de lá, de repente, você tem muito menos massa. As estrelas não
são mantidas juntas e se movem para fora, ampliando o núcleo ainda
mais”.
A galáxia, portanto, pode ser o resultado de vários infortúnios que a
deixou com um núcleo gigante e difuso e talvez sem um buraco negro. O
próximo passo da pesquisa é procurar por provas de buraco negro ativo em
A2261-BCG, se ele existir.
Como fazer isso? Se houver um buraco negro na galáxia, os astrônomos
esperam que o material caindo nele gere ondas de rádio. Para
detectá-las, eles estão sondando a galáxia com o radiotelescópio Very
Large Array (VLA), no Novo México (EUA).
O Universo é cheio de mistérios, e um deles pode estar prestes a ser revelado.
Quando você olha para o céu, à noite, o fundo do céu parece ser
escuro. Mas se você olhar para o mesmo céu com um telescópio capaz de
enxergar a radiação infravermelha, vai descobrir que todo o cosmos
apresenta um brilho de luz infravermelha – e não estamos falando da
radiação cósmica de fundo.
Primeiro, os cientistas tentaram explicar esta luz infravermelha
usando as galáxias. No entanto, a quantidade de estrelas e de galáxias é
insuficiente para explicar tal luz.
As duas outras melhores hipóteses para explicar o que o professor de física e astronomia Edward L. (Ned) Wright
chama de “flutuações” eram as galáxias não tão distantes e fracas, ou
então galáxias distantes. Porém, como o próprio Ned explica, a primeira
hipótese está errada por um fator de 10, e a segunda por um fator de
1.000.
Agora, uma nova hipótese apresentada na revista Nature, elaborada por
Asantha Cooray, um professor de física e astronomia da Universidade da
Califórnia, Irvine (EUA), parece ser a chave para solucionar este
mistério.
Segundo o professor Asantha e sua equipe, o halo de matéria escura
que cerca as galáxias poderia abrigar estrelas órfãs ou estrelas
roubadas da galáxia que está no meio do halo.
Durante eventos de colisões ou fusões de galáxias, um pequeno número
de estrelas pode ser expulso para a borda das galáxias, dentro do halo, e
se tornar a origem deste brilho misterioso em infravermelho. Bastaria
que algo como 0,1% das estrelas da galáxia fossem expulsas para o halo
para explicar tal brilho de infravermelho.
Os pesquisadores usaram imagens de 250 horas de observação do
telescópio Spitzer na constelação Boötes ou Boieiro para testar sua
hipótese, mas esperam mais observações para confirmá-la. Da próxima vez,
eles querem usar o James Webb Space Telescope (JWST) para isto.
Programado para ser lançado em 2018, com um espelho de 6,5 metros e
um escudo protetor do tamanho de uma quadra de tênis, o JWST vai
substituir o Hubble para observar o universo na faixa do infravermelho,
capturando imagens das mais distantes galáxias e estrelas que se
formaram logo após o Big Bang. O telescópio é promessa para finalmente
expor o mistério dos objetos que criam a luz infravermelha de fundo.
A nebulosa Medusa, vista aqui em uma foto feita por Ken Crawford, do Observatório Rancho del Sol, é uma nebulosa planetária com filamentos trançados de gás brilhante que deram a ela seu nome.
Também conhecida como Abell 21, a nebulosa tem aproximadamente 4
anos-luz de diâmetro e está a cerca de 1.500 anos-luz de distância da
Terra, na direção da constelação Gêmeos.
Como toda nebulosa planetária, ela representa a fase final da evolução de estrelas de pouca massa, como o nosso sol, à medida que elas se transformam de gigantes vermelhas para anãs brancas. A nebulosa é formada pelas camadas externas da estrela, expulsas por um forte vento estelar.
O brilho da nebulosa é gerado pela reação de seu gás a luz ultra-violeta
emitida pela estrela, que está perto do centro da imagem de “lua
crescente” brilhante. Nesta outra imagem, os filamentos podem ser vistos se espalhando claramente abaixo e à esquerda da região do crescente brilhante.